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1 RESENHA DE JUVANDI (DANIELSON SOUZA) PDF

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SANTOS, Juvandi de Souza. Os tapuias Cariris dos Sertões da Paraíba: O 
meio em que viviam, seus usos e costumes. Queimadas: Cópias & Papéis, 
2019. 
 
A obra intitulada: “Os tapuias Cariris dos Sertões da Paraíba: O meio em que 
viviam, seus usos e costumes” trata de um estudo histórico e material, em que 
nos instrui sobre as primeiras habitações dos índios cariris no estado da Paraíba, 
nos mostra os setores as quais se adaptaram e as dificuldades encontradas na 
região, seu conhecimento técnico diante de modos de sobrevivência, além do 
mais, as transmutações dos grupos sociais indígenas nos primórdios, ou seja, o 
principal propósito do autor é esclarecer a vida dos povos indígenas cariris até a 
sua extinção da superfície terrestre do Estado paraibano (séc XIX), além de 
expor outros grupos que estiveram na região (os Tarairiús e os portugueses), 
pois é constatável que de alguma forma houve contato entre eles. O Livro 
contém: 3 capítulos, 11 seções, 158 páginas, 19 figuras ilustrativas e 7 quadros 
com informações complementares. Além disso, a obra é ajustada a linguagem 
técnica, perceptível através de alguns termos científicos, como também a 
utilização de autores teóricos famigerados, servindo de base até para 
demonstrar algumas características dos índios cariris: “as principais tribos, as 
diferenças étnicas dos grupos, ‘provas do que era os cariris e os tarairiús’ e por 
fim os padrões fúnebres de cada conjunto humano”, é necessário manifestar que 
essas informações foram expostas nos quadros (com alguns comentários 
necessários do autor). Em uma análise breve de cada divisão fica evidente que 
no primeiro capítulo é exposto as principais fontes alimentares dos antigos 
indígenas dos sertões (elementos essenciais para a sua sobrevivência) sendo 
utilizado seu amplo conhecimento dos meios naturais da localidade, como 
também a caracterização das espécies na área da caatinga, o clima da região, 
o processo de interiorização da Paraíba a partir de duas linhas conceituais, a 
dificuldade encontrada nos períodos de seca na região paraibana — 
especificamente nos anos de 1692 – 1877 — fato que consolida a resistência 
dos índios contra a seca e a fome, onde diante dessas grandes secas foi 
constatado até casos de antropofagia (canibalismo humano) entre os colonos. 
Ou seja, o ponto central do capítulo é indagar as condições habituais daqueles 
povos. Outrossim, a busca incansável dos colonizadores por riquezas/lucros 
sendo então uma das causas do desaparecimento desse grupo humano. No 
 
 
 
 
segundo capítulo é abordado algumas teorias sobre a terminologia “Tapuia”, em 
que diversos autores a discute, cada qual com a sua visão, porém a noção do 
termo se relaciona com a noção de “barbárie”, “índios despossuídos”, “sem 
unidade independente”, “com pouco conhecimento”, “agressivos” — significando 
“inimigos” — além de tudo, é explanada a diferença étnico-cultural entre os 
indígenas: tapuias do nordeste e os principais traços dos cariris (algumas 
características físicas do grupo) isso de acordo com alguns cronistas. É 
explanado também, as principais tribos da nação cariri que habitavam os confins 
da Paraíba (Chocos, Paratiós, Carnoiós, Bodopitás, Bultrins, Icós e Coremas), 
ademais, a constatação de trocas de costumes e traços comuns entres os 
grupos. Já no terceiro capítulo a princípio é apresentado as causas da extinção 
do índios cariris, onde foram comprovadas três razões: 1° advindo da ocupação 
de terras de conquistadores (causando assim massacre), 2° doenças 
transmitidas pelos brancos e 3° o grande processo de modificação cultural a qual 
foram obrigados, é relatada também a Guerra dos Bárbaros (conflito entre os 
Tapuias e os bandeirantes vindo de diversos lugares do Brasil). Além disso, o 
legado deixado por esses grupos humanos, em que é claro a sua importância 
até os tempos modernos, como uso de plantas medicinais para o tratamento de 
doenças, locomoção sazonal para pesca, caça e coleta através de estratégias 
de sobrevivência nas áreas de caatinga (utilização de armadilhas para a captura 
de peixes e animais), a fabricação de utensílios artesanais (como panela de 
barro, peneiras, cestos de palhas, berimbau), além das formas de plantações — 
tipo a agricultura itinerante — essa apropriada às condições climáticas da 
localidade (principais plantações eram: o milho, feijão, abóboras, batata-doce e 
a mandioca). Sendo assim, é evidente que há uma cultura imaterial dos índios 
Cariris presente entre nossas vidas, sendo de imensa importância não só para a 
região em si, mas sim para todo o território brasileiro. Como também é 
constatável que o principal causador de implicações ambientais na área foi o 
colonizador europeu, diante de sua ambição, igualmente da implementação do 
sistema capitalista. Através da leitura do livro do Dr. Juvandi é constatável a 
objetividade do autor, assim como a multidisciplinaridade, pois é utilizado 
diversos autores da historiografia e termos teoricamente científicos, ele 
consegue de maneira excepcional conectar a história, geografia, biologia, 
arqueologia e a paleontologia, isso demostra a habilidade do escritor diante da 
 
 
 
 
abordagem/linguagem intelectual em que recorre a elementos concretos sempre 
buscando explicar as questões pertinentes à história local, desenvoltura útil para 
a compreensão do trabalho desenvolvido, mesmo diante da dificuldade em 
encontrar outras fontes confiáveis. Para tal, resgata a cultura extinta da Paraíba. 
Indico esta obra esplêndida a todos os discentes, pesquisadores, estudiosos e 
interessados pela história indígena/história da Paraíba, escrita de fácil 
entendimento, simples e concreta. Ademais, a realização desta obra deixa um 
legado para a pré-história da Paraíba já que pouco se sabe sobre a região, além 
de que as poucas pesquisas existentes são rudimentares. De tal forma como é 
descrito pelo Elias Borges (1993) que esclarece as causas desta problemática, 
segundo ele há dificuldade em pesquisar a história indígena na região diante de 
que houve a destruição dos arquivos e bibliotecas a qual mantinham 
fontes/materiais sobre os Tapuias, outro ponto é a confiança exacerbada nos 
historiadores primários acerca da localidade, onde em muitos casos há 
contradições, quer dizer, “historiografia incerta”. Como autor da obra o professor 
Dr. Juvandi de Souza Santos que possui graduação em Licenciatura Plena em 
História pela Universidade Estadual da Paraíba (1993); tem especialização em 
História do Brasil República pela UFPB (1996). Especialização em Regionalismo 
e Análise Regional pela UEPB (1998); Pós-Graduado (Especialização) em 
Paleontologia e Cultura, pela Faculdade Dom Alberto (2020). Mestrado em 
Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba (2001). 
Mestrado em Arqueologia e Conservação do Patrimônio pela Universidade 
Federal de Pernambuco (2006). Doutorado em História/Arqueologia pela 
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2009); 1. Pós-Doutorado 
em História/Arqueologia (Ênfase em Arqueologia Pré-Histórica) pela PUC/RS 
(2011); 2. Pós-Doutorado em História/Arqueologia (ênfase em Arqueologia 
Histórica Missioneira) na PUC/RS (2014); 3. Pós-Doutorado em 
História/Arqueologia pela PUCRS-2019, com ênfase em Arqueologia Histórica 
Militar. Além disso. Atualmente exerce as seguintes atividades: coordenador do 
NUPEHL-UEPB; tem 37 livros publicados e dezenas de artigos em congressos, 
simpósios, etc., além de publicar com frequência em revistas de Magazine e 
jornais locais; tem cerca de duas dezenas de capítulos de livros publicados. 
Coordena o Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB 
(LABAP/UEPB) e é o curador do Museu de História Natural da Paraíba, onde 
 
 
 
 
realiza diversas pesquisas na área rupestre. Danielson Jovencio de Souza — 
Graduando História pela Universidade Estadual da Paraíba — UEPB.

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