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Instrumentos da clínica psicanalítica

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Instrumentos da clínica psicanalítica (divã, brinquedos, jogos e os conceitos de resistência e transferência).
De que modo o desenho me aponta para uma estrutura ou ação significante. 
Associação livre + atenção flutuante no consultório = Transferência + resistência. Ao longo do nosso desenvolvimento parte dos nossos impulsos permanecem fixados em alguma etapa do desenvolvimento, enquanto outras partes passam por todo desenvolvimento psíquico. E tudo isso acontece ao mesmo tempo, a parte que passa encontrou com a parte fixada, então a parte que passou nos dá notícia sobre a parte fixada.
Os impulsos sexuais formam a fantasia, sabemos dos impulsos pela fantasia. Só uma parte dos impulsos se encontra à disposição do sujeito, uma grande parte o sujeito não tem acesso e não conhece. Se não podemos acessar a maior parte desses impulsos, seremos sempre insatisfeitos.
Ideias libidinais antecipadas são fantasias, o sujeito sempre se aproxima dos outros com ideias libidinais antecipadas.
Comum a criança querer levar um pedaço do consultório, algum item ou algum pedaço mesmo, ou esconder algum brinquedo em que só elas sabem onde estão. Deixam um rastro que estiveram ali. Quando chamam a terapeuta ou alguém de ‘tia ou tio’, é uma ideia libidinal antecipada. Essas ideias antecipadas são formadas pela parte consciente + inconsciente. Parte da premissa da repetição na figura do analista de algum clichê, imago materna/paterna, tios e afins. 
A transferência existe em todos os lugares, mas para existir deve ser apreciada como tal. A transferência é ao mesmo tempo a condição para o tratamento e é o que gera a resistência, são partes de um mesmo fenômeno. 
Rastrear o desejo, a fantasia, o investimento libidinal, e tornar acessível à consciência é o trabalho analítico. O sujeito que diz é aquele que recusa o que acabou de dizer, ‘eu disse errado/esquece o que eu disse’, a fim de conservar o estado das coisas. O jogo de forças (transferência x tratamento) nunca para e nem diminui. Essa tentativa de retorno demonstra que o paciente tinha se autorizado a falar (transferência). É pela resistência que temos notícia da transferência.
As intervenções são sempre as últimas, porque não se sabe se o sujeito vai voltar.
Transferência e resistência permitem a associação livre acontecer.
Quem gosta de todo mundo, não gosta de ninguém, e quer esconder os afetos, porque aí distribui a igualdade de afeto, ou seja, não dá nada para ninguém e não dá para saber de quem gosta.
O significante não está ali à toa, ‘tio, tia, dono, doninha’, a forma como a criança fala, chama, se é repetitiva está ali para ser ouvida. A demanda que é ouvida no processo de análise é a da criança, a dos pais é recebida. Geralmente a demanda dos pais é que leva a criança no tratamento, mas a demanda da criança é a que possibilita o tratamento.
Gráfico do desejo. O que queres? O que te traz aqui? A transferência é uma relação amorosa, é um amor. Amor transferencial.
Retroage = da direita para a esquerda. Avança = da esquerda para a direita. Libra de carne segundo Lacan, somos um pedaço de carne, viramos sujeito quando alguém satisfaz as necessidades e as nomeia ‘esse choro é fome’, nomeia ‘você é o meu filho’. Cadeia significante encontra a libra de carne fazendo um sujeito, um sujeito barrado, que é barrado por sempre ser insatisfeito/castrado.
Quando o sujeito é nomeado, ele busca a confirmação dessa nomeação ->’Você é meu filho. Sou mesmo?’
Uma mãe é quando pega uma necessidade para si = está com sono, coloca para dormir.
Necessidade quando é nomeada se torna desejo. O ponto de basta é um ponto que não tem volta, o sujeito passa e é costurado na cadeia de significante.
Transferência: quando você fala algo e sente que aquilo sempre esteve lá e que é seu. Mas é ilusão porque não é seu, o desejo é sempre do outro.
Grande Outro: cultura, leis, regras.
S = significante, é a palavra solta, não necessariamente significa algo.
s = significado, é o sentido que a palavra tem.
O primeiro grande Outro é a mãe. Somos determinados pelo grande Outro, já que o grande Outro me precede. 
O autista não fala, mas está inserido na linguagem, ele não fala, mas entende o que o outro fala. Começa o processo de alienação, mas não o conclui, a alienação se completa quando o sujeito busca a confirmação.
Aquilo que sempre esteve ali, parece que só está ali depois que acontece uma intervenção, é a retroação.
Transgressão, delinquência, ruptura, servem para provocar um remanejamento do encontro com o ponto de basta, com o grande Outro, tentar remanejar a lei. Não dá para apagar e começar de novo – a não ser se matando – suicídio. 
Dos 3 aos 9 anos aproximadamente a ‘criança não dá trabalho’, porque está em latência, depois encontra com o real do corpo. O encontro é traumático e cria uma ferida, busca uma resposta para um impossível que é a relação sexual, não existe satisfação. Nisso supõe se que ter sido criado pelo grande Outro é o que causa o mal-estar, e usa a transgressão para isso. O grande Outro está introjetado, não tem como se desvencilhar totalmente, a não ser a morte, por isso as transgressões vão aumentando de nível e se aproximando da morte.
Relação fusional com a mãe -> alienação (incorpora a linguagem), faz parte da estrutura do sujeito -> separação = isso em neuróticos. A mãe está lá quando ela não está presente, suporta distância. 
Na psicose o grande Outro não foi assimilado, está foracluído. Relação fusional com a mãe, não suporta distância.
É importante que os adolescentes percebam que os pais não são perfeitos, que existem ‘furos’ para que esse adolescente consiga se desvencilhar desses pais, sem ter que se matar para isso.

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