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São modificações decorrentes da gravidez que ocorrem no organismo da mulher e que “desaparecem” após o parto. São modificações fisiológicas inevitáveis, temporárias e presentes em todas as gestantes, em graus variáveis. Estas modificações podem ser gerais (sistêmicas) ou locais. Elaborado por Giovanna Nery Sanches MODIFICAÇÕES DO ORGANISMOMODIFICAÇÕES DO ORGANISMO NA MATERNIDADENA MATERNIDADE SISTEMA CARDIOVASCULAR O volume de sangue aumenta em cerca de 50%. Há um aumento da pressão venosa dos MMII, pela compressão parcial da veia cava, pelo útero aumentado de volume. A frequência cardíaca em repouso aumenta cerca de 10bpm. Com o aumento do volume sanguíneo, o coração tem que circular maior quantidade de sangue através da aorta (mais ou menos 50% por min). O coração é deslocado para cima em razão do aumento do volume do útero. Alterações da frequência cardíaca em determinados decúbitos. O coração aumenta ligeiramente de volume. SISTEMA RESPIRATÓRIO Elevação do diafragma pelo útero, tornando a respiração mais difícil. A elevação do diafragma não diminui a capacidade pulmonar. Ampliação da cavidade torácica no sentido anteroposterior. Aumento da FR e da quantidade de ar movimentada em cada ciclo, resultando em ligeira baixa de O2 no sangue. O centro respiratório no cérebro também se torna mais sensível aos estímulos específicos. Ocorre a hiperventilação: aumento da FR, volume-corrente, volume-minuto, provavelmente, devido ao maior consumo de O2 e produção de CO2 pelo feto. SISTEMA DIGESTÓRIO Ocorre uma alteração fisiológica em todo o sistema, a diminuição do peristaltismo, em virtude, principalmente, do efeito da progesterona sobre a musculatura lisa. Com o peristaltismo diminuído, há um retardo o esvaziamento gástrico e no trânsito intestinal, que pode causar náuseas e constipação. A pirose é provocada pelo refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, em razão também, da diminuição do peristaltismo. Há alteração no apetite e pode ocorrer aversão por certos alimentos, desejo por outros. Elaborado por Giovanna Nery Sanches SISTEMA URINÁRIO Há um grande aumento do fluxo sanguíneo dos rins (de 30% a 60%), como consequência os rins têm uma maior quantidade de sangue para filtrar. A musculatura lisa dos ureteres sofrem a ação da progesterona, diminuindo o peristaltismo e dilatando-se. A dilatação dos ureteres, particularmente do direito, ocorre em função da pressão do útero aumentado. Ocorre polaciúria (aumento da frequência urinária). ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS Os leucócitos elevam-se, variando entre 6.000 a 12.000/mm³, chegando a 25.000 no trabalho de parto. Os níveis de Hb e Ht podem cair. Pode ocorrer anemia fisiológica. SISTEMA OSTEOARTICULAR Muda o centro de gravidade para manter o equilíbrio. Altera a marcha: ocorre a marcha anserina. Começa o relaxamento da sínfise púbica a partir da segunda metade da gestação. PELE Pode haver o aparecimento de estriar nas mamas, abdome, nádegas, provavelmente pelo estiramento da pele, por causa do depósito de tecido adiposo nessas áreas. Há uma hiperpigmentação da pele, em consequência, há o aparecimento de uma linha negra (nigra) que vai do monte púbico até a cicatriz umbilical ou mais. No rosto, as vezes, aparecem manchas acastanhadas - cloasma - que provavelmente irão desaparecer após parto. Hiperpigmentação das glândulas sudoríparas, sebáceas e dos folículos pilosos (sinal de Halban). METABOLISMO O metabolismo de todo o organismo está aumentado. 2kg no primeiro trimestre; 2kg no segundo trimestre; 5kg no terceiro trimestre. O peso corporal final da gestante deverá ser cerca de 9 a 12kg aumentado, dependendo do peso pré-gravídico. Sendo: É um sinal de alerta se o peso final for <7kg e >16kg. Elaborado por Giovanna Nery Sanches SISTEMA ENDÓCRINO A hipófise duplica de peso. A tireoide hipertrofia e aumenta a produção de T3 e T4. No pâncreas há um aumento das células Langerhans, com o aumento da secreção de insulina. A glândula suprarrenal aumenta a produção de cortisol e aldosterona. SISTEMA NERVOSO CENTRAL A gestante apresenta grande labilidade emocional e irritabilidade. CORPO UTERINO Ocorre uma hiperplasia e hipertrofia de todo o aparelho reprodutor feminino. Ocorrem modificações no tamanho, na forma, na consistência, posição e coloração do útero. Tamanho: aumenta cerca de 4x em comprimento e cerca de 1kg no peso por causa do alongamento e engrossamento (hipertrofia) das fibras. Forma: o útero não gravídito tem a forma de uma pera (piriforme), durante a hipertrofia, assume a forma esferoide. No final da gestação assume a forma ovoide. Consistência: o útero gravídico é amolecido. Posição: sua posição fisiológica é anteversoflexão e durante o 1º trimestre da gestação esta posição torna-se acentuada. O corpo uterino ocupa o fundo de saco anterior comprimindo a bexiga, levando à polaciúra. À medida que aumenta, ocupa os fundos do saco laterais e desvia, preferencialmente, para a direita. Coloração: o útero gravídico tem a coloração violácea devido ao aumento do fluxo sanguíneo. Pelo estímulo hormonal ocorre a exteriorização do epitélio endocervical - ectrópio. A produção de muco cervical torna-se abundante. Possui um tampão mucoso espesso e opaco, protegendo a cavidade uterina. As tubas uterinas se tornam mais longas e volumosas e os ovários mais vascularizados. A vagina e a vulva passam da coloração rosada para arroxeada pelo aumento da vascularização. Podem aparecer estrias nas mamas e colostro ao final do primeiro trimestre gestacional. As aréolas alargam-se e ficam pigmentadas.
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