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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Uma das maiores causas de cegueira mundial (juntamente com catarata e retinopatia diabética); É o aumento da pressão intraocular ➝ causa alterações no nervo óptico e perda de campo visual (CV); Pressão intraocular (PIO): mantida pelo conteúdo líquido do globo ocular (principalmente humor aquoso); o PIO normal: 12 a 18 mmHg; mas cada indivíduo apresenta o seu próprio nível normal de PIO; Humor aquoso: formado nos processos ciliares do corpo ciliar; atinge a câmara anterior através da pupila; absorvido no ângulo irido-corneano através do canal de Schlemm; o Anidrase carbônica catalisa reações que fornecem HCO3- (essencial para a secreção ativa do humor aquoso); Hipertensão ocular: aumento da PIO sem alterações no nervo óptico e sem perda de campo visual; Alterações no nervo óptico: escavação e palidez da área central; o Primeiro escavação total e depois a palidez do nervo Alterações de campo visual: iniciam-se perifericamente e atingem o campo central à medida que progridem; o Para que tenha alteração no campo visual, é necessária perda das fibras nervosas (escavação grande); Recuperação de CV perdido só é possível no glaucoma congênito; História familiar: familiares de 1º grau; Diabetes mellitus: mais frequente em pacientes com glaucoma do que na população em geral; o A presença de glaucoma em diabéticos pode oferecer alguma proteção para o desenvolvimento de retinopatia proliferativa ➝ olho glaucomatoso já está acostumado à hipóxia, pelo aumento da PIO; Doença vascular sistêmica: isquemia crônica da cabeça do nervo óptico ➝ desenvolvimento de perda de C.V; Hemorragias do nervo óptico: pequenas hemorragias na margem do disco óptico; observadas em pacientes com glaucoma avançado; Aumento da PIO: ↑PIO ↑chance de defeitos de campo visual - ou de desenvolvê-los mais rápido; Diminuição da facilidade de escoamento do humor aquoso: registrada pela tonografia; pode preceder o aumento da PIO; Escavação aumentada; Relação escavação/disco aumentada: o tamanho da escavação fisiológica é geneticamente determinado, simétrico e relacionado com a PIO; o ↑ relação escavação/disco ➝ risco para perda de campo visual; ↑ PIO Alterações no NO Perda de CV Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Escavações assimétricas: infrequentes; Alta miopia: miopia >5 Dp ➝ maior chance de desenvolver glaucoma.; Tonometria: medida da PIO; tonometria de aplanação; Fundoscopia ou exame de fundo de olho: observação do nervo óptico; Campimetria ou perimetria: exame de campo visual; Paquimetria corneana: mede a espessura da córnea; 550 µm ➝ normal + 10 µm ➝ - 1mmHg - 10 µm ➝ +1mmHg Exemplo: o Na tonometria, paciente apresenta PIO de 18 mmHg. Entretanto, ao realizar a paquimetria, paciente apresenta espessura da córnea de 570 µm. Ou seja, a PIO real é 16mmHg. Tomografia de coerência óptica (OCT): utulizada para medir a espessura da camada de fibras nervosas (CFN); Glaucoma de ângulo aberto; Glaucoma de ângulo fechado; Glaucoma congênito; Ângulo irido-corneano (da câmara anterior): formado pela raiz da íris, faixa ciliar, esporão escleral, trabeculado e linha de Schwalbe; o Gonioscopia: exame para observação do ângulo (vê se é aberto ou fechado); indica o tipo de glaucoma; Glaucoma crônico simples; Mais comum; 70% dos glaucomas; Diagnóstico: feito em consulta de rotina, pois não apresenta sintomatologia característica; indolor; Quadro clínico: níveis de PIO acima dos normais ➝ causam alteração no nervo óptico e perda de campo visual gradativas – paciente não percebe a progressão; o Alterações no nervo óptico e de campo visual são irreversíveis; Fisiopatologia: não é bem compreendida; está relacionada com diminuição do escoamento do humor aquoso pelo enrijecimento da malha trabecular; o Degeneração das células ganglionares da retina e seus axônios pode estar relacionada à suscetibilidade ou deficiência microcirculatória na cabeça do nervo óptico ou fatores da matriz extracelular que interferem na drenagem do humor aquoso; o Suscetibilidade do nervo óptico pode explicar porque a progressão da doença nem sempre se correlaciona com a PIO elevada; Tratamento: o Mudanças nos hábitos de vida; o Clínico: Colírios beta-bloqueadores: maleato de timolol, betaxolol, levobunolol ➝ diminuem a produção do humor aquoso; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Colírios parassimpaticomiméticos: pilocarpina ➝ aumentam o escoamento da PIO pela miose causada; Inibidores da anidrase carbônica tópicos: dorzolamida; Alfa-agonista: apraclonidina, brimonidina; Análogos da prostaglandina: latanoprost, travatoprost, bimatoprost; Simpaticomiméticos: epinefrina, dipivalil- epinefrina ➝ diminuem a produção de humor aquoso e aumentam o escoamento da PIO; o Cirúrgico: laser - Trabeculoplastia ➝ aplica-se laser sobre o trabeculado, aumentando o escoamento do humor aquoso; Trabeculectomia: realiza-se uma fístula da câmara anterior para debaixo da conjuntiva através da esclera-malha trabecular para a drenagem do humor aquoso; Implantes de drenagem: drenam o H.A. da câmara anterior, subconjuntivalmente; o Casos com PIO muito alta ➝ pode utilizar inibidores da anidrase carbônica (acetazolamida), que são utilizadas por via oral e agentes hiperosmóticos (manitol, uréia e glicerol); o Quando não se consegue o controle com tratamento clínico, está indicado tratamento cirúrgico; Ângulo irido-corneano fechado; Glaucoma pela diminuição do escoamento do humor aquoso pelo fechamento do ângulo ➝ predisposição para crise glaucomatosa ou glaucoma agudo; Glaucoma agudo: emergência médica; Quadro clínico: intensa dor ocular, acompanhada de náuseas, vômitos e diminuição da acuidade visual com observação de halos coloridos (pelo edema de córnea); o Midríase paralitica ➝ pupila está tão isquemiada que não se mexe; o Edema de córnea ➝ confundido com enxaqueca; o Alterações tardias: catarata, atrofia de íris; Fisiopatologia: relacionada a uma midríase média (situações de stress) ➝ bloqueio pupilar ocasionando o fechamento do ângulo; Exame físico: hiperemia ocular, ausência de secreção (diferencia de conjuntivite), midríase média paralítica ou pouco reativa à luz, intenso edema de córnea (impossibilita a realização da fundoscopia e da gonioscopia); PIO: muito alta; >40-50 mmHg (pode chegar a valores próximos de 80 mmHg); Diagnóstico: quadro clínico e tonometria (valor da PIO elevado); Tratamento imediato: o Agentes hiperosmóticos: manitol, uréia, glicerol; o Inibidores da anidrase carbônica: acetazolamida; o Colírios de pilocarpina; Após a crise: examinar os dois olhos; geralmente encontra-se na gonioscopia ângulo fechado em ambos os olhos; Tratar o olho contralateral profilaticamente ➝ laser (iridotomia) ou cirurgia (iridectomia), para evitar o surgimento de nova crise; no olho afetado, deve-se realizar o mesmo procedimento ou a trabeculectomia, evitando nova crise; 1º) Manitol IV; pode causar edema agudo de pulmão (raro); 2º) pilocarpina ➝ para causar miose e fechar a pupila (só se usa para estimular a miose, pois causa atrofia de íris e catarata); 3º) Iridotomia a laser (após a crise controlada); Figura 1 - Olhos apresentando fechamento angular primário agudo, com dilatação parcial da pupila. Imagem da direita com catarata concomitante. Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Figura 4- Iridotomia a laser. Figura à esquerda: flecha vermelha mostra iridotomia. Figura à direita: iridotomia superior. Geralmente bilateral; Fisiopatologia: parada no desenvolvimento do ângulo irido-corneano ➝obstrução na drenagem do humor aquoso; quanto mais precoce for a parada, pior é o prognóstico e as consequências; Quadro clínico característico: tríade clássica ➝ blefaroespasmo, fotofobia e lacrimejamento; o Aumento do diâmetro corneano (megalocórnea) ou de todo o globo ocular (buftalmia) – o que facilita o diagnóstico; edema de córnea; rupturas na membrana de Descemet (estrias de Haab); o Córnea azulada; Diagnóstico: exames de rotina para glaucoma (tonometria, gonioscopia, fundoscopia) – campimetria só é realizada quando a idade permite; o Medida do diâmetro corneano; ultrassonografia ocular (controle através da medida do diâmetro ocular); A escavação do nervo óptico, no início, pode ser reversível (tratamento precoce); o Devido a plasticidade do nervo da criança ser melhor e conseguir retornar ao seu estado de normalidade; Tratamento: sempre cirúrgico; o Goniotomia de Barkan: realização, através de punção da câmara anterior, de um corte ao nível do trabeculado, com uma faca especial ➝ aumenta o escoamento do H.A.; o Trabeculotomia: realizar uma comunicação do canal de Schlemm com a câmara anterior, utilizando-se o trabeculótomo ➝ abre caminho para a câmara anterior; o Pode-se ainda associar a estas cirurgias outros procedimentos - trabeculectomia, cicloterapia e implantes de drenagem para controlar a PIO; Deve ser acompanhado periodicamente; diagnóstico deve ser muito precoce; Figura 2- Ângulo aberto normal (figura da esquerda) e drenagem aquosa normal (figura do meio). A figura à direita mostra bloqueio pupilar e ângulo fechado - devido ao contato entre a íris e a malha trabecular. Figura 3 - Figura à esquerda mostra o bloqueio pupilar e o ângulo fechado. A figura central mostra o buraco da iridotomia a laser no tecido da íris. A figura à direita mostra uma iridotomia patente comunicando as câmaras anterior e posterior, eliminando o bloqueio pupilar e abrindo o ângulo. Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Figura5 - Olhos com glaucoma congênito: A - córnea azulada e turva. B – Córnea com estrias e edema leve. Figura 7 - Glaucoma congênito: Blefaroespasmo (resposta à luz intensa). Figura 6 - Estrias de Haab.
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