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1 Maria Carolina Braga Sampaio São doenças de pele e/ou mucosa, que podem ter efeito sistêmico, decorrentes direta ou indiretamente do uso de fármacos. → São reações cutâneas adversas a medicamentos que representam uma consequência não terapêutica e não intencional do uso de uma droga; → Englobando diversas patologias; → Afetam pele e mucosas; → Pode ter efeito sistêmico; → Gravidade variável; → Importância; → Qualquer droga pode induzir qualquer tipo de farmacodermia; → Mecanismos fisiopatológicos x genética. Tipo A: (85 a 90%) → Dose dependente → previsível; Tipo B: (10 a 15%) → Dose independente → imprevisível; Considerar: » Padrão das lesões » Droga x frequência de erupções » Tempo de uso x início das lesões » Melhora após suspensão » Recidiva se reexposição Principais Farmacodermias 1. Exantema induzido por drogas 2. Urticária/angioedema 3. Eritema pigmentar fixo 4. Eritema multiforme (fixo); 5. Outras erupções (SSJ/NET, DRESS) Fármacos mais frequentes Amoxicilina(penicilinas) Bactrin(sulfas) Cefalosporinas Diclofenaco (AINES) Enalapril(iECA) Fenitoína Gota (Alopurinol) Hidralazina (vasodilator) Reações adversas cutâneas graves (SCAR’S) » Anafilaxia; » Necrose cutânea induzida por anticoagulantes; » Pustulose exantemática generalizada aguda (PEGA); » Sx de DRESS; » Eritema pigmentar fixo; » Sx de Stevens-Johnson e Necrólise epidérmica tóxica; » Penicilinas » Sulfonamidas → Sulfadiazina, Sulfametoxazol e Sulfassalazina » Anticonvulsivantes aromáticos → Fenitoína, Carbamazepina e Fenobarbital » Antiinflamatórios não esteroidais (AINE’s) » Alopurinol » Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) Fisiopatologia Ocorre por 2 mecanismos: Alérgico ou imunológico: Classificação de Gell-Coombs → Resposta imune humoral (Tipo I ao III) e Resposta imune celular (tipo IV); Não alérgico ou não imunológico: Mais comum que o alérgico → Superdosagem, fatores individuais, efeitos colaterais e teratogênese; ABCDEFGH 2 Maria Carolina Braga Sampaio Alérgico Tipo I Imediata ou Anafilática IgE » IgE circulante → estimula a degradação dos mastócitos → liberação de histamina; Urticária Angioedema Choque anafilático Tipo II Citotóxica IgM e IgG » Anticorpos citotóxicos → lesionam as células → A imunoglobulina se liga ao antígeno para destruir a célula → mediada pelo complemento ou pela NK. Penfigóide bolhoso fármacoin- duzido; Plaquetopenia induzida por drogas → trombocitopenia induzida por heparina (HIT). Tipo III Imunocomplexos » Formação de imunocomplexos (antígeno- anticorpo) → Se depositam no endotélio em recrutamento de cél. imunes → essa deposição resulta em inflamação local; Doenças autoimunes Vasculites fármacoinduzidas Tipo IV Hipersensibilidade tardia » Ação dos Linfócitos T (LT) → O antígeno invade o tecido subcutâneo é processado e apresentado para o Th1 → reconhecem e liberam citocinas inflamatórias → resulta em ↑ da permeabilidade vascular e recrutamento de fagócitos e cel. T para o local → causando inflamação local. Sx de Steven-Johnson (SSJ) Necrólise epidérmica tóxica (NET) I e II são mediados por anticorpos; I = IgE II = IgM e IgG III é mediado por imunocomplexos IV por células: Linfócitos T → Imu. celular. → É dose INdependente; → Acomete apenas os indivíduos susceptíveis → podem cursar com farmacodermias graves mesmo com doses bem pequenas; Não alérgico » Mais comum; » É dose - dependente; » Pode atingir qualquer indivíduo; Ocorre por alguns fatores, como: Superdosagem de medicamentos organismo não consegue metabolizar nem excretar, gerando efeitos adversos; Efeitos colaterais Já conhecidos dos medicamentos. Fatores individuais Principalmente patologias hepáticas e/ou renais, cursando com alteração na metabolização e excreção dos medicamentos; Teratogênese Por uso de medicamentos São: Necrose cutânea por cumarínicos Pelo efeito inicial pró-trombótico dos cumarínicos, levando à trombose de vasos cutâneos superficiais. Cumarínicos: utilizados no tratamento de condições que necessitam de anticoagulação, sendo o medicamento de referência a warfarina (Marevan) Reação de Jarish-Herxheimer É uma complicação benigna e autolimitada do tratamento antimicrobiano → sendo o exemplo clássico o tratamento da sífilis com penicilina benzatina → pode cursar com liberação de substâncias tóxicas pelo Treponema Pallidum morto, piorando as lesões de pele. Urticária não alérgica A própria medicação leva a degranulação dos mastócitos, com liberação de histamina Exemplos: contraste iodado e morfina. Imunidade humoral Imunidade celular 3 Maria Carolina Braga Sampaio Exantema → Farmacodermia mais comum; → Presente em até 75% dos casos; → Ocorre principalmente associado ao uso de antibióticos e anticonvulsivantes. → Pode ocorrer dentro de 2 semanas após início da droga ou até 2sem após suspensão; 10-20% dos exantemas na infância (vírus) 50-70% nos adultos Principais drogas Vírus EBV + ampicilina: alto risco de exantema → erupção eritematosa maculopapular. Manifestações clínicas Tratamento » Rash maculopapular eritematoso; » Pruriginoso; » Simétrico; » Morbiliforme; » Desaparece à dígito-pressão. » Tronco e MMSS; » Poupa região palmar e plantar; » Evolui com escamas à medida que melhora; » Desaparece 1-2 sem Se o indivíduo já tiver sido exposto previamente ao agente, o exantema irá aparecer mais cedo que o habitual → Suspensão da medicação → regressão das lesões entre 1 e 2 semanas. → Em casos mais graves ou refratários pode utilizar anti- histamínicos e corticosteroides. Anti-histamínicos: 10 a 14 dias * Dicloridrato de levocetirizina (Zina) 5mg 1/dia→ antagonista de receptores H1 (impede a ligação da histamina ao seu receptor). * Fexofenadina (alegra) → 60 mg 2x/dia, 120 mg ou 180 mg 1/dia. Corticosteroides: 05 dias → alguns casos → minoria β-lactâmicos, quinolonas, sulfas, eritromicina, fenobarbital, Carbamazepina, Alopurionol e AINEs 4 Maria Carolina Braga Sampaio Urticária → É o rápido aparecimento de urticas, as quais podem ser acompanhadas por angioedema; Urticária: edema da derme superficial; Angioedema: Edema da derme profunda, do subcutâneo e do TGI → Surgem de forma imediata → nos primeiros 30 minutos após exposição à medicação. (pode levar dias tb – até 6 semanas – Dipirona) → Presentes em até 25 % dos casos; → Em 50 % dos casos a urticária evolui para um angioedema → edema de mucosa labial, língua e região periocular, podendo progredir até o edema de glote, culminando em insuficiência respiratória e choque anafilático. → Diagnóstico Clínico; → Investigação da etiologia → minoria requer exames TSH, Fator antinúcleo , Parasitológico, Teste cutâneo alérgico, etc → Diagnóstico diferencial: Dermatite de contato urticariforme (Látex) Urticária pigmentosa → tipo de mastocitose: máculas e pápulas eritemato ascastanhadas ovais ou circulares com sinal de Darier positivo (semelhante a dermografismo) Principais drogas Alimentos: Corantes, conservantes, frutos do mar; Agentes físicos: Pressão, frio, calor, luz, água; Fatores emocionais: Infecções: Foco dentário; dermatofitoses e parasitoses; Inalantes: Ácaros, poeira... Vasculites: Suspeitar se: lesões duram > 24h, dor/ardor, pigmentação residual, artralgia, febre. Urtica Placas (>5mm) eritematosas e edematosas, com centro pálido e pruriginosas Lesão elementar constituída por três características típicas: 1. Edema central de tamanho variado, circundado por um eritema reflexo; 2. Prurido associado; 3. Natureza efêmera, em que → resolução em 1 a 24 h. Angioedemaé definido por: 1. edema súbito e acentuado da derme profunda e do subcutâneo; 2. Maior frequência do sintoma de dor em relação ao prurido; 3. Acometimento frequente das mucosas; 4. Resolução do quadro em cerca de 72 h → mais lento em relação às urticas. Classificação da urticária com base em duração: Aguda: < 6 semanas Crônica: > 6 semanas Contínua: Diária ou quase que diariamente durante a semana Urticária crônica recorrente: Períodos livres de sintomas variando de dias a semanas Avaliação da intensidade da urticária Escore 0: Nenhuma urticária e nenhum prurido; Escore 1: Intensidade leve → < 20 urticas/24h → prurido leve; Escore 2: Intensidade moderada → 21 - 50 urticas/24h → prurido moderado; Escore 3: Intensidade grave → > 50 urticas/24h → prurido intenso; Penicilinas, Sulfas, Quinolonas, AINEs, Opioides 5 Maria Carolina Braga Sampaio Manifestações clínicas Tratamento » Placas (>5mm) eritematosas e edematosas; » Centro pálido; » Pruriginosas (intensidade variável); » Tronco e raiz de membros » Pode ser policíclica; » Suspender a droga; Uso: Anti-histamínicos → para o prurido; mantidos por ao menos 14 dias → iniciando- se o tratamento com os anti-H1 não sedantes, progredindo para os anti-H1 clássicos se não houver resposta. Levocetirizina (Zina) Fexofenadina (alegra) Corticoides: 5-7 dias → em casos disseminados ou com angioedema → uso por curto tempo. O tratamento do angioedema é semelhante ao da urticária, podendo-se fazer um uso mais frequente dos corticosteroides orais. Se anafilaxia: Adrenalina IM Choque Anafilático: Broncoespasmo, náuseas, vômito e hipotensão → Adrenalina 0,5 mL (1/2 ampola) IM ou SC. - Crianças é 0,01 mg/kg (máximo 0,3mg) - Adultos 0,2 a 0,5 mg (também dependendo do peso) - Essa dose pode ser repetida a cada 5-15 min, se necessário + Reposição de volume; Anti-histamínico H1 e H2 (duplo bloqueio); Corticoide; Broncodilatador. A anafilaxia é altamente provável quando qualquer um dos 3 critérios a seguir é atendido Gatilhos principais:drogas AINEs antibiótico, biológico, opioide, contraste), alimentos, picadas, látex 1) Início agudo (min a horas) de envolvimento de pele e/ou mucosa E pelo menos 1: Comprometimento respiratório: sibilo, dispneia; Hipotensão ou síncope ou distonia ou incontinência 2) PA reduzida após a exposição de um alérgeno conhecido para esse paciente: Lactentes e crianças –PA sistólica baixa (específica para idade) ou redução superior a 30% na PA sistólica Adultos –PA sistólica inferior a 90 mmHg ou 30% menor que o basal do paciente. 3) 2 ou + dos seguintes após exposição a um alérgeno PROVÁVEL Envolvimento de pele e mucosa (prurido, edema); Comprometimento respiratório (hipoxemia, dispneia) PA reduzida ou sintomas associados; Sintomas gastrointestinais 6 Maria Carolina Braga Sampaio 7 Maria Carolina Braga Sampaio Erupção acneiforme → Simulam as lesões de acne; → Período comum na COVID → Testosterona, Whey, creatinina → Agudo → Qualquer idade Manifestações clínicas Tratamento » Pápulas (<5mm) eritematosas e pústulas; » As pústulas não possuem comedões (presente apenas na acne vulgar) » Lesões monomórficas (uma única forma) » Difere da acne também por estar presente tanto em áreas seborreicas como em áreas não seborreicas. Comedões = cravo → é o resultado da obstrução de um folículo piloso da pele (poro) por queratina e sebo. Pode ser aberto (ponto negro) ou fechado pela pele (ponto branco). → As lesões regridem sozinhas após a interrupção do medicamento, ou podem necessitar de tratamento semelhante ao da acne vulgar, como a tretinoína tópica. Monomórfico (máculas e pústulas) Sem comedão Locais ≠ acne Pode ter prurido 8 Maria Carolina Braga Sampaio Eritema Polimorfo ou Multiforme minor → Presente m 5% das farmacodermia; → Pode haver evolução (20%) para o para o eritema multiforme major; Eritema multiforme major → patologia sinonímia à Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ). → Pode ser causada por uma infecção herpética ou por uma farmacodermia; → A infecção herpética é a causa mais comum → As lesões usualmente surgem cerca de uma semana após as lesões herpéticas labiais. O tratamento na grande maioria dos casos consiste apenas na suspensão do fármaco ou resolução da infecção herpética. Manifestações clínicas Vesículas, máculas, bolhas, pápulas, pústulas → por isso multiforme ou polimorfo. » Lesão característica: eritema polimorfo → A mais clássica é a lesão em alvo, típica ou atípica; Lesão em alvo típica (clássicas): contém pelo menos 3 anéis concêntricos, de diferentes colorações, com as bordas elevadas. A lesão em alvo atípica: possui 2 anéis e são planas. » Erupção eritematosa de início súbito; » Simétrico; » Predominando em face extensora de membros, mãos, pés, face → disseminando- se para o tronco, » Há acometimento de mucosas em 70% dos casos → NET é mais intenso → lesões variáveis; » Não pruriginosa; » Adultos jovens; » 25% acometem mucosa (lábio); » Possui um curso benigno, que usualmente regride em até 02 semanas → exceto quando evolui para SSJ; Se apresenta através de lesões herpéticas, semelhante às causadas pelo herpes simples vírus. Envolvimento de mucosas no eritema multiforme. Observa-se crostas serosas e eritema em lábios. 9 Maria Carolina Braga Sampaio Stevens-Johnson e Necrólise epidérmica tóxica → A síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e a Necrólise epidérmica tóxica (NET) são consideradas a mesma doença, porém com espectros diferentes. → Se apresentam após 15 dias de exposição ao fármaco e a cada reexposição esse tempo diminui; → Geralmente são autolimitadas → Durando cerca de 1 mês; → Evoluem sem sequelas cutâneas; → Pode apresentar sequelas em mucosas; → O Micoplasma pneumoniae está presente como agente etiológico em 15% dos casos da SSJ sem associação de fármacos → se um pct apresentar pneumonia associada com lesão de pele → pensar em SJJ e NET! → SSJ é uma entidade clínica diferente do EM; → NET é uma variante de SSJ; → Frequentemente as lesões confluem descolamento da epiderme; → SSJ: Se apresenta de forma mais leve; Com desnudamento em < 10% da superfície corporal total. 2x mais comum; Letalidade de 5% → É uma doença mais benigna; NET Desnudamento de > 30% da superfície corporal; Letalidade 10x maior do que a SSJ; Doença grave; Epitélio do trato respiratório está envolvido em 25%; Lesões gastrointinais também podem ocorrer. Overlap (sobreposição): Desnudamento Entre 10 a 30% da superfície corporal; Principais drogas Manifestações clínicas Primeiramente, as lesões surgem como máculas vermelho escuras que têm uma tendência de coalescer → Depois assumem uma tonalidade acinzentada → Esse processo pode ocorrer em horas ou levar vários dias. » Usualmente se inicia através de um pródromo gripal que dura até 15 dias (coriza, febre, mal-estar geral, mialgia, vômitos, diarreia) → em seguida evoluindo: » Rash maculopapular eritematoso e doloroso; » Disseminação centrífuga → do centro para as extremidades → surgem primeiro no tronco, estendem-se para o pescoço, face e extremidades superiores; » Apresenta lesões em alvos atípicas e dolorosas → evoluem para bolhas hemorrágicas. Carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, lamotrigina, penicilinas; Sulfametoxazol; Sulfassalazina; Alopurinol; AINEs (ibuprofeno em crianças) 10 Maria Carolina Braga Sampaio » O eritema e as erosões das mucosas bucal, ocular e genital estãopresentes em mais de 90% dos pacientes; Mucosas (duas ou mais: oral, ocular) → eritema, erosões dolorosas, crostas » Necrose da pele e desnudamento: ardor/dor » Porções distais dos braços geralmente são poupadas; Sinal de Nikolsky: É positivo caso haja desnudamento da pele em regiões próximas à bolha após estímulo de tração manual. Esse sinal também é positivo no pênfigo; O que vai diferenciar do Pênfigo para SJJ e NET é que no Pênfigo o sinal é positivo em toda a superfície corporal enquanto na SJJ e na NET apenas onde há lesões bolhosas. Diagnóstico Diagnóstico diferencial » Clínico » Nenhum teste específico » Linfopenia em 90% » Neutropenia em 30% » Trombocitopenia em 15% » Anemia » Azotemia pré renal do VHS das aminotransferases; » ↑ IL 2,IL 6, TNF-a e PCR (não são rotina) » Imunofluorescência direta » Biopsia →confirmar ou excluir desordens bolhosas: Infiltrado de linfócito e macrófagos na junção dermoepitelial Vacúolos → necrose de queratinócitos » Exantema pustuloso generalizado agudo » Pênfigo Bolhoso » Reações bolhosas fototoxicas » Queimadura química » Eritrodermia » Dermatite esfoliativa » Dermatose linear por IgA » Farmacodermias c/ rashs maculopapulares » Acantose pênfigo paraneoplasica » Pênfigo Vulgaris » Síndrome da Pele Escaldada » Queimaduras térmicas » NET » Doença de Lyme Erupções mucocutaneas: 1.Simétricas e estendem da face e dorso para extremidades proximais; 2.Dificuldade de ingesta 3.Disuria 4.Fotofobia, dor ocular e diminuição da acuidade visual; 5. Diarreia profusa 6. Respiração superficial e dispneia 11 Maria Carolina Braga Sampaio Tratamento » Não existe tratamento específico; » Pautado incialmente no internamento → são pacientes graves; » Reposição hidroeletrolítica para hidratação; » Nutrição enteral caso haja acometimento importante que impeça a alimentação via oral; » Aplicação de lubrificante ocular, buscando evitar as sequelas muco-cutâneas oculares. NET Esteroides sistêmicos → ainda é controverso, mas a maioria dos autores recomenda que não sejam utilizados. Ciclosporina: adjuvante de forma precoce → 24-48h → 3 5mg/kg/dia) É um Inibidor da produção de IL-2 → 3mg/kg/dia, por 7 a 10 dias; Dexametasona (Corticosteroide sistêmico), pulsoterapia com 1,5mg/ kg/dia, por 3 dias e a Imunoglobulina Humana (Anticorpo) → 2g/kg dividido em 3 a 4 dias. Ciclofosfamida → inibe a à toxicidade mediada por células. Tratamento no centro de queimados. NÃO fazer antibioticoterapia; » A sobrevida depende do suporte agressivo inicial e suspensão do agente agressor: Morte por atraso na terapia Manter um índice de alerta sobre possíveis complicações Existem contradições na literatura sobre a utilização de corticosteroides sistêmicos, imunoglobulina intravenosa e imunossupressores para o tratamento, sendo a efetividade desses fármacos ainda pouco estabelecida. Mesmo a principal causa de morte sendo a septicemia secundária não é indicada a utilização de antibióticos sis- têmicos ou tópicos de forma profilática, inclusive a sulfadiazina de prata. Essa contraindicação leva em consideração que existe uma alta chance de intensificação ou nova farmacodermia aos antibióticos, se utilizados, principalmente em se tra- tando de sulfas. Entretanto, se houver uma infecção ativa no momento, é indicado o tratamento da mesma. Prognóstico » Para avaliação prognóstica, utiliza-se o Escore Prognóstico SCORTEN → deve ser aplicado no 1° e 3° dia de hospitalização. » Pontuando 1 ponto a cada item positivo / presente → Obtém o % de chance para morte; » Esse escore avalia alguns itens, como: A idade → > 40 anos; Presença de neoplasia; FC >120 bpm; Porcentagem da superfície corporal afetada → > 10%; Ureia > 28mg/dL; Glicemia >252 mg/dL; HCO3- < 20mg/ dL; Pontuação entre: 0 a 1 → implica um risco de mortalidade de 3,2%. 2: 12,1% 3: 35,3% 4: 58,3% >5: 90% 12 Maria Carolina Braga Sampaio 13 Maria Carolina Braga Sampaio Síndrome DRESS DRESS = Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms → É rara → potencialmente fatal; → Pode ser desencadeada por um medicamento ou por reativação viral → herpes vírus humano – EBV (vírus Epstein-Barr) e CMV; → Acontece mais tardiamente → em até 1 mês após o uso da medicação → +- 2 a 6 semanas após uso; Manifestações clínicas Tratamento » Rash morbiliforme (= similar ao sarampo) → que pode evoluir para dermatite esfoliativa → associado a sintomas sistêmicos como: Mal-estar geral, febre, linfadenopatia generalizada dolorosa (em até 75% dos casos), eosinofilia e presença de linfócitos atípicos ao hemograma. » Exantema máculo-papular → face e tórax; » Edema facial frequente; » O fígado é o órgão mais acometido → 70% dos casos → seguido dos rins e dos pulmões → qualquer órgão pode ser afetado; » Risco de hepatite; » ↑ TGO/TGP; » Pode ocorrer Nefrite, miocardite... → Suspensão da medicação → Corticoide sistêmico; Prednisona 1mg/kg/dia Está indicada e desmame lento (6 a 8 semanas) → Regressão das lesões em cerca de 02 meses; → Internação para monitoramento de órgãos internos; → Substituição da classe do anticonvulsivante; → Curso prolongado (> 2 sem) mesmo após suspensão; Importante: diferencial com exantemas virais e suspensão imediata da droga suspeita; 14 Maria Carolina Braga Sampaio Iododerma e Bromoderma → Mecanismo de hipersensibilidade celular (IV); → Há alterações de linfócitos e (...) → Presente em até 75% dos casos; Principais drogas Manifestações clínicas Tratamento : erupção acneiforme, pápulas e pústulas face, tronco superior; : lesões ulceradas e pustulares membros inferiores e região malar; → Suspensão da medicação → Hidratação; → Diuréticos → Manitol; (T1/2: 10-14 dias e excreção renal) Vasculite fármaco-induzida → Ocorre 1 semana após exposição; → Reação de hipersensibilidade tipo III → mediada por imunocomplexos; Principais drogas Manifestações clínicas Tratamento » Rash purpúrico, palpável e simétrico → em membros inferiores; » Sem plaquetopenia. » Ao teste da vitropressão o rash desaparece → importante instrumento para diagnóstico diferencial. » Pode estar associado à febre, mialgia, artralgia e linfadenopatia, constituindo a doença do soro. → Suspensão da medicação Iodeto: amiodarona e contrastes radiológicos Brometo: Brometo de ipatrópio, e brometo de piridostigmina; Iodeto: amiodarona e contrastes radiológicos Brometo: Brometo de ipatrópio, e brometo de piridostigmina; 15 Maria Carolina Braga Sampaio
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