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Diogo Araujo – Med 92 Doenças que acometem as orelhas Professor André MALFORMAÇÕES O pavilhão auricular se desenvolve a partir dos tubérculos auriculares que se agregam. Quando há falhas, pode haver malformação. O pavilhão e o conduto auditivo externo (CAE) são formados a partir do 1º e 2º arcos branquiais. Nessas malformações, pode haver algum grau de deficiência da cadeia ossicular. A surdez é do tipo de condução. Nesses casos, hoje em dia, podemos usar a prótese ósteo-integrada, sendo que o som é transmitido pelo osso (ao invés de passar pelo CAE) e indo direto para a cóclea. A atresia aural congênita é a malformação do pavilhão auricular, que, em geral, é menor que o normal. Possui vários tipos (graus). A TC mostra se há ou não CAE nesses pacientes. O seio pré-auricular ou coloboma auris é uma cavidade em fundo cego devido à não agregação correta das cartilagens. Pode se infectar e drenar conteúdo mal cheiroso. Quando há só infecção, o tratamento pode ser feito com ATB. Se houver abscesso, o tratamento é cirúrgico com ressecção em cunha com anestesia local. A orelha de abano consiste no aplanamento das dobras do pavilhão auricular (como a hélice e a anti-hélice). Geralmente é corrigida quando o paciente cresce porque ele deve ser capaz de dizer se deve ser corrigido ou não. Na cirurgia, é feita a dobra anti-hélice do pavilhão. A artéria carótida interna passa dentro do osso temporal e é um dos limites anatômicos da caixa anterior do tímpano. Mas ela pode passar dentro da orelha média. OTITES A otite externa é aquela otite do nadador ou otite do verão. Associação com calor e exposição à água. Tem alta incidência e gravidade variável. Pode ser dividida em: o Otite externa difusa aguda (otite do nadador) o Otite externa necrotizante (só em casos de imunossupressão; é um paciente de altíssimo risco e que pode ir a óbito) Pacientes com otites externas podem referir otalgia, febre, plenitude auricular, hipoacusia, otorreia. Para prevenir, devemos: o Evitar manipulação do CAE o Uso de tampão auricular feito para o paciente sob medida (trocar 1 vez por ano) o Uso de soluções ácidas deve ser evitado (como álcool) o Reduzir o tempo de exposição à água o Remoção do cerúmen em consultório As otites podem ser causadas por germes gram – e +. o Staphylococcus epidermidis e Pseudomonas aeruginosa são os mais comuns. Diogo Araujo – Med 92 Devemos fazer analgesia, uso de AINE (pra alívio da dor), ATB de amplo espectro que pega gram – (como ciprofloxacino) local ou sistêmico (em caso de imunossupressão e em pacientes com DM). Pode-se fazer a cintolografia com gálio para verificar que há grande acometimento do CAE. A infecção pode invadir a mastoide e os ossos da base do crânio. Os eczemas podem aparecer no pavilhão auricular. Tratamento com corticoide tópico. As otites médias são infecções da orelha média e de espaços correlatos. Altamente prevalente na criança. Podem ser agudas ou crônicas. O que caracteriza a otite média aguda é que as alterações são potencialmente reversíveis. Se elas não puderem ser revertidas, já chamamos de otite média crônica. Se a otite média aguda não é contida, ela evolui para mastoidites. São as fases da doença: o Edema e hiperemia da membrana do tímpano (congestão) o Preenchimento da caixa com secreção (exsudação) o Perfuração timpânica (supuração) Daí, evolui para cura ou complicação. A maior parte das otites médias agudas são virais e só ficam na etapa de congestão (60%). Geralmente, não se dá ATB (se o paciente pode ser acompanhado clinicamente e não tem febre). São sintomas: o Otalgia o Febre o Dificuldade de amamentação o Irritabilidade (choro constante) O paciente com paralisia facial é grave e precisa ser encaminhado para o ORL. Abaulamento da região retroauricular é sinal de mastoidite e abscesso da região. O diagnóstico é feito com otoscopia. A pneumatoscopia (que é a colocação de ar para ver o abaulamento da membrana timpânica) e a imitanciometria (para ver se há conteúdo dentro da caixa; com curva do tipo B) são exames auxiliares. Se o paciente não melhora do quadro de otite média aguda (OMA), ele pode ter uma mastoidite que precise de tratamento cirúrgico. Em até 60-80% dos casos, as OMAs são virais e se resolvem espontaneamente. Por isso, fazemos apenas medidas de suporte (analgésico e antitérmico). Contudo, nas crianças abaixo de 2 anos OU com febre > 39° OU sem condição de acompanhamento clínico, precisamos usar ATB. o Em geral, usamos ATB sistêmico. ATB tópico somente para OMAs que sejam perfuradas (porque, daí, o fármaco conseguiria passar o tímpano e chegar na orelha média). As bactérias que estão na via aérea superior são as mais comuns (S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis). São opções de ATB: o Amoxacilina o Amoxacilina com clavulanato ou cefalosporinas o Clindamicina Fazemos também a analgesia. Diogo Araujo – Med 92 A otite média com efusão é aquela que não dá dor. Ela dá plenitude auricular. É a presença de fluido na orelha média na ausência de processo infeccioso agudo. Até 90% das crianças com até 4 anos possuem essa alteração. O paciente pode ter alteração importante do aprendizado e da audição. São fatores ligados ao hospedeiro: idade, alterações crânio-faciais, presença de síndrome de Down, alergia, fatores genéticos. O tratamento é feito com colocação de dreno na membrana. A otite média crônica colesteatomatosa é um processo inflamatório crônico infeccioso ou não da fenda auditiva, com presença de epitélio dentro da caixa do tímpano. O epitélio faz com que haja processo inflamatório crônico dentro da orelha média, podendo haver degeneração da cadeia ossicular. O colesteatoma pode ser primário, secundário ou congênito. Independente da via de formação, ele tem de ser tratado na ORL. São complicações das otites médias em geral: tromboflebite do seio sigmoide e abscesso subperiosteal. Resumindo: Malformações o Atresia aural congênita: prótese ósteo-integrada o Microtia (pesquisar) o Apêndices auriculares (pesquisar) o Coloboma auris: ATB e cirurgia Otites o Agudas Externa: trata com ciprofloxacino Difusa aguda (do nadador) Necrotizante Média: trata com amoxicilina o Crônica Com efusão: tubo de drenagem Colesteatomatosa: cirurgia Não-colesteatomatosa
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