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CAPACIDADE DE CARGA FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA Prof. Paula Sant'Anna Moreira Pais paula.pais@prof.unibh.br FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES O projeto de uma fundação deve satisfazer aos seguintes critérios: Os recalques devem estar abaixo de limites toleráveis para a obra; 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 para a obra; O solo sob a fundação não deve romper; O elemento de fundação deve ter uma segurança adequada contra a ruptura. TENSÃO APLICADA AO SOLO As fórmulas de capacidade de carga são determinadas a partir do conhecimento do tipo de ruptura que o solo pode sofrer, dependendo das condições de carregamento. Tensão aplicada ao solo: 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Tensão aplicada ao solo: CAPACIDADE DE CARGA DO SOLO Curva Carga vs. Recalque Capacidade de carga do solo: FS de 2 a 3r s s Sendo: σ = Tensão aplicada no solo 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 FS de 2 a 3 FS s ss FATOR DE SEGURANÇA É o valor adotado para o projeto, de modo que a fundação superficial sofra apenas recalques que a construção pode suportar sem inconvenientes e oferecendo, simultaneamente, segurança satisfatória contra a ruptura. Valores de fatores de segurança a se considerar: 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Valores de fatores de segurança a se considerar: TIPOS DE RUPTURA Curva Carga vs. Recalque Curva C1: Solo compacto ou rijo Curva C2: Solo fofo ou mole Ruptura Geral: perfeitamente caracterizada (tangente 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Ruptura Geral Ruptura Local caracterizada (tangente vertical) Ruptura Local: A capacidade de carga é arbitrada por Terzaghi como sendo a abcissa σ’r do ponto a partir do qual a curva se torna retilínea. Curva Carga vs. Recalque Ainda hoje é motivo de polêmica a definição de um critério de ruptura adequado para a TIPOS DE RUPTURA 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 adequado para a interpretação de curva tensão x recalque que não evidencia ruptura nítida. TIPOS DE RUPTURA Vesic é um dos principais autores sobre o tema capacidade de carga de fundações. Dentre seus principais trabalhos pode-se citar Vesic (1975). Ao se aplicar uma carga sobre um elemento de fundação isolado, pode-se provocar três tipos de ruptura num maciço 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 isolado, pode-se provocar três tipos de ruptura num maciço de solo: 1. RUPTURA GERAL; 2. RUPTURA LOCAL; 3. RUPTURA POR PUNCIONAMENTO. Portanto, acrescenta-se um terceiro modo de ruptura aos critérios definidos anteriormente por Terzaghi. TIPOS DE RUPTURA - GERAL É caracterizada por solos muito compactos ou consistentes, apresentando uma superfície de deslizamento bem definida e tendência de levantamento do solo adjacente a fundação. A ruptura é brusca e catastrófica com perda de carga e recalques baixos. 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 recalques baixos. TIPOS DE RUPTURA - LOCAL É caracterizada por um modelo que é bem definido apenas imediatamente abaixo da fundação, ocorrendo um levantamento do solo. Não haverá um colapso ou um tombamento catastrófico da fundação, que permanecerá embutida no terreno, mobilizando 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 a resistência de camadas mais profundas. TIPOS DE RUPTURA - PUNCIONAMENTO É caracterizada por mecanismo de difícil observação. À medida que a carga cresce, o movimento vertical da fundação é acompanhado pela compressão do solo imediatamente abaixo. O solo fora da área carregada praticamente não participa do 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 processo, não há colapso visível. DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CARGA A determinação da capacidade de carga pode ser feita tanto teoricamente, empregando fórmulas teóricas ou semi- empíricas existentes ou experimentalmente, através da execução de provas-de-carga. 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 1) Fórmulas teóricas : Terzaghi e Skempton 2) Ensaio de prova de carga sobre placa 3) Ensaios de laboratório (Com base nos ensaios de laboratório (ensaio oedométrico, triaxial entre outros), pode-se adotar como tensão admissível do solo o valor da pressão de pré adensamento (spa). 4) Método empíricos e semi-empíricos Ruptura Geral As hipóteses básicas empregadas são: O solo apresenta comportamento compacto ou rígido; TEORIA DE CAPACIDADE DE CARGA DE TERZAGHI 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 compacto ou rígido; A sapata é corrida; A interface solo-sapata é rugosa; Os trechos AC e DE da linha de ruptura são retos e o trecho CD é um arco de espiral; O atrito ao longo de BC e BD é desprezado; Carga vertical e centrada. TEORIA DE CAPACIDADE DE CARGA DE TERZAGHI Coesão Ângulo de atrito Sobrecarga Formulação: 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Coesão Ângulo de atrito Sobrecarga Onde: γ = Peso específico; C = Coesão do Solo; B = Largura da Sapata; q = γ h = peso do solo na profundidade de implantação; Nc, Nγ, e Nq são fatores de capacidade de carga (dependem do ângulo de atrito). Sc, Sγ, e Sq são fatores de forma (dependem da forma da sapata). TEORIA DE CAPACIDADE DE CARGA DE TERZAGHI Fator de Capacidade de Carga Terzaghi: 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 TEORIA DE CAPACIDADE DE CARGA DE TERZAGHI Fator de Capacidade de Carga de Brinch Hansen : Φ Nc Nγ Nq 0 5,14 0,00 1,00 5 6,48 0,09 1,57 10 8,34 0,47 2,47 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 10 8,34 0,47 2,47 15 10,97 1,42 3,94 20 14,83 3,54 6,40 25 20,72 8,11 10,66 30 30,14 18,08 18,40 35 46,13 40,69 33,29 40 75,32 95,41 64,18 45 133,89 240,85 134,85 50 266,89 681,84 318,96 TEORIA DE CAPACIDADE DE CARGA DE TERZAGHI Fator de Forma: 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 TEORIA DE CAPACIDADE DE CARGA DE TERZAGHI Quando não se dispõem de ensaios de laboratório em que constem coesão e atrito, podem-se em primeira aproximação, estimar esses valores, através de correlações, por meio da tabela abaixo. 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 1- Determinar o diâmetro de uma sapata com as seguintes características: cota de apoio, 1,2 m; Φ = 33º; γ = 17,5 kN/m³; coesão desprezível. Carga do Pilar de 550 kN. Solução: qqccr sNqsNBsNC gggs 2 1 EXERCÍCIO 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 qqccr sNqsNBsNC gggs 2 Solução: Φ = 33º qqccr sNqsNBsNC gggs 2 1 EXERCÍCIO Pelo ábaco: Nc = 50, 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Nc = 50, Nγ = 30, e Nq = 35 Solução: Determinar o diâmetro de uma sapata qqccr sNqsNBsNC gggs 2 1 EXERCÍCIO Para sapata circular: 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Para sapata circular: sc = 1,3, sγ = 0,6, e sq = 1,0 1- Determinar o diâmetro de uma sapata com as seguintes características: cota de apoio, 1,2 m; Φ = 33º; γ = 17,5 kN/m³; coesão desprezível. Carga do Pilar de 550 kN. Solução: EXERCÍCIO 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Adotando FS = 3, qqccr sNqsNBsNC gggs 2 1 r r FS ss s s 3 EXERCÍCIO Logo: 1352,15,176,0305,17 2 1 3,15003 xxxxxDxxxx s 24552,5Dσ qqccr sNqsNBsNC gggss 2 1 3 Dq g ss 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 D² 700 4 ² 550 DA P s 0700²245³5,522455,52 ² 700 DDD D 1,50mD Por outro Lado – considerando: Igualando e resolvendo por tentativas: ss TEORIA DE CAPACIDADE DE CARGA DE SKEMPTONqNc cr s Dq g *Esta fórmula só é válida para solos puramente coesivos (φ=0) 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 q FS Nc c s Sendo: D = Corresponde ao valor do “embutimento” da fundação na camada de argila. c = Coesão do solo q = Pressão efetiva do solo na cota de apoio da fundação. g = Peso específico do solo Nc = Fator de capacidade de carga devido à coesão TEORIA DE CAPACIDADE DE CARGA DE SKEMPTON 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 1- Para o esquema abaixo, determinar o FS da sapata quadrada de 2m de lado por Terzaghi e Skempton. EXERCÍCIO 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Solução: ²/80 2 160 mkN 2 qu c ²/250 22 1000 mkN x ss ²/49191152 mkNxxq qu – resistência a compressão simples EXERCÍCIO Solução por Terzaghi: 3,2 250 584 FS ²/58411498,00219 2 1 3,1.14,580 mkNr s qqccr sNqsNBsNC gggs 2 1 B/L = 2/2 = 1 FS rss 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Solução por Skempton: q FS NC c s 250 49 2,780 250 FS x s 9,2FS D/B = 1/2 = 0,5 FS 7,2 TEORIA DE CAPACIDADE DE CARGA DE TERZAGHI Fator de Capacidade de Carga de Brinch Hansen : Φ Nc Nγ Nq 0 5,14 0,00 1,00 5 6,48 0,09 1,57 10 8,34 0,47 2,47 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 10 8,34 0,47 2,47 15 10,97 1,42 3,94 20 14,83 3,54 6,40 25 20,72 8,11 10,66 30 30,14 18,08 18,40 35 46,13 40,69 33,29 40 75,32 95,41 64,18 45 133,89 240,85 134,85 50 266,89 681,84 318,96 TEORIA DE CAPACIDADE DE CARGA DE TERZAGHI Fator de Forma: 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 EXERCÍCIO 2- Usando a teoria de Skempton, determine o lado da sapata quadrada abaixo com FS=3. 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Solução: q FS NC c s ²/6,38182,1171 mkNxxq EXERCÍCIO Solução: q FS NC B P c ² 6,38 3 40 ² 800 c N B ss Tensão aplicada ≤ Tensão admissível B/L = B/B = 1 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Como 6,2 < Nc < 9,0 para fundações quadradas: 1) Nc = 6,2 B = 2,57; 2) Nc = 9,0 B = 2,24 cNB 408,1152400 2 6,38 3² B cN B 895,2 60 EXERCÍCIO Como 2,24 < B < 2,56, adotaremos valores: Para B = 2,24 Nc = 7,3 ( NOK)9,1354,1596,38 3 3,740 24,2 800 2 x q NCP c ss Tensão aplicada ≤ Tensão admissível 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 324,2 B/L = B/B = 1 D/L = 1,2/2,24 = 0,53 7,3 q FSB c ² EXERCÍCIO Como 2,24 < B < 2,56, adotaremos valores: Para B = 2,5 Nc = 7,1 ( OK)3,1330,1286,38 3 1,740 5,2 800 2 x Tensão aplicada ≤ Tensão admissível q FS NC B P c ² ss 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 35,2 7,1 q FSB ² B/L = B/B = 1 D/L = 1,2/2,5 = 0,48 ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Placa = distribui a carga, simula a condição de uma fundação rasa. Reação = podendo ser de algumas formas ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA Este ensaio procura reproduzir, no campo, o comportamento da fundação direta sob a ação das cargas que lhe serão impostas pela estrutura. 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 estrutura. Uma placa é carregada por meio de um macaco hidráulico que reage contra um sistema de reação qualquer, que pode ser uma caixa carregada, ou um grupo de tirantes. ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA Execução do Ensaio: A prova de carga é executada em estágios de carregamento onde em cada estágio são aplicados ≤ 20% da taxa de trabalho presumível do solo. 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Placa rígida - área superior a 0,5 m². Em cada estágio de carregamento, serão realizadas leituras das deformações logo após a aplicação da carga e depois em intervalos de tempos de 1, 2, 4, 8, 15, 30 minutos, 1 hora, 2, 4, 8, 15 horas, etc. ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA Execução do Ensaio: O ensaio deve ser levado até, pelo menos, a obtenção de um recalque de 25 mm ou até atingir-se o dobro da tensão admissível. 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 o dobro da tensão admissível. ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA Execução do Ensaio: Último estágio de carga pelo menos 12 horas, se não houver ruptura do terreno. O descarregamento deverá ser feito em estágios 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 O descarregamento deverá ser feito em estágios sucessivos não superiores a 25% da carga total, medindo-se as deformações de maneira idêntica a do carregamento. ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA Execução do Ensaio: Os resultados devem ser apresentados como mostra a seguir. Tensão (kPa) Geralmente, para solos de alta resistência, prevalece o critério da ruptura, pois as deformações são 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 R e c a lq u e ( m m ) ruptura, pois as deformações são pequenas. Para solos de baixa resistência, prevalece o critério de recalque admissível, pois as deformações do solo serão sempre grandes. Solo – Comportamento elasto-plástico ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA Limitações do Ensaio Quando o meio é homogêneo - os estudos mostram que quando duas sapatas são carregadas com a mesma intensidade (q), a sapata maior apresentará maior recalque. O bulbo de tensões é afetado pela forma da sapata, 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 O bulbo de tensões é afetado pela forma da sapata, resultando que uma sapata corrida apresentará maior recalque do que uma sapata quadrada, para mesma intensidade de carregamento. Uma sapata três vezes maior que a placa, os recalques da sapata serão o triplo dos da placa, para uma mesma tensão aplicada. ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA Bulbo de tensões no mesmo tipo de solo 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 ENSAIO DE PROVA DE CARGA SOBRE PLACA Capacidade de Carga do Ensaio Ruptura Geral 2, FS FS rss 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Ruptura Local 10 25 2, s s s FS FS EXERCÍCIO 1- Estime a tensão admissível de uma fundação a partir do resultado de prova de carga a seguir. Despreze o efeito do tamanho da fundação. 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 EXERCÍCIO Solução: Traça-se a curva ligando os pontos conforme indicado na figura Por se tratar de uma ruptura local, devemos tomar as cargas referentes as deformações de 10 e 25 mm. A carga admissível será 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 referentes as deformações de 10 e 25 mm. A carga admissível será dada por: A carga de admissível será de 240 kPa. kPaMPa kPaMPa S 24024,0 26026,0 2 52,0 2 10 25 s s s EXERCÍCIO 0,24 0,52 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 MÉTODOS SEMI- EMPÍRICOS – AULAS 3 E 5 Com base no valor médio do SPT. Aula 3 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 Fundação Rasa Para solos com SPT≤ 20. Aula 5 MÉTODOS SEMI- EMPÍRICOS – AULAS 3 E 5 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 5 Tubulões A tensão admissível do solo de apoio da base será obtida por:Para tubulões longos. Para solos com SPT≤ 20. MÉTODOS SEMI- EMPÍRICOS – AULAS 3 E 5 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 5 Para tubulões longos. Para tubulões curtos. Para solos com SPT≤ 20. (SPT)médio = média aritmética dos valores de SPT na região localizada entre a cota de apoio do tubulão e o término do bulbo de pressão. MÉTODOS EMPÍRICOS – TABELAS Pressão admissível com base na 24/03/2015Fundações e Obras de Terra - Aula 6 com base na descrição do terreno.
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