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ARRITMIAS CARDÍACAS E MORTE SÚBITA CARDIOLOGIA 1 Eduardo Siqueira Bradiarritmias Introdução FC (D2) RR Regular Conte “quadradões” até o próximo QRS Divida por 300 pelo número de “quadradões” 300 ÷ ? = RR Irregular (arritmia) Conte 15 quadradões Conte os “QRS” entre os 15 quadradões Multiplique os “QRS” por 20: - 6 QRS x 20 = 120 Benigna ou Maligna Benigna Pouco sintomático ou assintomático Localização alta COM inervação vagal Conduta: - Observação OU - Atropina (↓ vagal)* *Tem como mecanismo de ação a inibição da ação vagal (vago = inervação parassimpática - atua redu- zindo a FC). Apenas as aéreas cardíacas mais altas são providas de inervação vagal. As bradiarritmias benignas são condições de do- enças localizadas em regiões altas do coração (que recebem inervação vagal e portanto, podem ser tira- das com atropina). Maligna Grave Não responde à atropina Localização baixa ou fibrose Conduta - Marca-passo Nas bradiarritmias malignas, a patologia em si está localizada em regiões mais baixas (ventriculares), desprovidas de inervação vagal e portanto, não têm boa resposta à atropina. Bradicardia Disfunção sinusial Ritmos de escape Bloqueios AV Obs: Doença de localização alta, mas que não irá responder à atropina visto que as medicações não conseguem atuar sobre a fibrose. Ritmo Sinusal Onda P+ em D2 antes de cada QRS Intervalo PR Do início da onda P ao iní- cio do complexo QRS Marca a competência do nó AV - condução AV Duração: 120-200 ms Intervalo QT Do início do complexo QRS ao final da onda T Marca todo o processo elé- trico ventricular (desde o início da despolarização até o final da repolarização). Intervalo QT longo = risco de taquiarritmias Duração: até 440 ms Disfunção Sinusal Bradicardia Sinusal (Ritmo sinusal lento) Vagotonia, droga bradicardizan- te… Benigno Pausa Sinusal (Ritmo sinusal com pausa) Vagotonia, droga bradicardizante: benigno (pausas sinusais rápidas). Doença de nodo sinusal (fibrose): maligno (> 3s) Conduta: Marca-passo 1 ARRITMIAS CARDÍACAS E MORTE SÚBITA CARDIOLOGIA 1 Eduardo Siqueira E se o nodo sinusal não funcionar? - Ritmos de Escape (ou idio…): Escape atrial (ritmo idioatrial); Escape juncional (ritmo idiojuncio- nal); Escape ventricular (ritmo idioventricular). Bradicardia Sinusal Definição Bradicardia = FC < 60 bpm. Quero saber se o nó atrial está liberando o estímu- lo correto → Onda P. 1) Está positiva em D2? Sim. 2) Cada “P” é seguida por “QRS”? Sim. 3) O intervalo PR = 120-200 ms? Sim. 4) FC baixa? Sim. Bradicardia Sinusal Lento - benigna Geralmente é assintomática. Todos os indivíduos podem fazer episódios de bradicardia durante a noite (maior tônus vagal). Pausa Sinusal Ritmo sinusal com pausa - o indivíduo tem mo- mentos de “silêncio elétrico” ou pausas elétricas, e após, volta do ritmo sinusal. Geralmente é benigna (até porque geralmente é muito rápida). Conduto, uma pausa sinusal longa (> 3s) pode le- var à síncope. Conduta Assintomático Observar Obs: Tem pacientes que são vagotômicas, ou seja, tem sua FC baixa (atletas). Sintomático Atropina → Droga que estimula o nó sinusal - 1 mg a cada 3-5 min. - Máx: 3 mg Não respondeu à atropina: - Adrenalina OU - Marca-passo OU - Dopamina (infusão contínua) Bloqueios AV Definição Bloqueio entre o estímulo que nasce no átrio até o ventrículo. Acima da linha → Benignos (Supra-hissianos) Abaixo da linha → Malignos (Intra/infra-hissianos) BAV 1º Nunca bloqueia o estímulo. Vai ter uma atraso de transmissão. Então ele é um bloqueio benigno fica acima da linha. 1) Tem onda P positiva? Sim. 2) Cara onda P tem QRS? Sim. 3) Intervalo PR normal? Não (alargado). Ritmos de Escape (ou idio…) Escape Atrial FC = 40-60 bpm Onda P ≠ da P sinusal Benigno Escape Juncional FC = 40-60 bpm Sem onda P + QRS estreito Benigno Escape Ventricular FC = 8-40 bpm Sem onda P + QRS alargado Maligno: sintomático, síncope Conduta: Marca-Passo Obs: Ritmo típico de parada em AESP 2 ARRITMIAS CARDÍACAS E MORTE SÚBITA CARDIOLOGIA 1 Eduardo Siqueira 4) FC baixa? Sim. PR > 200 ms “P” demora a chegar no QRS - Lentificação/alentecimento da condução ATV. BAV 2º Mobitz 1 Ás vezes bloqueia, está localizado acima da linha (benigno). 1) Tem onda P positiva? Sim. 2) Cada onda P tem QRS? Não. 3) Intervalo PR normal? Não. 4) FC baixa? Sim. Aqui acontece o “Fenômeno de Wenckebach”: Alargamento progressivo do intervalo PR precedendo o bloqueio da onda P. “PR” vai alargando e, às vezes bloqueia. Mobitz 2 Às vezes bloqueia, está localizado abaixo da linha (maligno). 1) Tem onda P positiva? Sim. 2) Cara onda P tem QRS? Não. 3) Intervalo PR normal? Sim. 4) FC baixa? Sim. Aqui acontece o “Fenômeno de Hay” Conduta → Marca-Passo BAV ou BAVT 3º Sempre vai bloquear, acontece abaixo da linha (maligno). 1) Tem onda P positiva? Sim. 2) Cara onda P tem QRS? Não. 3) Intervalo PR normal? Sim. 4) FC baixa? Sim. O átrio bate sem nenhuma relação com o ventrícu- lo, podendo até a onda P coincidir com as outras on- das (T; QRS) → Assincrônia. Dissociação entre “P” e “QRS”. Conduta Benigno É chamado de benigno porque responde à atropi- na. Maligno Maioria → Marca-Passo Obs: Chagas - alteração mais comum: BRD + Blo- queio divisional ântero-superior (BDAS ou HBAE). Benignas Malignas ECG Bradicardia sinusal BAV 1º BAV 2º Mobitz 1 Pausa sinusal longa (> 3s) BAV 2º Mobitz 2 BAVT 3º CAUSAS Vagotonia Droga bradicardizante Doença do nodo si- nusal Doença de Le Lene- gre TERAPIA Observação Sintomático: Atropina Marca-Passo Dopamina Noradrenalina Temporário até im- plantação do MP 3 ARRITMIAS CARDÍACAS E MORTE SÚBITA CARDIOLOGIA 1 Eduardo Siqueira Marca-Passo Transcutâneo Manter 1) FC entre 60 e 70 bpm 2) Fixo ou Demanda? Modo fixo 3) Determinar a carga do choque: - Progressivo OU - Regressivo - Vai determinar o choque quando o ECG no mo- nitor coincide com o pulso do paciente. - Output: colocar 10 a 20% do limiar Obs: Não é um choque pequeno tem que percor- rer toda a cavidade torácica do paciente → Analgesia. Transvenoso Quando você passa o transcutâneo, você tem que pensar que logo mais vai ter que passar o transveno- so, porque volta e meia tem que corrigir a carga do choque desse paciente → Vai criando uma resistên- cia à esse choque. Definitivo Como saber se é há indicação de definitivo ou temporário? Você vai analisar a causa dessa bradi- cardia e ai sim, determinar. Causas temporárias x Causas definitivas de BRAD Ex: - Doença de Chagas → Definitivo - IAM → Temporário (ficou com sequela → Def.) PCR Introdução Definição PCR é aquela sensação súbita da atividade car- díaca que provoca: - Irresponsividade + - Respiração anormal + - Ausência de circulação Morte Súbita Paciente que está gravíssimo e encaminha pra uma PCR. No caso, esse paciente acima morreu não pelo PCR, mas sim, pela causa da PCR. Diagnóstico É a própria definição da PCR. Você não precisa ter todo o diagnóstico para cha- mar por ajuda. - Irresponsividade - Respiração agônica ou apneia - Ausência de pulso em grandes artérias *Checar pulso por no mínimo 5 segundos e não mais que 10 segundos. Conduta Chamar a ajuda! Você esta autorizado sair de perto do paciente para chamar ajuda e logo voltar. ABCD Básico? Quando pensamos em um afogamento iremos sim por essa ordem. 4 ARRITMIAS CARDÍACAS E MORTE SÚBITA CARDIOLOGIA 1 Eduardo Siqueira Mas frente a um paciente em PCR, que você já chamou ajuda e ele não está afogado. Começamos pelo C, pelas compressões cardíacas. Circulação Iniciar compressão torácica: - “Push hard”: 5-6 cm - “Push fast”: 100-120/min - “And allow recoil”: deixar o tórax expandir Airway Abrir a via aérea “Extensão cervical + elevação do queixo” Breathing2 ventilações 30 compressões : 2 ventilações Fazer 5x e obrigatoriamente trocar com outra pes- soa. Defibrillation Se ritmo for chocável: - FV - TV s/pulso Choque único: - Monofásico (360J) - Bifásico (200J) Pós-Choque - Voltar para RCP: 5 ciclos 30:2 Checar o que aconteceu com o paciente - Ritmo organizou → Checar pulso - Ritmo não organizou → Choque/RCP ABCD Avançada? Tratar arritmia com droga basicamente. 1) VA avançada → IOT Não precisa respeitar o 30:2 Compressão 100-120/min Ventilar 10x/min (1x a cada 6s) Trocar a cada 2 minutos 2) Acesso Venoso Prefere-se venoso do que intraósseo. 3) Tratar a arritmia Ritmo chocável: 1º Passo: Desfibrilar se TV/FV 2º Passo: RCP 5x 30:2 ou minutos 3º Passo: Adrenalina 1 mg a cada 3-5 min 4º Passo: Checar 5º Passo: Persistência de FV/TV → Desfibrilar 6º Passo: RCP 7º Passo: Amiodarona 300 mg ou Lidocaína 1 a 1,5 mg/kg (pode repetir mais uma vez com dose pela metade). 8º Passo: Checar 9º … Ritmo não chocável: - Assistolia = Protocolo da “linha reta” - CAbos - GAnhos - DerivAção 5 ARRITMIAS CARDÍACAS E MORTE SÚBITA CARDIOLOGIA 1 Eduardo Siqueira - Iniciar rapidamente ABCD avançado 2º Passo: Adrenalina 1 mg a cada 3-5 minutos 3º Passo: RCP 5x 30:2 ou 2 min 4º Passo: Checar 5º… 4) Identificar e corrigir causas 5H: - Hidrogênio (acidose) - Hiper/hipo K - Hipovolemia - Hipotermia - Hipóxia 5T: - TEP - Toxinas - Tamponamento - Tensão (pneumotórax) - Trombose coronariana (IAM) Obs: Os 5H e 5T é para qualquer ritmo, seja cho- cável ou não. 5) Cuidados pós-parada Sat O2 → 92-98% com a menor FiO2 possível PAs > 90 / PAM ≥ 65 Paciente voltou da PCR comatoso? - Controle direcionado de temperatura: tempera- tura central; temperatura esofágica; manter temp 32 a 36ºC por ≥ 24 horas. - “Neuroproteção” Covid C No COVID paciente que vem a iniciar PCR, pode- se fazer RCP mesmo com ele pronado (T7-T10). A Priorizar IOT Pausa para IOT B Usar filtros HEPA Manter em VM FiO2 100% Modo PCV D Se ritmo for chocável - Colocar as pás mais ou menos no local em aé- rea torácica. 6 FC (D2) Benigna ou Maligna Bradicardia Definição Conduta BAV 1º BAV 2º BAV ou BAVT 3º Conduta Transcutâneo Transvenoso Definitivo Definição Chamar a ajuda! ABCD Básico? ABCD Avançada? C A B D
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