Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 9 Conceito de conformidade Com a promulgação da Norma Brasileira ABNT NBR ISO/IEC 17000, em 31 de outubro de 2005, a melhor forma para apresentação de conceitos, definições, vocabulário e princípios gerais passou a ser a Avaliação da Conformidade (AC). De acordo com essa Norma, trata-se da: “[...] demonstração de que requisitos especificados relativos a um produto, processo, sistema, pessoa ou organismo são atendidos”. Subentende-se, então, que qualquer avaliação feita para verificar se um objeto atende a requisitos preestabelecidos encaixa-se nesse conceito. Entretanto, precisamos distinguir a Avaliação da Conformidade feita pontualmente daquela realizada sistematicamente — a que nos interessa nesta aula. Sendo assim, para fins didáticos, cabe, aqui, introduzirmos uma concepção que nos permita analisar, de forma mais crítica, o contexto em que essa atividade é exercida no Brasil. Avaliação da Conformidade Como vimos, a Avaliação da Conformidade é duplamente bem-sucedida, na medida em que proporciona confiança ao consumidor e, ao mesmo tempo, requer a menor quantidade possível de recursos para atender às necessidades das partes interessadas. Por um lado, a AC assegura ao cliente que o produto, processo ou serviço está de acordo com as normas ou regulamentos previamente estabelecidos em relação a critérios que envolvam, principalmente, a saúde e a segurança do indivíduo, além da proteção do meio ambiente. Por outro, esse processo aponta ao empresário as características técnicas que seu produto deve atender para adequar-se às referidas normas ou regulamentos, dentre os quais, podemos destacar: ISSO 9000 ANS ANVISA PNQ Implantação da Gestão por Processos Observamos que, para se manter competitiva, a organização deve focar em seus processos, a fim de criar uma visão holística do negócio. De acordo com De Sordi (2008, p. 20), nessa busca pela competitividade: “[...] as mais recentes práticas empresariais introduzidas nas organizações estão levando-as na direção dos processos de negócios”. Em função disso, é preciso que haja: • Mudanças nas práticas administrativas; • Reestudo da forma de ação e de gerenciamento; • Proposição da cultura de mudanças; • Abertura a novas ideias. Afinal, a contínua melhoria dos processos otimiza os negócios organizacionais ou os resultados empresariais e a consolidação de seus produtos e serviços. (OLIVEIRA, 2007, p. 14). • O estabelecimento de metas; • A identificação de uma metodologia; • A medição do desempenho dos processos; • A definição de indicadores de desempenho; • A definição e o exame dos processos atuais; • O mapeamento dos processos da organização; • A implantação de um sistema de qualidade/melhoria contínua; • O reconhecimento dos anseios do público interno da organização; • O reconhecimento dos principais concorrentes e de sua atuação no mercado; • A classificação dos processos em macroprocessos e sua divisão em subprocessos; • O conhecimento dos principais fornecedores e de suas condições perante o mercado. Profissionais de processos de negócios Gestor de processos: Aquele que responde pela gerência e pelo controle dos principais processos e de suas atividades. Gestor de projetos : Aquele que responde pela implementação dos projetos e que transfere a condução para a área responsável. Arquiteto : Aquele que responde pela montagem de um processo para a melhoria e otimização das atividades, eliminando desperdícios, gargalos e retrabalhos. O objetivo é chegar aos processos ideais em uma “situação-futuro”. Mapeador e modelador: Aquele cuja responsabilidade é “desenhar” todas as etapas e atividades dos processos da organização, ou seja, descrever como eles funcionam no momento. Esses profissionais de processos devem seguir determinado perfil. Em outras palavras, eles precisam: Ser questionadores, fazendo a pergunta certa, o que lhes permitirá conseguir a informação de que precisam. Dominar, ao menos, mais uma língua, além do português. Ser pacientes, a fim de conquistarem a confiança dos que estão envolvidos nos processos e daqueles que os executam. Ter bom relacionamento interpessoal. Ter conhecimento de sistemas de informação, tais como ferramentas de mapeamento e otimização de processos. Escritório de Gestão por Processos Sabemos que as organizações são estruturas sociais — formadas por um grupo de pessoas — intencionalmente constituídas e reconstituídas para atingir objetivos específicos. A organização orientada para processos surgiu na década de 1990, com a finalidade de tornar mais efetiva a gestão empresarial, seja: • Quebrando paradigmas; • Aumentando a transparência das organizações; • Facilitando a otimização de recursos e, consequentemente, dos resultados. Disso resultou o surgimento do conceito de Escritório de Gestão por Processos (EGP): aquele que busca favorecer a disseminação da cultura de Gestão de Processos e a internalização dos princípios do Modelo de Gestão da Excelência. Sua missão é supervisionar e gerenciar os processos a partir da atividade de modelagem — realizada com base no conceito de estruturação. Respeitando as ferramentas necessárias à análise e melhoria contínua dos processos, o propósito é fortalecer a cultura da inovação e a gestão das informações. Obs: O Escritório de Gestão por Processos é a estrutura necessária para que todas as ações em gestão e automação de processos da empresa sejam executadas de forma alinhada. Coordenado por um Comitê de Gestão de Processos, suas principais atribuições são: • O planejamento das ações de cada serviço; • A coordenação de sua execução; • A análise crítica sobre os resultados obtidos em cada ciclo de análise e implantação Ferramenta Kaizen Em um mundo tão competitivo como o atual, as empresas têm-se preocupado em adaptar-se para atender à demanda crescente do mercado. Por isso, suas atenções se voltaram para o sistema de produção e a forma com que os colaboradores — desde a alta gestão até o “chão de fábrica” — estão lidando com essas mudanças. Um instrumento simples e de fácil aplicação que tem ajudado os gestores a melhorar cada vez mais seus sistemas de produção é o kaizen: uma ferramenta que busca o melhoramento contínuo. A partir da visão de todos os colaboradores, esse mecanismo de gestão permite: • Identificar procedimentos automatizados; • Minimizar falhas; • Atender à demanda do mercado dentro dos prazos de entrega; • Garantir a satisfação dos clientes. Palavra de origem japonesa, o termo kaizen significa mudança para melhor, melhoria contínua na vida em geral — seja ela pessoal, familiar, social — e no trabalho. De acordo com essa filosofia, é sempre possível fazer melhor. Nenhum dia deve passar sem que alguma melhoria tenha sido implantada na estrutura da empresa ou no indivíduo. Para o kaizen, trabalharemos e viveremos de forma mais equilibrada e satisfatória possível se, pelo menos, três quesitos forem atendidos no ambiente de trabalho: • Estabilidade financeira e emocional ao empregado; • Clima organizacional agradável; • Ambiente simples e funcional. O sistema de produção da Toyota é conhecido pela aplicação desse princípio. Melhoria contínua dos processos Movimento Os desperdícios de movimento estão presentes nas mais diversas operações. A economia desses deslocamentos — obtida pela aplicação de metodologias de estudo de tempo e movimentos no trabalho — aumenta a produtividade e reduz o tempo associado ao processo produtivo. Superprodução Há dois tipos de superprodução • Quantitativa — quando se fabricam mais produtos que o necessário; • Temporal — quando eles são produzidos antes do necessário. É um desperdício antecipar-se à demanda e produzir mais, além do que o momento pede. Geralmente, isso ocorre em função de: • Aumento do tempo de preparação das máquinas, o que induz à produção em lotes maiores; • Incerteza da ocorrência de problemas de produção e qualidade; • Falta de coordenação e informação entre os diferentes setores envolvidos no processo produtivo. Espera Trata-se da acumulação de material a ser processado,devido ao longo tempo de preparação de máquinas e à busca de sua máxima utilização. Técnicas para diminuir os tempos de preparo de ferramentas têm o objetivo de eliminar este tipo de desperdício, além de focalizar a atenção no fluxo de materiais — e não nas taxas de uso das máquinas. O objetivo é sincronizar as atividades e balancear as linhas de produção. Transporte As atividades internas de transporte nunca acrescentam valor aos processos. Ao contrário: quando são realizadas além do necessário, constituem desperdício de tempo e recursos. Portanto, devemos reduzir essas atividades, a fim de melhorar o arranjo físico da fábrica (leiaute) e diminuir as distâncias percorridas pelo material ao longo do processo. Processamento: Shingo(1989) sugere que atividades de engenharia e análise do valor dos processos devam ser utilizadas para diminuir o número de mão de obra necessária a eles. Da mesma forma, os componentes e as funções de determinados processos devem ser avaliados para determinar sua real necessidade. Qualquer elemento ou processo que não adicione valor ao produto deve ser eliminado. Inventários: A redução de inventários deve ser feita por meio da eliminação das causas que geram a necessidade de se manter estoques — aquilo que consiste em desperdício de investimento e espaço. O objetivo é manter apenas o inventário vivo, isto é, aquele que está passando por um processo de acréscimo de valor. A relação entre a eliminação dos outros tipos de desperdícios e os estoques é importante, já que estes diminuem, entre outros fatores, o tempo de preparação das máquinas e os lead times, balanceando a carga de trabalho e sincronizando os fluxos de materiais através do processo. Produtos defeituosos: Problemas de qualidade são grandes geradores de desperdício no processo produtivo, pois representam perda de materiais e gastos com: • Mão de obra; • Equipamentos; • Movimentação; • Armazenagem; • Inspeção de produtos defeituosos.
Compartilhar