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Farmacologia Médica - Fármacos Hipolipemiantes

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Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Ago. 2021. 
1 
 
Fármacos Hipolipemiantes 
- Lipídios são substancias que são solúveis em 
solventes apolares. É um grupo muito diverso. 
Cera, óleo. Fontes de energia (adipócitos). 
Colesterol (é um álcool – OH) e triglicerídeo (ácido 
graxo+glicerol) 
 
- Membrana plasm. É bicamada lipídica. Triglicerídeo a 
função primária é fornecimento de ATP. Colesterol, 
além de formar membranas biológicas, ele é 
Precursor de algumas substancias (EX: ácido biliar 
para emulsificar os componentes da dieta) e todos os 
hormônios esteroidais. 
 
- O corpo é constituído primariamente de água 
(polar). As moléculas de lipídios são incorporadas 
dentro de proteínas para ter a matriz polar para ter 
uma afinidade maior com o sangue e consiga circular 
– LIPOPROTEÍNA (forma como carreia os lipídios pelo 
sangue) – Envoltório Polar e núcleo Apolar. 
Nas lipoproteínas o envoltório é rico em colesterol 
livre (grupamento OH é mais polar – álcool), 
fosfolipídeo (unir o lipídeo - polar com apolar), 
apolipoproteínas (proteínas para conferir maior 
polaridade, e dependendo do tipo terá uma função 
diferente – define caráter e função da lipoproteína). 
 
As lipoproteínas são classificadas de acordo com a 
densidade (massa/volume) em: 
 - Quilomicron: Principal lipoproteína que 
produz em cada processo alimentar. Rico em 
triglicerídeo. Forma como o triglicerídeo exógeno é 
absorvido pelo corpo. 
 - VLDL: Fígado adiciona ao remanescente de 
quilomicron os triglicerídeos e colesterol que ele 
produziu. Muito triglicerídeo. 
- IDL: molécula intermediária muito instável e 
não consegue dosar no exame de sangue. 
- LDL: rica em colesterol. Leva o colesterol que 
o fígado produziu para a periferia. Problema ocorre 
quando ela se deposita (Colesterol ruim). 
- HDL: Fígado produz. Rica em Apoproteína. 
Quantidade pequena de colesterol. Vai na circulação e 
busca o colesterol para retornar ao fígado para 
produção de bile. 
 
Quanto maior o volume, menor a densidade. 
Lipoproteina lipase (tec muscular e adiposo) quebra as 
moléculas de triglicerídeo presente no quilomicron e 
no LDL em ácido graxo e glicerol, e com o tempo o 
quilomicron começa a diminuir. O Fígado pega o 
remanescente de quilomicron e adiciona todo o 
triglicerídeo e colesterol que ele produziu e joga essa 
molécula na circulação, passando ser chamada de 
VLDL. 
VLDL é rico em triglicerídeo assim como o 
quilomicron. O corpo vai quebrando o triglicerídeo e 
sobra a LDL (molécula com mais colesterol). 
 
- Quando há aumento de concentração de algumas 
lipoproteínas e diminuída de outras, há riscos 
cardiovasculares. 
Individuo com alteração do perfil lipídico tem maior 
chance de Aterogênese. 
 
- Lipidograma: avalia VLDL (triglicerídeo), LDL e HDL. 
 
- AUMENTO DO RISCO CARDIOVASCULAR (associadas 
ou isoladas): 
- Aumento de triglicerídeos; 
- Aumento de LDL; 
- Diminuição do HDL. 
 
- Há fármacos para atuar em todas essas alterações, 
evitando os riscos cardiovasculares. Essas alterações 
precisam ser manejadas. 
 
- Dieta, estilo de vida sedentário tem influencias para 
desenvolver essas alterações. 
Sempre considerar o fator genético. 
 
- Lipoproteína Lp (A): formada a partir das LDL, a 
proteína (a) 
 . Paciente com essa Lp A tem chance 
grande de placa de ateroma. 
 
- Algumas Apoproteínas estão mais relacionadas com 
potencial aterogênico. 
As funções das Apoproteínas são: aumentar 
solubilidade, ativar enzimas do metabolismo hepático 
(LCAT e LPL), reconhecimento de receptores de 
superfície. 
 
 
Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Ago. 2021. 
2 
 
 
- Na imagem acima, em azul tem o TGI. Toda vez que 
alimenta libera acido biliar pelo fígado que tem 
colesterol. Libera no intestino e emulsifica para 
conseguir absorver. Bile emulsifica qualquer coisa 
lipídica que esteja no TGI (vitaminas, colesterol, 
fármacos lipossolúveis). 
Hepatócito produz o colesterol no fígado, joga na 
circulação VLDL, ativa a lipoproteína lipase, é 
convertido no sangue em LDL (rico em colesterol). 
 
 SUBSTÂNCIAS QUE ATUAM DIMINUINDO 
TRIGLICERÍDEOS: 
 
FIBRATOS: vão causar o aumento da lipoproteína 
lipase (aumento da quebra de triglicerídeo), diminui a 
síntese endógena de triglicerídeo. 
Normalmente é utilizado quando está muito alto o 
triglicerídeo (>400mg/dl) 
 
 SUBSTÂNCIAS QUE ATUAM DIMINUINDO 
COLESTEROL LDL: 
 
Utilizado para diminuir o risco cardiovascular. 
O LDL é a principal lipoproteína que carrega 
colesterol. Deve tentar inibir a síntese hepática de 
colesterol 
ESTATINA (Sinvastatina/Atorvastatina/ 
Rosuvastatina): Atua no hepatócito diminuindo a 
síntese intracelular de colesterol. 
 
RESINAS (Colestiramina): Se ligam aos ácidos biliares 
e aumenta a secreção de ácido biliar no intestino e 
consequente excreção de colesterol via intestino. 
EZETIMIBA: se liga no intestino a uma proteína 
expressa na membrana do enterócito que tira o 
colesterol do intestino para o corpo. Vai evitar que 
faça isso. 
 
- ATEROGÊNESE: 
 
É uma doença crônica, reflexo de habito alimentar, 
sedentarismo. Individuo terá problema se a placa se 
romper. 
Doença silenciosa. 
O endotélio vascular quando submetido a algum dano 
(ex: diabéticos, Hipertenso), a célula levanta e expõe a 
intima do vaso. Se o paciente tiver muito LDL, ele 
entra dentro da íntima do vaso e se transforma em 
LDL OXIDADO. No endotélio tem células da imunidade 
inata, que não reconhecem o LDL oxidado e causa 
uma resposta imunológica local. O Macrófago vai 
fagocitar esse colesterol LDL e libera quimiocinas 
(MCP1 – quimiotática) na parece do vaso. As células 
começam a liberar citocinas e o endotélio começa a 
provocar adesão e as células entram por diapedese. 
Começam a fagocitar o colesterol e tentar reter a 
infecção causando fibrose com tecido epitelial por 
cima, formando a Placa de Ateroma. 
A placa de ateroma tem diferentes constituições. 
A probabilidade de romper varia de individuo para 
indivíduo. 
 
A Estatina diminui colesterol LDL, diminui o acúmulo 
de placa, estabiliza a placa, diminui ação inflamatória. 
Fica mais difícil da placa romper. 
 
Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Ago. 2021. 
3 
 
Se romper vai estimular ação plaquetária podendo 
obstruir o vaso. 
 
 ESTATINA: 
Atua no hepatócito diminuindo a síntese de 
colesterol. 
 
 
Para sintetizar o colesterol a etapa limitante é a 
conversão do 3-Hidrozi-3-metilglutaril-Coa em 
Mevalonato através da enzima HMG-CoA redutase. 
 
A estatina é inibidora competitiva da enzima HMG-
CoA redutase, dessa forma ela inibe/bloqueia essa 
enzima não havendo produção de colesterol. Se liga 
ao nº de receptores suficientes para gerar a 
terapêutica. 
Diminui produção hepática de VLDL, diminui LDL, 
aumenta HDL, estabiliza a placa de ateroma. 
 
Diferentes tipos de estatinas. O primeiro fármaco foi a 
Sinvastatina (origem de um fungo). 
 
SINVASTATINA: muito utilizado. Tem na farmácia 
popular. Regra dos 6 (a partir da dose máxima, 
consegue reduzir 6%) 
ATORVASTATINA e ROSUVASTATINA: meia vida 
maior, são mais potentes (conseguem diminuir LDL a 
níveis mais baixos). Normalmente a síntese de LDL é a 
noite, mas por ter meia vida maior, paciente consegue 
tomar mais cedo. Conseguem chegar num nível justo 
de LDL, principalmente no manejo pós-infarto. São 
mais caras. 
 
Hepatócitos começam a expressar mais receptores de 
LDL periférico para continuar suas funções, já que ele 
não conseguirá produzir o LDL por ele mesmo. Com o 
tempo o fígado tende a degradar esses receptores. A 
estatina consegue fazer com quem esses receptores 
permaneçam mais tempo na membrana dos 
hepatócitos. 
 
Estatina é a primeira droga terapêutica de escolha. 
 
plasmáticos de colesterol em todos ostipos de 
hiperlipidemias. 
 
Efeitos Colaterais: Pode diminuir colágeno de tecido, 
aumento de radicais livres, 80% pode desenvolver 
aumento de enzimas hepáticas (AST e ALT – deve 
dosar essas enzimas antes e durante o uso da 
Estatina), Miopatia (dor muscular – comum devido ao 
aumento de CK, degradação de tecido), Rabdomiólise 
(acumulo de mioglobina no rim e pode ser precipitada 
– grave e raro). 
 
Grávidas e Crianças até os 7 anos, adolescentes NÃO 
DEVEM utilizar Estatina. Colesterol é requerido para 
síntese de membrana, hormônios. 
 
Ações da Estatina: 
 
 
Estatinas devem ser administradas a noite, via oral. 
 
Principais: SINVASTATINA, ATORVASTATINA e 
ROSUVASTATINA. 
Demais: LOVASTATINA PRAVASTATINA, 
FLUVASTATINA, PITAVASTATINA. 
 
Combinação Farmacológica: 
 Sequestrador de ácido biliar ou inibidor da 
absorção de colesterol (diminuição aditiva da 
LDL); 
 Niacina (combinação para pacientes com 
níveis elevados de colesterol LDL e baixo nível 
de HDL – pode dar MIOPATIA); 
 Fibrato (Fibrato diminui o triglicerídeo. Tomar 
cuidado que o fibrato aumento chance de 
RABDOMIÓLISE. Isso não ocorre com 
Fenofibrato). 
 
 
 
Farmacologia II – Ana Clara Aguilar de Almeida – Ago. 2021. 
4 
 
 RESINAS QUE SE LIGAM AOS ÁCIDOS 
BILIARES: 
COLESTIRAMINA (+ importante) 
COLESEVELAM 
COLESTIPOL 
 
Se liga ao acido biliar e aumenta a liberação dele no 
intestino. Libera tudo que estiver emulsificado no 
acido biliar (vitaminas A-C-E-K, Fármacos). 
 
Importante a administração logo após a refeição, 
momento em que a bile será liberada no intestino. 
Importante orientar tomar fármacos lipossolúveis no 
intestino após um certo tempo para não prejudicar 
(ex: propranolol precisa da bile para absorção). 
 
Efeito dele no TGI, então não tem absorção. Seguro 
para adolescentes por não ter efeito sistêmico, 
somente local. 
 
Principal problema é relacionado com a diminuição de 
absorção de vitaminas lipossolúveis, o que pode ter 
deficiência. Também relacionado a diminuição de 
efeitos de alguns fármacos (tetraciclnia, fenobarbital, 
digoxina, varfarina, ácido acetil salicílico e 
tiazídicos). 
 
Paciente pode ter náuseas, acumulo de gases, 
flatulência, diminuição de absorção de vitaminas 
lipossolúveis. 
 
 INIBIDORES DA ABSORÇÃO DO COLESTEROL: 
EZETIMIBA 
ESTEROIS VEGETAIS 
 
Age inibindo o receptor, proteína transportadora 
NPC1L1 nas microvilosidades dos enterócitos. 
Usada como coadjuvante à dieta e uso de estatinas 
(potencializar a estatina, diminuindo LDL). 
 
Inibe seletivamente a absorção de colesterol da dieta 
e da bile no intestino delgado, diminuindo a oferta de 
colesterol intestinal para o fígado – reduzir o 
colesterol LDL ao inibir a produção hepática de VLDL. 
 
 
 
 ÁCIDO NICOTÍNICO: 
NIACINA 
 
É uma vitamina B3. 
Aumenta o nível de HDL. O uso da niacina pode 
estimular a produção de prostaglandinas 
(vasodilatação) principalmente após primeiras doses e 
paciente pode ter vermelhidão, edema 
principalmente no rosto. 
Deve associar ácido acetil salicílico, que diminui a 
vasodilatação. 
 
Diminui os níveis de VLDL e LDL, bem como de Lp(a), 
na maioria dos pacientes. 
Ação meio incerta. Atua inibindo produção de VLDL, 
que diminui produção de LDL (provável por 
diminuição da síntese de apoproteínas pelos 
hepatócitos) 
 
Pode associar em pacientes com níveis de 
trigliceridos. Mas não é de escolha. Deve escolher 
FIBRATO. 
 
Efeitos Colaterais: Niacina não é indicada em 
pacientes com gota (Hiperuricemia). Ela associada 
com estatina aumenta chance de Miopatia (dor 
muscular). Pode aumentar a insensibilidade à insulina, 
não sendo indicado para diabéticos. Distúrbio 
gastrointestinal. 
 
 FIBRATOS: 
GENFIBROZILA 
 
Atua reduzindo níveis de triglicerídeos, consequente 
diminuição do VLDL. 
Pode causar aumento de HDL (reduz VLDL o fígado 
entende que precisa aumentar síntese de 
lipoproteína). 
Agonista do receptor PPARα – aumenta a transcrição 
de lipoproteína lipase. 
Genfibrozila associado com Sinvastatina aumenta 
risco de rabdomiólise.

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