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Psicopatologia Forense - Resumo

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Psicopatologia Forense 
 
Psicopatologia: demencia, psicoses, neuroses 
Farmaco-dependencias 
Conteudo: aspectos psicodinamicos da doença, transtornos mentais graves, abuso ou 
dependencia de substancias psicoativas, transtornos do humor e de ansiedade 
 
Doença Mental 
 
Etiologia (causa) 
 
Fase pré-científica: a origem eram os demonios, que entravam no corpo da pessoa. 
No século XIX, houve a fase das etiologias (Emil Kraepelin), percebendo-se uma 
correlação entre doença mental e algo que previamente modificava o individuo, como 
uma doença ou herança genética. Surge pela primeira vez a real etiologia das doenças 
mentais – algum fator que precedia a doença mental seria o causador desta, percebendo 
inclusive que uma mesma causa poderia ter vários quadros clinicos diferentes, bem 
como várias manifestações poderiam vir de apenas uma causa. 
No século XX, Freud assumiu as etiologias, mas acrescentou um importante aspecto, de 
que as manifestações patologicas mentais também estariam relacionadas a fatores 
ambientais – ex: interferencia da familia, sociedade . Dois grandes livros: Interpretação 
dos sonhos, e Psicopatologia da Vida Cotidiana. 
O século XXI afirma que as doenças mentais tem sim etiologia, causas, mas é 
inquestionável que varias doenças mentais (como depressão e esquizofrenia) tem 
relação com alterações bioquímicas – moléculas que funcionam mal, ou estão em menor 
ou maior quantidade no indivíduo. Há comprovação de que a genética influi na doença 
mental, esta pode ser transmitida. 
 
Kraepelin: tinha uma concepção da manifestação clinica das doenças mentais. Mostrava 
que havia interação entre déficits e alterações de processos mórbidos subjacentes 
(etiologia organica), bem como falava das pré-condições existentes no sujeito. 
Além de comprovar a correlação entre uma doença de base e a doença mental, ainda 
disse que existiam gradações. 
Aplicações 
 
No direito civil, há aplicação direta quanto à capacidade ou incapacidade de consentir, 
enquanto no direito penal, quanto à imputabilidade ou inimputabilidade. 
Ainda no direito penal, se fala do recolhimento em estabelecimento de custodia, ou 
hospital, ou da aplicação de medidas de segurança – internação em hospital ou 
tratamento ambulatorial. 
 
Existe uma discussão: internação x tratamento ambulatorial 
Para a internação, existem alguns fatores: risco à vida (risco de suicídio), indivíduos cuja 
ação pode levar a risco alguem da sociedade por ações violentas, uma condição mais 
comum é o surto psicótico, existem ainda os transtornos causados pelas substancias 
psicoativas (comportamento alterado com risco à sociedade e ao indivíduo). 
 
São vantagens da hospitalização: presença de equipe multidisciplinar para o tratamento, 
proteção quanto a riscos, o tratamento é mais seguro e eficaz, maior atualização e 
brevidade do tratamento. 
Alternativas ao tratamento hospitalar: 
a) Residenciais de crise: o paciente recebe alta, mas ainda precisa de monitorização 
próxima. Há uma monitoração de curto prazo e intervenção na crise, 24h por dia, 
num ambiente mais social que o hospitalar. Tem como condições o paciente ter o 
acompanhamento de algum familiar proximo, não existir o risco grande de um 
surto psicótico e não estar o paciente sob efeito de drogas ou readaptação em 
relação a elas. 
b) Hospital-dia ou hospitalização parcial: para individuos acompanhados após um 
período de internação, que oscilam muito quanto aos medicamentos, mas sem 
grande indicação de ficar no hospital. Deve ter acompanhante, não ser paciente 
de risco. Como vantagem, há menor ruptura na vida do paciente, um ambiente 
mais sociavel e sem o estigma da internação psiquiátrica. 
c) Tratamento-dia: é um apoio continuo na fase de estabilização. É um 
acompanhamento mais distante, limitado, que deve ter boa estrutura, sendo bom 
para manter o vinculo do paciente com o tratamento, sendo muito bom para 
prevenir recaídas. 
d) Residencia: existe em alguns países, é um serviço de curta duração, quase um 
hotel (Casa de passagem); existem ainda na Europa as residencias de grupo de 
longo prazo, que conta com um acompanhamento proximo, mas não hospitalar; 
Apartamentos cooperativos, onde não há profissionais presentes; Residencias de 
comunidade de cuidado intensivo ou de crise; cuidado adotivo ou familiar; casas 
de alimentação e cuidado; clínicas de repouso. 
 
No Brasil não temos tudo isso, mas temos bons ambulatórios, pacientes em hospitais-
dia. 
 
Psicoses 
 
São doenças mentais caracterizadas pela distorção do senso de realidade, inadequação e 
falta de harmonia entre o pensamento e a afetividade. Existe uma "perda de contato com 
a realidade", são inimputáveis e incapazes. 
 
Sinais e sintomas comuns: inquietude psicomotora, desorganização psíquica, 
pensamento desorganizado, pensamento paranóide (um dos sintomas mais comuns são 
as idéias persecutórias), angústia intensa, insonia grave, falta de crítica. 
 
- Psicose organica: patologia cerebral, diagnostico etiológico. Ex: demência 
- Psicose funcional: sem identificação de neuropatologia, diagnostico sindromico. Ex: 
esquizofrenia, transtorno bipolar (psicose maníaco-depressivo) 
 
1) Demência: distúrbio adquirido (não congenito) e persistente (uma vez iniciado, 
sua evolução é inexorável) da função intelectual com comprometimento de 
segmentos da atividade mental. Ex: Alzheimer, demencia causada por alcoolismo. 
A principal apresentação da doença é em relação ao cérebro, com a atrofia 
cortical. Os sulcos corticais ficam alargados. A doença de base, por algum motivo 
destrói o axônio do neuronio. 
Os setores alterados são: linguagem (dificuldade de se expressar, esquece 
palavras, perde a lógica do discurso), memória (chama muito a atenção da família 
e do próprio paciente, é o grande sinal de alterta. Podem haver diversas 
modalidades de perda de memória, a depender da doença – Ex: no Alzheimer, é o 
da memória recente), habilidade visuoespacial, emoção e personalidade (como 
atitudes evitativas, para não se expor a testes pela familia, pode se tornar 
agressivo), cognição – abstração, cálculo (acalculia, dificuldade de realizar 
cálculos simples e sequenciais), julgamento. 
 
São tipos prevalentes pela sua ocorrência: as doenãs de Alzheimer e as demencias 
de origem vascular. 
São disturbios adquiridos e persistentes da função intelectual com 
comprometimento de segmentos da atividade mental. 
 
Diagnóstico: historia da doença (a historia clinica é fundamental), progressão, 
disturbios de memoria, ansiedade, depressão, fadiga, atividade domestica, 
comportamento – esses pontos devem estar nos autos. 
 
A origem do problema do Alzheimer é o deposito de placas amiloides nos 
neuronios, e esta interação entre placas e neuronios causa a morte do axonio. 
Existe uma alteração estrutural, visivel ao microscópio, o que não ocorre em 
doenças como a depressão. 
Os aminoácidos se depositam, mais especificamente, nos receptores das 
moléculas de transporte dos sinais neuronais, impedindo a chegada dos 
neurotransmissores. 
O que mais chama a atenção da familia é a alteração da memoria, mas não é o 
primeiro sinal, o primeiro é a linguagem. 
 
Em segundo lugar na frequencia, temos as alterações vasculares, que causam 
demência. Sendo dois grandes grupos, das doenças isquemicas (o sangue não 
chega, há um entupimento na artéria) e das hemorrágicas (a artéria se rompe e o 
sangue extravasa). 
 
Nas lesões isquemicas, podem ter 2 fontes: a carótida (que irriga todo o cérebro) 
pode formar trombos (é muito comum, não interferem a menos que chegue a 
mais de 85% de obstrução a placa de trombo ou então se ele soltar partículas, que 
vão para o cérebro e podem entupir artérias menores – causa um Acidente 
Vascular Cerebral Isquemico AVCI); ou as lesões cardíacas, principalmente nas 
válvulas – bacterias staphilococos podem fazer colonias nas valvulas que, se 
soltando, podem subir pela carótida e chegar ao cérebro. Os AVCIs levam ao 
enfarte (necrose)de áreas do cérebro. 
Nos Acidentes Vasculares Cerebrais Hemorrágicos, podem ser intercerebral 
(gravissimo) ou subaracnoides (é mais superficial). 
O sangramento vem de uma artéria que possui um aneurisma cerebral (um 
"balaozinho") que cresce e pode chegar a estourar. 
Existem ainda artérias mal-formadas, frágeis, que podem estourar (visualmente, 
parece um "novelo cerebral"). 
Com o tempo, o paciente pode ter pequenas lesões, que nem percebe 
individualmente, mas em conjunto podem levar à demencia, tendo esta hipotese 
um diagnostico muito dificil. 
 
Outra causa de demencia são os traumas. Lesões como a lesão axonal difusa (com 
movimentos que causem a rotação do cérebro na caixa craniana, há rompimento 
de axonios), que na tomografia aparecem como lesões brancas. É um trauma 
grave e, com a evolução, leva a atrofia cerebral, parecido com o Alzheimer. 
Outro trauma craniano é o swelling/inchaço cerebral, normalmente o paciente já 
chega em coma, e dependendo do tempo de inchaço pode levar a demencia grave. 
Existem também hematomas cerebrais por traumas, que necessitam de 
intervenção cirúrgica rápida. 
Há outro mecanismo de trauma, que quase sempre causa déficit intelectual, é a 
contusão cerebral – há a lesão e morte de parte do cérebro. Dependendo de onde 
for a contusão, como no tronco cerebral, há morte imediata. Na tomografia 
aparece como uma grande mancha branca. 
 
2) Tumores encefálicos: os tumores podem ser malignos, que geralmente são muito 
graves, ou benígnos, que podem trazer um quadro típico psiquiátrico (demencia, 
esquizofrenia...) – por isso, o diagnóstico de doença mental se faz por exclusão, 
devendo primeiro afastar o diagnóstico de doença neurológica. 
 
Um tumor benigno é o meningeom, é o tumor benigno mais comum, de fácil 
remoção (é uma "bola" que se forma das meninges). Pode levar a alterações 
comportamentais, lentamente, conforme o tumor cresce. 
Um tumor maligno é o gliobastoma multiforme, um dos mais malignos do nosso 
organismo, o paciente morre muito rápido. 
 
Diagnóstico por Imagem 
 
Ressonancia magnética, Tomografia computadorizada, PETScan – tomografia por 
emissão de pósitrons, SPECTScan – tomografia por emissão de fótons simples, 
Ultrassom transcraniano. 
O PET e o SPECT avaliam o funcionamento pelo metabolismo. 
A tomografia computadorizada depende de Raio X, fazendo análises pela densidade do 
material. É feita com cortes axiais, tirando várias fotos em linha, como fatias do cérebro. 
Já a ressonancia magnética não depende de Raio X, ele mede a energia de rotação dos 
núcleos de átomos. Cada tecido tem uma quantidade diferente de prótons de hidrogênio 
(íons H+), ao coloca-los num campo magnético esses prótons vibram, e a quantidade de 
vibração de cada um é transferida como uma imagem. Permite mesmo uma análise 
vascular perfeita. 
PET SCAN emite pósitrons de fluor, carbono ou oxigenio e, dependendo do consumo de 
oxigenio do tecido, emite energia, que é quantificada em imagem. É um aparelho muito 
caro. 
A evolução da nossa década é a fusão do PET SCAN com a tomografia computadorizada. 
Existe ainda a fusão do PET com a ressonancia magnética. 
O SPECT funciona com substancias radioativas injetadas no individuo, que vão para 
lugares com maior atividade, assim se não há aporte de substancia, há pouca imagem. 
O Doppler Transcraniano trabalha como um ultrassom, que verifica a condição das 
artérias cerebrais. É um exame simples. 
 
Cuidado: muitas vezes o tipo de exame não se presta para o momento do diagnostico, o 
exame pode não mostrar nada. Por isso, precisa avançar no diagnóstico com outros 
exames. 
 
Doenças demenciais 
 
A única comprovação científica na prevenção de demencia são habitos alimentares (e 
não apenas na demencia). Como o uso de amendoas, castanha de caju, verduras, 
legumes. 
 
O tratamento das doenças depende da causa. Para Alzheimer o objetivo é interromper 
sua evolução. 
Já para as isquemias crônicas, tenta-se aumentar a irrigação sanguinea, o que pode 
ocasionar inclusive uma melhora. 
Se a demencia ou alteração psicótica vier de um meningeoma, com a retirada do tumor o 
paciente se cura. 
 
Esquizofrenia 
 
Existem alterações no comportamento, alucionações (visuais, olfativas, etc.), entre 
outros sintomas. 
Existem 2 tipos, a primária – a própria doença – e a secundária, que é causada por 
algum outro fator, sendo: alcoolismo, drogas, medicações, doenças (tumores, 
encefalites, doenças endócrinas como o hipertireoidismo), sendo que nestas se deve 
tratar a causa, são doenças que tem como característica clínica um quadro psicótico. 
 
A primária tem um aparecimento insidioso, e a resposta ao tratamento é variável, a 
grande maioria precisa de acompanhamento contínuo. Aparece muito precoce, entre 20 
e 30 anos de idade. 
 
Existem 2 grupos de sintomas: os sintomas produtivos – alucinações e delírios – e os 
negativos – apatia interna, afeto embotado, distanciamento, volição prejudicada, défits 
cognitivos. 
O comportamento é desorganizado, pensamento desagregado, agressividade, 
hostilidade, dificuldade de relacionamento, tudo com prejuízo sócio-ocupacional. 
 
A etiologia é genética, constitucional e bioquimica. 
A desestruturação familiar pode contribuir, leva a dificuldades de desenvolvimento. As 
informações ambiguas, contraditórias, levam a um duplo vinculo familiar. 
A predisposição genética se combina com fatores ambientais de risco para ocasionar a 
doença. 
 
O neurotransmissor envolvido é a dopamina. 
Doenças afetivas (transtornos do humor) 
 
Transtorno Bipolar e Depressão 
 
As doenças afetivas constituem síndromes caracterizadas por alterações patológicas do 
humor que podem variar desde uma extrema elação ou euforia até uma grave depressão 
ou disforia. 
 
Mania: aceleração dos processos psíquicos e expansão do campo vivencial – é como se o 
universo vivencial do indivíduo se ampliasse, não apenas nossa realidade. 
Depressão: lentificação dos processos mentais e do estreitamento do campo vivencial – 
diminuição da relação com nossa realidade. 
Ansiedade: aceleração dos processos psíquicos em um campo vivencial estreitado – os 
pacientes restringem seu campo vivencial. 
 
1. Depressão: pode estar inserida no transtorno bipolar ou não, sendo mais comum 
sua forma isolada. É uma alteração do humor e da auto-estima, que é rebaixada 
ao extremo, existe sentimento de inferioridade, com insegurança (mesmo para 
execução de atividades simples), tristeza por reconhecer sua inabilitação, 
desligamento para não expor sua incapacidade e limitação, sensação de 
incompetencia e culpa – se muito profunda o sentimento de incapacidade, causa 
delírios de culpa de todas as coisas, pois este seria incapaz. 
 
É um individuo lentificado, afastado e distante das coisas, com retardo psico-
motor, insensibilidade por estar distante (não tem percepção de nada que ocorre, 
do sentimento dos outros), inadequação, inutilidade (não participação, não 
resolutivos), auto-reprovação no caso dos delirantes (casos mais graves, o que 
pode levar ao suicídio ou mesmo a homicídios, dentro do delírio eles se 
consideram incapazes e sem condição de ajudar aos outros, sendo absolutamente 
dispensáveis. Temem que seus parentes venham a causar sofrimento aos outros, 
e pela culpa e medo que seus parentes sejam iguais, os exterminam). 
 
Existem sintomas associados: disturbios no sono (o mais comum é aquele que 
não tem regra para dormir), perda de peso (não comem nem por prazer, nem por 
necessidade). Existem queixas somáticas: cólicas, preocupação excessiva com 
órgãos, dores no corpo, perda de apetite, constipação (podem existir outras 
alterações intestinais, como quadro diarréico persistente). 
Enquanto o esquizofrenico se sentia perseguido imerecidamente e se revolta, o 
deprimido tem sintoma paranoico de perseguição que percebe como merecida. 
 
Os tipos de depressão são a psicogenica (ou reativa, existe em função da resposta 
a um fato extremamente doloroso doponto de vista sentimental – neste caso, a 
psicoterapia pode ser a cura, sem remédios), somatogenica (secundária, 
relacionada a algum outro disturbio organico, como o hipotreoidismo) ou a 
endógena (que pode ser unipolar ou bipolar, sendo esta a de causa dos 
neurotransmissores, que pode ser tratada com os remédios). 
Pode ocorrer de sujeitos endógenos limítrofes serem levados à depressão pela 
depressão psicogenica. 
 
Tratamento: Psicoterapia – psicogenica; antidepressivos tricíclicos (são os mais 
antigos e potentes, mas não são seletivos, afeta vários neurotransmissores 
indistintamente, o que leva a muitos efeitos colaterais) e de "segunda geração" – 
outros tipos. Como regra, os antidrepressivos demoram 30 dias para fazer efeito 
– atentando que muitos deprimidos graves não se suicidam simplesmente por 
falta de forças para levantar e se matar, deve-se acompanhar esses pacientes no 
início do tratamento, pois o primeiro efeito não é o de melhorar a depressão, mas 
de dar ao individuo forças, que ele utilizará possivelmente para se suicidar. 
O eletrochoque é a ultima possibilidade de tratamento, e em psiquiatria existem 
condições em que é extremamente clara a indicação deste tratamento, como em 
casos de catatonia (falta de movimentação, de atividade mental, o indivíduo não 
busca qualquer tipo de troca com o ambiente). Ocorre agudamente um 
desbalanço nos neurotransmissores para que o individuo possa ter alguma 
energia, pelo menos para tomar os remédios. 
 
2. O transtorno bipolar tem, intercalados, episódios de mania e depressão, com 
períodos de normalidade. Existem tipos de transtorno bipolar em que não existe 
intervalo, as mudanças são muito rápidas. 
São fatores que levam ao transtorno bipolar os aspectos genéticos aliados a 
estressores psicossociais, tendo início em torno dos 20 anos. 
O diagnostico diferencial é para esquizofrenia, psicose organica ou drogas. É 
muito difícil, ele vem pois, no transtorno bipolar, o paciente na fase maníaca, que 
aparece muito rapidamente, já teve uma fase de depressão que chamou muita 
atenção, o que não ocorre com o esquizofrenico 
 
Na mania existem os sintomas opostos: estado de espirito excelente, 
hiperatividade, linguagem rápida (porém desconexa), fuga de idéias – muito 
parecido com a mania da esquizofrenia -, com arrogancia, pomposidade, 
individuo irritável e eufórico. 
O principal delirio na fase de mania são as ideias persecutórias, vistas como 
injustas, o que leva a revolta. Existe promiscuidade sexual, insultam outros com 
frequencia, são perdulários. Há um grande complicador social, ao contrário da 
esquizofrenia que evolui lentamente (e percebem que o individuo está 
adoecendo), existe uma evolução muito rápida, até desconfiarem de doença 
mental, existem danos materiais, dano no trabalho, ações legais, depreciação 
moral. 
 
Diagnóstico, pelo DSM-IV, a mania tem como critério o humor persistente e 
anormalmente elevado, expansivo ou irritável, durando pelo menos uma semana. 
No CID-10, existe a alteração de humor, aumento de energia e diminuição da 
necessidade de sono, distratibilidade, grandiosidade, pressão para falar e a perda 
das inibições sociais – e alem dessa alteração de humor, pelo menos 3 dos 
seguintes sintomas: grandiosidade, necessidade diminuida de sono, pressão para 
falar, fuga de ideias ou pensamentos correndo, distratibilidade, aumento da 
atividade dirigida a objetivos ou razões imotivadas, agitação psicomotora, 
envolvimento excessivo em atividades prazerosas. 
 
Existem 3 estágios de mania, a euforia (lábil, irritável se contrariado), a disforia 
(e depressão, hostil e irado) e o estagio claramente disfórico (em panico, 
desesperado). 
Existem 2 quadros de mania, a mania, com todos os componentes já estudados, e 
a hipomania (mania com quadro clinico bem discreto), sendo importante porque, 
geralmente, a fase de mania do transtorno bipolar é um quadro leve e breve de 
hipomania – que é breve, menos de uma semana, com euforia ou irritabilidade, é 
reconhecida por outros, hiperatividade, tagarelice, diminuição da necessidade de 
sono, aumento da sociabilidade, atividade física, iniciativa, atividades prazerosas, 
libido e sexo, impaciencia. No caso da hipomania, o prejuizo não é tao intenso 
quanto o da mania, não se apresenta com sintomas psicóticos e não requer 
hospitalização. 
 
O tratamento do transtorno bipolar é com estabilizador de humor, bem diferente 
da depressão. Se trata com lítio, carbamazepima, ácido valpróico, neurolépticos 
(em fases maníacas muito intensas). 
Todos esses medicamentos são hepatotóxicos, pelo menos, então é necessário um 
controle periódico da função do fígado, que pode levar à perda da função hepática 
e ate à morte. 
 
Distúrbios do caráter 
 
Padrões característicos de comportamento: tipos de personalidade – paranóide 
(desconfiança e suspeita, mania de perseguição), esquizóide (desligamento nas relações 
sociais, com faixa restrita de expressão emocional, tem uma vida mental própria). 
Esses distúrbios não tem cura, a pessoa já nasce com algo mental que a predispóe a 
atividades não aceitas pela sociedade. Não gera inimputabilidade. 
 
Os esquizóides podem ser esquizotípicos (excentricidade no comportamento e 
distorções cognitivas, desconforto agudo nas relações intimas), anti-social (menosprezo 
pelos direitos dos outros, um defeito na experiencia de pesar ou de remorso ao 
prejudicar os outros), limítrofe (instabilidade nas relações interpessoais, na 
autoimagem, na regulação afetiva), histrionico (atividade emocional excessiva, 
comportamento teatral e sedutor), narcisista (grandiosidade, precisa ser admirado e 
falta de empatia pelos outros), de abstenção (inibição social, sentimentos de 
inadequação, hipersensibilidade à avaliação negativa), dependente (comportamento 
submisso e fiel) e obsessivo-compulsivo (comportamentos rígidos e orientados por 
detalhes, associados a compulsões para realizar tarefas de forma repetitiva e 
desnecessária). 
 
Drogas 
 
Dependencia Fisica 
 
É um estado de adaptaçao fisiologica a uma droga manifestada pela resitrada. 
Há um quadro de desconforto físico quando da diminuição ou suspensão do consumo – 
havia a adaptação do organismo à droga (sindrome de abstinencia). 
Existe uma mudança na neurofisiologia do indivíduo. 
 
Dependencia psicologica 
 
Sensaçãoo de satisfação e desejo de repetir a experiencia de consumo ou evitar o 
descontentamento em não ter. é uma antecipação, consciencia do prazer que a droga dá. 
 
Após um tempo, o individuo não busca mais a satisfação da droga, apenas busca não ter 
os efeitos da sindrome de abstinencia. 
 
Obs: Adição (adicction) é o uso compulsivo e envolvimento com a droga, existe risco e 
necessidade de interromper o uso. Já o uso recreativo é o uso episódico e com doses 
baixas 
 
As drogas atuam em diferentes zonas do cérebro, existem alvos distintos. Vamos estudar 
drogas que atuam no cérebro em suas áreas mais nobres, profundas. 
 
Efeitos: diminuição da ansiedade e tensão, euforia (a mesma sensação do maniaco, do 
esquizofrenico), aumenta a atividade mental (real ou percebida), aumento da habilidade 
física (caso das anfetaminas), alteração da percepção sensorial (alucinações), mudança 
de comportamento. 
 
Alcoolismo 
 
Existe a intoxicação aguda, que é diferente do alcoolismo. É um quadro que o 
individuo que nunca teve contato com o alcool pode apresentar, é realmente uma 
intoxicação. 
 
O ato da escolha de beber, pode se transformar em hábito. Quando o habito se 
transforma em necessidade, existe a possibilidade do alcoolismo. 
É uma doença cronica, de evolução inexorável. Não existe cura – mesmo que pare 
de beber, as alterações do organismo se mantem, e se voltar a beber, volta do 
mesmo parametro. 
 
Jellinek coloca dois conceitos muito importantes: o da tolerancia – é necessário 
aumentar a dose para se obter o mesmo efeito – e da abstinencia. Existe uma 
total perda de controle. Existe um "relacionamento alterado entrea pessoa e sua 
forma de beber". 
 
Evolução: no inicio do uso, existe uma caracteristica de flexibilidade, o consumo 
do individuo opta pelo horario, quantidade e tipo de bebida, ele tem controle. A 
partir do primeiro momento, aumenta-se a frequencia e a quantidade, sempre 
aumento. O proximo passo é quando o individuo deixa de importar-se com a 
inadequação das situações, perde a crítica em função da necessidade da bebida. 
Na segunda fase, de instalação definitiva da doença, existe um consumo 
compulsivo e incontrolável, para aliviar os sintomas da abstinencia (professor 
disse que é a pior sindrome de abstinencia). Não se importa com danos 
organicos, sociais ou psicologicos, a relação com a bebida é rigida e inflexivel, há 
tentativa de priorizar o ato de beber. 
 
82% dos casos de abuso contra a criança estao relacionados ao alcoolismo, 30% 
dos estupros, 50% dos crimes, inclusive homicidios, são associados ao alcool – a 
intoxicação aguda ou o alcoolismo -, 60% dos filhos de alcoolatras se tornam 
alcoolicos. 
5 a 10% da população geral é alcoolatra, com 20% da população de adolescentes 
já tendo feito uso de alcool. 
O dano social e ao individuo do alcool é maior do que de qualquer outra droga. 
Causa mais danos a terceiros do que ao proprio individuo. Nas demais drogas, o 
dano maior é à pessoa do que à sociedade. 
 
Assim, o álcool causa importante dependencia física, dependencia psicologica, 
grande tolerancia e sindrome de abstinencia com grande repercussão (de 6 a 7 
horas após a interrupção). 
 
Alcoolemia: quantidade de alcool no sangue. 
A metabolização do alcool é pelo menos 90% hepática, mas também é renal e 
pelos pulmões (ar alveolar). 
 
Sinais e sintomas: crises de amnesia, alterações comportamentais, agressividade, 
tremores, inibição psicomotora (diminui a capacidade mental, de abstraçao e 
também do ponto de vista motor, dificuldade de racionalização (todas as funções 
intelectuais superiores). 
 
Sindrome de abstinencia alcoolica: agitação, ansiedade, alterações de humor, 
tremores, nauseas, vomitos, taquicardia, hipertensão arterial, alucinações, 
delirium tremens (DT) – é o estado extremo da sindrome de abstinencia, além da 
alucinação existe o delírio, como da esquizofrenia - e convulsões. 
O DT pode durar varios dias, com rebaixamento de nivel de consciencia e 
alteração do metabolismo, que pode levar à morte. 
 
O alcool difere da maioria das outras drogas psicoativas, pois não possui 
receptores especificos. 
 
Lesões causadas pelo álcool: 
a. Sistema gastrointestinal: 
i. pancreatite cronica – é uma lesão anatomica progressiva e irreversivel, 
existe uma destruição do parenquima glandular com substituição por 
fibrose (tecido destruido, sem função), há a atrofia glandular em virtude 
desta destruição e a dilatação canalículo-acinar (o pancreas é constituido 
de varios canaliculos que dá vazão a substancias). O pancreas tem dois 
tipos de celulas de produção, as celulas exocrinas que produzem enzimas 
digestivas e as celulas endocrinas (ilhotas de Langerhans), que secretam 
insulina, glucagon e somatostatina (importancia no metabolismo do 
açúcar). 
Existem 2 tipos de lesões no pancreas, as lesões calcificantes e as lesões 
obstrutivas (as coisas são produzidas, só não conseguem chegar ao 
intestino). A primeira é a relacionada ao alcoolismo. Pode levar à morte. 
ii. Esteatose hepática – existe um acúmulo de gordura que destroi os 
hepatócitos. 
iii. Cirrose hepática – existe falta de proteina, não consegue reter líquido nas 
células. Existe uma destruição das células hepáticas. 
iv. Gastrite e esofagite de refluxo – O alcool relaxa os musculos, inclusive o 
esfincter do esofago, o que causa refluxo, e tambem pela propria passagem 
do alcool. 
v. Tumores. 
 
b. Sistema ósteo-muscular: 
i. Fraqueza muscular proximal 
ii. Miopatia generalizada 
iii. Osteopenia 
iv. Quedas frequentes 
v. Fraturas 
 
c. Anormalidades hematologicas: 
i. Disturbios de coagulação (pelo figado não funcionar) 
ii. Anemias por deficiencia nutricional 
 
d. Sistema cardiovascular 
i. Arritmias, que geram insuficiencia cardiaca. O coração fica dilatado. 
ii. Hipertensão arterial 
 
e. Sistema endocrino 
i. Alteração no ritmo mensrual 
ii. Impotencia sexual 
iii. Diabetes 
iv. Diminuição da libido 
v. Hipoglicemia 
vi. Hipopotassemia 
 
f. Existem sintomas renais, dermatologicos, alterações nutricionais... 
 
g. Sindrome alcoolica fetal: microcefalia, dismorfias craniofaciais, retardo 
mental, malformação cardiaca, baixo peso. 
 
h. Alterações psiquiatricas: 
a. Alterações do sono, transtorno de personaldiade anti-social, suicidio e 
ideação suicida, transtornos depressivos e ansiosos. 
b. Alucionações auditivas, visuais, táteis, medo, ansiedade, agitação. 
 
i. Complicações no sistema nervoso central 
a. Acidente vascular cerebral isquemico 
b. Demencia alcoolica (7% das demencias) 
c. Sindrome de abstinencia 
d. Existe uma atrofia cerebral – pode ser reversivel ou irreversivel, 
quando há morte neuronal efetiva ou uma degeneração axonal. 
e. Os danos podem ser neuronais ou por deficit circulatorio. 
 
Cocaína 
 
É um alcaloide, extraido das folhas da coca, cultivada na América do Sul e Central. Tem 
vários nomes, como pó, neve, "senhora"... 
 
É um estimulante do sistema nervoso central, que atinge rapidamente o cérebro e 
produz uma resposta intensa (efeito Popeye, muito rápido, quase imediato, e muito 
intenso). 
 
O usuário de cocaína apresenta emagrecimento profundo, insonia, sangramento do 
nariz, corisa persistente, lesão da mucosa nasal e tecidos nasais, perfuração do septo (a 
produção da cocaina depende de solventes quimicos, que afetam os tecidos). Em um 
passo alem, o consumidor de doses elevadas e regulares, apresenta palidez, suor frio, 
desmaios, convulsões, parada respiratória e agitação intensa. 
 
A produção da cocaina, na transformação da pasta no pó, depende de um solvente – 
éter, acido sulfurico, gasolina. Essas substancias causam lesões da mucosa nasal, 
levando até a quadros de necrose da mucosa, do osso e da cartilagem do nariz. 
Resulta em manifestações nas vias aéreas, como rinite cronica, sinusite, sangramento 
nasal, ossificação ou necrose do septo nasal ou perfuração do palato. 
 
Efeitos: diminuição da ansiedade e tensão, euforia, aumento da atividade mental, 
aumento da habilidade física, alteração da percepção sensorial e mudança de 
comportamento. 
Causa uma dessincronia nos receptores de noradrenalina e serotonina, e nos circuitos de 
recompensa (dopamina – a sensação do prazer, comida, drogas, sexo). 
Deixa uma quantidade maior de neurotransmissores a disposição nas sinapses, estes 
não conseguem ser recaptados pois o local de recaptação é ocupado pela cocaína. Há 
hiperestimulação do sistema nervoso central. 
 
A cocaina causa uma tolerância muito grande, causa dependencia fisica (tem 
circunstancias especiais, além da dependencia física já vista, ocorrendo com uma lógica 
diferente da de outras drogas) e psicológica, excitação eufórica, hiperestimulação, alerta 
(alguns autores acreditam que seja um componente psicologico da paranóia), euforia, 
sensação de competencia e poder. 
Tem ação curta (10 a 15 min), causando, do ponto de vista organico, taquicardia, 
hipertensão, midríase (pupila dilatada), sonolencia, nervosismo extremo, alucinação 
(geralmente formigas, insetos ou cobras imaginárias), delirio paranoide, agressividade 
(o nervosismo e a agressividade se devem muito mais ao componente psiquiátrico). 
Na overdose (definição dificil, de 0,2 a 1,5 grama de cocaína pura – maior risco se for 
diretamente na corrente sanguinea), causa tremores, convulsão e delírio. 
A morte se dá por arritmia (independe da quantidade ou frequencia de uso, o risco do 
usuário é constante) e falencia cardíaca. 
Tem uma possibilidade de interação muito grande com outros medicamentos, tendo 
uma ação muito deletéria para o coração. 
 
A psicose paranoica e a alucinação sãoos principais componentes da esquizofrenia e da 
composição maniaca do transtorno bipolar. 
Fisiologicamente, o uso prolongado leva a uma adaptação do cerebro. O individuo passa 
a depender da cocaína para funcionar normalmente, dminuem os niveis de dopamina (o 
organismo produz menos pois verificava muito em excesso) e, se parar de usar, não 
existe dopamina suficiente nas sinapses, o que leva ao oposto do prazer. Causa fadiga, 
depressão e humor alterado. 
 
A cocaína pode se apresentar das seguintes formas: a folha de coca, que tem consumo 
cultural em paises como Peru, Colombia e Equador; a pasta de coca, fumada com tabaco 
ou maconha, sendo essa mistura conhecida como BASUCO (contem solventes como 
ácido sulfurico); o pó de coca (cloridrato), que pode ser cheirado ou injetado; e o "crack" 
ou "rock" (base livre), que é fumado, e tem aparencia de mineral. 
 
Uma interação da cocaína e do alcoolismo é que esta pode exacerbar a atrofia cerebral 
do alcoolatra, levando a um quadro demencial extremamente grave. 
Ela provoca alterações neuronais orbitrofrontais, causando déficits na tomada de 
decisões (independente do volume consumido). 
 
Os efeitos da droga variam pela preparação, as doses, a forma de administração e a 
frequencia. Existe um complicador, existem inumeras modalidades de preparação, é 
difícil o usuário saber a concentração que efetivamente está recebendo, etc. 
 
Grosseiramente, se pode considerar que pequenas doses ocasionam euforia, excitação e 
agitação; doses moderadas causam sensação de competencia (inteligencia, capacidade 
de resolver problemas, autoconfiança) e habilidade; em doses elevadas, gera 
alucinações. 
Em relação as consequencias organicas, as doses baixas causam taquicardia e 
hipertensão; doses moderadas causam vomitos, diarréia, excitação, confusão das ideias 
e até ansiedade extrema; em doses elevadas, causa hipertensão arterial grave, 
taquicardia, calafrios, transpiração excessiva, convulsões e morte. 
O uso frequente e continuo (semanas ou meses) leva a alterações comportamentais, com 
agressividade, ideia de perseguição (paranoia), alucinações tateis (sensação de insetos 
caminhando sobre a pele), visuais e auditivas, e delirios (desorientação, confusão, medo 
e ilusões). 
 
A utilização da cocaina de forma injetável tem um efeito deleterio adicional, com a 
utilização de outro solvente para diluir a droga, sendo caminho de contaminação por 
seringas não esterilizadas ou mesmo pelo solvente utilizado – hepatite, endocardite 
infecciosa, AIDS, pneumonia, infecções localizadas, feridas (ulcerações). 
 
A retirada ou diminuição no consumo da droga causa depressão, irritabilidade, 
ansiedade, cansaço e insonia. 
 
Crack 
 
O crack é pior, é uma droga mais barata e com efeitos mais potentes e intensos. 
As consequencias cardiovasculares são piores, bem como as consequencias 
comportamentais. 
 
É uma droga recente, que surgiu nos EUA na década de 80 e no Brasil no início 
da década de 90. Droga de baixo preço, com possibilidade de fabricação caseira, 
atraindo os usuários da cocaína injetável. 
 
Causa mudanças evidentes de hábitos, comportamento e aparencia física, 
redução drástica do apetite, perda de peso rápida e acentuada (até 10 quilos por 
mês), fraqueza, desnutrição e aparencia de cansaço físico. 
A sobrecarga do coração com a desnutrição gera falta de potassio, que ocasiona 
arritmia e leva à morte. 
 
É uma mistura da pasta-base de coca ou cocaína refinada, com bicarbonato de 
sódio e água, com: cal, cimento, querosene, acido sulfurico, acetona, amonia e 
soda caustica. 
 
O uso continuo da droga produz deterioração mental. 
 
Alucinógenos 
 
O grande representante seria o ácido lisérgico (LSD). 
O que caracteriza essas drogas é que são excitatórias do sistema nervoso central, tendo 
como resultado uma ação de grande modificação no sistema autonomico (batimento 
cardiaco, respiração, etc.). Modifica o humor – em alguns individuos existe uma reação 
euforica, em outros uma reação depressiva (no momento do consumo ou como 
consequencia da abstinencia). 
 
Causam tolerancia, as doses precisam ser maiores com o passar do tempo. Quando à 
dependencia física, não se verifica, e a dependencia psicologica é variável de acordo com 
os individuos - pode-se dizer que existe uma preservação da volição, da vontade. 
 
A principal caracteristica associada à droga, com repercussão no Direito, é a diminuição 
da capacidade de julgamento. O usuário obtem como efeito alucionações visuais, 
distorção da propria imagem, distorção do tempo e espaço. Há um risco de hipotensão 
(pressão baixa, pode levar a choque). 
 
Mais detalhadamente, as alterações da percepção que mais chamam a atenção são as 
visuais, mas existem gustativas, tateis, auditivas e olfativas. Há perda do limite entre o 
espaço e o corpo, sensação de que os sons podem ser vistos, sensação de panico e medo, 
apreensão constante. Há, também, reações psicóticas (alucinações, delirio, grande 
labilidade afetiva) e depressão. 
(doenças mentais psicoticas e drogas, quase todas elas, levam a essa alucinação psicotica 
e manias de perseguição, que são uma das grandes causas de violencia). 
 
Além disso, causa relaxamento e tensão (muito proximos), alegria e tristeza (idem, é 
uma oscilaçao caracteristica dos alucinógenos). Pode ocorrer morte acidental, devido às 
alucinações e fantasias, como a sensação de poder voar. 
 
Os alucinogenos antecipam ou mesmo provocam (individuos com propensão ou ainda 
assintomaticos) surtos de esquizofrenia. Causam diminuição inexorável da memória 
(principalmente a memoria de fixação), tremores, náuseas, tonteira, parestesia 
(sensação de formigamento, arranhamento ou queimação da pele, relacionada ao 
comprometimento dos nervos perifericos – há ainda a diminuição de sensibilidade), 
disturbios visuais, perda do controle dos pensamentos, aumento da frenquencia 
cardiaca e mesmo convulsão. 
 
O LSD é soluvel em água e rapidamente absorvido, sendo eficaz em quantidades 
notavelmente pequenas – 25microgramas podem produzir efeitos significativos durante 
10 a 12 horas (300 mil vezes mais ativa que a maconha). 
 
Opióides 
 
Tem um grande problema, pois um grande numero é utilizado na medicina, estando 
disponiveis em farmacias, hospitais. Tem uso na dor cronica (morfina) e em pós-
operatório. 
 
São drogas de extremo risco, causando tolerancia, dependencia psicologica intensa, 
dependencia física com sindrome de abstinencia – a dependencia e a tolerancia já 
aparecem com 3 dias de consumo. 
 
Sinais e sintomas: euforia, reações dérmicas (como coceira), miose (pupila fechada), 
sonolencia (associada a uma depressão do sistema nervoso central), depressão 
respiratoria (a depender da dose, é um risco de toda droga depressora do SNC), 
hipotensão, bradicardia, diminuição da temperatura – pode levar ao óbito. 
 
A abstinencia da heroina aparece de 4 a 6h depois da retirada. Existem complicações 
imunologicas em 90% dos usuários (efeito diferente de todas as outras drogas) – como 
consequencia, se tem a ocorrencia de infecções de dificil tratamento - e, como 
complicações neurologicas, coma, anóxia cerebral, infecções. 
 
O consumo da heroina é geralmente endovenoso, podendo haver graves infecções nos 
locais de injeção da droga. 
 
A heroina e outros opióides podem causar arritmias e cardiopatica cronica (mesmo 
efeito da cocaína). 49% dos usuários de heroina apresentam neuropatia periférica 
(alterações nervosas perifericas). 
 
A principal droga de consumo de médicos usuários é a Dolantina (fácil acesso nos 
hospitais, é usada para analgesia em hospitais). 
 
Maconha 
 
É uma droga que causa dependencia psicologica, no entanto não causa dependencia 
física, não existindo sindrome de abstinencia. Não existe tolerancia. Esta informação 
fica clara quando se verifica que apenas 2 a 3% dos usuários tem consumo diário ou 
próximo. 
 
O uso medicinal da maconha é recomendado em certos casos. É anticonvulsivante,por 
exemplo. 
 
Segundo pesquisa do governo americano, não existe morte imediata por consumo de 
maconha. 
 
Sinais e sintomas: diminuição da consciencia, ideias desconexas, diminuição da 
percepção do tempo/cor/espaço, sensação de bem estar, reação de panico (e ideias 
persecutórias), diminuição da atividade motora, aumento de apetite, exacerbação de 
sintomas esquizofrenicos (pode desencadear uma esquizofrenia latente desde o primeiro 
baseado). Causa maior vulnerabilidade às psicoses, piora o curso da doença entre 
aqueles que já desenvolveram. 
 
Existem estudos de que a maconha pode contribuir no desenvolvimento de padrões 
comportamentais violentos. 
 
Haxixe, feito das extremidades e da resina do Cannabis, é uma droga fumada ou por via 
oral, causando uma grande dependencia psiquica, mas não dependencia física. Os 
sintomas são identicos aos da maconha. 
 
Os prejuizos sociais do usuário se dão com o quadro sindromico de sindrome 
amotivacional, é um desanimo, falta de interesse, competitividade. 
 
Anfetaminas 
 
A dependencia física é variável, mas a dependencia psicologica é presente. A tolerancia é 
variável, e a suspenção abrupta pode levar a dependencia grave. É estimulante do SNC. 
 
Se encontra em farmacias, por isso é uma droga perigosa – hoje em dia menos, com as 
grandes restrições impostas. Outro exemplo é o ecstasy. 
 
Causa elevação do humor, alerta aumentado, concentração, aumento da performance 
física, sensação de bem estar, perda de peso (aumenta o metabolismo). 
 
Como riscos, pode provocar acidentes, pois provoca excitação seguida de intensa fadiga 
e sonolencia – exemplo do ecstasy. Engana o cérebro quanto à capacidade física. 
 
O ecstasy causa sensação de leveza, alegria e poder. Euforia, desinibição, intensa 
sensação de sociabilidade (perfeita para as raves) – alguns tem efeitos contrarios, com 
sensação de paranoia e panico (desencadeia a sindrome do panico, com dificil 
tratamento), com profunda depressão (de dificil tratamento), mesmo após o primeiro 
consumo. 
 
Faz efeito de 20 a 60 minutos após o consumo. Como efeitos fisicos, aumenta a pressão 
arterial, acelera os batimentos cardiacos, diminuição do apetite, pupilas dilatadas, boca 
seca, metabolismo acelerado – temperatura até 40 graus -, bebe litros de água (pela 
temperatura e boca seca) enquanto dançam, sensível a luz (uso de oculos escuros). 
O grande risco é que o estimulo para consumo de liquido é muito intenso, podendo 
ocorrer uma intoxicação hídrica, levando o coração à falencia por excesso de volume 
circulante, há edema pulmonar, com insuficiencia respiratoria que, não tratado, morre. 
 
A anfetamina tem muitas das toxicidades cardiovasculares vistas com a cocaina, 
incluindo cardiopatias cronicas e agudas. 
 
Solventes inalados 
 
Droga em desuso, hoje a maioria dos usuários usa crack. 
 
Causa dependencia psiquica, mas não dependencia física (na verdade nem se tem tempo 
de verificar, pois são substancias que levam a efeitos deleterios cerebrais e organicos 
muito rápidos). Leva a um relaxamento, euforia, sensação de flutuar, mas causa ataxia 
(desequilibrio para andar, pela ação do solvente no SNC, principalmente no cerebelo, e 
também por efeito da droga nos nervos perifericos), asfixia, danos cerebrais intensos, 
danos hepáticos e danos na medula óssea. 
 
 
Transtornos Neuróticos 
 
As neuroses são um problema menor na gama de condições. 
 
Ex: a ansiedade, existe a ansiedade menor, que todos temos, que é até util para 
enfrentar o dia-a-dia. 
 
Os fatos penetram na consciencia e são coloridos pelas afetividades, transformando-se 
em vivencias, que tem um caráter individual e particular, mesmo para fatos identicos. 
A vivencia possui uma resposta emocional e o sentimento. Existem 3 elementos das 
reações vivenciais, a relação causal, a relação proporcional e a relação temporal. 
 
Pode existir uma reação neurótica aguda ou a personalidade neurotica a depender da 
mente. Se a mente consegue trabalhar o novo aspecto, uma reação de surpresa é normal, 
é a reação neurotica aguda. Se, por outro lado, a vivencia transforma e conduz a uma 
reação patologica, conduz à personalidade neurótica. 
Os sintomas das neuroses podem existir em individuos absolutamente normais. Não se 
trata apenas de saúde e doença, mas existem gradientes. 
 
A neurose pode ser conceituada como uma reação exagerada do sistema emocional em 
relação a uma experiencia vivida (reação vivencial). É uma maneira da pessoa SER e de 
reagir à vida. 
Os conflitos que nos são colocados, se conseguirmos supera-los, temos desenvolvimento 
mental e uma vida mental normal. Ocorre que, quando não conseguimos superar o 
conflito, assumimos mecanismos que podem gerar vivencias patologicas, a necessidade 
da mente dar uma resposta inesperada – a neurose. 
Numa comparação entre o transtorno neurotico e as psicoses, as primeiras tem grande 
beneficio apenas com psicoterapia, enquanto as segundas necessitam de medicamentos. 
Nas primeiras, o individuo tem desenvolvimento mental bom, e reconhece que tem 
situações de perigo interno (medo, perda, ameaça, separação, sexualidade), enquanto no 
segundo caso existe um pensamento primitivo, com distorção da realidade e sintomas 
neurofisiológicos. 
 
Uma neurose é a ansiedade, uma sensação de perigo. Sinal de alerta, mostra a 
presenda de perigo iminente e nos ensina a lidar com a ameaça, é sentimento útil, nos 
tornando menos vulnerãveis aos perigos e ao desconhecido, fazendo parte do 
desenvolvimento normal do ser humano em experiencias novas e inéditas. 
A ansiedade normal é uma sensação difusa e desagradavel, de apreensão, e alguns até 
tem sensações fisicas (mal estar epigastrico, aperto no torax, palpitações, sudorese 
excessiva, cefaleia, subita necessidade de evacuar, inquietação). Tem como componentes 
a consciencia de sensações fisicas e consciencia de estar nervoso ou amedrontado. 
Já a ansiedade patologica ("anormal"), é uma resposta inadequada, com maior 
intensidade ou duração, que pode paralizar o individuo. Traz prejuizo ao seu bem estar e 
ao seu desempenho, não permite que ele se prepare e enfrente as situações 
ameaçadoras. Não prepara para as ameaças, interfere na capacidade de contrariar a 
agressão. 
Existe ainda a ansiedade generalizada, é uma patologia, generalizada e persistente, não 
ocorre exclusivamente (nem mesmo de modo preferencial em uma situação 
determinada, a ansiedade é flutuante), e seus sintomas essenciais são variáveis. É uma 
ansiedade e preocupação excessiva, quase diária, durando seis meses ou mais – intesas e 
de dificil controle, com desproporcionalidade à situação, e por diversas questões. 
Existem sintomas como: nervosismo persistente, tremores, tensão muscular, 
transpiração, etc. A estrategia diagnostica se dá pela verificação de 3 dos seguintes: 
inquietação, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, sono 
de má qualidade. 
O tratamento é feito atraves de medicamentos ansiolíticos, associados à psicoterapia. 
 
Outra patologia são as fobias. Ansiedade persistente, intensa e irrealistica, sendo uma 
resposta a uma situação especifica. O fóbico evita se expor a situações que desencadeie 
sua ansiedade ou suporta-a com grande sofrimento. Reconhece a ansiedade como 
excessiva e tem consciencia de ter um problema. Existe tambem um gradiente de 
normalidade, mas os sintomas acima são do fóbico. 
Existem várias teorias para explicar as fobias e a ansiedade. 
As teorias psicanaliticas colocam a fobia ou a ansiedade como uma atitude do ego para 
solucionar seu conflito – respondem melhor à terapia. 
A teoria comportamental acredita que o comportamento é aprendido – resposta 
condicionada ou imitando respostas do meio social. 
A teoria cognitiva é a mais simples, que afirma que o individuo tem padroes de 
comportamento distorcidos, é o conflito entre o pensamento e a realidade, que leva à 
ansiedade, ou ainda o individuo superestima ocorrencias. 
A teoria existencialafirma que a fobia vem da consciencia do vazio. 
A teoria biológica afirma que desequilibrios nos neurotransmissores ocasionam os 
sintomas – estes respondem melhor a medicamentos. 
 
A ansiedade pode ser induzida por drogas ou doenças: infecções cerebrais, disturbios 
cardiovasculares, endocrinos, etc. Drogas: alcool, cafeina, cocaina, medicamentos, 
abstinencia. 
 
Existem os transtornos fóbico-ansiosos, a ansiedade é desencadeada exclusiva ou 
essencialmente por situações nitidamente determinadas não apresentando atualmente 
nenhum perigo real – as situações são evitadas ou suportadas com temor. 
Ex: fobias sociais (de aspectos da vida), como por exemplo, se expor a uma palestra com 
publico, não conseguir comer em publico. 
A fobia social ou transtorno de ansiedade social é um medo patologico de comer, 
beber, falar, escrever, agir na presença de outras pessoas. Existe uma ansiedade 
antecipatória e sofrimento durante a exposição. 
Outras fobias são específicas, restritas a situações muito delimitadas, como 
determinados animais, altura, trovão, escuro, espaços fechados, visão de sangue, medo 
de exposição a doenças específicas, etc. E a iminencia do contato pode trazer um ataque 
de ansiedade aguda. Surgem na infancia e podem persistir por toda a vida. 
O tratamento das fobias se da com terapia comportamental, dessensibilização, 
relacamento, ou mesmo tratamento com remédios por tempo limitado 
(benzodiazepinicos – causa dependencia) 
A agorafobia é o medo de lugares abertos, medo de estar em lugares ou situações nas 
quais se torna dificil ou embaraçoso escapar caso não haja ajuda disponivel, são evitadas 
ou suportadas com ansiedade, e existe ansiedade antecipatoria (medo do medo). É 
extremamente grave do ponto de vista social, muitos sem tratamento não conseguem 
sair de casa. Existem sintomas depressivos ou obsessivos associados, com condutas de 
evitação proeminentes. 
 
Claustrofobia 
 
O claustrofobico apresenta comorbidades, outros sintomas, como outros transtornos de 
ansiedade, transtornos de panico, sudorese, tremos e queda de pressoao, insegurança, 
facilidade para depressão, e como consequencia o isolamento de pessoas e locais. 
 
Transtorno de Estresse Pós-Traumático 
 
É um disturbio de ansiedade, uma resposta a uma experiencia de estresse físico ou 
emocional. Essa exposição traumatica é nitidamente de grande magnitude, que afeta a 
todos, mas nestes indivuduos existe o componente da resposta exacerbada e que 
transforma a realidade vivencial da pessoa. 
 
Tem como caracteristicas a re-experiencia (sonhos e pensamentos em vigilia, flashback), 
torpor emocional para experiencias relacionadas, ansiedade, depressão e dificuldades 
cognitivas. 
Nos pacientes mais graves, há ideação suicida, principalmente aqueles que passaram 
por guerras, catastrofes naturais, estupros, acidentes. 
 
Existem fatores predisponentes que facilitam ou agravam os sintomas. Os pacientes que 
tem historico de componente ansioso não são necessariamente acometidos, ou seja, os 
fatores não são necessários e nem suficientes. 
 
O tempo de latencia entre o evento e a sintomatologia pode de variar de poucas semanas 
a meses (Raramente excedendo a 6). O curso é flutuante, pode estar sem crises e, ao se 
relacionar com fatos relacionados à experiencia traumática, tem nova crise. 
 
O tratamento é dificil mas geralmente tem sucesso. Se trata com psicoterapia 
psicanalitica, cognitiva ou associação e ansioliticos ou antidepressivos. 
 
Acrofobia 
 
Medo irracional da altura. Sente-se medo mesmo desmotivado, em lugares seguros 
(elevadores, sacadas). 
 
Medo, tontura/vertigem (pode aparecer em qualquer situação de ansiedade, mas é 
extremamente comum no acrofobico), panico, nauseas, respiração rápida. 
 
Transtorno Obssessivo-compulsivo 
 
É uma doença cronica, de dificil tratamento, caracterizada pela presença involuntária e 
intrusiva de obsessões e/ou compulsões. 
 
As ideias obsessivas trazem desconforto, medo, e a mente tenta neutralizar com 
compulsões ou rituais, que tomam boa parte do tempo do individuo, interfere em 
rotinas diarias, no desempenho profissional e nas relações sociais. 
 
As obsessões são com pensamentos, sentimentos, ideias, impulsos. 
 
São representações menais vividas como instrusos e sem significado particular para o 
individuo. São, portanto, agressões intrusivas da mente. 
 
Obsessões: limpeza, contaminação, sujeira, doença, verificações, religiosas, sexuais. 
 
A prevalencia é grande, 1 em cada 40 pessoas, em pessoas jovens, sendo levemente 
superior em mulheres, mais comum em pessoas separadas e desempregadas. 
 
São comorbidades: a depressão, fobia social, fobia especifica, abuso de alcool, 
transtorno do panico, transtornos alimentares, tiques. 
 
O petscan e o spectscan conseguem diagnosticar, pois existe um aumento absoluto do 
metabolismo da glicose no cérebro. 
 
A evolução é de curso cronico (65%), em alguns é episodico (26%) e para 9% há uma 
grave deterioração mental. 
80% referem rupturas na sua vida pessoal, social ou familiar. 
 
Transtorno de panico 
 
Também chamado de ansiedade paroxistica episódica. É uma doença que vai e volta, o 
individuo não esta a todo momento no estado critico da crise. 
 
Atinge de 1,5 a 3,5% da população, é uma doença frequente. Uma observação 
importante é que 43% dos pacientes com este diagnostico tem o primeiro atendimento 
no pronto-socorro (a crise foi tao relevante na sintomalogia, que o paciente procura o 
atendimento de urgencia, é algo relevante), chegando a 15% serem conduzidos por 
ambulancia. 
A incidencia é 2 a 3x mais frequente no sexo feminino, sem determinantes etnicos ou 
socioeconomicos, e principalmente em adolescentes ou adultos jovens. 
 
A etiologia da doença, suas causas, são varios fatores determinantes: hiperatividade 
adrenergica, disfunção serotoninérgica, hipersensibilidade dos receptores de CO2, 
função anormal dos receptores GABA, perturbação de outros mecanismos biológicos, e 
ainda fatores genéticos em parte dos pacientes. 
 
Caracteristicas de um ataque de sindrome do panico: ataques recorrentes de ansiedade 
grave (muito grave, incapacitante), circunstancias indeterminadas, ataques 
imprevisiveis, palpitação, dores toracicas, sensações de asfixia, tonturas. 
Aparecem alguns aspectos, que não estão na propria crise, mas que acompanham o 
doente: sentimento de irrealidade (desrrealização – o ambiente esta diferente, as coisas 
se modificaram, sensação de estar fora do ambiente que estava acostumado), medo 
secundário de morrer (devido à gravidade das crises), perda de autocontrole emocional 
constante, medo de ficar louco. 
 
Reações adrenérgicas (adrenalina): preparam para enfrentar o perigo, melhor 
oxigenação muscular – aumento da frequencia cardiaca e respiratoria. 
 
Diagnostico: varios ataques (Semanas ou meses), com significativa preocupação com 
novos ataques, consequencias do primeiro ataque são preocupação com doenças, 
intenção de ir ao médico e fazer exames, vontade de informar-se sobre doenças. 
Existencia de pelo menos 4: frequencia cardiaca, sensação de batimento desconfortavel, 
sudorese difusa ou localizada, tremores finos nas extremidades ou difusos, sufocação ou 
dificuldade de respirar, sensação de desmaio iminente, dor ou desconforto no peito, 
nausea ou desconforto abdominal, tonteiras/instabilidade, cabeça leve ou vazia, 
despersonalização ou desrealização, medo de enlouquecer, perder o controle de 
simesmo, medo de morrer, dormencias ou formigamento, enrubescimento, ondas de 
calor ou calafrios pelo corpo. 
 
Despersonalização: pode ocorrer e normalmente ocorre mesmo fora dos ataques de 
panico, é sensação de não ser ele mesmo, saindo de dentro do proprio corpo e observa a 
si mesmo. 
Desrealização: sensação de que ambiente é diferente. 70% da população em geral tem 
este sintoma em algum momento da vida, e isoladamente não é patologia. 
 
O tempo de duração é imprevisivel, pode ser de alguns mesesa varios anos, sendo que 
alguns nunca se curam. 
 
Tratamento: se prioriza a medicação (dificilmente o paciente tem alguma melhora sem 
medicação), sendo os antidepressivos e os benzodiazepinicos muito eficazes. 
 
Comorbidades: agorafobia, ansiedade antecipatoria (é a pior delas, não tem objeto), 
evitação e hipocondria. 
 
Transtornos Alimentares 
 
São 2 doenças, anorexia nervosa e bulimia nervosa. 
 
A anorexia nervosa se caracteriza pela busca deliberada e inexoravel pela magreza. 
Existe uma distorção da percepção da propria imagem, a pessoa se enxerga gorda. 
É uma perda de peso intencional, principalmente em mulheres adolescentes ou jovens. 
A psicopatologia especifica é o medo de engordar – há uma intrusão relevante na mente. 
 
Há restrição das escolhas alimentares, prática excessiva de exercicios físicos, vomitos 
provocados, utilização de laxantes, anorexigenos e diureticos. 
 
As repercussões são: desnutrição de grau variável, modificações endocrinas e 
metabolicas secundarias, perturbações das funções fisiologicas. É uma doença 
sindromica, com comprometimentos varios. 
Não apenas o tecido adiposo é ausente, mas tambem ocorre atrofia de musculos. 
 
Atinge no máximo 0,5% da população, ocorrendo na proporção de 1:10 para mulheres, 
com picos de ocorrencia entre 13 e 14 anos e entre 17 e 18 anos. 
Existe uma exceção na proporção da incidencia quando se analisa individuos menores 
de 14 anos, existindo uma incidencia de 30% em meninos. 
 
Anamnese: historia do peso, questionar qual é o peso ideal – buscar um distanciamento 
do normal, a resposta é inadmissivel do ponto de vista logico. 
 
Existem distorções da imagem corporal: perceptivas (o corpo é maior do que de fato é), 
afetivas (insatisfação), comportamentais (fuga de exposições). 
 
Comportamentos alimentares patologicos (a anamnese já deu quase certeza ao médico, 
assim ele fecha o diagnostico): dietas, proibições (sob alegações diversas, como não 
serem alimentos naturais), regras, episodios compulsivos (muito menos frequentes que 
na bulimia). 
 
Metodos para controle do peso: jejuns, suprimir refeições, atividade fisica, laxantes, 
diureticos, anorexigenos, vomitos auto-induzidos. Visa controlar e compensar excessos. 
 
Historia psiquiatrica: existem na historia do paciente outros transtornos associados, em 
muitos casos – transtorno do humor, ansiedade, abuso de substancias, transtornos de 
personalidade. 
 
A bulimia nervosa tras um medo de engordar, mas não consegue conter o impulso 
para comer por mais que alguns dias. 
 
Epidemiologia: 90% mulheres, com inicio dos 12 ao 25 anos, sendo o pico de incidencia 
aos 18 anos. 
 
É um transtorno alimentar, caracterizado por episodios recorrentes de "orgias 
alimentares", perda do controle sobre si mesmo e tentativas de vomitar e/ou evacuar o 
que comeu. A pessoa procura o alimento e só para de comer quando não aguenta mais, 
porque a comida acabou ou quando chega alguem (Assim, geralmente as orgias 
alimentares são noturnas, secretas, programadas). 
São acessos repetidos de hiperfagia, preocupação excessiva com o controle do peso 
corporal, alternancia entre hiperfagia e vomitos ou uso de purgativos. 
Preocupação exagerada com a forma e peso corporais, antecedentes episodios de 
anorexia nervosa ocorrido alguns meses ou varios anos antes. 
 
Caracteristica da ingesta: exagerada, descontrolada, secreta e rapida. Cessam por: mal-
estar fisico, interrupção externa ou falta de alimento. 
 
Existe tambem a distorção da imagem corporal. Do ponto de vista psicologico, o 
individuo tem vergonha de seu problema, sentimento de inferioridade, auto-estima 
baixa, reconhece o absurdo do comportamento, sente-se inferiorizado, incapaz de conter 
a si mesmo, procura esconder dos outros. 
O desencadeante costuma ser uma dieta para perder peso, alguma dieta muito restritiva, 
que não deu certo, pode conduzir a uma predisposição à doença. 
 
Alguns autores afirmam não haver uma perda de controle completa, pois existem 
manobras preparatorias e manobras de fuga: esconde alimentos para futuros episodios, 
consegue planejar seus episodios e esperar para ficar sozinho e guardar alimentos. 
 
Complicações: perturbações eletroliticas e somáticas (enquanto na anorexia é 
predominantemente pela falta deingesta, na bulimia é pela falta de ingesta e pelas 
manobras purgativas) – como complicações cardiacas (arritmias e assistolias, por falta 
de potássio) que podem levar à morte, esofagite, destruição dos dentes e presença de 
cáries pela eliminação do acido. 
 
A influencia midiática é apenas um fator, não se conta como uma causa. São doenças de 
causas multifatoriais. 
 
PROVA 
 
3 temas: alcoolismo, demencias ou fobias. 
O professor irá sortear um dos 3 temas. Prova com consulta.

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