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Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Zona pelúcida - - healthresumosmed@gmail.com - 2022 Zona pelúcida A zona pelúcida é uma película que envolve o óvulo e é composta por duas camadas, uma externa, mais espessa, e outra interna, mais fina e com característica elástica. Ela protege o óvulo, sendo formada por quatro glicoproteínas (ZP1, ZP2, ZP3 e ZP4) a partir de secreções do próprio óvulo e por células foliculares do ovário. Destas, a glicoproteína ZP3 é a responsável pela ligação espécie específica, pois ela se liga a um receptor (a proteína SED1) presente principalmente na porção da membrana plasmática do espermatozoide, sobrejacente à vesícula acrossômica (Figura 2.1C). Quando o receptor do espermatozoide se liga à ZP3 ocorre uma indução da reação acrossômica (Figura 2.1D e figura 2.2). Dentre as enzimas liberadas estão a β-N- Fonte: Draugustobussab Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Zona pelúcida - - healthresumosmed@gmail.com - 2022 acetilglicosaminidase, que quebra as cadeias laterais oligossacarídicas das glicoproteínas da zona pelúcida, e uma protease denominada acrosina. Estas enzimas permitem que os espermatozoides atravessem a zona pelúcida e se aproximem da membrana plasmática do ovócito II. Pesquisas revelam que somente que apresentam membrana plasmática e vesícula acrossômica intactas podem se ligar a zona pelúcida e somente os espermatozoides que sofreram a reação acrossômica conseguem atravessar a zona pelúcida. ZP4 Uma glicoproteína de 540 aminoácidos localizada na zona pelúcida, sintetizada e circundando o ovócito necessária para a formação inicial da matriz da zona e junto com ZP3 durante a fertilização para induzir a reação acrossômica e inibiu a ligação dos espermatozoides à zona pelúcida em um tempo- e reação dose- dependente. Associado a várias espécies de mamíferos (humano, rato, hamster e coelho), mas não a todas as espécies de mamíferos. Um estudo de nocaute de ZP4 em coelho mostrou um importante papel estrutural de ZP para esta proteína. A ovulação anterior, a fertilização e o desenvolvimento para blastocisto eram normais, embora os embriões cobertos por uma zona sem ZP4 tivessem uma estrutura mais fina, mais permeável e desorganizada e fenestrada. Fonte: Fecundação Capitulo 4. https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/Zona_pellucida#Zona_Pellucida_glycoprotein_4 https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/Zona_pellucida#Zona_Pellucida_glycoprotein_4 https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/Zona_pellucida#Zona_Pellucida_glycoprotein_4 Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Zona pelúcida - - healthresumosmed@gmail.com - 2022 A zona pelúcida faz parte do óvulo, mas depois da fecundação ela ainda segue o embrião até o útero. Durante esse percurso e o desenvolvimento do embrião, ela vai reduzindo até se tornar mais fina quando o embrião está na fase de blastocisto. Isso é importante porque facilita a eclosão do embrião para se implantar no endométrio, camada de revestimento interno do útero, e dar início à gestação. A zona pelúcida pode ser mais fina ou mais espessa, dependendo de alguns fatores. Em casos raros, a espessura da zona pelúcida pode dificultar a implantação do embrião no útero e ser necessária uma técnica chamada hatching assistido. Quais são as funções dessa membrana? Para que ocorra a fecundação, o espermatozoide precisa penetrar a zona pelúcida. Ela protege o óvulo e só permite a entrada de um espermatozoide no gameta feminino, ou seja, evita a polispermia, quando mais do que um consegue penetrá-lo. Após a entrada de um gameta masculino, ela modifica sua estrutura, impedindo a penetração de outros. Ela também é responsável por impedir que espermatozoides de outras espécies fecundem o óvulo, o que poderia causar problemas sérios. Algumas descobertas recentes Mutações ZP1 estão associadas à síndrome do folículo vazio "A síndrome do folículo vazio (SFE) é a falha completa em recuperar oócitos após estimulação ovariana. Embora LHCGR e ZP3 tenham sido identificados como genes causadores, ainda não está claro o que acontece com os oócitos dessas pacientes, e a patogênese da EFS permanece obscura. Aqui, identificamos seis novas mutações ZP1 associadas a EFS e infertilidade Fonte:Embryologymed https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/Zona_pellucida#Zona_Pellucida_glycoprotein_1 Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Zona pelúcida - - healthresumosmed@gmail.com - 2022 feminina que foi herdada recessivamente em cinco famílias não relacionadas. Estudos em células CHO-K1 mostraram que essas mutações resultaram em degradação ou truncamento de ZP1proteína. A imunohistoquímica usando cortes seriados ovarianos demonstrou que todos os folículos pré-antrais tinham arquitetura normal, mas com uma ZP fina, sem ZP1, circundando os ovócitos em crescimento. Os folículos antrais também eram defeituosos na organização normal do complexo cumulus-oócito, levando-nos a especular que a falta de ZP1 pode levar à degeneração do oócito ou ao aumento da fragilidade do oócito durante a punção folicular, resultando em EFS. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo que apresenta evidências morfológicas mostrando foliculogênese pré-antral normal com montagem anormal de ZP em pacientes com EFS." Estrutura das Proteínas do Módulo Zona Pelúcida Esta descoberta revelou uma ligação inesperada entre a fertilização de invertebrados e vertebrados e levou à primeira estrutura de um complexo de reconhecimento de proteína de revestimento de ovo-espermatozóide. Nesta revisão, resumimos essas descobertas emocionantes, discutimos suas implicações funcionais e descrevemos os desafios futuros que devem ser abordados para desenvolver uma visão abrangente dessa família de moléculas extracelulares biomédicas importantes". Fios perivitelino em embriões humanos em estágio de clivagem: observações usando imagens de lapso de tempo. "A imagem de lapso de tempo do embrião humano pré-implantação in vitro revelou um fenômeno transitório envolvendo o aparecimento de fios perivitelino, comumente observados no estágio de duas células. Esses fios abrangem o espaço perivitelino, surgindo na área específica onde a membrana citoplasmática entra em contato a zona pelúcida, antes que qualquer espaço perivitelino seja formado. Os fios persistem à medida que a membrana citoplasmática se retrai da zona pelúcida para formar o primeiro sulco de clivagem. Neste relato observacional, essas estruturas e sua incidência são descritas. Presença ou ausência de os fios não afetaram o desenvolvimento do embrião. Este estudo descritivo é limitado; uma caracterização adicional https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/Zona_pellucida#Zona_Pellucida_glycoprotein_1 https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/Zona_pellucida#Zona_Pellucida_glycoprotein_1 Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Zona pelúcida - - healthresumosmed@gmail.com - 2022 dessas estruturas é necessária para elucidar seu papel potencial no desenvolvimento inicial do embrião humano." O que é hatching assistido? A zona pelúcida ainda está presente quando o embrião chega ao útero. Ela vai se reduzindo aos poucos para que ele possa rompê-la e se implantar no endométrio, mas ela acompanha o embrião desde o momento que ele é formado até ele se fixar no endométrio, que é a implantação. Esse processo de eclosão recebe o nome de hatching. Em determinados casos, a zona pelúcida é mais espessa do que deveria, o que pode dificultar seu rompimento e inviabilizar a implantação do embrião no útero. Para evitar que isso aconteça na reprodução assistida, mais especificamente na fertilização in vitro (FIV), podemos utilizar a técnica chamada de hatching assistido (HA). Na FIV, a fecundação é realizada em laboratório. Paraisso, os gametas masculinos e femininos são previamente coletados e selecionados. Hoje, o método mais utilizado é a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada um é injetado diretamente no citoplasma do óvulo. Os embriões formados na fecundação são cultivados por alguns dias e transferidos ao útero. O hatching assistido é realizado antes da transferência desses embriões ao útero, justamente para tornar essa membrana mais fina e facilitar a implantação. Trata-se de uma intervenção realizada em laboratório e que tem como objetivo afinar ou criar aberturas artificiais na zona pelúcida para que o embrião consiga rompê-la e se implantar no endométrio. O procedimento hoje é feito com laser, que é mais avançado do que os métodos químico ou mecânico. https://draugustobussab.com.br/fiv-fertilizacao-in-vitro/ Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Zona pelúcida - - healthresumosmed@gmail.com - 2022 Indicações do hatching assistido (HA) O hatching assistido só pode ser indicado na fertilização in vitro (FIV). Esse procedimento é feito em laboratório no embrião antes de ele ser transferido para o útero, portanto só pode ser feito no contexto da fertilização in vitro. A indicação do hatching assistido é rara. Geralmente, é indicado para mulheres que têm idade mais avançada, quando a zona pelúcida pode ser mais espessa e difícil de romper, ou se houver histórico de falhas de implantação do embrião nos tratamentos por FIV. Às vezes, a zona pelúcida é espessa a ponto de dificultar o rompimento do embrião e é por esse rompimento que ele se fixa no endométrio e começa a gestação. Neste texto foi possível entender melhor o que é a zona pelúcida, sua composição e funções na proteção do óvulo e do embrião. Ainda vimos que pode ocorrer uma intervenção nessa película no tratamento com FIV, caso seja necessário, para ajudar o embrião a rompê-la. Nenhuma indicação é de rotina. Tudo que fazemos em medicina, portanto também em reprodução assistida, é baseado em uma investigação, que deve ser detalhada de forma a direcionar a escolha do melhor tratamento para determinado caso. Isso também se aplica ao hatching assistido. Health Resumos - 2022 Virgínia Seixas – Zona pelúcida - - healthresumosmed@gmail.com - 2022 Referências: Embriologia clinica. Keith L> Moore. 10ªEdição. Editora Elsevier. Figura 1: https://draugustobussab.com.br/o-que-e-zona-pelucida/ Figura 2: Fecundação capitulo 4. Figura 3: https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/Zona_pelluci dahttps://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/Zona_pell ucida Fecundação: início do c a p í t u lo 4. Desenvolvimento de um novo indivíduo. -https://uab.ufsc.br/biologia/files/2020/08/Capitulo_04.pdf Dai C, Chen Y, Hu L, Du J, Gong F, Dai J, Zhang S, Wang M, Chen J, Guo J, Zheng W, Lu C, Wu Y, Lu G & Lin G. (2019). Mutações ZP1 estão associadas à síndrome do folículo vazio: evidência da existência de um oócito intacto e uma zona pelúcida em folículos até o estágio antral precoce. Um relato de caso. Zumbir. Reproduzir. , 34 , 2201- 2207. PMID: 31734689 DOI . ↑ Bokhove M & Jovine L. (2018). Estrutura das Proteínas do Módulo Zona Pelúcida. atual Topo. Dev. Biol. , 130 , 413-442. PMID: 29853186 DOI . ↑ Kellam L, Pastorelli LM, Bastida AM, Senkbeil A, Montgomery S, Fishel S & Campbell A. (2017). Fios perivitelinos em embriões humanos em estágio de clivagem: observações usando imagens de lapso de tempo. Reproduzir. Biomédico. Online, 35 , 646- 656. PMID: 29074360 DOI . Lamas-Toranzo I, Fonseca Balvís N, Querejeta-Fernández A, Izquierdo- Rico MJ, González-Brusi L, Lorenzo PL, García-Rebollar P, Avilés M & Bermejo-Álvarez P. (2019). ZP4 confere propriedades estruturais à zona pelúcida essenciais para o desenvolvimento embrionário. Elife , 8 , . PMID: 31635692 DOI . https://draugustobussab.com.br/o-que-e-zona-pelucida/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31734689 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31734689 https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/Zona_pellucida#cite_ref-PMID29853186_4-0 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29853186 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29853186 https://embryology.med.unsw.edu.au/embryology/index.php/Zona_pellucida#cite_ref-PMID29074360_5-0 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29074360 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29074360 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31635692 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31635692
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