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Hanseníase: Causas, Sintomas e Tratamento

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1 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
→ Doença crônica, infectocontagiosa; 
→ Alta infectividade e baixa patogenicidade; 
→ Agente etiológico: Mycobacterium leprae → bacilo 
álcool-ácido resistente (BAAR), fracamente gram-
positivo; 
→ Infecta os nervos periféricos e, mais especificamente, 
as células de Schwann. 
→ Acomete principalmente os nervos superficiais da 
pele e troncos nervosos periféricos (localizados na 
face, pescoço, terço médio do braço e abaixo do 
cotovelo e dos joelhos), mas também pode afetar os 
olhos e órgãos internos (mucosas, testículos, ossos, 
baço, fígado, etc.). 
→ Possui formas Paubacilares (forma indeterminada e 
tuberculoide) e multibacilares (dimorfa e 
virchowianna); 
 
 
 
Os pacientes diagnosticados com hanseníase têm 
direito a tratamento gratuito com a poliquimioterapia 
(PQT-OMS), disponível em qualquer unidade de 
saúde. 
O tratamento interrompe a transmissão em poucos 
dias e cura a doença. 
Transmissão 
Pessoa infectada → pessoa suscetível 
PI: 2 a 5 anos; 
Pessoa a pessoa: Secreção nasal e contato direto; 
Consumo de animais silvestres: Tatu 
 
→ Contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível 
(com maior probabilidade de adoecer) com um doente 
com hanseníase que não está sendo tratado. 
→ Principal fonte de infecção é o paciente bacilífero; 
→ Normalmente o corpo consegue combater; 
→ Bacilo é eliminado por secreções, pelas vias aéreas 
superiores → 200 000 bacilos por cada gotícula → baixa 
virulência. 
 
 
 
→ Estima-se que a maioria da população possua 
imunidade contra o M. leprae → Portanto, a maior 
parte das pessoas que entrarem em contato com o 
bacilo não adoecerão. 
→ A susceptibilidade ao M. leprae possui influência 
genética → familiares de pessoas com hanseníase 
possuem maior chance de adoecer. 
 
Patogenia 
→ O M. Leprae é capturado pelos macrófagos e se 
dissemina pelo sangue, se replica, primariamente, nos 
tecidos relativamente frios da pele e das 
extremidades. 
 
→ Causa 2 padrões de doenças diferentes: Tuberculoide 
e Lepromatosa; 
 
→ A resposta de linfócito T auxiliar ao M. leprae 
determina se um indivíduo possui lepra tuberculoide 
ou lepromatosa. 
Mycobacterium leprae 
* Fora do organismo vive 9 dias; 
* Afinidades por zonas frias (32 a 34°C) – não 
crescendo em zonas mais quentes (dobras, 
axilas, MO); 
* GLOBIAS: São os bacilos agrupados / isolados; 
* Cel de Virshow: Macrófago com o bacilo 
dentro (espumoso – todo macrófago com algo 
dentro); 
 
 
2 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
Lepra Tuberculoide: Possuem uma resposta Th1 associada 
com produção de IFN-gama → mobilização de uma 
resposta efetiva dos macrófagos → gerando uma carga 
microbiana baixa. 
 
 
 
 
Lepra Lepromatosa: Fraca resposta do Th1 e alguns casos 
alta resposta Th2 (resposta inflamatória) → IL-4, IL-6, IL-10 
→ Diminui ativação dos macrófagos – Estimula linfócito B 
e mastócito → Fraca imunidade celular e uma inabilidade 
em controlar bactéria. 
 
 
 
 
Quadro clínico 
 
 
 
 
 
 
Além dos sinais e sintomas mencionados, pode-se 
observar: 
• Dor, choque e/ou espessamento de nervos periféricos; 
• Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos 
nervos afetados, principalmente nos olhos, mãos e pés; 
• Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados 
por estes nervos, principalmente nos membros superiores 
e inferiores e, por vezes, pálpebras; 
• Edema de mãos e pés com cianose e ressecamento da 
pele; 
• Febre e artralgia, associados a caroços dolorosos, de 
aparecimento súbito; 
• Aparecimento súbito de manchas dormentes com dor 
nos nervos dos cotovelos (ulnares), joelhos (fibulares 
comuns) e tornozelos (tibiais posteriores); 
• Entupimento, feridas e ressecamento do nariz; 
• Ressecamento e sensação de areia nos olhos. 
 
De acordo com a OMS e MS para fins operacionais de 
tratamento, os doentes são classificados em: 
Paucibacilares (PB): presença de até 05 lesões de pele com 
baciloscopia de raspado intradérmico negativo, quando 
disponível) ou 
Multibacilares (MB): presença de 06 ou mais lesões de 
pele OU baciloscopia de raspado intradérmico positiva). 
 
PB → LI = hanseníase indeterminada / LT = H. tuberculóide. 
MB → LL = virchowiana / LD = dimorfa. 
 
 
 
 
 
 
* Áreas da pele, ou manchas hipocrômicas, 
acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de 
sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato; 
* Formigamentos, choques e câimbras nos braços e 
pernas, que evoluem para dormência – a pessoa se 
queima ou se machuca sem perceber; 
* Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), 
normalmente sem sintomas; 
* Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, 
especialmente nas sobrancelhas (madarose); 
* Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou 
ausência de suor no local. 
PAUCIBACILAR (PB) = LI – LT 
↓ ou = 5 LESÕES E Baciloscopia (IB) NEGATIVA – 
 
MULTIBACILAR (MB) = LL – LD 
 ↑ ou = 6 LESÕES e Baciloscopia (IB) POSITIVA+ 
▪ Predomínio de reposta celular; 
▪ Th1, IL2, IL12 e TNF. 
▪ Predomínio de reposta humoral; 
▪ Th2, IL4, IL6, IL10. 
3 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
PAUCIBACILAR 
PAUCIBACILAR (PB) = LI – LT 
↓ ou = 5 LESÕES E Baciloscopia (IB) NEGATIVA – 
LI = hanseníase indeterminada / LT = H. tuberculóide 
 
Hanseníase indeterminada 
→ Todos os pacientes passam por essa fase no início da 
doença; 
→ Pode ser ou não perceptível; 
→ Mais comum em crianças menor de 10 anos. 
 
* Lesão de pele geralmente é única, mais clara do que a 
pele ao redor (mancha); 
* Não é elevada (sem alteração de relevo), 
* Apresenta bordas mal delimitadas; 
* Seca → “não pega poeira” – uma vez que não ocorre 
sudorese na respectiva área); 
* Há perda da sensibilidade (hipoestesia ou anestesia) 
térmica e/ou dolorosa; 
* Sensibilidade tátil geralmente é preservada → 
habilidade de sentir o toque). 
 
 
 
Não há comprometimento de troncos nervosos 
nem grau de incapacidade. 
 
 
 
 
 
Hanseníase tuberculóide 
Baciloscopia - 
Mtsuda + 
→ É a forma da doença em que o sistema imune 
consegue destruir os bacilos espontaneamente. 
→ Pode acometer crianças; 
→ Período de incubação: cerca de 05 anos; 
→ Quando se manifesta em crianças de colo é com uma 
lesão nodular totalmente anestésica na face ou 
tronco → hanseníase nodular da infância. 
 
Frequentemente manifesta-se: 
 
* Placa (mancha elevada em relação à pele adjacente) 
totalmente anestésica ou por 
* Placa com bordas elevadas, bem delimitadas e centro 
claro (forma de anel ou círculo). 
* Com menor frequência, pode se apresentar como um 
único nervo espessado com perda total de sensibilidade 
no seu território de inervação. 
 
→ Baciloscopia é negativa; 
→ Biópsia de pele quase sempre não demonstra bacilos, 
e nem confirma sozinha o diagnóstico. 
 
» Lesão geralmente única 
» Hipocromica 
» Hipo/anestesia 
» Mal delimitada 
» Não há comprometimento de troncos nervosos 
4 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
→ Sempre será necessário fazer correlação clínica com o 
resultado da baciloscopia e/ou biópsia; 
 
→ Sempre há perda total de sensibilidade, associada ou 
não à alteração de função motora, porém de forma 
localizada. 
 
 
 
→ Começa com lesões de pele plana, localizadas, 
avermelhadas, que aumentam e desenvolvem formas 
inadequadas com margens hiperpgmentadas, 
endurecidas, elevadas e centros pálidos deprimidos. 
→ Pele seca, hipo-anhidrosis, alopecia; 
→ Envolvimento neuronal (domina essa forma); 
→ Nervos são envolvidos por reações inflamatórias 
granulomatosa, se forem nervos pequenos, são 
destruídos; 
→ Degeneração nervosa causa anestesia da pele e atrofia 
muscular → propenso a traumas das partes afetadas; 
→ No microscópio: Lesões granulomatosa, semelhantes à 
da TB; 
→ Devido à forte defesa do hospedeiro, os bacilos quase 
nunca não encontrados (paucibacilar) 
→ Presença de granulomas e ausência de bactérias, 
refletemuma forte imunidade celular; 
 
 
 
 
 
 
MULTIBACILAR 
MULTIBACILAR (MB) = LL – LD 
↑ ou = 6 LESÕES e Baciloscopia (IB) POSITIVA+ 
MB → LL = virchowiana / LD = dimorfa. 
 
Hanseníase Dimorfa 
ou Borderline (HB) 
Queijo suiço 
Baciloscopia + 
→ É a forma intermediária, com manchas e placas, acima 
de cinco lesões, com bordas às vezes bem ou pouco 
definidos; 
→ Podem atingir grandes áreas da pele; 
→ Os nervos são bastante afetados (acima de dois nervos 
comprometidos); 
→ Ocorrência de quadros reacionais com maior 
frequência. 
→ Esta pode polarizar para Virchoviana ou Tuberculóide; 
→ É a forma mais comum de apresentação da doença 
(mais de 70% dos casos). 
→ Ocorre, normalmente, após um longo período de 
incubação (cerca de 10 anos ou mais) → devido à lenta 
multiplicação do bacilo (que ocorre a cada 14 dias). 
→ A baciloscopia da borda infiltrada das lesões (e não 
dos lóbulos das orelhas e cotovelos), é 
frequentemente positiva, exceto em casos raros em 
que a doença está confinada aos nervos. 
→ Quando o paciente é bem avaliado clinicamente, os 
exames laboratoriais quase sempre são 
desnecessários. 
 
» Máculas ou Placas eritematosas; 
» Bem delimitadas, borda elevada; 
» Anestesia; 
» Acometimento neurológico; 
» Neurite / Neurite silenciosa; 
 
5 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
→ Esta forma da doença também pode aparecer 
rapidamente, podendo ou não estar associada à 
intensa nos nervos. 
 
Caracteriza-se por: 
* Mostrar várias manchas de pele avermelhadas ou 
esbranquiçadas, com bordas elevadas, mal 
delimitadas na periferia, ou por 
* Múltiplas lesões bem delimitadas semelhantes à 
lesão tuberculóide, porém a borda externa é 
esmaecida (pouco definida). 
* Há perda parcial a total da sensibilidade com 
diminuição de funções autonômicas (sudorese e 
vasorreflexia à histamina). É comum haver 
comprometimento assimétrico de nervos 
periféricos, as vezes visíveis ao exame clínico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
» Várias manchas avermelhadas ou 
esbranquiçadas; 
» Bordas elevadas, mal delimitadas; 
» Hipo/anestesia, Anidrose 
» Comprometimento assimétrico de nervos 
» Período de incubação - 10 anos 
» Baciloscopia da borda da lesão. 
6 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
Hanseníase Virchowiana 
Lepromatosa 
→ Forma mais contagiosa da doença; 
→ Corresponde ao polo de baixa resistência imunológica 
ao bacilo; 
→ Pode evoluir a partir da forma indeterminada ou se 
apresentar como tal desde o início; 
→ Lesões nodulares, simétricas e múltiplas; 
→ Órgãos vitais e SNC são raramente afetados (T° ↑); 
→ Lesões lepromatosas contém grandes agregados de 
macrófagos, cheios de massas de bacilos (Virshow); 
→ Multibacilar = abundantes números de bacilos; 
→ Acometimento mais generalizado; 
→ Limites externos poucos nítidos; 
 
Caracteriza-se por uma infiltração progressiva e 
difusa da pele, mucosas das vias aéreas 
superiores, olhos, testículos, nervos, podendo 
afetar os linfonodos, fígado e baço. 
 
* Lesões cutâneas eritematoinfiltradas com limites 
externos pouco nítidos. 
* A cor das lesões é eritematoacastanhada e 
eritematoamarelada; 
* Tubérculos e nódulos ocorrem com frequência. 
* São, em geral, simétricas e localizam-se em 
praticamente todo o corpo. 
* Na face, as infiltrações produzem a chamada fácies 
leonina. 
* Os pavilhões auriculares, sobretudo os lóbulos, 
apresentam-se infiltrados; 
* Não apresenta manchas visíveis; 
* A pele apresenta-se avermelhada, seca, infiltrada, 
cujos poros apresentam-se dilatados (aspecto de 
“casca de laranja”), poupando geralmente couro 
cabeludo, axilas e o meio da coluna lombar (áreas 
quentes). 
* Ocorre madarose (queda dos terços externos dos 
supercílios) bilateral 
* A anestesia é mais tardia, “em luva” ou “em bota”, 
bilateral; 
* É comum a polineurite simétrica. 
* (Polineurite = Processo inflamatório ou degenerativo que 
ataca diversos nervos ao mesmo tempo) 
* Mucosas nasal, orofaríngea e ocular apresentam-se 
infiltradas. 
* Pode haver adenopatia e comprometimento de outros 
órgãos (laringe, testículos, baço, fígado, dentre outros). 
 
Na evolução da doença, é comum aparecerem caroços 
(pápulas e nódulos) escuros, endurecidos e 
assintomáticos (hansenomas). 
 
Estágio mais avançado: pode haver perda parcial a 
total das sobrancelhas (madarose) e também dos cílios, 
além de outros pelos, exceto os do couro cabeludo. 
» A face costuma ser lisa (sem rugas) devido a 
infiltração; 
» Nariz é congesto; 
» Pés e mãos arroxeados e edemaciados; 
» Pele e os olhos secos. 
» Suor está diminuído ou ausente de forma generalizada, 
porém é mais intenso nas áreas ainda poupadas pela 
doença, como o couro cabeludo e as axilas. 
 
 
 
 
 
» Pele infiltrada – “casca de laranja” 
» Papulas e nódulos 
» Madarose, perda cílios 
» Facie leonina 
» Artralgia, orquite, infertilidade 
» Espessamento simétrico dos nervos 
7 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
 
 
 
 
→ Os nervos periféricos e seus ramos superficiais estão 
simetricamente espessados, o que dificulta a 
comparação. Por isso, é importante avaliar e buscar 
alterações de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil no 
território desses nervos (facial, ulnar, fibular,tibial), e 
em áreas frias do corpo, como cotovelos, joelhos, 
nádegas e pernas. 
→ Na hanseníase virchowiana o diagnóstico pode ser 
confirmado facilmente pela baciloscopia dos lóbulos das 
orelhas e cotovelos. 
 
 
 
 
Reações hansênicas 
→ Fenômeno de aumento de atividade de doença com 
piora clínica; 
→ Podem ocorrer antes, durante ou após a instituição do 
tratamento específico; 
→ São fenômenos agudos que interrompem a evolução 
crônica da doença. 
→ Refletem o processo inflamatório imunomediado, 
envolvendo distintos mecanismos de 
hipersensibilidade. 
 
 Os 2 tipos de reações hansênicas: 
Reação tipo 1 = Reação reversa (RR) 
Reação tipo 2 = Eritema nodoso hansênico 
 
 
 
São comuns as queixas de câimbras e 
formigamentos nas mãos e pés, que entretanto 
apresentam-se aparentemente normais. 
“Dor nas juntas” (articulações) também são 
comuns e, frequentemente, o paciente tem o 
diagnóstico clínico e laboratorial equivocado de 
“reumatismo” (artralgias ou artrites), 
“problemas de circulação ou de coluna”. 
Os exames reumatológicos frequentemente 
resultam positivos, como FAN, FR, assim como 
exame para sífilis (VDRL). 
É importante ter atenção aos casos de pacientes 
jovens com hanseníase virchowiana que 
manifestam dor testicular devido a orquites. 
Em idosos do sexo masculino, é comum haver 
comprometimento dos testículos, levando à 
azospermia (infertilidade), ginecomastia e 
impotência. 
» Aumento de imunidade celular; 
» Tuberculoide; 
» Lesões eritematosas e entumecidas; 
» Dor e alargamento do nervo; 
8 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
→ Corresponde a um súbito aumento da imunidade 
mediada por células → reação de hipersensibilidade 
tardia → tipo IV. 
→ As lesões cutâneas preexistentes tornam-se mais 
eritematosas, intumescidas, edematosas e 
infiltradas. 
→ Há uma exacerbação das lesões preexistentes. 
→ Nos casos mais graves, as lesões podem ulcerar; 
→ Pode ocorrer hiperestesia (↑ da dor) ou acentuação da 
parestesia (dormência ou formigamento) sobre as 
lesões cutâneas; 
→ Alto risco de comprometimento neural. 
→ Intumescimento e dor espontânea ou à palpação dos 
troncos nervosos caracterizam a neurite aguda, que 
pode acarretar deficiência sensorimotora 
permanente. 
→ Tende a surgir mais precocemente no tratamento, 
entre o 2º e o 6º mês, caracteristicamente na 
hanseníase dimorfa. 
 
Nos casos tuberculoides ou dimorfotuberculoides, podem 
ser observados 2 quadros reacionais com características 
distintas: 
1. Se instala agudamente com exacerbação das lesões 
preexistentes e/ou com surgimento de lesões novas, 
infiltradas, muito eritematosas e dolorosas; 
2. Que ocorre ab initio (pacienteanteriormente sem 
lesões) → abre o quadro de hanseníase com lesão única 
(em geral, periorificial, na face) ou lesões 
eritematoedematosas numerosas disseminadas pelo 
tronco e membros. 
Esses 2 quadros são conhecidos pelos hansenólogos 
brasileiros como hanseníase tuberculoide reacional e 
costumam ser acompanhados de neurite. 
Muitas vezes, uma lesão preexistente da forma 
tuberculóide torna-se infiltrada e edemaciada, sendo o 
quadro chamado de hanseníase Tuberculoide em reação. 
 
 
 
 
 
→ Acomete pacientes virchowianos e dimorfo-
virchowianos; 
→ Pode-se observar o aparecimento de pápulas, nódulos 
e placas, eritematosas ou eritematovioláceas, 
dolorosas, na pele de aspecto normal, distribuindo-se 
universalmente em todo o corpo, com preferência pelas 
superfícies extensoras dos membros e face. 
→ Em geral, após seis meses de tratamento; 
→ É uma síndrome desencadeada por depósito de 
imunocomplexos nos tecidos e vasos, mas a imunidade 
celular possui importância em etapas iniciais do 
processo. 
→ Há aumento de citocinas séricas: TNF-A, INF-Y; 
→ Não há mudança no sistema imune do paciente; 
 
» Imunidade humoral; 
» Virchowianos; 
» Aparecimento de nódulos, placas; 
» Artralgia; 
» Mal-estar, febre, orquiepididimite; 
» Glomerulonefrite; 
9 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
 
Manifestações clínicas incluem: 
• Febre e linfadenopatia; 
• Neurite – nervo ulnar é o mais comumente 
acometido; 
• Uveíte; 
• Orquite; 
• Glomerulonefrite. 
 
 
 
 
Fenômeno de Lucio 
→ É uma maneira como a doença de manifesta 
inicialmente; 
→ Ocorre antes do tratamento em poucos pacientes com 
hanseníase virchowiana especialmente naqueles com a 
forma “lepra bonita” ou lepra de Lucio; 
→ Após o início da PQT o quadro se resolve e não se repete 
o que difere dos quadros reacionais tipo 1 e 2; 
→ Pode ocorrer nos pacientes de hanseníase de Lucio e 
em virchowianos. 
→ Pode variar de um quadro discreto, com poucas lesões, 
até casos que chegam ao óbito. 
Lesões maculares equimóticas (necróticas) que se ulcera 
podem ocorrer em pequeno número ou por uma área 
extensa da pele, sendo observada mais comumente em 
extremidades inferiores. No caso de lesões generalizadas, 
o paciente pode comportar-se como um grande queimado, 
e a infecção secundária das lesões por Pseudomonas 
aeruginosa é uma complicação emida 
 
 
 
Manifestações neurológicas 
→ Podem ocorrer antes mesmo do aparecimento das 
lesões cutâneas por meio de sensações parestésicas 
nas extremidades. 
→ As alterações progressivas de sensibilidade (térmica, 
dolorosa e tátil) nas lesões são mais frequentes. 
→ Os mecanismos patogênicos que levam ao dano 
neural não são totalmente conhecidos. 
 
» O M.leprae é fagocitado pelas cél. de Schwann (CS) → 
essa interação é feita através da ligação com a PGL-1 
→ Iniciando as reações imunoinflamatórias. 
» As CS apresentam o antígeno (bacilo) às células T. 
» Na HV como praticamente não há resposta imune 
celular → há grande proliferação bacilar → e assim 
pequena lesão neural no início da doença. 
» Na HT o dano neural é precoce, devido à resposta 
imune celular ser exacerbada, resultando numa 
neuropatia desmielinizante. 
→ O acometimento neurológico ocorre apenas nos nervos 
periféricos; 
→ As terminações nervosas sensitivas, motoras e 
autonômicas da pele estão comprometidas nas áreas 
das lesões. 
→ A reação inflamatória causa o espessamento dos 
nervos, que pode ser comprovado pela palpação. 
→ Em alguns pacientes, este pode ser doloroso nos casos 
agudos (neurite), e indolor nos casos em que o quadro 
agudo já deu lugar a um processo fibrótico. 
 
(variedade da HV) 
 
» Diferencia-se pela ausência das lesões 
características da hanseníase (placas, tubérculos 
etc.). 
» Uma única infiltração, conferindo à pele um aspecto 
luzidio (hanseníase bonitade Latapi); 
» Perda dos pelos e alterações sensitivas. 
» Nestes pacientes, embora não exclusivamente neles, 
foram descritas lesões necróticas de aparecimento 
súbito (fenômeno de Lucio). 
» “Lepra bonita”. 
 
10 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação Forma clínica Tratamento 
Paucibacilar 
<= 5 lesões de 
pele 
Indeterminada 
Manchas 
hipoanestésicas 
Rifampicina: 
600mg 1/mês 
+ 
Dapsona 
100mg 1/mês 
+ mg/dia 
+ 
Clofazimina 
300mg 1x/mês 
+ 50mg/dia 
Tuberculoide 
Placas 
eritematosas 
delimitada 
Multibacilar 
> 5 lesões 
Dimorfa / 
Borderline 
Variação 
Rifampicina: 
600mg 1/mês 
+ 
Dapsona 
100mg 1/mês 
+ mg/dia 
+ 
Clofazimina 
300mg 1x/mês 
+ 50mg/dia 
Virchowiana 
Infiltração difusa 
 
Paucibacilar: 6 9
Multibacilar: 12 18
Diagnóstico 
Exame físico da pele e dos nervos periféricos; 
 
 
 
→ Iniciar o exame clínico pelos nervos cutâneos 
→ Observar se eles estão visíveis, assimétricos, 
endurecidos, dolorosos ou com sensação de choque; 
 
Acometimento Neurológico 
Associado a incapacidade e deformidades 
 
Principais nervos acometidos: 
 
 Radial, Ulnar e Mediano; 
 Fibular e Tibial; 
 Trigêmeo e facial; 
11 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
º Começar pelos nervos da face → N. facial → 
observando a simetria dos movimentos palpebrais e 
de sobrancelhas; 
º Observar se há espessamento visível ou palpável dos 
nervos do: 
» Pescoço → N. auricular; 
» Cotovelo → N. ulnar; 
» Punho → ramo dorsal dos nervos radial e ulnar; 
» Joelho → N. fibular comum; 
» Pés →N. fibular superficial e sural; 
» Tornozelo → tibial; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
 
 
 
 
 
Se identificar qualquer alteração nos nervos → confirmar 
a anormalidade com o teste da sensibilidade no território inervado. 
 
Se não houver perda de sensibilidade, mas persistir a dúvida → encaminhar o paciente para a 
referência e realizar o acompanhamento do caso. 
 
Não trocar o exame clínico pela baciloscopia ou biópsia. 
 
13 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
Avaliação dos nervos periféricos 
Avaliação do Nariz: Ressecamento, crostas indicam 
disfunção do nervo facial. 
Nervo Trigêmeo: Aplicação do fio dental sobre o quadrante 
inferior externo da íris 
observando-se 
reflexo imediato de 
piscar. 
Se houver 
acometimento → 
ocorre de maneira 
lenta ou ausente. 
 
Nervo Facial: 
Solicita-se o 
fechamento leve dos 
olhos e observa-se 
assimetria do 
fechamento e a 
presença de fenda, indicando o lagoftalmo. 
Pede-se ainda para elevar as sobrancelhas → buscando 
assimetrias. 
Segurando as pálpebras superiores com dedos mínimos, 
pede-se que o paciente feche os olhos avaliando a 
resistência → Em seguida, solte-as avaliando 
simetricamente o retorno das pálpebras pelas rugas e de 
fenda. 
 
 
 
Nervo Auricular 
 
Nervo auricular 
(pescoço) está 
maior, grosso, 
pele lisa e 
brilhante. 
 
 
 
 
Deve-se buscar: 
Espessamento – Choque – Dor – Assimetria 
 
Nervo radial: MM. Extensores e sensibilidade. 
 
» 02 dedos atrás da inserção 
do deltóide → Postero-
inferior; 
» Mão caída; 
» Hipoestesia/anestesia; 
 
 
 
 
Nervo Ulnar: 
» Palpação na goteira 
epitroclear; 
» Garra ulnar; 
» ↓ da força e da pega em 
pinça; 
 
Nervo mediano: 
» Palpar na região do punho 
→ sob os tendões flexores; 
» Amiotrofia de interósseos; 
» Garra mediana (dedos em 
garra); 
» Atrofia tenar; 
 
Garra mediano 
+ 
 ulnar Garra mediano 
14 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
Deve-se buscar: 
Espessamento – Choque – Dor – Assimetria 
 
Nervo Fibular comum: 
» O N. fibular inerva todos os 
MM da loja ântero-externa 
da perna → fazem a dorso-
flexão do pé e sua eversão; 
» Joelho em flexão → 
Palpação 2cm (2 dedos) 
abaixo da cabeça da fíbula; 
» Alteração dos 
movimentos de extensão 
do Hálux; 
» Pé caído (“pé equino 
varo”) → pé voltado para 
dentro; 
 
 
 
 
 
 
 
Nervo Tibial posterior: 
» Pés sob o chão → palpação 
na metade do terço anterior 
da linha imaginária entre a 
inserçãodo tendão do 
calcâneo e o maléolo medial; 
» Alteração na abdução e 
adução do hálux e artelhos (= 
pododáctilos = dedos dos 
pés); 
» Alteração da flexão dos 
metatarsianos; 
» Garra dos artelhos; 
 
 
 
Alterações motoras 
→ Manifestações decorrentes da paralisia do nervo, 
gerando: 
 Amiotrofia → atrofia de tecido muscular; 
 ↓ ou perda de força muscular; 
 
 
 
 
15 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
→ Manifestações decorrentes da paralisia do nervo, 
gerando: 
 Amiotrofia → atrofia de tecido muscular; 
 ↓ ou perda de força muscular; 
 
 
 
 
 
Exame dermatoneurológico 
Teste de sensibilidade 
→ A primeira sensibilidade perdida na hanseníase é a das 
fibras mais finas → sensibilidade ao calor e dor. 
→ O exame deve ser feito com o paciente de olhos 
fechados; 
→ Utiliza-se 02 tubos de ensaio de vidro de 5ml + uma 
agulha de insulina estéril; 
 
 
 
→ Toda perda de sensibilidade na pele (térmica, dolorosa 
e/ou tátil), bem caracterizada, é indicadora de 
hanseníase. 
→ A perda de sensibilidade pode ser: 
 Parcial → hipoestesia; 
 Total → anestesia. 
 
 
 
Teste de sensibilidade térmica 
→ Realizar nas áreas suspeitas: 
 Lesões de pele não elevadas (manchas) ou elevadas 
(placas, nódulos); 
 Áreas de pele secas; 
 Áreas referidas pelo paciente como regiões com 
alteração de sensibilidade; 
 Territórios dos nervos ulnar → quarto e quinto 
dedos da mão; 
 Território do nervo radial → dorso da mão até o 
terceiro dedo; 
 Território do nervo fibular → lateral da perna e 
dorso do pé; 
 Território do nervo tibial → região plantar). 
 
→ Evite áreas “calosas” → com calosidades ou 
queratósicas; 
→ Perguntar o que ele sente → morno, frio ou quente; 
→ Comparar com a área de pele normal contralateral ou 
adjacente. 
 
Confirma-se, o diagnóstico, apenas com alteração 
definida de uma das sensibilidades, não necessitando 
fazer os testes de sensibilidade dolorosa ou tátil 
 
1º - Teste de sensibilidade térmica 
→ Utiliza uma agulha de insulina; 
→ Encostar a ponta da agulha nas lesões de pele com 
uma leve pressão; 
→ Ir alternando área interna e externa à lesão, 
observando expressão facial e queixa de respostas à 
picada. 
 
Anestesia ou a hipoestesia dentro da área de lesão 
confirma o diagnóstico. 
 
 
2º - Teste de sensibilidade dolorosa 
→ Alternando a ponta da agulha e o cabo da agulha 
(parte plástica); 
Se não tiver os tubos de ensaio utilizar: 
Para o teste da sensibilidade térmica 
* Algodão com éter ou álcool → para simular o “frio” 
* Algodão seco → simular o “quente” 
 
Caso não tenha nenhum desses materiais, utilize diretamente a 
agulha para o teste da sensibilidade 
dolorosa. 
Garra dos artelhos 
(N. Tibial) 
16 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
→ Observar se o paciente percebe a diferença entre a 
ponta da agulha e o cabo; 
→ Se não perceber a diferença → é sinal de alteração da 
sensibilidade dolorosa naquela área da pele → 
também confirma o diagnóstico. 
 
3º - Teste de sensibilidade tátil 
→ Frequentemente a última a ser perdida; 
→ Utiliza-se algodão, fio dental ou o monofilamento 
verde (0.05g) do kit estesiométrico. 
 
Exames subsidiários 
→ Baciloscopia e biópsia de pele; 
→ Os resultados devem ser correlacionados com a clínica; 
 
1. Baciloscopia de raspado intradérmico 
→ Em pacientes com lesões cutâneas visíveis ou áreas 
com alteração de sensibilidade, a coleta deverá ser feita 
em: 
 lóbulo auricular direito (LD) e esquerdo (LE) 
 lóbulo auricular 
 cotovelo direito (CD) 
 lesão (L) 
 
 
 
→ Em pacientes SEM lesões cutâneas visíveis, a coleta 
deverá ser feita em: 
 lóbulo auricular direito (LD) e esquerdo (LE) 
 lóbulo auricular 
 cotovelo direito (CD) e esquerdo (CE) 
 
 
 
 Fazer uma prega no sítio da coleta → utilizando a 
pinça Kelly → pressionando a pele o suficiente 
para obter a isquemia, evitando o sangramento; 
 Manter a pressão até o final da coleta tomando o 
cuidado de não travar a pinça. 
 Fazer um corte na pele de aproximadamente 5mm de 
extensão por 3mm de profundidade. 
 Colocar o lado não cortante da lâmina do bisturi em 
ângulo reto em relação ao corte e realizar o raspado 
intradérmico → das bordas e do fundo da incisão → 
retirando quantidade suficiente e visível do material. 
 Se fluir sangue no momento do procedimento (o que 
não deverá acontecer se a compressão da pele estiver 
adequada) enxugar com algodão. 
 Desfazer a pressão e distribuir o material coletado na 
lâmina, fazendo movimentos circulares do centro para 
a borda numa área aproximadamente de 5 – 7mm de 
diâmetro, mantendo uma camada fina e uniforme 
 
 
 
 
→ As lâminas contendo os raspados intradérmicos devem 
permanecer em superfície plana e à temperatura 
ambiente, durante cinco a dez minutos até estarem 
completamente secos. 
→ Após essa etapa os esfregaços devem ser fixados 
passando-se as lâminas duas a três vezes, rapidamente, 
na chama de uma lamparina ou bico de Bunsen, com os 
esfregaços voltados para cima. 
 
Paciente paucibacilar (PB): Hanseníase indeterminada e 
tuberculóide → baciloscopia é negativa→ Caso seja 
positiva, reclassificar o doente como MB. 
 
Paciente MB: Hanseníase dimorfa e virchowiana → 
baciloscopia normalmente é positiva → Caso seja negativa, 
levar em consideração o quadro clínico para o diagnóstico 
e classificação → manter a classificação MB se o quadro 
clínico for de hanseníase dimorfa ou virchowiana. 
 
 
 
17 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
2. Exame histopatológico → biópsia de pele 
→ Raramente é necessária; 
 
 
Paciente paucibacilar (PB): 
 
Hanseníase indeterminada: um infiltrado 
inflamatório que não confirma o diagnóstico de 
hanseníase → A procura de bacilos é quase sempre 
negativa. 
 
Hanseníase tuberculóide: encontra-se um granuloma 
do tipo tuberculóide (ou epitelióide) que destrói 
pequenos ramos neurais, agride a epiderme e outros 
anexos da pele → A procura de bacilos é negativa. 
 
Paciente Multibacilar (MB) 
 
Hanseníase virchowiana: encontra-se um infiltrado 
histiocitário xantomizado ou macrofágico → 
pesquisa de bacilos mostra incontáveis bacilos 
dispersos e organizados em grumos (globias). 
 
Hanseníase dimorfa: há um infiltrado linfo-
histiocitário, que varia desde inespecífico até com a 
formação de granulomas tuberculóides→ a 
baciloscopia da biópsia é frequentemente positiva, 
sobretudo nos nervos dérmicos e nos músculos lisos 
dos pelos. 
 
Em pacientes com clínica de hanseníase multibacilar, 
desconsidere a baciloscopia da biópsia se for negativa → 
tratar como MB. 
 
 
3. Prova da histamina 
 
→ Vai avaliar a resposta vasorreflexa à droga → 
indicando integridade e viabilidade do sistema 
nervoso autonômico → capaz de dilatar os vasos 
cutâneos superficiais → o que resulta no eritema; 
→ Utiliza o difosfato de histamina 1,5%; 
→ Realiza a à escarificação por agulha de insulina dentro 
da gota aplicada sobre a área hipocrômica; 
→ O teste deve ser feito também em uma área de pele 
não comprometida → para controle positivo → onde 
a prova deve ser completa → ter a reação de Lewis. 
→ Espera encontrar a tríplice reação de Lewis: 
 
 
 
1. Sinal da punctura: 
» Lesões puntiformes avermelhadas; 
» Surgem quase que imediato → até 15 segundos; 
 
 
2. Eritema reflexo: 
» Eritema → atinge de 2 a 8cm ao redor da área com 
limites fenestrados; 
» A partir de 30 a 60 segundos após a escarificação; 
 
3. Pápula: 
» Lesão intumecida lenticular; 
» Surge após 2 a 3 minutos no local da 
punctura/escarificação. 
 
Prova histamina incompleta: Quando não ocorre o 
eritema → altamente sugestiva de hanseníase; 
 
Prova histamina completa: observa-se as 3 fases de 
Lewis. 
 
 
 
18 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
4. Avaliação da sudorese 
→ A hanseníase pode levar a alteração da função sudoral 
(suor) → que pode ser percebida pelo achado deáreas 
secas; 
→ Essas áreas geralmente tornam-se mais evidentes 
porque não permitem o acumular de poeira como 
ocorre com pedreiros pelo cimento, marceneiros pela 
serragem e professores pelo pó de giz; 
→ Ocorre em ilhotas → áreas de hipoidrose ou anidrose 
circunscritas por periferia de normoidrose. 
 
 
 
 
Teste de Mitsuda 
Imunidade específica → lepromina 
→ Teste para prognóstico e não para diagnóstico; 
→ Adm 0,1cc de suspenção do Ag (lepromina); 
→ 1ª leitura em 48h → depois a 2ª em 28 dias; 
→ Utiliza-se na classificação da doença e na definição do 
prognóstico. 
→ É um teste de aplicação intradérmica cuja leitura é 
tardia → 28 dias. 
→ 10 mm ou + de induração; 
→ O teste consiste na aplicação intradérmica → na 
superfície extensora do antebraço direito → de 0,1 ml 
de um preparado que contém 40 a 60 milhões de 
bacilos mortos por mililitro; 
→ Após cerca de 48 a 72 horas da injeção, observa-se uma 
reação localizada (semelhante à reação tuberculínica), 
denominada reação de Fernandez, de significado 
incerto; 
→ Depois de 28 a 30 dias pode ocorrer uma segunda 
reação tardia à mitsudina ou lepromina: é a reação de 
Mitsuda; 
 
A reação de Mitsuda consiste na presença de uma pápula 
ou nódulo, que pode ou não ulcerar. 
 
Segundo a OMS: 
 Reações > 5 mm → Mitsuda positivo = Possui defesa 
 Reações de ≤ 5 mm → Mitsuda negativo, = NÃO 
possui defesa; 
 
POSITIVO (+) → Possui defesa = → HT = BOM PROGNÓSTICO 
NEGATIVO (-) → NÃO possui defesa → HW = PROGNÓSTICO RUIM 
 
Pacientes doentes: 
(+): Forma benigna, não contagiosa → abacilífera 
(-): Forma contagiosa → bacilífera. 
 
Pacientes sem a doença → Controle de contatos 
(+) = Tem defesa → não contrairia a doença; 
(-) = Risco de contrair de forma severa → adm BCG 
 
 
 
Tratamento 
 
→ É realizado com a poliquimioterapia (PQT) padrão; 
→ Deve-se iniciar o tratamento já na primeira consulta, 
após a definição do diagnóstico, se não houver 
contraindicações formais (alergia à sulfa ou à 
rifampicina). 
→ Caso haja náuseas, administrar metoclopramida uma 
hora antes de tomar o medicamento. 
 
As medicações diárias deverão ser tomadas 2 horas após o almoço 
para evitar intolerância gástrica e eventual abandono do tratamento 
por esse motivo. 
 
Se ainda assim houver dor epigástrica, introduzir → omeprazol, 
ranitidina ou cimetidina pela manhã. 
 Clínico: 
» Lesões eritematosas ou hipocrômicas com 
alteração de sensibilidade; 
» Espessamento de nervo; 
 Baciloscopia positiva → HW; 
 Exame bacteriológico → linfa em pelo menos 4 
locais; 
» Lóbulos das orelhas; 
» Cotovelos; 
» Lesões cutâneas; 
 Biopsia de pele 
 Mitsuda → prognóstico → Anti PGL 1 
19 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
Gravidez e aleitamento não contraindicam a administração da 
poliquimioterapia. 
 
 
 
Parte superior da cartela: 
 
» Rifampicina, Clofazimina e Dapsona. 
» Dose supervisionada; 
» Deve ser administrada por profissional de saúde; 
» A cada 28 dias; 
 
Parte inferior da cartela: 
» Dapsona e Clofazimina; 
» É autoadministrada 
» Diariamente; 
 
 
→
Duração do tratamento: 06 meses 
 
Dose supervisionada: Mensal 
 Rifampicina: Dose mensal → 600 mg → 2 cápsulas 
de 300mg. 
 Clofazimina: Dose mensal → 300 mg → 3 cápsulas 
de 100mg. 
 Dapsona: Dose mensal → 100 mg → 1 cápsulas de 
100mg. 
Dose autoadministrada: 1x/dia 
 Dapsona: 01 cap. de 100 mg/dia. 
 Clofazimina: 01 cap de 50mg/dia. 
 
→ Paciente recebe o tratamento completo 6 blísteres = 6 
meses; 
→ Alta: revisão dermatoneurológica no 6 º mês → é 
necessário ausência de sinais clínicos. 
→
Duração do tratamento: 12 meses 
 
Dose supervisionada: Mensal 
 Rifampicina: Dose mensal → 600 mg → 2 cápsulas 
de 300mg. 
 Clofazimina: Dose mensal → 300 mg → 3 cápsulas 
de 100mg. 
 Dapsona: Dose mensal → 100 mg → 1 cápsulas de 
100mg. 
Dose autoadministrada: 1x/dia 
 Dapsona: 01 cap. de 100 mg/dia. 
 Clofazimina: 01 cap de 50mg/dia. 
 
→ Paciente recebe o tratamento completo 12 blísteres = 
12 meses; 
→ Alta: revisão dermatoneurológica no 12º e 24º mês → 
é necessário ausência de sinais clínicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dose supervisionada: Mensal 
 Rifampicina: Dose mensal → 450 mg → 1 
cápsulas de 150mg e 1 de 300mg. 
 Clofazimina: Dose mensal → 150 mg → 3 
cápsulas de 50mg. 
 Dapsona: Dose mensal → 50 mg → 1 
cápsulas de 100mg. 
Dose autoadministrada: 
 Dapsona: 01 cap. de 50 mg/dia. 
 Clofazimina: 01 cap de 50mg → dias 
alternados; 
20 
 
Maria Carolina Braga Sampaio 
 
Principais efeitos adversos
 
 
 
 
: 
 
Tratamento das formas reacionais 
 
 Alteração nas lesões antigas → Infiltração, alterações 
de cor e edema; 
 Surgimento de novas lesões dermatológicas → 
manchas ou placas; 
 Lesões cutâneas inflamatórias em trajetos de nervos 
→ ex na face; 
 Neurite com ou sem lesões cutâneas agudas; 
 
Tratamento: Corticoterapia - Prednisona 
1 a 2 mg/kg/dia 
 Após evidenciar melhora diminuir para 10 mg a cada 
15 dias até chegar 20mg/dia 
 Com 20mg/dia → diminuir 5mg a cada 15 dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Comprometimento de nervos, bem definido após 
palpação e avaliação da função neural; 
 Presença de lesões oculares reacionais, edema de mãos, 
pernas, pés e face; 
 Glomerulonefrite; 
 Artrite; 
 Eritema nodoso grave com ulceração ou acometimento 
de órgãos internos; 
 Síndrome de sweet-símile → dermatose neutrofílica 
aguda febril 
 Fenômeno de Lúcio → reação necrotizante da pele. 
Tratamento: Talidomida → Dose depende da gravidade 
(100 a 400 mg/dia) 
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Maria Carolina Braga Sampaio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Maria Carolina Braga Sampaio

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