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Direito da Integração - Resumo

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Direito da Integração – diurno - Celli
Direito da Integração
26.02 – Faltei, caderno da Ju
* Matéria no sistema Moodle STOA.
e-mail do monitor Felipe: lilo_krausz@hotmail.com
A matéria é angustiante e estimulante, pois os temas estão em constante mutação.
Integração econômica, comercial, política, cultural, de infraestrutura etc. Fenômeno multifacetado que se manifesta em âmbito regional.
Sugere que o nome da disciplina deva ser “Direito da Integração Regional”.
Ainda que se fale no jornal da integração como fenômeno multifacetado, predominantemente é econômico (e não comercial, porque econômico é mais abrangente). Há temas que vão bastante além do aspecto comercial e são temas de regulação, criando regras nesses acordos regionais sobre serviço, meio ambiente, propriedade intelectual etc. Durante muitos anos elas não foram criadas no âmbito regional, mas no âmbito multilateral.
Professor agregaria ao nome da disciplina o termo ‘econômico’: “Direito da Integração Econômica Regional”. 
O regionalismo de hoje é de difícil definição. Talvez seja mais interessante utilizar o termo inter-regionalismo, já que há relações entre países de continentes diferentes.
UNASUL: acordo verdadeiramente regional
Mudança do regionalismo para o multilateralismo (muito mais países participando). 
Âmbito multilateral: raramente se fala em integração, mas em cooperação.
Processo do multilateralismo se iniciou em 1947.
Qual é a relação jurídica que existe entre sistema multilateral e regionalismo?
No sistema OMC que temos hoje como passar de uma coexistência para uma coerência? Talvez com isso consigamos multilateralizar o regionalismo.
Professor é um pouco cético quanto ao futuro do sistema multilateral.
Realidade da América do Sul: MERCOSUL e UNASUL (é um projeto estratégico do Brasil para consolidar sua hegemonia na América do Sul?)
Nessa aula não será possível entender a União Europeia a fundo, mas ela não será tirada do programa, pois é possível compará-la ao modelo sulamericano de integração.
05.03 – Faltei, caderno da Ju
Teoria Geral da Integração Regional
Integração e Regionalismo ( ideias anexas
Fenômeno multifacetado e de difícil definição
Formação de um agrupamento de países de uma determinada região
Integração regional – agrupamento de países de uma determinada região que vão se unir com algum objetivo. Em geral comercial econômico. Objetivo de promover a infra-estrutura ou objetivo cultural.
Dada essa complexidade vamos estudar fundamentalmente a integração comercial e econômica.
Estados numa mesma região que tem objetivo de fomentar o comércio e a economia numa determinada região. Primeiro é preciso que haja vontade política para iniciar a integração. Quando os países buscam a integração é preciso que haja remoção de barreiras entre eles.
Pressupostos: estão em uma região, há vontade política
Quais as barreiras e como removê-las?
Exemplo: barreiras tarifárias – tarifas cobradas pelos países de todas as mercadorias que ingressam no seu território. O objetivo é a livre circulação de mercadorias.
Integração é algo maior do que cooperação ( no termo exato do tema só pode ser usado para a UE.
Quanto menos membros maior a tendência de integração, mais intensa a integração comercial, pois em geral há maior afinidade e maior homogeneidade.
Na OMC há 155 membros heterogêneos – ocorre mais um processo de cooperação.
Integração > cooperação
No regionalismo há maior avanço.
A livre circulação de mercadorias pressupõe remoção de barreiras tarifárias (impostos de importação entre países que fazem parte) e não tarifárias ( processo de liberalização
Liberalização do comércio – por meio de redução ou eliminação de barreiras tarifárias. No Mercosul houve redução/eliminação de barreiras tarifárias. Quando deixam de existir há Zona de Livre Comércio.
Há também redução de barreiras não tarifárias como barreiras técnicas (composição de um produto) e sanitárias.
Um dos primeiros objetivos do processo de liberalização tarifária é a redução/remoção de barreiras tarifárias e não tarifárias.
Por que é importante liberalizar o comércio? O que move os países a buscar parceiros?
- Motivação comercial/econômica: ter maior acesso a um mercado e permitir o outro a ter acesso ao meu mercado ( reciprocidade
No caso do Mercosul, o volume de exportação do Brasil para a Argentina aumentou muito pós-Mercosul.
O processo de liberalização implica uma expansão comercial.
- Componente político: Ex: por meio do acordo regional o Brasil consolidou sua força política
Redução de barreiras ( criação de comércio na região ( cria um desvio de comércio porque você deixa de importar de outros países
Muitas vezes, inclusive, um país deixa de importar produtos de melhor qualidade porque o outro tem menos tarifas, portanto há criação, mas também desvio de comércio.
Essa tendência de procurar primeiro parceiros próximos geograficamente nem sempre é verdade, pois com boa infraestrutura é mais fácil arranjar parceiros distantes.
Hoje vivenciamos uma proliferação de acordos regionais de comércio. Portanto se você não tiver nenhum acordo, você perde vantagens cooperativas – quem fica de fora perde cada vez mais mercado.
Texto 1 – Conceito de integração
Processo antigo marcado no passado por 2 correntes: liberalismo e estruturalismo.
Hoje há predominância do liberalismo, teoria que vê a integração como processo (etapas).
O texto do professor questiona esse processo por etapas.
1ª etapa: Zona de Livre Comércio
Barreiras relativas à circulação de mercadorias ( processos de negociação entre os países que compõe o acordo regional para, em um determinado período de tempo, eliminar as barreiras para a circulação de mercadorias. (definição clássica ( porque na definição clássica o motor era a indústria)
Hoje o motor são os serviços, bens que não são físicos e não tangíveis, logo não estão sujeitos às barreiras tarifárias e não tarifárias.
Hoje as definições que falam em circulação só de mercadorias estão superadas. Fala-se de livre circulação de mercadorias, serviços e envolvem mais do que simples processo de liberalização. Existem outras regras como propriedade industrial, investimentos estrangeiros, antitruste, meio ambiente etc.
GATT não é uma OI, mas um acordo geral de comércio internacional que foi incorporado pela OMC.
Artigo 1 do GATT: tratamento geral de nação mais favorecida
O GATT/47 e a própria OMC foram plasmados na ideia do liberalismo econômico. Um dos princípios cruciais do liberalismos tanto na sua vertente política quanto econômica: igualdade. Como ele se materializa na prática? Proibição da discriminação. Pode-se dar um tratamento diferenciado a um país se isso estiver previsto em lei, mas em geral, o princípio da igualdade se materializa pela proibição da discriminação.
Os membros da OMC são iguais e não pode haver discriminação entre eles.
Os princípios no DIN tem uma força diferente do que no direito interno e neste os princípios são consubstanciados em lei.
“Most favored nation” às vezes aparece como um princípio, mas ele não é, é uma cláusula. 
Numa negociação do GATT/ OMC se uma parte contratante oferecer uma vantagem a outra parte contratante (exemplo: redução de impostos de importação). O que acontece com essa preferência trocada tendo em vista a cláusula de nação mais favorecida? Se trocam-se vantagens tarifárias, essas vantagens são imediatamente transferidas a todos os demais. 
Todavia, toda regra tem exceção. Já em 1947 pensava-se em exceções para a cláusula de nação mais favorecida e ao princípio da não discriminação. Isto está previsto no artigo 24 do GATT (aplicação territorial-tráfico fronteiriço-uniões aduaneiras e zonas de livre troca).
É possível deixar de aplicar desde que as partes tenham como objetivo acelerar o processo de integração entre elas por meio de acordos regionais (união aduaneira e zona de livre comércio).
Em 1947 não dava para prever que haveria outras etapas como o Mercado Comum e a União Econômica e Monetária.
É muito melhor olharpara o artigo 24 quando ele aparece no seu item 8b. 
Aparece pela primeira vez a definição de união aduaneira e zona de livre comércio.
Zona de livre comércio deve implicar a livre circulação de mercadorias sem restrições.
Não se explica no artigo 24 o que é “substantially”, mas se faz uma diferença com a primeira tipologia em que há a eliminação de tarifas de algumas mercadorias.
Daí concluímos que os acordos regionais derivam do artigo 24 (fundamento legal dos acordos regionais).
Regra é o sistema multilateral e a exceção é o sistema regional.
Regionalismo e multilateralismo
Multilateral: OMC
Subregional: Mercosul
Regional bilateral – problema: muitas vezes não obedecem critérios regionais.
Zona de livre comércio: NAFTA, exemplo.
União Aduaneira: Mercosul
Mercado Comum: Comunidade Andina das Nações, Comunidade Europeia e Turquia.
União Econômica e Monetária: EU
União Política: estágio final da integração.
Quais as críticas que são feitas ou que foram feitas ao liberalismo político/econômico? 
- É possível sempre dar o mesmo tratamento a todos? Na prática isso ocorre?	
Muitas vezes é preciso que sejam criados mecanismos para aqueles que não atingiram determinado patamar de desenvolvimento econômico, social e político e tenham condições para chegar a um patamar relativamente igual aos outros.
Tratar todos da mesma maneira acabava por privilegiar os países mais desenvolvidos.
Houve uma crescente insatisfação das partes contratantes do GATT com movimentos que começaram de uma maneira mais visível na América Latina. A ONU criou na década de 1950/1960 a Comissão Econômica da América Latina e foi verificado que os países que eram parte do GATT não estavam auferindo vantagens. 
A ONU realiza em 1964 a Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento. Era preciso fazer com que o comércio gerasse desenvolvimento. 
Alguns intelectuais da América Latina pediram pela flexibilização das regras do GATT para a formação de acordos regionais e certa flexibilização do artigo 24 para os países em desenvolvimento.
Em 1968 houve a 2ª Conferência e elas acontecem até hoje, transformando-se em UNCTAD (órgão da ONU). Dentro da entidade se discutem as relações entre comércio e desenvolvimento).
O que fazer para que pudesse haver uma discriminação favorável aos países menos desenvolvidos?
No acordo GATT é introduzido o capitulo IV que trata de comércio e desenvolvimento. É possível dar um tratamento diferenciado para países menos desenvolvidos.
Em 1971 discute-se o sistema geral de preferências: é possível outorgar alguns países um tratamento diferenciado que não seja estendido a outras partes contratantes, surgindo o sistema geral de preferências. Ele vigora até hoje em paralelo, mas não é um dos fundamentos legais dos acordos regionais.
Tanto a UE quanto os EUA eliminou o sistema geral de preferências ao Brasil.
Na rodada Tóquio reconheceu-se o tratamento diferenciado aos países em desenvolvimento, podendo formar acordos regionais entre eles. Essas zonas de livre comércio/união aduaneira não precisariam ter o rigor do artigo 24, logo não precisariam ter a liberalização “substantially all the trades”. 
Foi permitido aos países em desenvolvimento celebrar acordos regionais sem o rigor do estabelecido no artigo 24 do GATT. Se há acordos entre países em desenvolvimento há a possibilidade de haver maior homogeneidade entre essas economias que enfrentam os mesmos problemas.
Cláusula de habilitação passa a ser o segundo fundamento legal para a existência de acordos regionais. O primeiro fundamento legal é o artigo 24 do GATT.
ALADI: países da América Latina. Exceção ao artigo 1º do GATT entre países em desenvolvimento. 
O que acontece ao longo dos anos? Vimos na aula passada o que aconteceu com a economia internacional. 
Transformação da economia: Livre circulação de mercadorias ( liberalização de serviços devido ao grande desenvolvimento do setor de telecomunicações. Setor financeiro se beneficia muito do avanço do setor de telecomunicações. Começou-se a perceber que o avanço das telecomunicações permitiu maior facilidade de transposição de fronteiras e comunicação da matriz com suas filiais no mundo. 
Muitas indústrias em países desenvolvidos se estabelecem em outros países, começando a surgir esse setor de serviços para dominação do conhecimento da tecnologia e informação. Tornando-se os motores da economia desses países.
O grande problema que enfrentam desde 2008 é que geram empregos, mas não na mesma velocidade que as indústrias geravam. 
Isso ocorre com muita clareza, porque internet revolucionou a vida dos países, das pessoas. Quando se vive isso, às vezes as pessoas não se dão conta.
Nos anos 1990 via-se o crescimento do setor de telecomunicações, mas não com clareza.
Na rodada Uruguai (última do GATT em 1986) não se tinha tanta clareza, mas os países desenvolvidos sabiam que o setor de serviços eram fundamental para ele.
Final com a criação da OMC em 1994: tratado constitutivo da OMC e outros acordos (que são anexos). Anexo 1-A da OMC (trata de bens): lá está o GATT.
Acordo sobre serviços (GATS) que trata exatamente de como no âmbito da OMC serão realizadas negociações para a remoção de barreiras aos serviços que não são barreiras tarifárias, mas sim normativas. Para prestar serviços no Brasil precisa ter uma empresa no Brasil. 
Evidentemente uma liberalização cujas negociações ocorrem no âmbito da OMC. Da mesma maneira esse processo de liberalização vai ocorrer no âmbito regional. Há portanto a mesma racional no âmbito multilateral e no âmbito regional.
Assim como o artigo 24 é o fundamento legal para a liberalização do comercio de bens no âmbito regional, há o GATS em seu artigo 5º que liberaliza o comércio de serviço entre as partes no âmbito regional. Este artigo está para serviços assim como o artigo 24 do GATT está para bens.
Fundamento legal dos acordos regionais: art. 24 
Zona de livre comércio estabelece metas para liberalização da circulação de serviços.
Quando ocorre a celebração de um acordo regional entre países em desenvolvimento é a cláusula de habilitação.
Qual a conclusão que se tira? Vimos a relação entre multilateral e regional e este é uma exceção permitida àquele. Como se controlam esses acordos regionais para verificar a compatibilidade com as regras do GATT/OMC?
Estabelece-se que, por ser uma exceção à regra, deve ocorrer a notificação ao GATT de sua existência quando são celebrados os acordos e quando eles entram em vigor. 
GATT não tinha como dar eficácia a uma comissão, não tinha condições de fiscalização. Esses acordos foram modificados antes da entrada em vigor da OMC e quando da sua criação, criou o Comitê de Acordos Regionais que trataria de fiscalizar a celebração desses acordos regionais.
O problema é que houve uma proliferação sem precedentes desses acordos regionais e a OMC entendeu que não tinha força política para decidir se esses acordos regionais estavam de acordo com a regra (fazer escrutínio) e eles não davam conta.
Em 2006 foi criado o mecanismo de transparência.
A cada ano há numero crescente de notificação de acordos regionais (até mesmo bilaterais) à OMC e para o efeito de notificação a OMC trata todos como acordos regionais e qualifica esses acordos. 
Canada-Chile: free trade area/economic integration agreement
Porém não se trata de um acordo regional.
Chile – India: preferential trade area (menor que o free trade area) – não tem a mesma ambição que uma zona de livre comércio.
12.03
GATT 1947 – Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio 1947
O GATT é um acordo geral de tarifas de comércio, nunca foi uma OI, nunca teve os elementos que caracterizam uma OI. Continuou existindo como acordo, e foi incorporado à OMC. Foi incorporado como anexo 1 ao Acordo da OMC. 
O seu objetivo é a liberalização comercial e econômica. Um dos princípios cruciais do liberalismo, seja na sua vertente política ou econômica, seria o princípio da igualdade. Quando se pensa neste princípio, ele se materializa,na prática, de diferentes maneiras. Na prática, isso se materializa ao não se discriminar. Hoje, os membros da OMC são iguais, e não pode haver discriminação entre eles, todos devem receber o mesmo tratamento, pelo princípio da não-discriminação. 
No direito interno, os princípios são consubstanciados em artigos de lei, por previsão normativa. No caso do GATT 47, encontra-se no art. 1o. 
2 Artigos interessantes:
Art. 1: tratamento geral de nação mais favorecida. “Most favored nation” (‘MFN’) – não é este o princípio, este é o da não-discriminação. 
* fala-se em partes contratantes, porque o GATT nunca foi uma OI.
Se o Estado oferecer uma vantagem comercial a outro contratante (por exemplo, reduzir impostos de importação), esta é imediatamente e irremediavelmente transferida aos demais Estados. Se isso não fosse feito, seria uma discriminação. Havendo trocas ou favores entre 2, 3 parceiros, que sejam estendidos esses favores a todos os demais. Isso faz com que haja também uma velocidade maior no processo de liberalização comercial. A ideia da nação mais favorecida é essa, a de evitar a discriminação. A regra é não discriminar, todos devem ter o mesmo tratamento. 
É o artigo 1o do GATT que dá efetividade àquele princípio. 
A exceção está prevista no art. 24 do GATT, que trata das Uniões Aduaneiras e zonas de livre troca. Será possível praticar a discriminação dentro de acordos regionais, pois as vantagens desses acordos serão aplicados apenas entre os membros dessas Uniões ou zonas de livre troca. Será possível deixar de aplicar o art. 1 desde que o objetivo das partes seja acelerar o processo de integração e a liberdade do comércio, por meio da celebração de acordos regionais. O Art. 24 fala apenas em 2 modelos: União aduaneira, e zonas de livre comércio. 
* União Aduaneira: livre circulação de bens (conceito clássico) e de serviços (conceito moderno) e uma Tarifa externa comum (TEC). Ex.: MERCOSUL.
* Zona de livre troca: “para a maioria das trocas comerciais” -> “substantially all the trade”. O que se entende é que esta expressão implica a livre circulação de mercadorias sem restrições. 
Os acordos regionais têm seu fundamento jurídico na exceção ao art. 1o do GATT 47, encontrada no art. 24. Têm seu lastro jurídico no sistema multilateral. 
Críticas ao liberalismo político e econômico
É possível sempre dar o mesmo tratamento a todos, na prática? 
A igualdade material pressupõe que haja condições para que esta possa realmente existir. De 47 até a década de 60, tratar todos da mesma maneira acabava privilegiando os países mais desenvolvidos: os menos desenvolvidos abrem suas fronteiras, possibilitando a entrada de indústrias de países mais desenvolvidos, que passam a competir pelo mercado interno. Crescente insatisfação das partes com a liberalização, que acabava privilegiando os países mais desenvolvidos. 
1964: Conferência das Nações Unidas – era preciso fazer com que o comércio gerasse desenvolvimento. Se ele se ocupasse apenas com a liberalização, a desigualdade entre os países tenderia a aumentar. Aí entra em discussão o desenvolvimento. 
A UNCTAD passa a existir como órgão da ONU, e continua a discutir as relações entre comércio e desenvolvimento. 
O que fazer para que pudesse haver discriminação, mas uma favorável aos países menos desenvolvidos? Em 68, depois da segunda conferência das nações unidas, o GATT é muito criticado, e é introduzido um novo capítulo, o IV, que trata de comércio e desenvolvimento. Neste capítulo IV, há uma previsão de que é possível dar um tratamento especial para países menos desenvolvidos, porque eles não são iguais. Como fazer com que o comércio resulte em desenvolvimento. 
Em 71, aparece o sistema geral de preferências, já olhando para o capítulo IV do GATT. É possível outorgar a alguns países um tratamento diferenciado, que não seja estendido a outros Estados do GATT. O SGP é unilateral, permite à UE outorgar preferências tarifárias a alguns países, e as revogar quando quiser. Tanto os EUA quanto a UE reviram a questão do STP com o Brasil. 
Na rodada Tóquio (1979), aprova-se a decisão conhecida pelo tratamento diferenciado aos países em desenvolvimento. 
Cláusula de Habilitação: para habilitar os países em desenvolvimento a receberem tratamento diferenciado, há flexibilização para que houvesse estímulo ao desenvolvimento. Passa a ser o segundo fundamento legal para os acordos regionais. 
O fundamento legal da ALADI, que deu origem ao MERCOSUL, é justamente a cláusula de habilitação. 
Com o surgimento e a expansão dos serviços, o importante é ter tecnologia para viabilizar e impulsionar os serviços e a economia dos países. Um dos grandes problemas disso, para os EUA, é que os serviços não geram tantos empregos e na mesma velocidade que as indústrias. 
O GATT 47 teve, ao longo de sua existência, várias rodadas para reduzir tarifas e barreiras. Na Rodada Uruguai, ainda não se tinha tanta clareza, mas já se sabia que o setor de serviços era fundamental. 6 anos de negociações, e, no final da Rodada Doha, há a criação da OMC, em 1994. 
Com a criação da OMC, há o tratado constitutivo, e seus diversos anexos. No anexo 1.a da OMC, há o GATT. Há um outro anexo à OMC, que não trata de bens, mas de serviços, o GATS, que não se confunde com o GATT. Vai tratar de como, no âmbito da OMC, serão realizadas negociações para a remoção de barreiras aos serviços, que são normativas, e não tarifárias. 
Da mesma maneira que ocorre no âmbito da OMC, esse processo de liberalização vai ocorrer nos acordos regionais, as negociações também ocorrerão no âmbito regional. Assim como o art. 24 é o fundamento legal para os acordos regionais realizarem, no seu âmbito a liberalização do comércio de bens, temos o GATS, que, no seu art. V, fala em integração econômica. 
O Art. 5o do GATS está para serviços, assim como o art. 24 do GATT está para os bens. 
Acordo regional entre países em desenvolvimento – o fundamento legal é a cláusula de habilitação.
O regional é uma exceção permitida ao multilateral. Mas como você controla esses acordos regionais? São uma exceção à Cláusula da Nação mais Favorecida. Devia haver um controle desses acordos regionais, para verificar a compatibilidade com o GATT; hoje, com a OMC, o sistema multilateral. 
É possível formar acordos regionais, como exceção. 
O GATT não tinha um arcabouço institucional que pudesse dar eficácia e de fiscalizar esses acordos regionais. 
Com a entrada em vigor da OMC, tratou de criar um comitê de acordos regionais, que se encarregaria de controlar a entrada em vigor dos acordos regionais.
Houve, todavia, 15 anos para cá, uma proliferação sem precedentes desses acordos regionais. A OMC concluiu que não tinha força política para fazer o escrutínio desses acordos, e também pela velocidade. Então, o que se passou a buscar é a transparência, de que esses acordos sejam notificados à OMC. 
* Tabela da OMC sobre Regional trade agreements. [ESTÁ NO MOODLE]
** EIA (economic integration agreements) – fundamento no art. 5o do GATS.
*** PTA (preferential trade area) – menor que o FTA. Objetivo de liberalização de mercadorias (bens). 
Hoje, mais de 300 acordos em vigor, que podem ser regionais, mas também bilaterais. 
02.04
Para entender e saber situar o MERCOSUL, é importante entender os antecedentes ao MERCOSUL. A primeira OI da América do Sul foi a ALALC. 
Histórico: ALALC
- Contexto;
- Associação Latino-Americana de Livre Comércio;
- Tratado de Montevidéu de 1960: em 1960, tínhamos apenas 1 fundamento legal para acordos regionais, o art. 24 do GATT, que trata dos esquemas integração regional (zona de livre comércio e união aduaneira). 
- Permissão expressa constante do art. 24 do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) para derrogações ao princípio da nação mais favorecida mediante construções de zonas de livre comércio e uniões alfandegárias;
* Art. 24: possibilidade de criação de acordos regionais, para que ocorra a liberação regional do comércio de forma maisintensa. O art. 24 do GATT fala que, dentro da zona de livre comércio, deve haver a eliminação das barreiras tarifárias em 100%, ou senão uma redução substancial (“substantial” – por volta de 80% das mercadorias).
Em 1960, falava-se apenas sobre bens, e ainda não sobre serviços. 
- Países membros: ARG, BRA, CHI, MEX, PAR, PERU, URU; posteriormente, COL, EQU, VENEZ, BOL.
- Objetivo: criação de uma zona de livre comércio continental, a partir da integração regional, em um período não superior a 12 anos. 
* Houve aí a necessidade de se adequar às regras do art. 24. 
Havia um programa de liberalização comercial na ALALC. 
Mecanismos ALALC:
- programa de liberalização do intercâmbio;
- complementação industrial setorial;
- harmonização...
[perdi o slide]
PLOBLEMAS ALALC
 - Caráter intergovernamental da ALALC assegurou a predominância dos interesses nacionais sobre os regionais;
- As decisões dos órgãos nunca tiveram força executória direta e houve a adoção de fórmula de integração eminentemente comercialista;
- o formato adotado para a liberalização, com negociações produto a produto, tornou o processo de liberalização muito lento.
- DESAFIO: superar as divergências existentes no bloco.
Em 60, havia grande heterogeneidade entre os países da ALALC. O método de negociação era muito complicado, que refletia essa postura conservadora de todos. As negociações eram muito extensas, já que eram produto a produto. Como se estabelecem 12 anos para liberalizar o comércio, quando se tem uma negociação com aquela? Hoje, passados 50 anos, é fácil verificar que havia essa contradição intrínseca, e que a meta de liberalização do comércio não era factível. 
Havia ainda outra contradição: no final da década de 50, década de 60, havia um processo de substituição de importações. Brasil, Argentina tinham como objetivo diminuir as importações, ao mesmo tempo que queriam participar da integração – o que exigiria que se abrissem as fronteiras. Para reduzir as importações, as alíquotas deviam ser mantidas altas. Era então um grande contradição. O programa de substituição de importações, no entanto, foi importante para o Brasil constituir sua indústria. 
Em conclusão, eram países heterogêneos. Se constatou que seria muito difícil superar os desafios, principalmente porque se tratou de uma OI constituída sob a égide do art. 24 do GATT. Dentro de um processo como esse, era de esperar que houvesse a previsão de um tratamento diferenciado aos países com menor desenvolvimento relativo. Isso só se tornará possível sob o GATT com a cláusula de habilitação: pode-se relativizar o rigor do art. 24 para países com menor desenvolvimento relativo. Nada disso era possível em 1960. 
Foi impossível avançar em um processo de liberalização. Hoje, sob uma perspectiva histórica, com uma negociação produto a produto, Brasil e Argentina tinham interesse em avançar em alguns produtos, enquanto em outros, não. Contexto da América Latina cheia de assimetrias. Só fomos ter a dimensão disso tudo em 1979, na Rodada Tóquio do GATT, e dessa rodada emana a resolução (cláusula de habilitação), que vai prever a criação de processos de integração entre países em desenvolvimento, sem seguir os rigores do art. 24. 
Nesse contexto é que se deu a substituição da ALALC pela ALADI.
 Histórico: ALADI
- Contexto;
Associação latino-americana de integração, e não mais de livre comércio.
- Tratado de Montevidéu de 1980;
- Fundamento legal: cláusula de habilitação. Permite não se seguir o rigor do art. 24, não será necessário que os países estabeleçam uma meta e um prazo, os países vão avançando nas negociações sem um prazo rigoroso, porque é preciso respeitar as diferenças entre esses países. Cada um terá a possibilidade de avançar nas negociações de acordo com as próprias necessidades e interesses. 
UNCTAD e CEPAL
Acordos regionais com preferências em países subdesenvolvidos: exceção à cláusula de NMF.
- O que tem de privilégio perto do art. XXIV, GATT?
A opção de simples redução tarifária, e não a eliminação quase total; sem prazo definido. Isso difere do art. 24. Se a cláusula de habilitação significou uma flexibilização do art. 24, a ALADI tem como um dos seus princípios a flexibilidade. 
Bobik: CH põe em foco a questão do desenvolvimento econômico. 
Primeira diferença básica do ALADI: não ter como objetivo imediato a formação do bloco e formação de uma zona de livre comércio, mas a desgravação intrazona por meio de outros mecanismos mais flexíveis, chegando à criação de um mercado comum.
ALALC x ALADI – Fundamentos
ALALC
Art. 13: a reciprocidade prevista no art. 10...
Art. 15: Para assegurar condições equitativas (...) as Partes contratantes procurarão, na medida do possível, harmonizar (...) seus regimes de importação e exportação, assim como os tratamentos... Zona.
ALADI
Art. 3. princípios da ALADI. 
	- Tratamento diferenciado dentro da própria ALADI. 
	- Princípio da convergência: convergência progressiva de esquemas sub-regionais e acordos bilaterais para a conformação de um mercado latino-americano. 
	- Pluralismo;
Art. 26. 
A flexibilidade da ALADI era evidente quando se autorizava haver acordos sub-regionais entre os países com menores diferenças entre eles – essa é a ideia da convergência, que decorre da flexibilidade. A flexibilidade é justamente a cláusula de habilitação. 
ALADI: é uma OI plenamente em vigor, a sede é em Montevidéu. 
Acordos de Alcance Regional:
- Compromisso: assumidos entre TODOS os países-membros;
- Objetivos: desenvolvimento regional;
- Matérias abrangidas:
	- Abrandamento de tarifas;
	- Promoção do comércio;
	- Complementação econômica;
	- comércio agropecuário;
	- cooperação financeira, tributária, aduaneira, sanitária, científica e tecnológica;
	- Preservação do meio ambiente;
	- Promoção do turismo e normas técnicas etc.
Acordos de Alcance Parcial: 
*só possível porque a ALADI tem como fundamento legal a cláusula de habilitação.
- Compromisso: assumidos entre ALGUNS dos países-membros (bi ou plurilateral);
- Objetivos: desenvolvimento regional especializado;
- Matérias abrangidas: 
	- Comércio, agropecuários e complementação econômica (estes têm o maior destaque);
- Exemplos:
	- ACE (acordo de complementação econômica) 14 – BRA e ARG: trata de acordo para setor automotivo, firmado no âmbito do ALADI; ACE 18 – Mercosul; ACE 59 – CAN e Mercosul; ACE 55 – Mercosul e México – setor automotivo.
	- Listas de Abertura de Mercados: mecanismo de apoio aos PMDRs, assegurando repartição equitativa dos custos e benefícios do processo de integração. 
A ALADI perdeu a sua importância à medida que o que se viu no âmbito da América do Sul foi uma preferência por acordos de alcance parcial e detrimento dos acordos de alcance regional. Vimos a formação de acordos subregionais, como o Mercosul. Dentro da América Latina, veremos agrupamentos subregionais que enfraqueceram a ALADI. Esta significou grande avanço em relação à ALALC. O Tratado de Montevidéu de 1980 foi modificado como acordo regional firmado com base na cláusula de habilitação, e perde sua relevância até pelo fato de muitos dos países membros da ALADI passaram a firmar outros acordos com países fora da ALADI. O primeiro deles foi o México. Quando este ingressou na ALADI, isso criou um problema sério. Se um Estado membro da ALADI outorgar qualquer preferência tarifária a outro país que não da ALADI, essa preferência também deveria ser aplicada a todos outros membros da ALADI (art. 50). Isso trouxe problemas, por exemplo, para o México, que tinha dado preferências aos EUA e ao Canadá, e gerou uma nova interpretação ao art. 50, presente no protocolo de Cartagena. 
Além de termos dentro da ALADI o Mercosul, a Aliança Andina etc., também temos estados-membros celebrando acordos bilaterais, sem oferecer qualquer benefício aos parceiros da ALADI. Apesar de tudo isso, o que se vê é a adesão de novos países a ALADI, como o Panamá e a Nicarágua (ainda não consolidada). Continua existindo, mas diantedo cenário todo, em que a proliferação de acordos subregionais e preferenciais, a ALADI tem perdido sua presença.
MERCOSUL
Composição:
- Estados membros: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai;
- Associados: Venezuela, Bolívia...
Histórico
Processo de aproximação Brasil-Argentina
- Declaração de Iguaçu – 1985;
- Ata para a integração Brasil-Argentina – 1986 (Programa de Integração e Cooperação Econômica – PICE);
- Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento.
- Negociações com Uruguai e Paraguai: queriam fazer parte, mas com tratamento diferenciado;;
- Tratado de Assunção, assinado em 16.03.1991, por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai;
- No Brasil, o Tratado de Assunção...
Enquadramento vis-à-vis à ALADI e ao sistema GATT/OMC
Enquadramento do Mercosul na ALADI
- Tratado de Assunção: ver preâmbulo.
- Fundamento jurídico: está art. 7o do Tratado de Montevidéu 1980, que trata dos acordos de alcance regional. 
- Acordo de Complementação Econômica n. 18 (celebrado em 29.11.1991). Acordo de complementação econômica de alcance parcial. Na realidade, o acordo de complementação econômica n. 18 é que o fundamento legal do Mercosul na ALADI. Os Estados membros do Mercosul criam o Mercosul, com fundamento legal no art. 7o do ALADI. Tudo que existe hoje no Mercosul não se estende aos demais membros do ALADI. 
* Houve 2 processos de notificação: Mercosul à secretaria da ALADI, informando a criação de um acordo subregional com base no art. 7o do ALADI; depois, notificou o GATT.
Problema: quando ALADI notificou o GATT, fundamento na cláusula de habilitação. O problema é que a ALADI teve que fazer a notificação ao GATT também com base no art. 24 do GATT, porque dentre os objetivos do Mercosul, está formar uma união aduaneira. Isso ainda ficou em uma zona cinzenta, se o art. 24 realmente se aplica. 
4. Objetivos e instrumentos do Mercosul
- Preâmbulo do Tratado de Assunção
- Implicações: ver art. 1. Constituição de um mercado comum. Apesar de ter representado um avanço à tradicional retórica, o Mercosul estabeleceu metas impossível de serem atingidas àquela época, na América Latina.
- Instrumentos: ver art. 5. É cláusula de habilitação porque são países em desenvolvimento. A partir de 94, a zona de livre comércio deveria já estar estabelecida. Quando se fala na “totalidade...”, é claro que o enquadramento é no art. XXIV.
5. Evolução da estrutura institucional
 
Em 1994, se constatou que houve sim uma grande liberalização, houve um avanço substancial em termos de desagravamento tarifário. Mas em 94, mediante a celebração do protocolo de Ouro Preto, nova conformação institucional do Mercosul – não uma estrutura institucional que pudesse refletir as necessidades de um mercado comum, mas que refletisse uma união aduaneira. 
Principais Protocolos de marco evolutivo:
- Protocolo de Brasília: sobre solução de controvérsias;
- Protocolo adicional ao de Assunção;
- Protocolo de Olivos.
Protocolo de Ouro Preto: ver art. 34. É uma OI. Também os arts. 35 e 36. 
Estrutura institucional:
* Órgãos do Mercosul:
	- Conselho do Mercado Comum;
	- Grupo Mercado Comum;
	- Comissão de Comércio;
	- Comissão Parlamentar Conjuntiva;
	- Foro constitutivo econômico social;
	- Secretaria;
	- Tribunal Permanente de Revisão;
	- Tribunal Administrativo-Trabalhista.
Grupo Mercado Comum (arts. 10 a 15)
- Incumbência: órgão executivo das decisões do Conselho.
Parlamento (Protocolo Constitutivo de 09/12/05): substituiu a Comissão Parlamentar Conjunta. Os representantes devem ser eleitos por sufrágio universal. 
Resolução 16/2010 do Mercosul
Estabelece normas para aplicação do Tratado constitutivo do parlamento do Mercosul de 2005. De 2005 a 2010, pouca coisa aconteceu. Hoje, no parlamento do Mercosul, há congressistas brasileiros que foram eleitos, assim como argentinos, uruguaios e paraguaios (18 de cada). Não são os representantes do Mercosul. Decisão do Mercosul para estabelecer alguns prazo para que haja o sufrágio universal. Essas eleições diretas não ocorreram ainda, só no Paraguai. Temos aqui, nessa resolução, que as eleições para os parlamentares ocorrerão de acordo com a legislação nacional de cada país, e se estabelece um prazo para que isso ocorra (inicialmente 2009, o que vem sendo sucessivamente prorrogado). 
Depois, tivemos um período de transação (no qual estamos até hoje), e nesse momento, ainda em termos do sufrágio universal, que, quando houver, a composição do parlamento do Mercosul será de 75 parlamentares para o Brasil, Argentina, 43, e o Paraguai e o Uruguai, 18 cada – mas isso ainda está distante de ocorrer. 
6. Liberalização comercial
Bens
O objetivo foi estabelecer uma zona de livre comércio: livre circulação de bens, que hoje é quase consolidada. O que não vimos acontecer tem relação aos tratados de investimentos, que não estão em vigor:
- Protocolo de Colônia;
- Protocolo de Buenos Aires.
Serviços
- Protocolo de Montevidéu sobre comércio de serviços do Mercosul: este está em vigor, Brasil foi o último a assinar. Já houve 6 rodadas de negociações, mas teve poucos avanços. 
7. Estágio atual da União Aduaneira
União Aduaneira imperfeita: porque há muitas exceções à TEC, está não é 100% comum.
- Exceções à Tarifa Externa Comum (TEC):
	- Brasil e Argentina poderiam ter 100 códigos tarifários até 31/12/2011;
	- Paraguai e Uruguai tem tratamento diferenciado;
	- Paraguai: 399 exceções à TEC.
- Código Aduaneiro do Mercosul: foi um avanço.
	- Aprovado pela Decisão CMC 27/2010;
	- Implementação de etapas para eliminação da dupla tributação da TEC: início em 2012, com previsão para implementação total em 2019;
	- Passo importante para o avanço da união aduaneira. 
* CAMEX - Resolução n. 12 de 07/02/13: prevê a possibilidade de, em vez dos 100 produtos, cada um dos países (Brasil e Argentina) poderiam ter 200 produtos, sob a alegação de desequilíbrios regionais em razão da conjuntura econômica internacional. Aí, com a resolução, a CAMEX colocou para consulta pública uma lista de produtos, e os comerciantes que queiram que determinado produto fique fora da lista da TEC, o setor se mobiliza, formula reivindicações na CAMEX, que analisa os pleitos e edita resoluções com as exceções da TEC. Pode-se pedir que alguns produtos saiam da lista de exceções (ou seja, o setor quer que haja um aumento), ou que seja incluídos na lista.
É imperfeita porque há esta brecha. Há este jogo de ou pedir a inclusão de produtos, ou a retirada. Enquanto tivermos essa possibilidade, não teremos uma união aduaneira completa e perfeita. E não teremos uma zona de livre comércio 100% porque há lista de exceção, e atualmente, não se trata de produtos dentro do Mercosul, mas de medidas tomadas pela Argentina impedindo a entrada de produtos brasileiros na Argentina, por exemplo, exigindo licença não-automática de importação. A Argentina está violando regra do GATT/OMC, e tem dificultado a importação de produtos, sobretudo do Mercosul. Protecionismo por parte da Argentina, dificultando o funcionamento da zona de livre comércio, o que tem trazido perdas ao Brasil, que deixou de exportar muito para o Brasil. O mercado argentino para o Brasil é muito importante, e reflete até no PIB brasileiro. 
Temos, dentro do Mercosul, um quadro não muito positivo. Internamente, no Mercosul, não há acordos entre seus membros. 
** NCM: nomenclatura comum do Mercosul. 
09.04
PROVA: aula que vem. Item 1 do curso: teoria geral da integração regional. Entender a relação do sistema geral com o sistema multilateral. 
8. Sistema de Solução de Controvérsias
Mercosul é uma OI. A tendência é de que, como é uma OI da qual fazem parte Estados, antes que se configure o conflito, há incentivo para que ocorram negociações diretas entre as partes, e estas o fazem como forma de evitar que haja a controvérsia. Mas tenderá a ser uma OI mais parecida com a UE, pois há um projeto de constituição de um tribunal de justiça. 
Instrumentos normativos
Tratado de Assunção
Assinado em 26/03/91;Entrou em vigor em 29/11/91.
Já estava prevista a necessidade de se estabelecer um sistema de solução de controvérsias, que veio a ser aprovado pelo protocolo de Brasília. 
Protocolo de Brasília
Assinado em 17/12/91;
Entrou em vifor em 22/04/93.
- Ver Art. 1.
Arbitragem
Há o sistema arbitral, e o judicial. 
- não solucionada a controvérsia, qualquer dos Estados partes na controvérsia poderá comunicar à Secretaria Administrativa sua intenção de recorrer ao procedimento arbitral.
- tribunal ad hoc:
	- 3 árbitros;
	- designados em 15 dias a partir da comunicação da secretaria;
	- 1 indicado por cada Estado parte na controvérsia;
	- terceiro árbitro: presidente do Tribunal, não nacional dos Estados partes na controvérsia, designado de comum acordo;
	- árbitros suplentes.
* Até hoje, 14 ou 15 laudos arbitrais. [ver os laudos no Moodle – por exemplo, caso entre Brasil e Argentina]
** qual o efeito de um laudo arbitral? O 
laudo arbitral é inapelável. Se as partes escolhem os árbitros, têm que se vincular à decisão desses árbitros. Quando um tribunal ad hoc elabora um laudo, este faz coisa julgada. Se estivermos no âmbito da arbitragem privada, temos um contrato internacional com cláusula compromissória; havendo controvérsia, imediatamente se obedece o que está na cláusula compromissória de arbitragem. As partes não podem apelar de uma decisão arbitral; só pode reconhecer uma apelação se houver indício de ilegalidade no laudo. Se não, não poderá o judiciário reexaminar o mérito da questão. Essa é uma característica da arbitragem, seja privada, seja não-privada. 
Protocolo de Ouro Preto
Assinado em 17/12/94;
Entrou em vigor em 16/02/96.
Este deu a conformação institucional que o Mercosul tem hoje, indica a necessidade de um sistema de solução de controvérsias. 
- Extensão do prazo de aplicação do Protocolo de Brasília. Ver Art. 43.
Protocolo de Olivos
Assinado em 18/02/2002;
Entrou em vigor em 01/01/2004.
- É este protocolo que está em vigor. 
- Ver arts. 1 e 2. 
O art. 2 do Protocolo de Olivos se inspirou em um dos artigos de um dos sistemas. 
Se houver um contencioso entre as partes, por exemplo Brasil contra Argentina, em vez de ir aos mecanismos do Mercosul, poderia ir direto à OMC. 
* Argentina já denunciou uma prática brasileira de exportar frango com base no dumping. Solicitou a instauração de um contencioso com base no Protocolo de Brasília, e se concluiu que de fato, houve dumping. As empresas que vendiam o frango se revoltaram, e solicitaram que se rediscutisse a questão na OMC. O Brasil concordou, se reanalisou a questão na OMC, e lá concluíram que não houve dumping. Ou seja, conflito entre decisões proferidas no âmbito regional, e decisões proferidas no âmbito multilateral.
Se as partes optarem por usar os mecanismos do Protocolo de Olivos, não poderão recorrer à OMC, e vice-versa, para evitar decisões contraditórias como ocorreu no caso do frango. Isso é uma cópia do que está previsto no principal mecanismo de solução de controvérsias do Nafta. Isso mostra uma clara relação entre o regional e o multilateral.
Há um estímulo para que haja negociações diretas: 15 dias.
- Procedimento perante o GMC (grupo mercado comum): opcional.
O tribunal arbitral será ad hoc.
- 3 árbitros:
	- 1 árbitro designado por cada Estado parte na controvérsia;
	- dentro de 15 dias a partir da data da comunicação da Secretaria;
- laudo em 60 dias, prorrogáveis por decisão do tribunal por um prazo máximo de trinta dias;
- possibilidade de recurso ao Tribunal Permanente de Revisão, em prazo não superior a 15 dias;
 - recurso limitado a questões de direito e às interpretações jurídicas desenvolvidas no laudo do Tribunal Arbitral Ad Hoc;
- os laudos dos tribunais ad hoc emitidos com base na equidade não serão suscetíveis de recurso de revisão;
- Se não houver recurso, laudo do Tribunal ad hoc tem força de coisa julgada. 
* Protocolo de Olivos como um “Frankenstein”. O laudo arbitral tem força de coisa julgada, não está sujeito a apelação; se apelar, descaracteriza a arbitragem. Mas um dos órgãos do Mercosul é o tribunal permanente de revisão. Se as partes não concordarem com o teor do laudo proferido pelo tribunal ad hoc, podem apelar para o tribunal permanente de revisão. 
Há 2 erros aqui: um laudo não poderia estar sujeito a revisão; segundo, que muitas vezes não há sequer revisão, possibilidade de pularem essa fase do tribunal ad hoc e irem direta ao tribunal de revisão. Aí, nessa hipótese, o tribunal não vai rever nada, não tem um laudo para rever. 
Tribunal Permanente de Revisão
- Sede: Assunção.
- 5 árbitros, que deveriam estar permanentemente lá, mas não estão.
- As partes na controvérsia poderão acordar expressamente submeter-se diretamente e em única instância ao tribunal permanente de revisão, caso em que este terá as mesmas competências quem um tribunal arbitral ad hoc. 
* Isso fere uma das características principais da arbitragem (o laudo é inapelável), e mais, se as partes podem recorrer diretamente ao tribunal de revisão, não há o que rever, já que não há laudo ainda.
O Protocolo de Olivos teve uma razão política. Em 2001, grave crise financeira na Argentina. O Mercosul, naquela fase, entrou em uma curva descendente. Na perspectiva do Brasil, como fazer para atender a antigas reivindicações de outros membros? Brasil não queria que se criasse um sistema judicial de solução de controvérsias. Aí veio a ideia de um tribunal arbitral. 
Inspiração no sistema de solução de controvérsias da OMC, que não é nem arbitral, nem judicial. É um sistema que não é arbitral, porque há um órgão de apelação, e não é judicial, porque os membros não são do judiciário. Lafer dizia que é um sistema quasi judicial. O que se fez no protocolo de olivos foi “un mélange”.
Prolatado o laudo do TPR, não está sujeito a revisão. O que acontece é que é definitivo, obrigatório, e tem força de coisa julgada. 
- Cumprimento dos laudos
Laudos deverão ser cumpridos no prazo que os Tribunais estabelecerem. Se não for estabelecido um prazo, os laudos deverão ser cumpridos no prazo de 30 dias seguintes à data de sua notificação.
Descumprimento ou cumprimento parcial:
	- Possibilidade de aplicação, dentro do prazo de 1 ano, de medidas compensatórias (e cabe ao Estado definir quais serão), tais como a suspensão de concessões ou outras obrigações equivalentes, com vistas a obter o cumprimento do laudo. A adoção de medidas compensatórias nos termos deste Protocolo não exime o Estado parte de sua obrigação de cumprir o laudo;
	- possibilidade de retaliação cruzada. 
* Se o Estado parte não cumprir o laudo, poderá o Estado vitorioso adotar medidas compensatórias, e cabe ao Estado determinar quais serão as medidas. 
- Reclamações efetuadas por particulares.
12. Caso dos pneus recauchutados
12.1. Controvérsia no Mercosul
O Brasil proibiu importação de pneus recauchutados. 
- Ainda sob a vigência do Protocolo de Brasília.
- Negociações diretas e intervenção do GMC restaram infrutíferas.
- Tribunal ad hoc.
Inconformado com essa condição, o Uruguai solicitou a instauração de um tribunal ad hoc. Foram escolhidos 2 árbitros (Maristela Basso pelo Brasil), e Raúl Vinuesa (ARG) como presidente.
Uruguai alegou que essa proibição do Brasil introduziu uma proibição nova que causava prejuízos, e que não tinha respaldo legal no Mercosul, que era medida discriminatória que impedia o livre comércio no Mercosul. Quando houve essas discussões, o que o governo brasileiro poderia ter usado como argumento é que existe 1 artigo, o art. 50 do Tratado de Montevideo (ALADI), que é repetição do GATT, que diz que, quando está em risco a vida humana, a saúde, vegetais etc., se podem adotar medidas restritivas ao comércio. Poderíamos enquadrar na alínea d ao art. 50 do TM. Mas não foi esse o argumento usado pelo Brasil, que usou uma defesa muito técnica, dizendo que não tinha diferença técnico-científica entre pneus usados e recauchutados, sem dizer que reconhece que é uma medida restritiva,mas com respaldo no art. 50 do TM. Pneus recauchutados tem um descarte que provoca impacto ambiental muito grande quando do seu descarte, é lixo ambiental. 
O Tribunal ad hoc entendeu que as autoridades brasileiras não conseguiram esclarecer a diferença, e decidiu que aquela portaria que proibia a importação de pneus recauchutados era incompatível com as normas do Mercosul e que o Brasil deveria adaptar sua legislação interna, com prazo de 60 dias, para cumprimento (laudo emitido em 9/1/01). Brasil teve que cumprir o laudo, e voltou a importar os pneus do Uruguai. Ao mesmo tempo, essa portaria era válida para o Uruguai, mas era válida também para partes de fora do Mercosul. Aí as Comunidades Européias se insurgiram contra o fato de que o Brasil importa pneus recauchutados só do Uruguai, mas não de outros, o que, para eles, seria discriminação. Nessa época, ainda não havia o Tratado de Lisboa. Disseram que a proibição de importação dos pneus recauchutados é algo que viola as regras da OMC. Ou seja, ou Brasil não importa de ninguém, ou importa de todos – princípio da não-discriminação. 
No Brasil, nessa época, as empresas importadores de pneus obtinham liminares em várias instâncias e conseguiam importar pneus de outros países. Então o quadro era bem complicado para o Brasil. As Comunidades Europeias entendiam que isso tinha que ser revisto.
12.2. Controvérsia na OMC (WT/DS332/4)
Alegações das CE:
- infração a dispositivos do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio de 1994 (GATT 94);
- Cláusula de nação mais favorecida;
- tratamento nacional
- arts. I.1; III.4; XI.1; XIII, § 1o. 
Alegações do Brasil:
- Agora, finalmente, se vale do art. XX, b do GATT: medidas necessárias para proteger a vida e a saúde humana. 
- Medidas eram justificadas nos termos do art. XX(b) e XX(d) do GATT, porque eram necessárias para proteger a saúde humana e o meio ambiente contra os riscos decorrentes do acúmulo de resíduos de pneus.
- Isenção ao Mercosul era justificável com base no art. XXIV. 
Órgão de Apelação
Concordou que a medida estava certa, Brasil estava certo em um ponto: 
- Concordou com o relatório do Painel que a medida era necessária nos termos do art. XX(b) do GATT;
- Mas era injustificada enquanto permanecesse a possibilidade de importação do Uruguai e a possibilidade de medidas liminares.
- inconsistente com o art. XI.1 do GATT.
* O Brasil perdeu em termos. 
Implementação das Recomendações
- Prazo de 12 meses a partir da adoção pelo OSC, ou seja, 12/12/08.
- Brasil comunicou o cumprimento das recomendações em 25/09/09.
- Decisão do STF no âmbito da ADPF 101-3:
	- Ao cumprir o laudo da OMC, o Brasil estaria ferindo princípio constitucional, assim como a concessão de liminares. o STF declarou constitucionais as medidas que proibiram as medidas de importação, e declarou inconstitucional qualquer interpretação que autoriza tal importação, com efeito erga omnes. 
* Houve conflito de jurisdição com órgão da OMC. ADPF do STF para justificar que o Brasil não poderia mais importar do Uruguai, e essa proibição valia erga omnes. Com isso, ficaram preclusos os juízes de primeiro grau de dar essas liminares. 
O que existe hoje, no Mercosul, em termos de solução de controvérsias?
Reivindicação antiga de que tivéssemos no Mercosul que tivéssemos um sistema judicial, e não mais arbitral. Projeto encaminhado pelo parlamento do Mercosul, para criação da Corte de Justiça do Mercosul. Esse projeto está em discussão. [tem no Moodle o projeto]
Criação de um órgão jurisdicional. 
** obs: jurisdicional (é dizer a lei: a jurisdição pode ser arbitral ou judicial). 
Corte composta por juízes. 
Discussão: o que seria necessário no Brasil para que isso fosse aprovado? A CF brasileira diz o que? Competência numerus clausus dos tribunais previstos na CF. Então seria necessário fazer uma emenda constitucional, para reconhecer a corte de justiça do Mercosul, já que teria as funções de uma corte. 
* funcionamento do tribunal de justiça da UE. O juiz já estuda o direito da UE, vê a questão diretamente do tribunal de justiça. O mesmo deveria ocorrer aqui, o juiz brasileiro declarar-se incompetente para causas de competência da Corte de Justiça do Mercosul. 
O professor não é entusiasta dessa ideia. O Mercosul é bem diferente da UE. O mecanismo arbitral pode ser eficaz, se feito em outros moldes. 
16.04 
PROVA.
23.04
Suspensão do Paraguai: tivemos eleições agora no domingo, paraguais escolheram novo presidente. Há o acionamento do Tribunal Permanente de Revisão, inconformado com sua suspensão. 
Como forma de aprimoramento institucional do Mercosul, existe o projeto de Corte do Mercosul, o que poderia trazer melhorias significativas. Projeto proposto no Parlamento do Mercosul, mas ainda não há previsão de aprovação desse projeto.
* cláusula democrática do Mercosul.
* ver o artigo “litispendência internacional no Brasil e no Mercosul”, de autoria do professor Celli.
Protocolo de Las Leñas (1996). Não há possibilidade de se pedir em 2 juízos diferentes a mesma causa, o mesmo objeto de pedir, e mesmas partes. A litispendência é muito clara no âmbito interno, mas o art. 90 do CPC é obsoleto. Isso porque veda expressamente a litispendência internacional. Ainda que uma ação tenha sido proposta perante um juízo estrangeiro, o juiz competente vai se julgar competente para julgar o feito. Isso coloca o Brasil em uma situação de atraso em relação aos grandes países do mundo. 
* Há possibilidade de litispendência internacional? Questão muito discutida. Protocolo de Bustamante: se a ação foi proposta em um juízo de país signatário, e outra ação for proposta depois em outro país signatário, o juiz deste deve aguardar.
O Protocolo de Las Leñas é um protocolo de cooperação jurisdicional (e não só judicial), que estabeleceu o direito de invocação da exceção de litispendência, na hipótese de uma demanda entre as mesmas partes, de mesmo objeto, proposta em outro país signatário (art. 22 do Protocolo de Las Leñas, 2a parte). “Não se reconhecerá, nem se procederá a execução, ...”. À diferença do art. 90, pleno direito da coisa julgada, e a segunda parte visa a impedir e afastar a propositura simultânea em 2 estados membros, pelas mesmas partes, de uma ação fundamentada no mesmo pedido e na mesma causa de pedir. O art. 22 estabeleceu regras próprias e específicas ao Mercosul (lembrar da Convenção de Viena), que devem ser cumpridas pelos respectivos poderes judiciários. Essas regras derrogaram as regras gerais, as quais continuam, apesar de sua desarmonia, exceto vigentes e aplicáveis a todos os outros países que não sejam parte do Mercosul, e do Protocolo (ou seja, derrogação do art. 90).
A cooperação judicial é extremamente importante em qualquer processo de integração. 
O Protocolo constitui um importante instrumento de cooperação judicial entre os Estados membros, que instituiu regras próprias e específicas que visam a coibir a duplicidade de ações. Acatada a exceção de litispendência, poderá o juiz extinguir o processo, sem resolução de mérito, em cumprimento do art. 22 do Protocolo de Las Leñas. 
Suspensão do Paraguai do Mercosul, e imediato e consequente ingresso da Venezuela
Uma das condições mais importantes para que possa funcionar não só no Mercosul, mas em qualquer processo de integração, é a existência de regimes democráticos. Isso tem especial importância no Mercosul, onde vivemos por anos sob um regime ditatorial. Sempre houve a preocupação com a possibilidade de movimentos de conturbação da ordem, que pudessem comprometer a vigência do regime democrático.
Em 1998, houve um movimento que estava a indicar um possível golpe de Estado no Paraguai. Houve uma reunião do Conselho de Ministros e dos Presidentes do Mercosul, para tratar de controlar aquele movimento que ganhava robustez, dizendo que nenhum país poderia continuar como membro do Mercosul se não tivesse um regime democrático.
Assim, foi assinado o Protocolo de Ushuaia sobre compromisso democrático no Mercosul, Bolíviae Chile. Havia nele uma cláusula democrática, que era justamente afastar quem não estivesse sob um regime democrático. Também eram parte os Estados associados. Um dos seus consideranda é reafirmar os princípios do Tratado de Assunção e de seus protocolos, onde aparece sempre a referência à plena vigência das instituições democráticas. Tal plena vigência é condição indispensável para o desenvolvimento dos processos de integração entre os Estados-parte (art. 1). 
* o processo de integração se faz pelos setores que por ela são afetados (sociedade civil, setores empresariais etc.); quando não há a plena participação de tais setores, o processo de integração não vai funcionar. Se não tiver democracia, não funciona. 
Art. 2: se aplica o protocolo quando houver a suspeita ou o entendimento de ruptura da ordem democrática.
Art. 3: toda ruptura da ordem democrática em um dos Estados parte implicará a aplicação dos procedimentos previstos nos artigos seguintes.
Art. 4: os demais estados...
O presidente Lugo acabou sendo deposto pelo Congresso no Paraguai, sob a alegação de que estava descumprindo as atribuições constitucionais de um presidente e que estaria insuflando movimentações populares. Com essa destituição, houve a eleição direta pelo Congresso, tomou posse, o que gerou uma situação de desconfiança de rompimento da ordem democrática. Conforme o art. 3, reunião dos membros, chamaram o presidente do Paraguai para dar explicações, aí entenderam que tinha ocorrido ruptura da ordem democrática, já que Lugo não poderia ter sido destituído daquela maneira. Tudo se passou em cumprimento aos artigos da Constituição do Paraguai, que prevê que, se houver por parte do presidente algumas posturas políticas daquilo que se considera o ideal, permite-se destituição e eleição de novo presidente de modo temporário, até que se eleja outro presidente – o que ocorreu recentemente. 
Os 3 membros do Mercosul (BR, ARG, UR), depois de consultado o Paraguai, consideraram as medidas aplicáveis, e seguiram o art. 5o do Protocolo. Com base neste artigo, suspenderam o Paraguai do Mercosul, até que voltasse a normalidade democrática no Paraguai. Isso provocou a suspensão do Paraguai, que continua suspenso e o continuará até agosto, até a posse do presidente recém-eleito. Assim, a suspensão do Mercosul perderá efeito. 
Há o Protocolo de Ushuaia II, que ainda não está em vigor para todos os países. Foi assinado em Montevidéu, reafirma o compromisso com o Mercosul. Outros estados membros, como a Colômbia, o Equador e o Peru. 
Laudo n. 01/2012 do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul. Inconformado com sua suspensão, o Paraguai recorreu ao dito Tribunal. Houve uma mistura do jurídico com o político. A aplicação do Protocolo do Ushuaia decorrente da interpretação de que teria havido ruptura da ordem democrática – o que é uma interpretação política, que foi contestada por muitos (principalmente do Paraguai). O Protocolo deu os fundamentos jurídicos, mas a interpretação foi política. 
Ingresso da Venezuela
 O protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul já tinha sido asssinado em 2006, e ratificado por quase todos; faltava a assinatura e a ratificação pelo Congresso do Paraguai. Havia um veto do Congresso do Paraguai. Quando este foi suspenso, os 3 acabaram votando pelo ingresso imediato da Venezuela no Mercosul.
Nesse laudo (o 01/2012) do Tribunal, há um teor altamente político. A decisão é uma não-decisão, porque o tribunal se declarou incompetente. 
** ler o laudo, o professor levantou os pontos principais. 
A decisão foi, por unanimidade, decidiu pela incompetência ratione materiae para tratar desse tipo de assunto; dizem que existe sim a competência do Tribunal, mas que este não poderia interferir, porque ele, ainda que tivesse competência, só poderia analisar essa questão se a decisão de suspender o Paraguai tivesse tido também a participação do Paraguai. Aqui, houve uma decisão política: aceito a competência, mas não posso me pronunciar sobre o mérito, porque o Tribunal não se pronunciou sobre a decisão de suspender o Paraguai. 
A alegação também foi: base no art. 225, mas ali também há previsão de contraditório, que o Presidente pudesse se defender, e não houve respeito a esse princípio do contraditório. Tudo foi feito em 24 horas! Lugo não pôde fazer nada. Aí, quando usaram o argumento de que cumpriram com o art. 225, uns interpretam que daí decorre um prazo para o presidente se defender – o que não houve – o que seria até um desrespeito à CF do Paraguai. 
Quando o juiz interpreta a lei, ele usa uma série de elementos. Neste caso, era difícil de fugir de elementos políticos. 
O Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul foi assinado pelos 4 membros. Data: 04/07/06. O Congresso Paraguaio sempre teve restrições.
* “princípio da gradualidade” – a Venezuela vai ter que aplicar toda a normativa do Mercosul, mas isso vai levar um tempo, terá que ser gradualmente. 
Isso já está em vigor por conta de uma decisão do Conselho de Ministros do Mercosul, uma vez suspenso o Paraguai. 
Quando o novo presidente do Paraguai assumir, haverá nova reunião dos Ministros, a suspensão perderá efeito, e aí o Presidente tem maioria na Câmara, e também no Senado, então não terá dificuldades em fazer com que o Congresso aprove a adesão da Venezuela.
Por que o Paraguai não aceitava o ingresso da Venezuela? Motivos políticos. Quando Lugo assumiu, era de esquerda, e não tinha controle sobre o Congresso. Partidos mais à direita dominavam, e não concordavam com o ingresso da Venezuela de Chávez. 
Hoje, Venezuela elegeu novo presidente (Maduro), pedido de recontagem de votos, mas provavelmente o resultado não mudará. 
Decisão do Conselho do Mercado Comum (32/2000): o Conselho é o principal órgão do Mercosul, é um órgão político. Decisão de 2000. Ver os Consideranda. É preciso se ter uma política comercial externa comum – o que decorre da natureza de uma União Aduaneira; que os Estados parte tenham manifestado interesse... ; priorizar as negociações como bloco, necessidade de acordos bilaterais; reafirmar o compromisso de celebrar de forma conjunta acordos com terceiros países ou blocos de países, aos quais se outorga preferências tarifárias (hoje, se vai muito além). 
Art. 2o: A partir de 30/06/01, os Estados parte não poderão assinar novos acordos preferenciais ou acordar novas preferências comerciais em acordos vigentes no marco da ALADI, que não tenham sido negociados pelo Mercosul. Essa é uma questão das mais importantes para o Brasil. Isso tem relação ao status do Mercosul como União Aduaneira. Senão, o que acontece é a adesão a regras que não as da OMC, política diferente. 
Essa decisão passa a ter efeito em outubro/novembro de 2001. Na mesma época, início da Rodada Doha. 
Do lado do Brasil, de 2001 a 2008, este privilegiou as negociações no âmbito da OMC, que poderiam resultar no fechamento da Rodada Doha. De 2000 a 2003, conferência ministerial de Cancún, liderança do Brasil e da índia sobre os países emergentes para se tentar fechar acordo na Rodada Doha, principalmente para a área da agricultura. Na Conferência ministerial de HK, em 2005, também não houve avanços. 
Se tiver havido “vilões” que impediram o sucesso da Rodada Doha foram os EUA e a Índia. De lá para cá, vivemos um estado de paralisia da Rodada Doha. Há várias propostas para a Rodada de Bali, no fim deste ano. 
Quando ainda não estava claro que a Rodada Doha não ia avançar, muitos países começaram a celebrar acordos regionais e bilaterais, aí houve uma proliferação desses acordos, entre EUA, Chile, Japão, Austrália etc. O Brasil, até 2008, ainda estava convencido de que devia apostar suas fichas na Rodada Doha. Aí não assinou acordos bilaterais. Essa política, até 2008, foi acertada, porque deveriam ter sido privilegiadas as negociações da Rodada Doha; mas em face das dificuldades desta rodada, outros países começaram a celebrar acordos preferenciais e bilaterais, como China (tardiamente), índia etc. EUA tem um modelo bem definidode acordos preferenciais, assim como a UE (regras de WTO extra e plus); China tem uma tendência, porque é mais flexível, então não pode inovar em relação à OMC, porque tem interesse mais em um acordo que dê acesso aos mercados. Os chineses são paradigmáticos. 
O spaghetti bowl não envolve o Brasil, e nem o Mercosul. Opção de não celebrar esses acordos. O que temos é um acordo por conta da decisão 32, mas como Mercosul. Temos acordos em vigor: Mercosul e Israel (mas é um acordo muito pouco ambicioso); há um acordo Mercosul e SAcun (África do Sul); e outros que também são muito pouco ambiciosos. São poucos, e não é o Brasil, é o Mercosul. 
Isso fez surgir uma série de questões entre acadêmicos sobre a necessidade da reformulação da política brasileira, de que não seria mais adequado ao Brasil não assinar esses acordos bilaterais; o Brasil, além de perder mercados para países que assinaram tais países (tendência de esvaziamento da OMC), ...
* Projeto dos EUA de novas regras mais abrangentes – melhor não aderir tardiamente a elas. 
Também está em negociação de um grande acordo de comércio, com regras que vão muito além da OMC. Então, não é só aproveitamento para UE e EUA, mas são regras que depois vão balizar as regras internacionais do comércio, tudo isso acontecendo com o claro movimento de esvaziamento da OMC.
Em novembro do ano passado, CAMEX publicou consulta pública sobre possibilidade de um acordo bilateral (por enquanto, Brasil e Canadá), mas com muito cuidado ao dizer que é consulta perante a sociedade brasileira. A grande questão é: será que os parceiros do Mercosul irão querer? Porque o Brasil não vai poder, a menos que haja a revogação da decisão 32. E Argentina hoje tem uma política refratária à ideia da retomada das negociações entre Mercosul e Europeia, e à celebração de acordos bilaterais, o que coloca o Brasil em situação bem complicada. De um lado, se revogar a decisão 32, atenderia uma reivindicação antiga, por exemplo, do Uruguai, mas por outro, o Brasil não pode mais se dar ao luxo de não mais celebrar acordos bilaterais; há resistências internas ainda, mas estão diminuindo, tanto que o governo já colocou em consulta. Ou se revoga a decisão 32, ou não há como.
Isso implicaria a implosão da União Aduaneira, o que cria um problema complicado para o Mercosul. 
Há um artigo do Félix Penha, que é expert no assunto, em que interpreta o art. 2o dizendo que os Estados parte não poderão assinar novos acordos comerciais e acordos preferenciais. Diz que esses acordos bilaterais vão muito além, estabelecem regras novas. Por aí, se pensaria que tais acordos estariam fora do âmbito do art. 2o. 
Próximos passos? Aguardar o resultado dessa consulta pública. Se vier manifestação positiva, o Brasil vai ter que enfrentar essa situação: ou convencer a Argentina, ou mexer na decisão 32. É uma situação a se pensar. É complicado, mesmo o professor tem mixed feelings sobre isso. 
30.04 - Professor não veio.
07.05
UNASUL
Tratado Constitutivo da União de Nações Sul-Americanas – 23/05/08
* Qual a ideia da Unasul? Por que ela existe?
Criar algo que pudesse ter um escopo mais abrangente que o Mercosul. Os objetivos da UNASUL são mais abrangentes, e, dentre estes, está o desenvolvimento da infraestrutura – a integração física como propulsora do desenvolvimento econômico. Também dentre seus objetivos, o estabelecimento de um Conselho de Defesa para a região, a ampliação de temas não cobertos pelo Mercosul. 
Na Unasul, temos quase todos os países da América do Sul: Mercosul + Suriname e Guiana.
Há referências no tratado a aspectos comerciais e econômicos, que são os aspectos principais do Mercosul. De um lado, temos objetivos mais abrangentes, maior número de países, e, de outro, alguns objetivos que coincidem com os do Mercosul. Impressão de certa sobreposição. 
* Será que existem condições de convergência entre Mercosul e Unasul, ou não? Há uma sobreposição? 
 Há certas sobreposições, e espera-se que haja convergências, ou seja, que possam conviver.
Não pode ficar em segundo plano o fato de que o Tratado da UNASUL foi celebrado em um momento em que estávamos em uma fase do Mercosul em que havia uma preocupação também com o desenvolvimento de infraestrutura, como forma de redução da assimetria entre os países do Mercosul. A UNASUL surge num momento pós-liberalismo, em que há questões sociais, culturais, infraestrutura, defesa etc. que também são importantes.
A UNASUL procura captar esse momento, em uma dimensão muito maior. 
Há quem diga que, assim como o Mercosul é um projeto de grande interesse para o Brasil, que a UNASUL também o é. A expansão do Mercosul continua sendo algo interessante para o Brasil.
O Brasil não tem acordos preferenciais assinados, dificuldades impostas pela Argentina. No entanto, o Brasil insiste no projeto, e a flexibilização continua a ser objetivada pelo Brasil. Exemplo seria a Comunidade Andina, que hoje é um projeto enfraquecido. Essa postura do Brasil pode enfraquecer o Mercosul, e dificultar o exercício dessa liderança.
O projeto da UNASUL também teria por trás esse interesse, de uma liderança regional pelo Brasil. Há uma rejeição ao México, grande oponente do Brasil na região, e que disputa a liderança regional. A ideia de expansão da UNASUL não contempla o México. 
Negociações em curso na UNASUL para proteção e negociação de investimentos. Se houvesse convergência entre Mercosul e UNASUL, esta cuidaria de questões estratégicas (isto é, temas complementares), enquanto aquele cuidaria de questões comerciais e de investimentos. Com aquelas negociações, pensamos: afinal, qual o escopo da UNASUL?
A maioria dos Estados-membros já ratificaram o tratado da UNASUL. Pelo tratado, verificamos objetivos mais abrangentes: por exemplo, desenvolvimento de um espaço regional e integrado, em diversos âmbitos. 
No tratado da UNASUL, quando se cria o espaço regional, se indica uma preferência pelo multilateralismo nas relações internacionais. Outro aspecto importante é a ideia de que a integração sul-americana deve ser alcançada de modo inovador, é algo que vai primeiro indicar um processo inovador (a integração da infraestrutura), e fala de conquistas e de avanços pelo Mercosul que vão além da convergência. Ideia de convergência desses projetos, em oposição à ideia de sobreposição. 
Importante ressaltar que a UNASUL é uma organização internacional, dotada de PJ internacional; pode então celebrar acordos e tratados internacionais, inclusive tratados comerciais. O objetivo é construir, de modo participativo e integrado, um espaço de união (art. 2o) -> mais abrangente que o do Mercosul. 
Outro aspecto tem a ver com a redução de assimetrias na região, inclusão social, participação cidadã. 
Os objetivos específicos estão no art. 3o. As alíneas “d” e “e” estão mais avançadas. 
Consolidação de uma identidade sul-americana. Direito de estabelecimento. 
A cooperação econômica e social é verificada dentro do Mercosul. Consolidar um processo invocador em relação ao que já existe. Dúvida sobre a questão da convivência ou convergência com o Mercosul. 
Foram assinados 2 acordos sobre investimentos no âmbito do Mercosul, mas nenhum deles está em vigor. 
Além dos objetivos, há os órgãos que caracterizam todas as OIs (art. 4o):
- Conselho de chefas e chefes de Estado e do Governo: órgão político, em cujo âmbito se tomam as decisões mais importantes. Por exemplo, a suspensão do Paraguai pelo Conselho do Mercosul. 
- Conselho de Ministros das Relações Exteriores;
- Secretaria Geral;
- etc.
Já se falava, em 2008, na criação do Conselho Energético. 
Há uma presidência pro tempore. Atualmente, a presidência está com o Peru.
Aprovação de quaisquer normas da UNASUL passa pelo consenso, que é sempre difícil.
Há a ideia da formação de um Parlamento. Há um sistema de solução de controvérsias, que também passa por um sistema diplomático, diferente do Mercosul. Há sempre necessidade de fazer esforços contra potenciais conflitos. 
* no site da UNASULhá o organograma desta OI. www.usasurg.org
Ano passado, foi criado o Conselho de Infraestrutura – o COSIPAN. É o projeto mais avançado hoje. A ideia de se incrementarem projetos de infraestrutura na América do Sul vem de 2000, portanto, anterior ao tratado da UNASUL, e se criou, em 2000, a IRSA – integração da infraestrutura regional sul-americana. Ficava clara a ideia de se fazer o desenvolvimento da infraestrutura um dos fatores de estímulo ao desenvolvimento do Mercosul. 
Desenvolvimento de infraestrutura física: não há como pensar sem que haja modelos de financiamento, e fontes de financiamento, como:
- BID (Banco interamericano de desenvolvimento);
- BNDS;
- CAF;
- FON PLATA.
Esses projetos, de 2000 a 2004, foram divididos por eixos regionais: o primeiro eixo é o Mercosul-Chile. Ideia de uma integração energética. Aí a importância de se construírem gasodutos, um projeto de túnel que ligará Chile e Argentina (aí há a barreira física dos Andes), a ideia de se propiciar o escoamento de mercadorias da Argentina para o Pacífico. Também um eixo Andino. Integração energética, física, construção de gasodutos, uma rodovia pan-americana. No eixo inter-oceânico, construção de um corredor bioceânico, por meio de rodovias e/ou ferrovias. 
Contemplando esses eixos, para viabilizar esses projetos, há necessidade de outros mini-projetos. Para viabilização do desenvolvimento da infraestrutura física, 330 projetos foram identificados, 31 projetos prioritários, e apenas 2 desses projetos foram integralmente concluídos. Isso por escassez de recursos, dentre outros motivos.
A partir de 2005, se estabeleceu uma agenda, que pudesse fazer com que esses projetos se concretizassem de modo mais rápido. Ano passado, em substituição à IRSA, foi criada, aproveitando a experiência da IRSA, foi criado o COSIPLAN, que tenta implementar de maneira mais efetiva esses projetos para desenvolvimento da integração física da região.
Depois de 2008, foi criado o Banco do Sul, para socorrer países em dificuldades. 
Defesa estratégica da região: o Conselho de Defesa, quando há conflitos iminentes na região (por exemplo, em 2008-09, iminente conflito em Colômbia e Venezuela no contexto das FARC). Chegamos a esse momento de rompimento das relações diplomáticas, e havia possibilidade de conflito, que não foi adiante por interferência do Conselho de Defesa do Mercosul. Isso dá a ideia de que este Conselho é importante, assim como o COSIPLAN, e o Banco do Sul. 
É um projeto ainda em formação, que pode beneficiar os países da região, mas evidentemente tem seu lado político. Principalmente quando assistimos a movimentos que hoje vão muito além de uma integração comercial, que são: a Aliança para o Pacífico (MEX, PER, COL), e movimentos maiores como o Traspacific __, e o movimento para formação de uma zona de livre comércio, que é o Acordo Transoceânico. Essa é uma grande preocupação para o governo brasileiro. Nesse contexto, serão criadas várias normas WTO-extra, que serão provavelmente impostas aos países. A negociação entre EUA e UE interessam também aos países da América do Sul. 
A expansão da UNASUL pode surgir como reação a esses novos movimentos que estão surgindo. 
NAFTA
Proposta de negociação: México
- Presidentes Salinas e Bush anunciam intenção de iniciar tratativas: junho/1990.
Relações México-EUA
- Ambigüidade entre a indiferença e a beligerância;
- a questão o Texas: guerra 1846-1848;
- Questões atuais: tráfico de drogas e armas; imigrantes ilegais;
- Contrastes e assimetrias. 
As relações entre EUA e México eram estremecidas, mas isso passou a mudar em 1990. 
Negociações
- forma básica: CUFTA
- fundamento: livre comércio
- primeira versão do acordo: agosto/1992
Eleições nos EUA: Bill Clinton
- Acordos sumplementares: meio ambiente e direitos trabalhistas;
- campanha pública contrária ao acordo, por sindicados norte-americanos que pressentiam que poderia ocorrer a migração de empresas para o México, ou mesmo a proximidade maior, migração para os EUA.
- debate entre Al Gore (vice na chapa do Clinton) e Ross Perot (vice na chapa do Bush);
- ajustes/ barganhas para possibilitar a aprovação no Congresso dos EUA. Votação apertada na Câmara e folgada no Senado. 
* Entrada em vigor: 01/01/94.
Muitas empresas migraram dos EUA para o México, permitindo que se transformasse em grande exportador, trouxeram crescimento econômico (que não foi acompanhado de desenvolvimento social). 
Por mais que o NAFTA visasse à liberalização comercial e a promoção de investimentos, e temas como a PI, e alguns capítulos tratando de meio ambiente, cláusula social, houve resistências para a aprovação do tratado pelo Congresso norte-americano. 
É um tratado-lei, portanto, não é uma OI, e não pretende ser. É uma zona de livre comércio. Difere do Mercosul, pois não ambiciona ser outra coisa. Impõe diretrizes para a alteração das legislações nacionais, e contém temas 
O que o NAFTA é:
- ampliação e aprofundamento do CUFTA. Inclusão do México;
- Tratado-Lei: detalhado e minucioso, impõe diretrizes concretas
- processo de cooperação – zona de livre comércio
- “OMC+” e “OMC-extra”.
O que o NAFTA NÃO é:
- OI: no sentido jurídico;
- Tratado-quadro:
	- não há disposições programáticas.
- União Aduaneira
- Processo de integração econômica.
O que o NAFTA compreende:
- Liberalização:
	- Comércio de bens e serviços. 
* GATS: modelo da lista positiva, da liberalização progressiva. Cada membro da OMC tem a possibilidade de apresentar uma lista, por meio da qual assume determinados compromissos de remover barreiras. Essa lista positiva é o compromisso daquele país. O que não estiver na lista não está liberalizado. 
* O viés liberalizante do NAFTA está em que, no capítulo dos serviços, o modelo é o da lista negativa: o que não incluir na lista estará automaticamente liberalizado. É muito mais complicado. 
		* Art. 5o, GATS. 
	- Investimentos. 
* Aqui, a grande questão é que existe a cláusula de solução de controvérsias, que coloca investidor e Estado no mesmo patamar. O investidor pode levar o Estado ao ICSID. Caso Metalclad: emblemático do NAFTA no ICSID (nova lei ambiental na municipalidade do México, empresa reclamou que, quando investiu, essa lei ainda não existia – caso levado ao ICSID – conclusão: a lei contrariou os interesses do investidor, e o governo mexicano foi obrigado a indenizar a empresa dos EUA que investira lá). 
* O Brasil não é signatário da Convenção do Washington, justamente por esse motivo. 
	- Compras governamentais.
* Todas as licitações têm que ser abertas à participação de empresas estrangeiras. Há o acordo no âmbito na OMC, que não é multilateral, por limitar a capacidade do Estado de usar as licitações como meio de fazer políticas públicas. O Brasil não é parte do Acordo de Compras governamentais da OMC. Há no NAFTA, e é WTO-plus. 
- Proteção:
	- PI e concorrência.
* Características de WTO-plus: as regras do NAFTA para PI são mais rígidas. 
	- Direitos trabalhistas;
	- Meio ambiente.
- Políticas setoriais.
O NAFTA contempla todos esses temas, que envolvem a liberalização. Ao mesmo tempo, foi muito criticado na época. Com o tempo, se verificou que houve sim benefícios ao México e ao Canadá. 
Hoje, nos EUA, muitas empresas migraram para o México, mas saíram de lá e foram para a China. De lá, se transformaram em grandes exportadoras para os EUA. Hoje, o que está acontecendo na China é um aumento da consciência laboral na China, o custo de produção está aumentando, e acabam até terceirizando para outros países. Muitas empresas estão ainda voltando para os EUA. O setor industrial começa novamente a ganhar robustez. O México continua tendo uma posição contrastante com o Brasil, tem um viés mais liberalizante que este. O Brasil tem sido mais desenvolvimentista. Hoje, os 2 países estão se confrontando na própria OMC. 
14.05
Processo de Construção da UE
Enquadramento – art. 24, GATT, permitindo que outros tipos de processo de integração ali se encaixem. A CE já

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