Buscar

Embriologia II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

JESSICA	MOSELLO	-	TERCEIRO	SEMESTRE 
EMBRIOLOGIA	-	RESUMO	P2 
 
 
EMBRIOLOGIA	DO	SISTEMA	DIGESTÓRIO  
O intestino primitivo forma-se a partir da porção dorsal do saco vitelino que é                           
incorporada ao embrião, tem origem a partir do endoderma da gastrulação. Consiste                       
em um tubo ligado a dois anexos para fora do embrião, a vesícula vitelínica e o                               
alantoide	.  
 
O intestino primitivo está fechado na sua extremidade cranial pela membrana                     
bucofaríngea e na sua extremidade caudal pela membrana cloacal	, ele é dividido                       
em três partes, o intestino anterior	, intestino médio e intestino posterior	. O                       
intestino anterior é dividido em duas partes, intestino faríngeo e o restante do                         
intestino	anterior,	com	isso	o	intestino	primitivo	possui	as	seguintes	quatro	seções: 
1. Intestino faríngeo	, ou faringe, estende-se da membrana orofaríngea para o                   
divertículo respiratório e é parte do intestino anterior; essa seção,                   
particularmente	importante	para	o	desenvolvimento	da	cabeça	e	do	pescoço,  
2. Restante do intestino anterior tem uma posição caudal ao tubo faríngeo e se                         
estende	caudalmente	até	a	evaginação	hepática 
→ O intestino anterior (faríngeo e resto) forma: faringe, esôfago, estômago,                     
parte do duodeno e jejuno, fígado, vesícula biliar, pâncreas e sistema                     
respiratório	inferior.  
3. Intestino médio começa caudalmente ao broto hepático e se estende até a                       
junção dos dois terços direitos com o terço esquerdo do colo transverso no                         
adulto. 
→ O intestino médio forma: parte do duodeno também, íleo, apêndice, cólon                       
ascendente,	flexura	cólica	direita,	cólon	transverso	e	flexura	cólica	esquerda.  
4. Intestino posterior se estende do terço esquerdo do colo transverso até a                       
membrana	cloacal.  
→ O intestino posterior forma: cólon descendente, sigmóide, reto, parte                   
superior	do	canal	anal  
 
→ O epitélio do sistema digestório e o parênquima de seus derivados (hepatócitos e                           
as	células	exócrinas	e	endócrinas	do	pâncreas)	se	originam	do		endoderma	.   
 
→ O tecido conjuntivo (estroma), os componentes musculares e os componentes                     
peritoneais	se	originam	do		mesoderma	visceral	.  
 
→ O epitélio de revestimento da boca e do ânus até a linha pectínea é de origem                                 
ectodérmica	.   
 
Mesentérios  
Porções do tubo intestinal e de seus derivados estão suspensas na parede corporal                         
dorsal e ventral pelos mesentérios	, camadas duplas de peritônio que cercam um                       
órgão e o conectam à parede corporal. Os ligamentos peritoneais são camadas                       
duplas de peritônio (mesentérios) que passam de um órgão para o outro e de um                             
órgão para a parede corporal. Os mesentérios e os ligamentos são vias de passagem                           
para os vasos, nervos e vasos linfáticos que entram e saem das vísceras. A porção                             
caudal do intestino anterior, o intestino médio, e a maior parte do intestino posterior                           
tornam-se suspensas na parede abdominal pelo mesentério dorsal	, que se estende                     
da extremidade inferior do esôfago até a região cloacal do intestino posterior. Na                         
região do estômago, ele forma o mesogástrio dorsal ou grande omento	, na região do                           
duodeno, ele forma o mesoduodeno; e na região do cólon, ele forma o mesocólon                           
dorsal. O mesentério dorsal das alças do             
jejuno e do íleo forma o mesentério             
propriamente dito. O mesentério ventral,         
que existe apenas na região da porção             
terminal do esôfago, no estômago e na             
porção superior do duodeno, é derivado           
do septo transverso. O crescimento do           
fígado no mesênquima do septo         
transverso divide o mesentério dorsal         
em: (1) omento menor, que se estende da               
porção inferior do esôfago, do estômago           
e da porção superior do duodeno até o               
fígado; e (2) ligamento falciforme, que se             
estende do fígado até a parede corporal             
ventral. 
 
INTESTINO	ANTERIOR  
 
 
Esôfago 
Quando o embrião tem cerca de 4 semanas, o divertículo respiratório (broto                       
pulmonar) aparece na parede ventral do intestino anterior, na fronteira com o                       
intestino faríngeo. O septo traqueoesofágico separa gradualmente esse divertículo                 
da porção dorsal do intestino anterior, o qual, desse modo, é dividido em uma porção                             
ventral	, o primórdio respiratório e em uma porção dorsal	, o esôfago	. A princípio, o                           
esôfago é curto, porém, com a descida do coração e dos pulmões, ele se alonga                             
rapidamente. O revestimento muscular, que é formado pelo mesênquima                 
esplâncnico circunjacente, é estriado em seus dois terços superiores e inervado pelo                       
nervo vago, o revestimento muscular é liso em seu terço inferior e inervado pelo                           
plexo	esplâncnico. 
 
 
Estômago 
Na quarta semana do desenvolvimento, o estômago aparece como uma dilatação                     
fusiforme do intestino anterior	. Durante as semanas seguintes, sua aparência e sua                       
posição se alteram bastante como resultado das diferentes taxas de crescimento nas                       
várias regiões de sua parede e das mudanças nas posições dos órgãos circunjacentes.                         
As alterações na posição do estômago são explicadas mais facilmente quando se                       
considera que ele gira ao redor de um eixo longitudinal e de um eixo                           
anteroposterior	.  
- O estômago gira 90° no sentido horário ao redor de seu eixo longitudinal,                         
fazendo com que seu lado esquerdo se volte para frente e seu lado direito vire                             
para trás. Durante essa rotação, a parede do estômago originalmente posterior                     
cresce de modo mais rápido que a porção anterior, formando as curvaturas                       
maior	e	menor	.  
- As extremidades cefálica e caudal do estômago se encontram originalmente                   
na linha média, mas, com a progressão do desenvolvimento, o estômago gira                       
ao redor do eixo anteroposterior, de maneira que a porção pilórica ou caudal                         
se move para a direita e para cima, e a porção cardíaca ou cefálica se move                               
para	a	esquerda	e	levemente	para	baixo.  
 
 
O estômago está ligado à parede corporal dorsal pelomesogástrio dorsal e à parede                           
corporal ventral pelo mesogástrio ventral	. Quando ele realiza suas rotações acaba                     
mexendo também os mesogástricos assim mudando toda a configuração da parede                     
abdominal. Uma das consequências desta movimentação é o aparecimento da                   
bolsa omental	, espaço atrás do estômago. O mesogástrio dorsal continua a crescer                       
para baixo formando o omento maior	, saco com membrana dupla que se estende                         
sobre	o	colo	transverso	e	as	alças	do	intestino	delgado,	como	um	avental. 
 
 
 
O baço, que permanece intraperitoneal, conecta-se à parede corporal na região do                       
rim esquerdo pelo ligamento lienorrenal e ao estômago pelo ligamento                   
gastrolienal	. Já o fígado	, liga-se ao estômago pelo omento menor e aparede                           
corporal	pelo		ligamento	falciforme		(veia	umbilical).  
Duodeno 
A porção terminal do intestino anterior e a porção cefálica do intestino médio                         
formam o duodeno. À medida que o estômago gira, o duodeno adota o formato de                             
uma alça em “C” e gira para a direita. Essa rotação, aliada ao rápido crescimento da                               
cabeça do pâncreas, desloca o duodeno de sua posição inicial na linha média para o                             
lado direito da cavidade abdominal. Durante o segundo mês, o lúmen do duodeno é                           
obliterado pela proliferação celular em suas paredes, entretanto, é recanalizado                   
pouco depois. Uma vez que o intestino anterior é irrigado pela artéria celíaca e o                             
intestino médio pela artéria mesentérica superior, o duodeno é irrigado por ramos de                         
ambas	as	artérias. 
 
Fígado	e	Aparelho	Biliar  
O primórdio hepático aparece na metade da terceira semana como uma                     
protuberância (divertículo hepático ou broto hepático) do epitélio endodérmico na                   
extremidade distal do intestino anterior (Mesoderma forma o estroma). Conforme o                     
divertículo hepático cresce, a conexão entre ele e o intestino anterior (duodeno) se                         
estreita, formando o ducto biliar	. Uma pequena protuberância ventral é formada                     
pelo ducto biliar e dá origem à vesícula biliar junto ao ducto cístico e ao broto                               
pancreático ventral	. Com a progressão do desenvolvimento, os cordões hepáticos                   
epiteliais se diferenciam no parênquima (hepatócitos) e formam o revestimento dos                     
ductos biliares. As células hematopoéticas, as células de Kupffer e as células do tecido                           
conjuntivo são derivadas do mesoderma do septo transverso. Uma das principais                     
funções intrauterinas do fígado é a hematopoiese	. As células hematopoiéticas se                     
originam	a	partir	do	mesoderma	intra-embrionário	lateral	folheto	visceral.  
 
 
Pâncreas 
O pâncreas se forma dos brotos pancreáticos ventral e dorsal originados de células                         
endodérmicas da porção caudal do intestino primitivo que crescem entre as                     
camadas dos mesentérios. A maior parte do pâncreas é derivada do broto                       
pancreático dorsal	. O broto pancreático dorsal é maior e aparece primeiro, e                       
desenvolve-se num local ligeiramente mais cranial do que o broto ventral. Ele cresce                         
rapidamente entre as camadas do mesentério dorsal. O broto pancreático ventral                     
desenvolve-se próximo à entrada do ducto biliar no duodeno e cresce entre as                         
camadas do mesentério ventral. Quando o duodeno roda para a direita e adquire a                           
forma de C, o broto pancreático ventral é levado dorsalmente, juntamente com o                         
ducto biliar. O broto pancreático ventral forma o processo uncinado e parte da                         
cabeça do pâncreas. Quando os brotos pancreáticos se fundem, os seus ductos se                         
anastomosam. O ducto pancreático principal se forma a partir do ducto do broto                         
ventral	e	da	parte	distal	do	ducto	do	broto	dorsal 
 
 
O parênquima do pâncreas é derivado do endoderma dos brotos pancreáticos, que                       
formam uma rede de túbulos. No início do período fetal, os ácinos começam a se                             
desenvolver de agregados celulares ao redor das extremidades desses túbulos                   
(ductos primários). As ilhotas pancreáticas desenvolvem-se de grupos de células                   
que se separam dos túbulos e vão se localizar entre os ácinos. A secreção de insulina                               
começa no início do período fetal (10 semanas). As células que contêm glucagon e                           
somatostatina	se	desenvolvem	antes	das	células	secretoras	de	insulina. 
 
INTESTINO	MÉDIO  
 
No embrião de 5 semanas, o intestino médio está suspenso na parede abdominal                         
dorsal por um mesentério curto e se comunica com a vesícula vitelínica pelo ducto                           
vitelino ou pelo pedículo vitelino	. O intestino médio começa imediatamente distal à                       
abertura do ducto biliar no duodeno e termina na junção dos dois terços proximais                           
do cólon transverso com seu terço distal. Em todo o seu comprimento, o intestino                           
médio é abastecido pela artéria mesentérica superior	. O desenvolvimento do                   
intestino médio é caracterizado pelo alongamento rápido do intestino e de seu                       
mesentério,	resultando	na	formação	da		alça	intestinal	primária	.  
 
Herniação	fisiológica 
O desenvolvimento da alça intestinal primária é caracterizado pelo alongamento                   
rápido, particularmente do ramo cefálico. Como resultado do crescimento rápido e                     
da expansão do fígado, temporariamente a cavidade abdominal fica muito pequena                     
para conter todas as alças intestinais, e elas entram na cavidade extraembrionária,                       
no cordão umbilical	, durante a sexta semana do desenvolvimento (hérnia umbilical                     
fisiológica). 
 
Rotação	do	intestino	médio 
Enquanto está no interior do cordão umbilical, a alça intestinal primária roda no                         
sentido anti-horário	, em torno do eixo formado pela artéria mesentérica superior	.                     
Isso leva o ramo cranial (intestino delgado) da alça para a direita e o ramo caudal                               
(intestino grosso) para a esquerda. Mesmo durante a rotação, o alongamento das                       
alças do intestino delgado continua, e o jejuno e o íleo formam várias alças                           
espiraladas.  
 
 
Retração	das	alças	herniadas 
Durante a décima semana, as alças intestinais herniadas começam a retornar à                       
cavidade abdominal. Embora os fatores responsáveis por esse retorno não sejam                     
conhecidos precisamente, acredita-se que a regressão do rimmesonéfrico, a redução                     
do crescimento hepático e a expansão da cavidade abdominal desempenhem                   
papéis importantes. O intestino delgado (formado pelo ramo cranial) retorna                   
primeiro, passando por trás da artéria mesentérica superior, e ocupa a parte central                         
do abdome. Quando o intestino grosso retorna, ele sofre uma rotação adicional no                         
sentido anti-horário de 180 graus. Mais tarde, ele vai ocupar o lado direito do abdome.                             
O colo ascendente se torna reconhecível à medida que a parede abdominal posterior                         
cresce progressivamente. O broto cecal	, que aparece por volta da sexta semana                       
como uma pequena dilatação cônica da porção caudal da alça intestinal primária, é a                           
última parte do intestino a retornar para a cavidade abdominal. Temporariamente,                     
ele fica no quadrante superior direito do abdome, abaixo do lobo hepático direito. A                           
partir daí, ele desce para a fossa ilíaca direita, colocando o cólon ascendente e a                             
flexura hepática no lado direito da cavidade abdominal. Durante esse processo, a                       
extremidade	distal	do	broto	cecal	forma	um	divertículo	estreito,	o		apêndice	.  
 
 
 
 
 
 
 
 
  
INTESTINO	POSTERIOR  
 
O intestino posterior dá origem ao terço distal do colo transverso, colo descendente,                         
sigmóide,reto e porção superior do canal anal. O endoderma do intestino posterior                         
também forma o revestimento interno da bexiga e da uretra. Todos os derivados do                           
intestino posterior são supridos pela artéria mesentérica inferior	, a artéria do                     
intestino posterior. A porção terminal do intestino posterior penetra na região                     
posterior da cloaca, o canal anorretal primitivo	. O alantoide penetra na porção                       
anterior	, o seio urogenital primitivo	. A própria cloaca é uma cavidade revestida por                         
endoderma e recoberta em seus limites ventrais pelo ectoderma superficial. Esse                     
limite	entre	o	endoderma	e	o	ectoderma	forma	a		membrana	cloacal	.  
 
Uma camada de mesoderma, o septo urorretal	, separa a região entre o alantoide e o                             
intestino posterior. Esse septo é derivado de uma fenda do mesoderma entre o                         
alantoide e o intestino posterior. Conforme o embrião cresce e o processo de                         
dobradura caudal continua, a ponta do septo urorretal se aproxima da membrana                       
cloacal. Na sétima semana, o septo urorretal já se fundiu com a membrana cloacal,                           
dividindo-a em uma membrana anal dorsal e uma membrana urogenital, maior e                       
ventral. A área de fusão do septo urorretal com amembrana cloacal é representada,                           
no	adulto,	pelo		corpo	perineal	,	o	centro	tendinoso	do	períneo. 
 
Canal	Anal 
Os dois terços superiores (cerca de 25 mm) do canal anal adulto são derivados do                             
intestino posterior, o terço inferior (cerca de 13 mm) se desenvolve do proctodeu	. O                           
ectoderma na região do proctodeu na superfície de parte da cloaca prolifera e                         
invagina, criando a fosseta anal	. Subsequentemente, a degeneração da membrana                   
cloacal (chamada agora de membrana anal) estabelece a continuidade entre as                     
porções superior e inferior do canal anal. Uma vez que a porção caudal do canal anal                               
é originária do ectoderma	, é irrigada pelas artérias retais inferiores	, ramos das                       
artérias pudendas internas. Entretanto, a porção cranial do canal anal se origina do                         
endoderma e, portanto, é irrigada pela artéria retal superior	, uma continuação da                       
artéria mesentérica inferior, a artéria do intestino posterior. A junção entre as regiões                         
endodérmica e ectodérmica do canal anal é delineada pela linha pectínea	,                     
imediatamente abaixo das colunas anais. Nessa linha, o epitélio se altera de colunar                         
para	estratificado	escamoso. 
 
CORRELAÇÕES	CLÍNICAS	-	SISTEMA	DIGESTÓRIO  
 
ATRESIA	ESOFÁGICA 
A atresia esofágica e/ou a fístula traqueoesofágica resultam de um desvio posterior                       
espontâneo do septo traqueoesofágico ou de algum fator mecânico que empurra                     
anteriormente a parede dorsal do intestino anterior. Em sua forma mais comum, a                         
porção proximal do esôfago termina em fundo cego, e a porção distal se encontra                           
conectada à traqueia por um canal estreito logo antes da bifurcação. A atresia do                           
esôfago impede a passagem normal de líquido amniótico para o trato intestinal,                       
resultando em acúmulo de líquido no saco amniótico (	polidrâmnio	). Os bebês                     
recém-nascidos com atresia esofágica parecem inicialmente saudáveis. Baba               
excessiva pode ser notada logo após o nascimento, sendo que o diagnóstico de                         
atresia esofágica deve ser considerado se o bebê não consegue se alimentar,                       
apresentando regurgitação imediata e tosse. A incapacidade de se passar um cateter                       
para	o	estômago	através	do	esôfago	é	um	forte	indício	de	atresia	esofágica. 
 
ESTENOSE	ESOFÁGICA 
O estreitamento da luz do esôfago (estenose) pode existir em qualquer local, mas                         
comumente ocorre no seu terço terminal, como uma rede ou um longo segmento                         
do esôfago com luz filiforme. A estenose comumente resulta de uma recanalização                       
incompleta do órgão durante a oitava semana de desenvolvimento, mas pode                     
resultar também da deficiência no desenvolvimento de vasos sangüíneos na área                     
afetada.	Como	resultado,	ocorre	a	atrofia	do	segmento	da	parede	esofágica. 
 
	ESTENOSE	DUODENAL 
A oclusão parcial da luz do duodeno (estenose duodenal) geralmente resulta da                       
recanalização incompleta do duodeno, em conseqüência de defeito na vacuolização.                   
A maioria das estenoses envolve as porções horizontal (terceira) e/ou a ascendente                       
(quarta)	do	duodeno.	Por	causa	da	oclusão,	o	vômito	freqüentemente	contém	bile. 
 
 
 
 
ATRESIA	DUODENAL 
Consiste na oclusão completa da luz do duodeno. Durante o desenvolvimento                     
duodenal, a luz é completamente fechada por células epiteliais (recanalização deixa                     
de ocorrer). Em bebês com atresia duodenal, os vômitos começam poucas horas                       
após o nascimento. Os vômitos quase sempre contêm bile, freqüentemente, há                     
distensão do epigástrio (região central superior do abdome) em razão de o estômago                         
e a porção superior do duodeno estarem demasiadamente cheios. O polidrâmnio                     
também ocorre porque a atresia duodenal impede a absorção normal do líquido                       
amniótico pelos intestinos. O diagnóstico de atresia duodenal é sugerido pela                     
presença do "sinal da dupla bolha" nos exames radiológicos e ultra-sonográficos. A                       
aparência de dupla bolha é causada pelo estômago e duodeno proximal distendidos                       
e	cheios	de	ar.  
 
 
PÂNCREAS	ANULAR 
O broto pancreático ventral consiste em dois componentes que normalmente se                     
fundem e giram ao redor do duodeno, de modo que eles acabam se encontrando                           
abaixo do broto pancreático dorsal. Entretanto, ocasionalmente, a porção direita do                     
broto ventral migra ao longo de seu trajeto normal, mas a esquerda migra no sentido                             
oposto. Desse modo, o duodeno é cercado por tecido pancreático e se forma um                           
pâncreas anular Algumas vezes, a malformação constringe o duodeno e causa sua                       
obstrução	completa. 
 
 
 
 
CISTO	DE	COLÉDOCO 
O cisto de colédoco é uma dilatação congênita do trato biliar. A dilatação pode ser                             
encontrada em qualquer porção do trato biliar. Contudo, o local mais comum é o                           
colédoco.  
 
GASTROSCHISIS 
Intestino para fora, completamente exposto. Principais causas: reabsorção precoce da                   
veia umbilical direita, uso indiscriminado de antiinflamatório e drogas. Não se forma                       
parede do lado direito do umbigo, normalmente a veia direita regride pouco antes do                           
nascimento, quando ela regride previamente falta vascularização para a formação da                     
parede. Cuidados: incubadora 29°, manipulação asséptica, hidratação e nutrição                 
parenteral	via	endovenosa,	antibioticoterapia,	sonda	nasogástrica.  
 
ONFALOCELE 
Essa anomalia consiste na persistência dos componentes intestinais na porção inicial                     
do cordão umbilical, é parecido com a Gastroschisis porém nesse caso os órgãos                         
expostos	estão	cobertospor	peritônio.	Os	cuidados	são	os	mesmos	da	gastroschisis. 
 
HÉRNIA	UMBILICAL 
A obliteração do úraco e dos vasos umbilicais, que se transformam em formação                         
fibrosa no umbigo, contribui para a limitação do encerramento do anel umbilical. A                         
incompleta oclusão do anel umbilical permite a formação da hérnia umbilical. A                       
maioria das hérnias umbilicais são assintomáticas, não tendo quaisquer riscos para a                       
criança, pois raramente sofrem encarceramento. Geralmente regride             
espontaneamente com o passar do tempo. Se a hérnia umbilical não regredir até aos                           
4-5 anos de idade, a criança deve ser referenciada a um cirurgião pediátrico para                           
correção	cirúrgica. 
 
VÍCIO	DE	ROTAÇÃO	INTESTINAL	COM	VOLVO	DO	INTESTINO	MÉDIO  
A má rotação da alça intestinal pode resultar em torção do intestino (vólvulo	) e                           
comprometimento da irrigação sanguínea. Normalmente, a alça intestinal primária                 
gira 270° em sentido anti-horário. Entretanto, ocasionalmente, a rotação é de apenas                       
90°. Quando isso acontece, o cólon e o ceco são as primeiras porções do intestino a                               
retornar do cordão umbilical e se estabelecem no lado esquerdo da cavidade                       
abdominal.		As	alças	que	retornam	mais	tarde	se	movem	cada	vez	mais	para	a	direita, 
resultando em cólon localizado no lado esquerdo (Figura A). Ocorre rotação reversa                       
da alça intestinal quando a alça primária gira 90° em sentido horário. Nessa                         
anomalia, o cólon transverso passa por trás do duodeno e se localiza atrás da artéria                             
mesentérica	superior	(Figura	B). 
 
FÍSTULAS	RETROVAGINAIS	E	RETOURETRAIS  
As fístulas retovaginais e retouretrais ocorrem em 1/5.000 nascidos vivos, sendo                     
causadas por anomalias na formação da cloaca e/ou do septo urorretal	. Se, por                         
exemplo, a cloaca for muito pequena, ou se o septo urorretal não se estender o                             
suficiente caudalmente, a abertura do intestino posterior se deslocará anteriormente,                   
resultando	em	uma		abertura	do	intestino	posterior	na	uretra	ou	na	vagina. 
 
+ ANOMALIA	DO	TIPO	CLOACA		é	quando	a	cloaca	permanece.  
 
ÂNUS	IMPERFURADO 
Desenvolvimento anormal do septo       
urorretal, com conseqüente divisão       
incompleta da cloaca em porções         
urogenital e anorretal. A membrana anal           
não	consegue	se	romper.  
  
 
MEGACÓLON	CONGÊNITO  
A doença de Hirschsprung consiste na não progressão das células da crista neural                         
para a parte distal do tubo digestivo acarretando na ausência dos plexos                       
mioentérico e submucoso	, pela ausência de células ganglionares (aganglionose).                 
Dos genes até agora identificados, o proto-oncogene RET é o de maior                       
suscetibilidade e o responsável pela maioria dos casos. O colo aumentado tem um                         
número normal de células ganglionares. A dilatação resulta da falta de peristaltismo                       
do segmento aganglionar	, o que impede a movimentação do conteúdo intestinal.                     
Na maioria dos casos, somente o reto e o colo do sigmóide estão envolvidos;                           
ocasionalmente, os gânglios também estão ausentes nas porções mais proximais do                     
colo. 
EMBRIOLOGIA	DO	SISTEMA	URINÁRIO  
Funcionalmente, o sistema urogenital pode ser dividido em dois componentes                   
distintos: o sistema urinário e o sistema genital. Entretanto, embriológica e                     
anatomicamente, eles estão intimamente relacionados. Ambos originam-se da               
mesoderma intra-embrionário intermediário. Durante o dobramento do embrião no                 
plano horizontal, este mesoderma é deslocado ventralmente e perde sua conexão                     
com os somitos. Uma elevação longitudinal de mesoderma — a crista urogenital —                         
se forma em cada lado da aorta dorsal. A parte lateral da crista urogenital                           
denominada cordão nefrogênico origina o sistema urinário e a parte medial da                       
crista	urogenital	dá	origem	ao	sistema	genital. 
 
Formam-se três sistemas renais que se sobrepõem levemente em uma sequência                     
craniocaudal durante a vida intrauterina nos seres humanos: o pronefro é o primeiro                         
a se desenvolve, bem rudimentar e não funcional. O segundo é o mesonefro que                           
funciona por um intervalo curto de tempo durante o período fetal inicial. Por fim o                             
metanefro		é	o	terceiro	a	se	desenvolver	e	origina	os	rins	permanentes. 
1. Pronefro: estruturas bilaterais transitórias, não-funcionais, aparecem nos             
embriões humanos no início da quarta semana. Eles são representados por                     
poucos grupos de células e estruturas tubulares na região do pescoço. Os                       
ductos pronéfricos dirigem-se caudalmente e se abrem na cloaca. O pronefro                     
rudimentar logo degenera; no entanto, a maioria dos ductos pronéfricos                   
persiste	e	é	utilizada	pelo	próximo	conjunto	de	rins. 
2. Mesonefro: órgãos excretores, grandes e alongados, aparecem no fim da                   
quarta semana, caudalmente ao pronefro rudimentar. Eles são bem                 
desenvolvidos e funcionam como rins provisórios por cerca de quatro                   
semanas, isto é, até que os rins permanentes se desenvolvam. O mesonefro e                         
os ductos mesonéfricos são derivados do mesoderma intermediário oriundo                 
da região dos segmentos torácicos superiores até os lombares superiores (L3).                     
No início da quarta semana durante a regressão do sistema pronéfrico,                     
aparecem os primeiros túbulos excretores do mesonefro. Eles se alongam                   
rapidamente, formam uma alça em feitio de “S” e envolvem o tufo de capilares                           
que formará o glomérulo em sua extremidade medial. Ao redor do glomérulo,                       
os túbulos formam a cápsula de Bowman	, e, em conjunto, essas estruturas                       
constituem o corpúsculo renal. Lateralmente, o túbulo desemboca no ducto                   
coletor lateral, conhecido como ducto mesonéfrico ou wolffiano	. O                 
mesonefro degenera no final do primeiro trimestre; no entanto, seus túbulos                     
tornam-se os dúctulos. eferentes dos testículos. Os ductos mesonéfricos                 
originam	vários	derivados	adultos	no	sexo	masculino. 
3. Metanefro: é o primórdio dos rins permanentes, começa a se desenvolver no                       
início da quinta semana e a funcionar cerca de 4 semanas mais tarde. Suas                           
unidades excretórias se desenvolvem a partir do mesoderma metanéfrico. Os                   
rins permanentes se desenvolvem a partir de duas fontes divertículo                   
metanéfrico (	broto uretérico	), e massa metanéfrica de mesoderma               
intermediário (ou blastema metanefrogênico	). O divertículo metanéfrico é               
uma evaginação do ducto mesonéfrico, próximo à sua entrada na cloaca, e a                         
massa metanéfrica de mesoderma intermediário é derivada da parte caudal                   
do	cordão	nefrogênico.  
 
 
Sistema	Coletor	-	origem	broto	ureteral 
Os ductos coletores dos rins permanentes           
se desenvolvem a partir do broto ureteral	,             
um brotamento do ducto mesonéfrico         
próximo a sua entrada na cloaca. O broto               
penetra o tecido metanéfrico, que tem a             
forma de capuz na sua porçãodistal.             
Subsequentemente, o broto se dilata,         
formando a pelve renal primitiva	, e se             
divide nas porções cranial e caudal, os             
futuros cálices maiores	. Cada cálice forma           
dois novos brotos enquanto penetra o           
tecido metanéfrico, os quais continuam a           
se subdividir até que tenham formado 12             
ou mais gerações de túbulos. Enquanto           
isso, na periferia, mais túbulos se formam até o final do quinto mês. Os túbulos de                               
segunda ordem aumentam e absorvem os da terceira e da quarta gerações,                       
formando os cálices menores da pelve renal. Com a progressão do desenvolvimento,                       
os túbulos coletores da quinta geração e das gerações subsequentes se alongam                       
consideravelmente	e	convergem	para	o	cálice	menor,	formando	a		pirâmide	renal	.  
 
O broto ureteral dá origem ao ureter, a pelve renal, aos cálices maiores e                           
menores	e	a	aproximadamente	1	a	3	milhões	de	túbulos	coletores. 
 
 
 
Sistema	Excretor	-	origem	mesoderma	metanéfrico 
Cada túbulo coletor recém-formado é coberto em sua extremidade distal por um                       
capuz de tecido metanéfrico (blastemametanefrogênico). Sob a influência indutora                   
do túbulo, as células desse capuz formam pequenas vesículas, as vesículas renais,                       
que, por sua vez, dão origem a pequenos túbulos com formato de “S”. Capilares                           
crescem na reentrância da extremidade proximal do “S” e se diferenciam em                       
glomérulos	. Esses túbulos, junto com seus glomérulos, formam os néfrons	, ou                     
unidades excretórias. A extremidade proximal de cada néfron forma a cápsula de                       
Bowman	, que tem um glomérulo penetrado profundamente nela. A extremidade                   
distal forma uma conexão aberta com um dos túbulos coletores, estabelecendo uma                       
comunicação entre a cápsula de Bowman e a unidade coletora. O alongamento                       
contínuo do túbulo excretor resulta na formação do túbulo proximal convoluto	, da                       
alça	de	Henle		e	do		túbulo	convoluto	distal	.  
 
O mesoderma metanéfrico dá origem ao glomérulo, cápsula de bowman, túbulo                     
contorcido	proximal	e	distal	e	alça	de	Henle.  
 
 
 
Em	amarelo	a	porção	condutora	com	origem	do	broto	ureteral,	em	azul	a	porção 
excretora	com	origem	no	mesoderma	metanéfrico 
Indução	Recíproca  
A indução recíproca é quando duas estruturas interagem entre si e por meio de                           
indução molecular, atingem seu desenvolvimento. Nos rins o exemplo disso é a                       
indução recíproca que acontece entre o broto ureteral e o blastema                     
metanefrogênico	. O broto ureteral (divertículo metanéfrico) ramifica-se graças a                 
indução do blastema metanefrogênico. A diferenciação dos néfrons que                 
originam-se do blastema metanefrogênico (capuz de tecido metanéfrico) depende                 
da	indução	realizada	pelos	túbulos	coletores	que	originam-se	do	broto	ureteral. 
 
Indução	da	ramificação	do	broto	ureteral: 
- O mesênquima do blastema metanéfrico expressa WT1	, o WT1 um fator de                       
transcrição que confere competência para esse tecido responder à indução                   
pelo broto ureteral. WT1 também regula a produção do fator neurotrófico                     
derivado da glia (GDNF) e do fator de crescimento de hepatócitos (HGF)	. O                         
GDNF e HGF são proteínas que estimulam a ramificação e o crescimento dos                         
brotos	ureterais.  
- No epitélio do broto ureteral existem os receptores tirosinoquinase RET	, para                     
GDNF,	e		receptores	MET	,	para	HGF. 
 
Indução	da	diferenciação	dos	néfrons:  
- Os brotos ureterais possuem o fator de crescimento de fibroblasto 2 (FGF2) e                         
a proteína morfogenética óssea 7 (BMP7)	, que inibem processos de morte                     
por apoptose e estimulam a proliferação das células do mesênquima                   
metanéfrico,	além	de	manter	a	produção	de	WT1.  
- A conversão do mesênquima em um epitélio para a formação dos néfrons                       
também é mediada pelos brotos ureterais por intermédio da expressão de                     
WNT9B e de WNT6	, que aumentam a expressão de PAX2 e de WNT4 no                           
mesênquima metanéfrico. PAX2 promove a condensação preparatória do               
mesênquima para a formação do túbulo, enquanto WNT4 faz com que o                       
mesênquima	condensado	forme	o	epitélio	e	dê	origem	aos	túbulos.  
 
 
Bexiga	e	uretra 
Entre a quarta e a sétima semanas do desenvolvimento, a cloaca é dividida pelo                           
septo urorretal em duas porções seio urogenital anteriormente e em canal anal                       
posteriormente.  
  
O		seio	urogenital		é	dividido	em	três	partes: 
 
1. Parte vesical cranial: forma a maior parte da bexiga e é contínua com o                           
alantóide. 
2. Parte pélvica mediana: torna-se a uretra no colo da bexiga e a parte                         
prostática	da	uretra,	nos	homens,	e	toda	a	uretra,	nas	mulheres. 
3. Parte fálica caudal: cresce em direção ao tubérculo genital (primórdio do                     
pênis	ou	do	clitóris). 
 
Obs.: Tirando a fossa navicular que é de origem ectodérmica o resto da uretra                           
masculina	e	feminina		é	de	origem	endodérmica.  
 
A bexiga desenvolve-se principalmente da parte vesical do seio urogenital,mas sua                       
região do trígono é derivada das extremidades caudais dos ductos mesonéfricos	. O                       
epitélio da bexiga é derivado do endoderma da parte vesical do seio urogenital. As                           
outras camadas de sua parede se desenvolvem a partir do mesoderma                     
intra-embrionário lateral, folheto esplâncnico	. Inicialmente, a bexiga é contínua ao                   
alantoide	, mas, quando o lúmen do alantoide é obliterado, este torna-se um cordão                         
fibroso espesso chamado úraco	, que conecta o ápice da bexiga ao umbigo. No                         
adulto, o úraco é representado pelo ligamento umbilical mediano	. Durante a                     
diferenciação da cloaca, as porções caudais dos ductos mesonéfricos são absorvidas                     
pela parede da bexiga urinária. Consequentemente, os ureteres	, que inicialmente                   
brotaram dos ductos mesonéfricos, penetram separadamente na bexiga. Estes                 
duetos	contribuem	para	a	formação	do	tecido	conjuntivo	do		trígono	da	bexiga	. 
 
 
 
 
 
CORRELAÇÕES	CLÍNICAS	-	SISTEMA	URINÁRIO 
 
TUMOR	DE	WILMS  
Deleção genética 11 P 1,3 . Este gene codifica a proteína WT, principal responsável                           
pelo desenvolvimento do metanefro. Essa mutação é denominada WT1. Os néfrons                     
não conseguem se desenvolver e o broto ureteral não se ramifica, de modo que os                             
ductos coletores nunca se formam. Pode acarretar em displasias e agenesias renais.                       
Existem outra mutações mais raras, que podem originar o tumor, como a WT2 ( 11 P                               
1,5) que causa a Síndrome de BeckWith Wiedeman que se manifesta por hipertrofia                         
corpórea, macrostomia macroglossia. 20% desenvolverão o Tumor de Wilms até os 12                       
anos de idade. Essas crianças tem que ser acompanhadas com ultrassom dos rins a                           
cada 6 meses até essa idade para obtenção de um diagnóstico muito precoce.                         
85-90% de chance de cura, altamente sensível a quimioterapia. O tratamento é                       
geralmente por cirurgia,quimioterapia e raramente radioterapia. Alguns sinais são,                   
massa palpável, língua grande, edema de uma perna, fora sintómas como dor                       
abdominal,	hematúria,	febre	palidez		e	perda	de	peso.  
 
RIM	EM	FERRADURA  
Rim em Ferradura Em 0,2% da população, os pólos dos rins são fusionados;                         
geralmente são os pólos inferiores que se fundem. O grande rim em forma de U                             
usualmente fica no hipogástrio, anterior às vértebras lombares inferiores. A subida                     
normal dos rins fusionados é impedida porque eles ficam presos pela raiz da artéria                           
mesentérica inferior. Um rim em ferradura usualmente não apresenta sintomas,                   
porque seu sistema coletor se desenvolve normalmente e os ureteres se abrem na                         
bexiga. Se o fluxo urinário é impedido, podem aparecer sinais e sintomas de                         
obstrução	e/o	u	infecção.  
 
ANOMALIAS	DO	ÚRACO 
Em crianças, geralmente há persistência de um resquício da luz na parte inferior do                           
úraco;	em	cerca	de	50%	dos	casos,	a	luz	é	contínua	com	a	cavidade	da	bexiga. 
- Cistos do úraco: remanescentes do revestimento epitelial do úraco,que em                   
geral não são detectados, exceto durante uma necropsia, a não ser que se                         
tornem	infectados	e	aumentem.  
- Seio do úraco: parte inferior do úraco patente se dilata e forma um seio que                             
se abre na bexiga. A luz da parte superior do úraco também pode permanecer                           
aberta	e	formar	um	seio	do	úraco,	que	se	abre	no	umbigo.  
- Fístula do úraco: todo o úraco permanece aberto e forma uma fístula que                         
permite	que	a	urina	escape	pelo	orifício	umbilical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
VÁLVULA	DE	URETRA	POSTERIOR  
A válvula de uretra posterior (VUP) é a causa mais comum de obstrução infravesical                           
em meninos, com uma incidência de 1 em 5.000 a 8.000 nascidos. Embora a maioria                             
dos meninos com VUP seja diagnosticada pela ultrassonografia pré-natal,                 
aproximadamente um terço será diagnosticado durante a infância ou adolescência.                   
A VUP é a causa mais comum da doença renal crônica terminal (DRCT) em criança,                             
por problema obstrutivo, 35% das crianças que requerem transplante renal tem                     
como etiologia a VUP. Deve-se a uma progressão anormal do duCto mesonéfrico                       
cloaca para a porção inferior e posterior do seio urogenital (5ª- 6ª semanas de                           
gestação). Há três tipos distintos de VUP, descritos. O tipo I é o mais comum, onde                               
uma membrana obstrutiva que se irradia distal e anteriormente a partir do                       
verumontano em direção à uretra membranosa, se fundindo na linha média. Alguns                       
achados são a dilatação da uretra posterior vista na uretrocistografia, e                     
uretrocistografia com refluxo para os ureteres muito dilatados e bexiga de esforço. O                         
tratamento é introdução de uretrocistoscópio e cauterização da válvula de uretra                     
posterior	logo	nos	primeiros	dias	de	vida.  
 
 
 
 
OLIGOIDRÂMNIO  
Consiste em baixos volumes de líquido amniótico, a falta de contribuição da urina                         
fetal para o líquido amniótico é a principal causa de oligoidrâmnio (válvula de uretra                           
posterior, agenesia renal, uropatia obstrutiva, etc). As complicações do oligoidrâmnio                   
incluem anormalidades fetais (hipoplasia pulmonar, defeitos faciais e defeitos dos                   
membros),	causados	por	compressão	do	feto	pela	parede	uterina.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMBRIOLOGIA	DO	SISTEMA	GENITAL  
A diferenciação sexual é um processo complexo que envolve muitos genes, incluindo                       
alguns autossômicos. A chave para o dimorfismo sexual é o cromossomo Y	, que                         
contém o gene SRY para o fator determinante de testículos (	FDT	). O produto                         
proteico desse gene é um fator de transcrição que inicia uma cascata de genes que                             
determinam o destino dos órgãos sexuais rudimentares. A proteína SRY é o fator                         
determinante do testículo; sob sua influência, ocorre o desenvolvimento masculino;                   
em	sua	ausência,	se	estabelece	o	desenvolvimento	feminino. 
 
Embora o sexo do embrião seja determinado geneticamente no momento da                     
fertilização, as gônadas não adquirem características morfológicas masculinas ou                 
femininas até a sétima semana do desenvolvimento. Os sistemas genitais iniciais nos                       
dois sexos são semelhantes; por esta razão, o período inicial do desenvolvimento                       
genital é referido como estágio indiferenciado do desenvolvimento sexual	. As                   
gônadas	(testículos	e	ovários)	são	derivadas	de	três	fontes:  
 
1. O mesotélio (epitélio mesodérmico) que reveste a parede abdominal                 
posterior. 
2. O		mesênquima	subjacente		(tecido	conjuntivo	embrionário). 
3. As		células	germinativas	primordiais	.			(endoderma) 
 
Os estágios iniciais do desenvolvimento das gônadas ocorrem durante a 5	a semana,                       
quando uma área espessada de mesotélio se desenvolve no lado medial do                       
mesonefro. A proliferação deste epitélio e do mesênquima subjacente produz uma                     
saliência	no	lado	medial	do	mesonefro	denominada		crista	gonadal	.  
 
As células germinativas     
primordiais se originam no       
epiblasto	, durante o dobramento       
do embrião, a parte dorsal do saco             
vitelino é incorporada dentro do         
mesmo. A medida que isto ocorre,           
as células germinativas primordiais       
migram ao longo do mesentério         
dorsal do intestino posterior até as           
cristas gonadais. Durante a 6	a         
semana, as células germinativas       
primordiais penetram no     
mesênquima subjacente e são       
incorporadas nos cordões     
gonádicos	.  
 
Um pouco antes e durante a chegada das células germinativas primordiais, o epitélio                         
do sulco genital prolifera e as células epiteliais penetram omesênquima subjacente.                       
Ali,	elas	formam	vários	cordões	de	formato	irregular,	os		cordões	sexuais	primitivos	. 
 
 
Testículos 
Se o embrião for geneticamente masculino, as células germinativas primordiais                   
carreiam um complexo cromossômico sexual XY. Sob a influência do gene SRY no                         
cromossomo Y, que codifica o fator determinante do testículo, os cordões sexuais                       
primitivos continuam a proliferar e a penetrar fundo na medula, formando os                       
testículos ou cordões medulares	. Na direção do hilo da glândula, os cordões se                         
fragmentam em uma rede de pequenos fios celulares que, mais tarde, dão origem                         
aos túbulos da rede testicular	. Com a continuação do desenvolvimento, uma                     
camada densa de tecido conjuntivo fibroso, a túnica albugínea	, separa os cordões                       
testiculares do epitélio superficial. Os cordões testiculares agora são compostos por                     
células germinativas primitivas e por células de sustentação denominadas células de                     
Sertoli	, derivadas do epitélio superficial da glândula. As células intersticiais de                     
Leydig (testosterona)	, derivadas do mesênquima original do sulco gonadal,                 
encontram-se entre os cordões testiculares. Os cordões testiculares permanecem                 
sólidos até a puberdade, quando adquiremum lúmen, formando, assim, os túbulos                       
seminíferos	. Uma vez que os túbulos seminíferos são canalizados, eles se juntam aos                         
túbulos da rede testicular, que, por sua vez, entram em contato com os dúctulos                           
eferentes	. Esses dúctulos eferentes são as porções remanescentes dos túbulos                   
excretórios do sistema mesonéfrico. Eles conectam a rede testicular ao ducto                     
mesonéfrico,	ou	wolffiano,	que	se	torna	o	ducto	deferente. 
 
Ovário 
Em embriões femininos com um complemento cromossômico sexual XX e nenhum                     
cromossomo Y, os cordões sexuais primitivos se dissociam em conjuntos celulares                     
irregulares. Esses conjuntos, que contêm grupos de células germinativas primitivas,                   
ocupam a porção medular do ovário. Mais tarde, eles desaparecem e são substituídos                         
por um estroma vascular que forma a medula ovariana	. O epitélio superficial da                         
gônada feminina, ao contrário do que ocorre no homem, continua a proliferar. Na                         
sétima semana, ele dá origem à segunda geração de cordões, os cordões corticais,                         
que penetram no mesênquima subjacente, mas permanecem próximo à superfície.                   
No terceiro mês, esses cordões se dividem em grupos celulares isolados. As células                         
desses grupos continuam a proliferar e cercam cada oogônia com uma camada de                         
células epiteliais chamadas de células foliculares	. Juntas, a oogônia e as células                       
foliculares	constituem	o		folículo	primordial	.  
 
XX	→		Córtex	externo	se	diferencia	no	ovário	e	a	medula	regride   
XY	→		Medula	interna	se	diferencia	no	testículo	e	o	córtex	regride. 
 
 
 
Inicialmente, tanto os embriões masculinos quanto os femininos têm dois pares de                       
ductos genitais: os ductos mesonéfricos (wolffianos) e os ductos                 
paramesonéfricos	(müllerianos). 
 
Ductos	Genitais	nos	HOMENS 
- Diferenciam-se	pelo	efeito	da	testosterona	e	AMH/MIS	-	Células	de	Sertoli) 
- Ductos mesonéfricos (wolffianos): persistem e formam o epidídimo,               
glândula	seminal	e	ducto	ejaculatório 
- Ductos paramesonéfricos (müllerianos): regridem exceto pelo apêndice             
testicular.  
 
Ductos	Genitais	nas	MULHERES  
- Diferenciam-se pelo efeito do estrogênio e ausência de testosterona e                   
AMH/MIS 
- Ductos	mesonéfricos	(wolffianos):			regridem 
- Ductos paramesonéfricos (müllerianos): persistem e dão origem a tuba                 
uterina,	útero	e	parte	superior	da	vagina.  
 
Vagina 
Logo após a extremidade sólida dos ductos paramesonéfricos entrar em contato                     
com o seio urogenital , duas evaginações sólidas crescem para fora da porção pélvica                           
do seio. Essas evaginações, os bulbos sinovaginais, proliferam e formam uma placa                       
vaginal sólida. A proliferação continua na extremidade cranial da placa, aumentando                     
a distância entre o útero e o seio urogenital. No quinto mês, a protuberância vaginal                             
está completamente canalizada. As expansões em formato de asa da vagina ao redor                         
do final do útero, os fórnices vaginais, são de origem paramesonéfrica. Assim, a                         
vagina tem origem dupla, com a porção superior oriunda do canal uterino e a porção                             
inferior	derivada	do	seio	urogenital. 
 
 
Genitália	Externa 
Na terceira semana do desenvolvimento, as células mesenquimais que se originam                     
na região da linha primitiva migram ao redor da membrana cloacal, formando um                         
par de pregas cloacais levemente elevadas. Cranialmente à membrana cloacal, as                     
pregas se unem para formar o tubérculo genital. Caudalmente, as pregas são                       
subdivididas anteriormente em pregas uretrais e posteriormente em pregas anais.                   
Enquanto isso, outro par de elevações, os tubérculos genitais, se torna visível de cada                           
lado das pregas uretrais. Esses tubérculos formam mais tarde as saliências                     
labioescrotais nos homens e os grandes lábios nas mulheres. Entretanto, no final da                         
sexta	semana,	é	impossível	distinguir	entre	os	dois	sexos. 
 
 
CORRELAÇÕES	CLÍNICAS	-	SISTEMA	GENITAL 
 
 
CRIPTORQUIDIA 
Testículos não descidos. A criptorquidia (Gr. kryptos, escondido) ocorre em até 30%                       
dos meninos prematuros e em cerca de 3% a 4% dos meninos a termo. Isto reflete o                                 
fato de que os testículos começam a descer para o escroto no final do segundo                             
trimestre. A criptorquidia pode ser unilateral ou bilateral. Na maioria dos casos, os                         
testículos descem para o escroto até o final do primeiro ano. Se ambos os testículos                             
permanecem dentro ou apenas fora da cavidade abdominal, eles não amadurecem e                       
a esterilidade é comum. Se não forem corrigidos, estes homens têm um risco                         
significativamente maior de desenvolver tumores em células germinativas,               
principalmente	em	casos	de	criptorquidismo	abdominal. 
 
 
HIPOSPADIA 
Na hipospadia, a fusão das pregas uretrais é incompleta e ocorrem aberturas                       
anormais da uretra ao longo da região inferior do pênis, em geral próximo à glande,                             
ao longo do corpo, ou próximo à base do pênis. A medida que o pênis vai se                                 
desenvolvendo o corpo esponjoso vai formar a glande. Com a hipospádia o pênis fica                           
curvado. A medida que o corpo esponjoso vai subindo a pele vai envolvendo. Nesse                           
quadro existe um excesso de pele atrás. O meato uretral não encontra-se na glande.                           
Duas técnicas de correção: Mathieu e outra. A incidência é 1 a 2%, por causa dos                               
hormônios.  
 
CISTOS	OVARIANOS 
Clínicas:	dor	abdominal,	quadro	abdominal	aguda,	hemorragia	uterina	disfuncional.  
Foliculares:	Neonatais.		Resolução	espontânea.  
Luteínicos:	Perimenarca.	Estrógenos	+	progesterona.	Hemorragia	disfuncional. 
Cirurgia:	maiores	de	5,0	cm.  
 
TUMORES	EM	OVÁRIOS 
1%	das	neoplasias	malignas	em	meninas.  
25%	malignos.  
Tumores	de	células	germinativas	do	ovário:	Teratomas.	Disgerminoma.	Tumor	do 
saco	vitelino.		Carcinoma	embrionário.		Coriocarcinoma.  
 
 
QUESTÕES	ORIENTADORAS  
	
Embriologia	do	Sistema	Digestório	
- A	partir	de	quais	folhetos	e	estruturas	embrionários	o	tubo	digestório	
originam-se?	
- Como	o	intestino	primitivo	está	dividido?	
- Quais	órgãos	originam-se	a	partir	de	cada	uma	das	diferentes	partes	do	
intestino	primitivo?	
- Como	se	caracteriza	uma	obstrução	duodenal	congênita	no	pré-	e	pós-natal?	
- A	partir	de	quais	folhetos	e	estruturas	embrionários	o	pâncreas,	o	fígado,	a	
vesícula	biliar	e	as	vias	biliares	originam-se?	
- Quais	são	os	principais	eventos	embrionários	observados	no	desenvolvimento	
do	pâncreas,	do	fígado,	da	vesícula	biliar	e	das	vias	biliares?	
- O	que	é	estenose?	
- O	que	é	polidrâmnio?	
- Quais	são	os	sinais	e	sintomas	observados	no	recém-nascido	com	quadro	de	
estenose	do	duodeno	/	polidrâmnio?	
	
Embriologia	do	Sistema	Urinário	
- A	partir	de	qual	folheto	e	estruturas	embrionários	os	rins,	os	cálices	renais	
menores,	os	cálices	renais	maiores,	a	pelve	renal	e	o	ureter	originam-se?	
- O	que	é	indução	recíproca	e	o	quais	fatores	estão	envolvidos	nela?	
- Qual	é	a	sequência	de	formação	dos	diferentes	néfricos	qual	é	a	importância	de	
cada	um	deles?	
- A	partir	de	qual	folheto	e	estrutura	embrionários	a	bexiga	urinária	e	a	uretraoriginam-se?	
- O	que	é	hipospádia?	
	
Embriologia	do	Sistema	Genital	
- A	partir	de	quais	folhetos	e	estruturas	embrionários	os	testículos	e	os	ovários	
originam-se?	
- A	partir	de	qual	estrutura	embrionária	as	células	germinativas	primordiais	
originam-se	e	como	elas	alcançam	as	futuras	gônadas?	
- Como	ocorre	a	determinação	do	destino	final	das	células	germinativas	
primordiais	em	espermatogônias	e	ovogônias?	
- Qual	é	a	disforia	de	gênero	mais	prevalente	e	como	é	feito	o	seu	diagnóstico?	
- A	partir	de	qual	folheto	e	estrutura	embrionários	as	vias	gaméticas	e	as	
estruturas	que	compõem	as	genitálias	externas	masculina	e	feminina	
originam-se?	
- Quais	as	causas	mais	comuns	de	genitália	externa	ambígua?

Continue navegando