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Tuberculose: Causas, Sintomas e Diagnóstico

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ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 
30.03.22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laboratório Morfofuncionais 
Tuberculose 
ANATOMOPATOLOGIA 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
 
Bronquíolo 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MICOBACTERIUM TUBERCULOSIS 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
 
 Doença infecciosa causada por bactérias do complexo 
Mycobacterium tuberculosis que pode acometer vários 
órgãos. A forma pulmonar é a mais frequente e mais 
relevante, já que é a responsável pela cadeia de 
transmissão na população. 
FISIOPATOLOGIA 
 A tuberculose (TB) pode ser causada por qualquer uma 
das sete espécies que integram o complexo 
Mycobacterium tuberculosis: 
♥ M. tuberculosis 
♥ M. bovis 
♥ M. africanum 
♥ M. canetti 
♥ M. microti 
♥ M. pinnipedi 
♥ M. caprae 
 As bactérias do complexo M. tuberculosis são 
transmitidas por via aérea, a partir de uma pessoa com 
TB pulmonar ou laríngea (caso fonte), por aerossóis 
oriundos da tosse, fala ou espirro. 
 O termo utilizado “bacilífero” refere-se a pessoas com 
TB pulmonar ou laríngea com baciloscopia positiva no 
escarro. Pessoas com outros exames bacteriológicos (ex.: 
cultura e/ou teste rápido molecular da tuberculose [TRM-
TB]) positivos também apresentam potencial transmissor. 
 A TB acomete, prioritariamente, o pulmão que também 
é a porta de entrada da maioria dos casos. Na maioria dos 
pacientes imunocompetentes, a replicação do bacilo é 
controlada, tornando a infecção latente por meses ou 
anos. No restante dos casos (5-10%), e particularmente 
nos indivíduos imunocomprometidos, o bacilo consegue 
multiplicar-se, com consequente progressão da doença 
pulmonar e/ou disseminação para sítios distantes. 
 A reativação ocorre quando o bacilo volta a se replicar 
após período de latência. É estimado que um indivíduo com 
baciloscopia positiva possa infectar de 10-15 pessoas em 
média, em uma comunidade, durante um ano. 
 
 
 
 
 
ANAMNESE 
Sintomático respiratório: Pessoa que, durante a 
estratégia programática de busca ativa, apresenta tosse 
por 3 semanas ou mais. Essa pessoa deve ser investigada 
para tuberculose através de exames bacteriológicos. 
Quadro clínico: 
♥ Doença pulmonar: As manifestações clássicas 
são tosse persistente (> 15 dias) seca ou 
produtiva, febre vespertina, sudorese noturna e 
perda ponderal. A forma primária é mais comum 
em crianças, sendo frequentemente insidiosa; 
♥ A reativação pode ocorrer em qualquer idade, 
mas a incidência é maior em adolescentes e 
adultos jovens; 
♥ A tuberculose miliar é uma forma mais grave da 
doença com múltiplos focos granulomatosos 
pulmonares, mais comum em pacientes HIV-
positivos e com quadro mais agudo; 
♥ Doença extrapulmonar: É mais comum, mas não 
exclusiva, em indivíduos com imunossupressão 
grave. O diagnóstico é feito a partir de cultura 
e biópsia do tecido/órgão acometido: 
♥ Tuberculose pleural: Forma mais comum em 
pacientes HIV-negativos. Pode causar dor 
pleurítica, astenia, perda ponderal, febre e tosse 
seca; 
♥ Tuberculose ganglionar: Forma mais comum em 
pacientes HIV-positivos e crianças. Cursa com 
aumento subagudo, indolor e assimétrico das 
cadeias ganglionares, principalmente cervicais e 
supraclaviculares, além de queda do estado geral. 
Os linfonodos podem evoluir com flutuação e/ou 
fistulização; 
♥ Tuberculose meningoencefálica: Pode ser 
subaguda ou crônica. Pode causar cefaleia 
holocraniana, irritabilidade, alterações de 
comportamento, sonolência, anorexia, vômitos, 
dor abdominal, febre, fotofobia e rigidez de 
nuca. Pode haver déficits neurológicos focais ou 
hipertensão intracraniana; 
♥ Tuberculose pericárdica: É subaguda, cursando 
com dor torácica, tosse seca, dispneia, febre, 
perda ponderal, astenia, tonteira, edema de 
TUBERCULOSE APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
membros inferiores, dor em hipocôndrio direito 
por congestão hepática e ascite; 
♥ Tuberculose óssea: Mais frequente na coluna 
vertebral, articulações coxofemorais e joelhos. A 
doença na coluna, chamada de mal de Pott, 
cursa com dor lombar, dor à palpação e sudorese 
noturna, sendo mais comum nas colunas torácica 
baixa e lombar. 
Fatores de risco: 
♥ Exposição recente a indivíduo infectado; 
♥ História prévia de infecção/doença; 
♥ Pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA); 
♥ Uso de drogas; 
♥ Residentes ou empregados de instituições com 
aglomerações de pessoas com alto risco; 
♥ Profissionais de saúde; 
♥ Condições clínicas que aumentem o risco de 
infecção, como diabetes melito, corticoterapia 
prolongada ou terapia com outros 
imunossupressores, doença renal crônica, 
malignidade, desnutrição e silicose. 
 
EXAME FÍSICO 
 Na doença pulmonar, o exame físico é, muitas vezes, 
inexpressivo. Pode haver redução do murmúrio vesicular 
com redução do frêmito toracovocal quando houver 
derrame pleural e/ou pectoriloquia e consolidação 
parenquimatosa pulmonar. 
Abordagem Diagnóstica 
Indicações de investigação de tuberculose pulmonar: 
♥ Tosse por mais de 2-3 semanas associada à 
febre, sudorese noturna, perda ponderal e/ou 
hemoptise; 
♥ Fator de risco para tuberculose e sintomatologia, 
incluindo sintomas respiratórios, por mais de 2-3 
semanas; 
♥ Infecção por HIV, tosse e febre inexplicadas; 
♥ Fator de risco para tuberculose e diagnóstico de 
pneumonia comunitária, sem melhora após 7 dias 
de tratamento; 
♥ Fator de risco para tuberculose e achados 
radiográficos incidentais compatíveis com a 
doença, mesmo se sintomatologia leve ou 
ausente. 
 
 
 Diante de um caso suspeito, deve-se solicitar 
radiografia de tórax. Se houver alteração sugestiva ou 
forte suspeita clínica, solicitam-se duas amostras de 
escarro para baciloscopia (BAAR) e cultura, com 
intervalo de 8-24 horas entre elas e, pelo menos, uma 
coletada assim que o paciente acorda. 
 Se disponível, é aconselhável a realização de teste de 
detecção de sequências de ácidos nucleicos (NAT) em 
uma amostra, também chamado teste rápido molecular 
para a tuberculose (TRM-MB). Está indicado, 
prioritariamente, para o diagnóstico de tuberculose 
pulmonar e laríngea. O método mais amplamente utilizado 
é denominado GeneXpert® e encontra-se disponível na 
rede pública de saúde. 
 O uso da ferramenta TRM-TB está indicado nas 
seguintes situações: 
♥ Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e 
laríngea em adultos, adolescentes e crianças, 
incluindo pessoas vivendo com HIV; 
♥ Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e 
laríngea em adultos e adolescentes de 
populações de maior vulnerabilidade; 
♥ Diagnóstico de TB extrapulmonar nos materiais 
biológicos já validados (LCR, linfonodos, 
macerados de tecidos, líquido sinovial, líquido 
peritoneal, líquido pericárdico, líquido pleural e 
urina); 
♥ Triagem de resistência à Rifampicina nos casos 
de retratamento; 
♥ Triagem de resistência à Rifampicina nos casos 
com suspeita de falência ao tratamento da TB. 
 Como BAAR positivo pode significar M. tuberculosis ou 
outra micobactéria, a análise deve ser complementada 
com a cultura para identificação da espécie e realização 
de teste de sensibilidade às drogas.No entanto, se forte 
suspeita de tuberculose e BAAR positivo, indica-se início de 
tratamento empírico antes do fechamento da cultura. 
 
 
EXAME DE ROTINA 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
 
 A radiografia de tórax é complementar na investigação 
da doença e deve ser solicitada para todo paciente com 
suspeita clínica de tuberculose pulmonar. 
 As lesões sugestivas de tuberculose em radiografias de 
tórax localizam-se geralmente nas partes altas e dorsais 
dos pulmões, particularmente no pulmão direito ou em 
ambos, e podem apresentar-se como opacidades, 
infiltrados, nódulos, cavidades, fibroses, retrações, 
calcificações, linfadenomegalia, aspecto miliar. 
 Porém, mesmo existindo a doença, a radiografia do 
paciente pode não apresentar alterações em PVHA com 
contagem de linfócitos CD4+ < 200 células/mm3. Outros 
métodos, como ultrassonografia, tomografia e 
ressonância nuclear magnética, podem ser solicitados 
como auxiliares diagnósticos. 
 Broncoscopia para obtenção de lavado broncoalveolar 
e/ou material para biópsia é reservada para situações 
específicas: 
♥ Falha na obtenção de amostras adequadas de 
escarro; 
♥ Exames de escarro negativos na presença de 
forte suspeita clínica; 
♥ Possíveis diagnósticos diferenciais que requerem 
broncoscopia para confirmação ou exclusão; 
♥ Urgência na necessidade de dados para 
diagnóstico. 
 Quando biópsia de tecido/órgão for feita, como nos 
casos de suspeita de tuberculose extrapulmonar, a análise 
histopatológica evidencia granuloma com necrose 
caseosa. 
 A detecção de altos níveis de adenosina deaminase 
(ADA) nos líquidos pleural, pericárdico, sinovial, ascítico e no 
liquor, associada a outras evidências, permite o diagnóstico 
indireto de tuberculose extrapulmonar, principalmente de 
tuberculose pleural. 
 Recomenda-se também o teste para diagnóstico do HIV 
(rápido ou sorológico). 
 
 
♥ Micobacterioses; 
♥ Infecções por outras bactérias; 
♥ Infecções fúngicas; 
♥ Sarcoidose; 
♥ Abscesso pulmonar; 
♥ Embolia séptica pulmonar; 
♥ Câncer de pulmão; 
♥ Linfoma; 
♥ Sarcoma de Kaposi; 
♥ Carcinomatose metastática. 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
 
 
♥ Hemoptise franca; 
♥ Pneumotórax; 
♥ Bronquiectasias; 
♥ Destruição pulmonar extensa; 
♥ Aumento do risco de neoplasia pulmonar; 
♥ Tromboembolismo venoso; 
♥ Aspergilose pulmonar crônica. 
 
 
Antes de iniciar o tratamento, recomenda-se solicitar: 
♥ Hemograma; 
♥ Função renal e eletrólitos; 
♥ Função hepática; 
♥ Dosagem de ácido úrico; 
♥ Sorologias para hepatites B e C e para HIV; 
♥ Avaliação oftalmológica, se tratamento incluir 
Etambutol. 
 As medicações são Rifampicina, Isoniazida, Etambutol e 
Pirazinamida, de acordo com a prescrição. (RIPE). 
 
 
Profilaxia Primária – Prevenção 
 
 A vacina BCG consiste em bacilos vivos atenuados de 
Mycobacterium bovis, e apresenta eficácia variável em 
torno de 75% contra as formas miliar e meníngea da TB. 
A vacina está disponível gratuitamente no Sistema Único 
de Saúde (SUS), incluindo maternidades. É administrada 
por via intradérmica, na inserção do músculo deltoide 
direito, e pode ser administrada simultaneamente com as 
demais vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. 
Vacina BCG: 
Indicações: 
♥ Recém-nascidos com peso ≥ 2 kg; 
♥ Crianças entre 0 e 4 anos, preferencialmente 
menores de 1 ano; 
♥ Contatos intradomiciliares de portadores de 
hanseníase com mais de 1 ano e sem cicatriz 
vacinal; 
♥ Contatos intradomiciliares de portadores de 
hanseníase com mais de 1 ano e vacinados há 
mais de 6 meses; 
♥ Crianças HIV-positivas até 4 anos, 11 meses e 29 
dias assintomáticas, na ausência de sinais e 
sintomas de imunodeficiência. 
Contraindicações: 
♥ Adultos HIV-positivos, independente de sintomas 
e contagem de linfócitos CD4; 
♥ Crianças HIV-positivas a partir de 5 anos de idade, 
mesmo que assintomáticas ou sem sinais de 
imunodeficiência; 
♥ Portadores de imunodeficiências congênitas; 
♥ Indivíduos acometidos de neoplasias malignas; 
♥ Pacientes em tratamento com corticosteroides 
em dose elevada (dose equivalente a Prednisona 
de 2 mg/kg/dia, para crianças até 10 kg, ou de 
20 mg/dia ou mais, para indivíduos > 10 kg), por 
período superior a 2 semanas; 
♥ Pacientes em uso de outras terapias 
imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, 
radioterapia ou outras); 
♥ Gestantes; 
♥ Recém-nascidos de mães que utilizaram durante 
os 2 últimos trimestres da gestação drogas 
imunomoduladoras que atravessam a barreira 
placentária, tais como: anti-TNF (Adalimumabe, 
Infliximabe ou outros). 
Isoniazida: Indicada para recém-nascidos que convivem 
com indivíduos bacilíferos. Tais recém-nascidos não são 
vacinados ao nascer e recebem Isoniazida por 3 meses. 
Depois, é feito o PPD: se ≥ 5 mm, a Isoniazida é mantida 
por mais 3-6 meses; se < 5 mm, a Isoniazida é interrompida 
e a vacina BCG é administrada. 
Profilaxia Secundária - Tuberculose Latente: 
Tratamento 
Opções: 
♥ Isoniazida: A Isoniazida (H) deve ser o esquema 
preferencial para tratamento da infecção 
latente da tuberculose (ILTB). Deverão ser 
COMPLICAÇÃO COMPLICAÇÃO 
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA 
PROFILAXIA 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
administradas 270 doses diárias no período de 9-
12 meses; 
♥ Rifampicina: É preferencial em indivíduos com 
mais de 50 anos de idade, crianças (< 10 anos de 
idade), hepatopatas, contatos de 
monorresistentes à H e intolerância à H. A 
Rifampicina está contraindicada nas PVHA 
(Pessoas Vivendo com HIV/Aids), em uso de 
inibidores de protease ou de Dolutegravir. 
Recomenda-se a utilização de, no mínimo, 120 
doses que deverão ser tomadas idealmente em 
4 meses, podendo-se prolongar até 6 meses; 
♥ Associação de Isoniazida + Rifapentina por 3 
meses. 
Gatilho da Semana 08 (Para o laboratório do dia 30/03) 
DE FREITAS, Amanda Cunha Gomes et al. Tuberculose 
pulmonar e os desafios do tratamento em paciente em 
situação de rua: relato de caso. Brazilian Journal of 
Development, v. 6, n. 10, p. 74922-74934, 2020. 
 
 
Discutir: 
 TUBERCULOSE 
a. Como ocorre a patogenia da 
micobactéria? 
R: A evolução da infecção em uma pessoa 
imunocompetente não previamente exposta depende do 
desenvolvimento da imunidade antimicobacteriana mediada 
por células T. Essas células T controlam a resposta do 
hospedeiro às bactérias e também resultam no 
desenvolvimento de lesões patológicas, tais como 
granulomas caseosos e cavitação. 
 A infecção pelo M. tuberculosis cursa em etapas, da 
infecção inicial dos macrófagos até uma resposta 
subsequente de TH1, com ambas contendo bactérias e 
causando danos teciduais. 
 
 
 
 
 
 O M. tuberculosis se multiplica essencialmente de forma 
incontrolada dentro dos macrófagos, enquanto mais 
tarde, na infecção, a resposta celular estimula os 
macrófagos a controlarem a proliferação da bactéria. Os 
passos na infecção são os seguintes: 
♥ Entrada nos macrófagos. 
♥ Replicação nos macrófagos. 
♥ Múltiplos padrões moleculares associados ao 
patógeno do M. tuberculosis, incluindo lipoproteínas 
e glicolipídios, são reconhecidos pelos receptores 
da imunidade inata, incluindo os receptores Toll-
like, como o TLR2. Isso inicia e aumenta as 
respostas imunes inata e adaptativa ao M. 
tuberculosis. 
♥ Resposta TH1 
♥ Ativação dos macrófagos mediada por TH1 e 
morte das bactérias. 
♥ Inflamação granulomatosa e dano tecidual. 
♥ Papel das outras células imunes. 
♥ Suscetibilidade do hospedeiro à doença. 
♥ Estado imunológico na tuberculose ativa. 
 Em resumo, a imunidade ao M. tuberculosis é 
primariamente mediada pelas células TH1, as quais 
estimulam os macrófagos a matar as bactérias. Essa 
respostaimune, embora largamente eficaz, ocorre à 
custa da destruição tecidual. 
b. Quais são os achados na histologia de 
pulmão? 
R: Tipicamente, o bacilo inalado se implanta nos espaços 
aéreos distais da parte inferior do lobo superior ou na 
parte superior do lobo inferior, usualmente próximo à 
pleura. À medida que a sensibilização se desenvolve, surge 
uma área de 1 a 1,5 cm de inflamação branco-acinzentada 
com consolidação, conhecida como o foco de Ghon. Na 
maioria dos casos, o centro desse foco sofre necrose 
EXERCICIO DE HISTOPATOLOGIA 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
caseosa. Os bacilos da tuberculose, tanto livres como no 
interior dos fagócitos, são drenados para os linfonodos 
regionais, os quais também frequentemente sofrem 
caseação. Essa combinação de lesão parenquimatosa 
pulmonar e envolvimento nodal é referida como complexo 
de Ghon. 
 Histologicamente, os locais de envolvimento ativo são 
marcados por uma reação inflamatória granulomatosa 
característica, que forma tanto tubérculos caseosos, 
quanto não caseosos. Tubérculos individuais são 
microscópicos; apenas quando múltiplos granulomas 
coalescem é que eles se tornam macroscopicamente 
visíveis. Os granulomas são usualmente contidos por uma 
orla fibloblástica pontuada por linfócitos. Células gigantes 
multinucleadas estão presentes nos granulomas. Pessoas 
imunocomprometidas não formam os granulomas 
característicos e seus macrófagos contêm muitos 
bacilos. 
 
 
c. Qual a importância da coloração de 
Ziehl-Neelsen? 
R: O método de coloração de Ziehl-Neelsen é utilizado 
para a detecção dos BAAR (bacilos álcool-ácido-
resistentes). A alta concentração de ácidos micólicos em 
sua parede celular, faz com que a estrutura dessas 
bactérias tenha propriedades hidrofóbicas, tornando-as 
evidentes apenas quando submetidas a técnicas de 
colorações especiais. Morfotintorialmente, as 
micobactérias apresentam-se na forma de bacilos, 
sutilmente curvos ou retos, álcool-ácido-resistentes. 
Passo a passo da coloração de Ziehl-Neelsen 
♥ Um esfregaço do material a ser investigado é 
colocado em uma lâmina de vidro para 
microscopia, com posterior fixação com calor; 
♥ A fucsina de Ziehl (corante avermelhado) é 
então adicionada por toda a lâmina, aquecendo-a 
até a emissão de vapores, repetidamente por 5 
minutos, (deve-se tomar o cuidado para não 
ferver o corante). Nessa etapa, todas as 
bactérias presentes na amostra são coradas em 
vermelho; 
♥ O material então é lavado com água corrente, 
adicionando em seguida o substrato para 
descoloração (solução de ácido clorídrico 3% em 
álcool etílico), lavando-se a lâmina em seguida. 
Agora, as bactérias álcool-ácido-resistentes 
permanecerão vermelhas (já que resistem à 
descoloração), enquanto que as demais não 
conseguem reter o corante, ficando incolores; 
♥ Adiciona-se à lâmina uma solução de azul de 
metileno (corante azulado) por três minutos. 
Nessa fase, as bactérias que antes estavam 
incolores (não álcool-ácido-resistentes) coram-
se de azul; 
♥ Novamente lava-se o material com água 
corrente, com posterior secagem do mesmo. Em 
uma objetiva de grande aumento (1000X) sob 
imersão em óleo, observa-se a lâmina a procura 
de bacilos retos ou ligeiramente curvados, 
avermelhados, com 0,2 a 0,6 micrômetros de 
largura e 1 a 10 micrômetros de comprimento, 
se mostrando como faixas, contas ou 
filamentos. 
 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
♥ Alguns macrófagos fundem-se entre si, 
dando origem às células gigantes do tipo 
Langhans. 
♥ Em torno deste acúmulo de células, há 
linfócitos e fibroblastos. 
♥ A este arranjo nodular de macrófagos, 
macrófagos modificados, linfócitos e 
fibroblastos, damos o nome de 
granuloma. 
♥ Com o aparecimento do fenômeno da 
hipersensibilidade (10 a 14 dias), ocorre 
uma forma peculiar de necrose no 
centro do granuloma, chamada de 
necrose caseosa.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
 
 Lâm. A. 183. Tuberculose pulmonar exsudativa e 
margem de caverna. Fragmento de pulmão mostrando a 
margem de uma caverna, como a da peça R-36, e 
processo inflamatório tuberculoso no parênquima 
pulmonar vizinho. A margem da caverna é constituida por 
material necrótico e exsudato fibrinoso. No tecido 
pulmonar em volta há numerosos tubérculos com necrose 
caseosa. Neste caso, há forte predomínio da reação 
exsudativa, e os tubérculos consistem basicamente de 
áreas de exsudato tuberculoso com necrose caseosa 
central, com tendência a confluirem. A reação exsudativa 
indica má evolução da doença. Granulomas 
(característicos da reação produtiva) são escassos. Na 
periferia dos tubérculos, à margem da necrose caseosa, 
há exsudato preenchendo os alvéolos. O exsudato varia 
de aspecto, podendo ser fibrinoso (com grumos ou 
filamentos eosinófilos de fibrina) ou macrofágico. O 
macrófago é a principal célula na resposta inflamatória 
ao bacilo da tuberculose. Há pequena quantidade de 
outras células como neutrófilos e linfócitos. Em algumas 
áreas há formação de granulomas incipientes, com 
necrose caseosa central. O granuloma é pequeno, com 
poucas células epitelióides e gigantócitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CERRI, Giovanni G.; LEITE, Cláudia da C.; ROCHA, Manoel de S. 
Tratado de Radiologia, Volume 2: Pulmões, Coração e 
Vasos, Gastrointestinal, Uroginecologia. São Paulo: Editora 
Manole, 2017. 9788520453940. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978852
0453940/. Acesso em: 25 mai. 2022. 
 
IMAGEM RADIOLÓGICAS DA TUBERCULOSE 
Figura 1 Pneumonia pelo vírus influenza H1N1. Imagens axiais 
de tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) 
no plano da carina (A), das veias pulmonares inferiores (B) 
e das bases pulmonares (C e D) revelam múltiplas áreas 
de opacidade em vidro fosco e pequenos focos de 
consolidação alveolar (setas) comprometendo todos os 
lobos pulmonares, de forma mais extensa nas bases. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TUBERCULOSE PÓS-PRIMÁRIA: 
FIG. 2 Tuberculose pós-primária. Radiografia de tórax 
poste- roanterior evidencia opacidades reticulares e 
nódulos mal definidas bilaterais, predominando nos campos 
pulmonares superiores. 
 
 
 
 
 
 
Imagem 
Tuberculose 
REFERÊNCIAS 
ITPAC-CZS Alícia Landazuri TUBERCULOSE 30.03.22 
 
FIG.3 Tuberculose primária. Radiografia de tórax 
posteroanterior (A), imagem axial (B) e coronal (C) de 
tomografia computado- rizada de tórax com contraste 
evidenciam consolidação pulmonar e opacidades em vidro 
fosco no lobo superior direito associadas a 
linfonodomegalias hilares à direita e mediastinais. Nota-se 
que as linfonodomegalias apresentam áreas de 
hipodensidade central compativ́eis com 
necrose/liquefaçaõ. 
 
Fig. 4 Tuberculose pós-primária. Imagens axial (A) e 
sagital (B) de tomografia computadorizada de tórax 
evidenciam áreas de consolidação com focos de 
escavação (setas), nódulos acinares e micronódulos 
centrolobulares e imagens com aspecto de “árvore em 
brotamento” (círculos) bilaterais. Observa-se o predomínio 
dos achados nas regiões apicoposteriores dos pulmões. 
 
FIG. 5 Tuberculoma. Imagens axial (A) e coronal (B) de 
tomografiacomputadorizada de tórax evidenciam nódulo 
escavado no segmento apicoposterior do lobo superior 
esquerdo com micronod́ulos centrolobulares sateĺites 
(setas). 
 
 
Fig. 6 Tuberculose miliar. Radiografia posteroanterior 
(A) e imagem coronal de tomografia computadorizada de 
tórax (B) evidenciam múltiplos pequenos nódulos 
distribuídos de forma difusa e randômica por ambos os 
pulmões. 
 
FIG. 7 Tuberculose em paciente com aids. Radiografia 
posteroanterior (A) e imagens axiais de tomografia 
computadorizada de tórax (B e C) evidenciam extensas 
áreas de consolidação no pulmão direito, com pequeno 
foco de escavaçaõ (seta). Notam-se tambeḿ opacidades 
centrolobulares esparsas no pulmaõ esquerdo e 
linfonodomegalia subcarinal (círculo). 
 
FIG 8. A. Tuberculose pericárdica crônica. Imagem axial de 
tomografia computadorizada de tórax evidencia 
espessamento pericárdico com calcificações (seta). 
B. Tuberculose pleural. Imagem axial de tomografia com- 
putadorizada de tórax evidencia pequeno derrame com 
espessamento e realce pleural (seta) à esquerda. Note a 
proeminência da gordura extrapleural (*). 
 
 
 
 
 
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FIG. 9 Espondilite tuberculosa. Imagens axial (A) e sagital 
(B) de tomografia computadorizada de tórax evidenciam 
esclerose e erosoẽs ośseas nos platôs vertebrais de T6 
a T8, principalmente na porçaõ anterior, com acentuaçaõ 
da cifose. Nota-se também a presença de coleções 
paravertebrais (setas). 
 
ANOTAÇÕES: 
 PRÁTICA INTEGRADAS DE PATOLOGIA CLÍNICA E 
FARMACOLOGIA ANEXADAS. 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=zPhA5lPMHJ4&t=1s. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES 
https://www.youtube.com/watch?v=zPhA5lPMHJ4&t=1s
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