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Câncer de Esôfago - PROB2|MOD1|P4

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Ayall� Thamar�| Medicin�
Tutori� | MOD1|P4
Problem� 2: só bebo 51
Tem�: câncer de esôfago
Informaçõe� d� t�t�
- sexo masculino, 56 anos;
- mestre de obras de casas populares;
- todos os dias toma 1 quartinho de cana no almoço (para abrir o apetite) e
meia garrafa no fim do expediente;
- fuma desde os 10 anos, 2 carteiras de cigarro por dia.;
- há 3 meses vem perdendo peso progressivamente (14k);
- nos últimos dias só consegue ingerir alimentos pastosos, sopas e líquidos
(sente muita dor quando ingere alimentos sólidos e vomita tudo);
- pai faz tratamento para câncer de próstata e avô materno faleceu de
cÂncer de reto;
- na urgência: foi realizada endoscopia (lesão estenosante em terço médio do
esôfago); passagem de sonda nasoentérica e realizada biópsia;
- resultado da biópsia: compatível com carcinoma espinocelular;
- solicitados exames para o estadiamento da neoplasia; trata-se de um câncer
de esôfago IIIC (T4a, N1-2; M0)
- tratamento com quimioterapia e radioterapia juntas; (provavelmente não
precisaria de cirurgia)
- os homens tendem a negligenciar sua saúde.
OBJETIVOS
1. Conhece� � fisiopatologi� d� cânce� d� esôfag� (fatore� d� risc�, quadr� clínic�,
epidemiologi�).
Fisiopatologi�
● Segundo a Organização Mundial da Saúde, os tumores malignos que
acometem o esôfago subdividem-se em 20 tipos
● A patogênese do CCE parece estar ligada a uma inflamação epitelial
que progride para displasia e, então, torna-se uma neoplasia maligna.
● O sítio mais frequente do câncer no esôfago é o terço médio, sendo os
terços superior e inferior, entre si, de percentual semelhante. (mas
tem-se uma tendência do aumento do terço inferior em função do
aumento da incidência de refluxo gastroesofágico e esôfago de Barrett.
➢ carcinom� epidermóid� o� escam�� (carcinom� espinocelular): derivado do
epitélio estratificado não queratinizado, característico da mucosa
normal do esôfago. se apresenta distalmente (terço distal à junção
gastroesofágica) e é mais frequente no esôfago proximal e médio.
- carcinoma epidermóide tipo basalóide;
- carcinoma verrucoso;
- carcinoma epidermóide tipo basalóide;
➢ adenocarcinom�: no interior do epitélio colunar displásico,
principalmente, na junção esôfagogástrica/cárdia, com refluxo gástrico
crônico e metaplasia gástrica do epitélio, além de aneuploidias e
mutações do p53, mesmo antes da neoplasia se tornar detectável.
- carcinoma mucoepidermóide
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- carcinoma adenóide-cístico.;
➔ classificaçã� macr�cópic� (tip� d� lesõe�):
➢ vegetantes: os mamelões neoplásicos (montículos) proliferam-se
para o interior da luz, alcançando considerável tamanho, sobre
ampla base e de bordas definidas; comuns pequenas
excrescências polipóides nas margens; na superfície, nos focos
de necrose são originadas crateras de diferentes extensões e
profundidade.
➢ ulcerados: os mamelões neoplásicos apresentam menor
extensão que os vegetantes, e forma de úlcera com bordas
grossas, evertidas e irregulares, toda a espessura de sua parede
pode ser atravessada por crescimento tumoral e o diâmetro
maior é orientado para o eixo longitudinal do esôfago.
➢ infiltrantes: os mamelões caracterizam-se por abundante
estroma fibroso, infiltrado em toda espessura da parede ou como
ilhotas descontínuas, circunferenciais, pouco estendidas, com
calibre exterior pouco alterado, de menor elasticidade, e com
finas verrucosidades; a estenose é consequência do
engrossamento parietal e da retração do tecido tumoral
Fatore� d� risc�
● consumo frequente de bebidas muito quentes, em temperatura de 65º
ou mais;
● consumo de bebidas alcoólicas, não havendo níveis seguros de
ingestão. (consumo regular, excessivo ou esporádico);
O consumo de álcool está associado a diversos tipos de deído, que podem provocar
mutações pontuais em algumas células-câncer; O primeiro e mais tóxico metabólito
do etanol é o acetal Além disso, o etanol pode alterar a metilação do DNA e interferir
no metabolismo de retinóides, importantes para os mecanismos antioxidantes.
● O excesso de gordura corporal favorece o desenvolvimento do câncer
de esôfago. A obesidade também facilita o desenvolvimento da doença
do refluxo gastroesofágico (DRGE) - importante fator de risco;
Estudos mostram que pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 30
têm cerca de dezesseis vezes mais chances de desenvolver adenocarcinoma do que
aqueles com IMC menor que 22.
● o tabagismo isoladamente é responsável por 25% dos casos de câncer
de esôfago. O risco aumenta com a quantidade de cigarros consumida;
● história pessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão;
● infecção pelo Papilomavírus humano (HPV);
● Exposição a poeiras da construção civil, de carvão e de metal, vapores
de combustíveis fósseis, óleo mineral, herbicidas, ácido sulfúrico e negro
de fumo está associada ao desenvolvimento de câncer de esôfago.
Quadr� clínic�
● Na fase inicial, o câncer de esôfago não apresenta sinais. Com a
progressão da doença, podem surgir sintomas como dificuldade ou dor
ao engolir, dor retroesternal, dor torácica, sensação de obstrução da
passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda de apetite;
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● na maioria das vezes, a disfagia já sinaliza doença em estado avançado;
● A perda de peso pode chegar até 10% do peso corporal.
Epidemiologi�
- no Brasil, o câncer de esôfago é o sexto mais frequente entre homens e
o 15º entre as mulheres;
- é o oitavo mais frequente no mundo;
- a incidência é cerca de duas vezes no homem do que em mulheres;
- O Rio Grande do Sul é o estado com maior incidência do país para
ambos os sexo;
- o tipo mais frequente é o carcinoma epidermoide escamoso,
responsável por 96% dos casos;
- adenocarcinoma: : é mais comum no mundo ocidental, que inclui
América do Norte, Europa Ocidental e Austrália.
- carcinoma de células escamosas: tipo predominante, com maior
incidência na África, Ásia e América do Sul;
Tipos de câncer | INCA - Instituto Nacional de Câncer
Câncer de esôfago - Distúrbios digestivos - Manual MSD Versão Saúde para a
Família (msdmanuals.com)
BOOK_ACTA_mac.indb (pucrs.br) pag 92
Dialnet-OCancerDeEsofago-5168604.pdf
2. Compreende� � diagn�stic�, açõe� d� rastreament�, tratament� � estadiament� d�
cânce� d� esôfag�.
Diagn�stic�:
É feito por meio da endoscopia digestiva, um exame que investiga o interior do
tubo digestivo e que permite a realização de biópsias para confirmação do
diagnóstico.
- Quando o tumor é detectado precocemente, as chances de cura
aumentam.
- sintoma� d� alert�: disfagia progressiva, perda de peso, astenia e pirose não
responsiva a medicamentos.
- Há sintomas considerados atípicos, como rouquidão, tosse e
pneumonia relacionada à invasão da árvore brônquica.
- exame padrão-ouro: endoscopia digestiva alta com biópsia.
- Depois de confirmar a histologia, é necessário o estadiamento, que é
feito por meio do TNM.
- Esta classificação deve ser iniciada por ultrassonografia endoscópica
(EUS) para avaliar invasão local tumoral (profundidade) e
linfonodomegalias. Em seguida, a tomografia computadorizada (TC) e a
tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) são utilizadas para
detecção de linfonodos e metástases à distância.
Açõe� d� Rastreament�
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de esôfago traga
mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é
recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível em apenas parte dos
casos, pois a maioria só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-esofago
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/tumores-do-sistema-digestivo/c%C3%A2ncer-de-es%C3%B4fago
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/tumores-do-sistema-digestivo/c%C3%A2ncer-de-es%C3%B4fago
https://ebooks.pucrs.br/edipucrs/acessolivre/periodicos/acta-medica/assets/edicoes/2017-2/arquivos/pdf/16.pdf
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da doença. Os sinais e sintomasmais comuns e que devem ser investigados são:
Dificuldade em engolir, Refluxo; Dor epigástrica (parte alta do abdômen); Perda
de peso.
Tratament�
O tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de
forma isolada ou combinada (de acordo com os estágios da doença e das
condições clínicas do paciente).
- cas� e� qu� � objetiv� � � cur�: os pacientes são inicialmente submetidos a
um tratamento combinado com quimioterapia e radioterapia, e
posteriormente é feita a cirurgia.
- tumore� muit� avançad� o� n� cas� d� paciente� muit� debilitad�, o tratamento tem
caráter paliativo e é feito por radioterapia combinada ou não à
quimioterapia
- n� cuidad� paliativ� inclue�: dilatações com endoscopia, colocação de
próteses auto expansivas (para impedir o estreitamento do esofago) e
braquiterapia (radioterapia com sementes radioativas)
- A escolha do tratamento mais adequado depende da localização e
estágios do tumor, idade e estado geral do paciente.
➢ tumores restritos à mucosa: são tratados com ressecção endoscópica da
mucosa como primeira escolha ou com esofagectomia com linfadenectomia.
➢ a tumores localmente avançados: é a esofagectomia precedida por
quimioterapia neoadjuvante e também se recomenda fortemente radioterapia
concomitante.
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➢ Tumores avançados ou recorrentes devem ser tratados com duas ou três
drogas quimioterápicas combinadas ou ainda com quimioterapia mais
radioterapia.
Estadiament�
Preconizado pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), denominado
Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos.
● baseia-se na extensão anatômica da doença, levando em conta as
características do tumor primário (T), as características dos linfonodos
das cadeias de drenagem linfática do órgão em que o tumor se localiza
(N), e a presença ou ausência de metástases a distância (M).
● É importante para: identificar o comportamento biológico do tumor,
selecionar o melhor tratamento, predizer complicações, estimar o
prognóstico e avaliar o tratamento.
● Estes parâmetros recebem graduações, geralmente de T0 a T4, de N0 a
N3 e de M0 a M1, respectivamente.
● as categorias T e N podem ser subclassificadas em graduações
alfabéticas (a,b,c).
O símbolo "X" é utilizado quando uma categoria não pode ser devidamente avaliada.
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● Quando as categorias T, N e M são agrupadas em combinações
pré-estabelecidas, ficam distribuídas em estádios que, geralmente,
variam de I a IV. Estes estádios podem ser subclassificados em A e B,
para expressar o nível de evolução da doença.
Estágios
0- Carcinoma “in situ” (TisN0M0);
I- Invasão local inicial;
II- Tumor primário limitado ou invasão linfática regional
mínima;
III- Tumor local extenso ou invasão linfática regional extensa;
IV- Tumor localmente avançado ou presença de metástases
● estadiamento patológico
- baseia-se nos achados cirúrgicos e no exame anatomopatológico da
peça operatória;
- determina com maior precisão a extensão do cÂncer, podendo ou não
condizer com o estadiamento clínico;
- simbolizado pela letra “p”
● outros símbolos
➢ x: casos em que o tumor primário, linfonodos regionais ou metástases não
possam ser avaliados pelo exame físico ou exames complementares. Grafado
em letra minúscula após o T, N ou M.
➢ y: estadiamento feito durante ou após o tratamento. Grafado em letra
minúscula antes do TNM ou pTNM.
➢ r: casos de recidiva tumoral. Grafado com letra minúscula antes do TNM ou
pTNM.
➢ R: ausência ou presença de tumor residual ao término do tratamento.
➢ Rx: A presença do tumor residual não pode ser avaliada.
➢ R0: ausência de tumor residual.
➢ R1: tumor residual microscópico.
➢ R2: tumor residual macroscópico.
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Estadiamento | INCA - Instituto Nacional de Câncer
3. Cita� a� classificaçõe� da� neoplasia�.
A "neoplasia é uma massa anormal de tecido cujo crescimento excede e não está
coordenado ao crescimento dos tecidos normais e que persiste mesmo cessada a
causa que a provocou”.
todos os tumores benignos e malignos apresentam dois componentes básicos:
● Parênquima: composto por células neoplásicas em proliferação que
determinam o comportamento e as consequências patológicas.
● Estroma: tecido de sustentação formado por tecido conjuntivo e vasos
sanguíneos, o qual define o crescimento e a evolução do tumor.
➢ Tumores benignos: Célula parenquimatosa + sufixo -OMA (ex: fibroblastos +
–oma = fibroma).
➢ Tumores malignos:
- Não hematopoiéticas: sarcomas
- Hematopoiéticas: linfomas e leucemias
- Epitélio de revestimento: carcinomas
- Epitélio Glandular: adenocarcinomas
➢ Teratomas – Tumores benignos ou malignos originados de células
multipotentes, sendo constituídos por tecidos derivados de mais de um folheto
embrionário.
➢ Blastoma: formado a partir de células precursoras, imaturas e indiferenciadas
chamadas
➢ Tumores Mistos – Há proliferação de mais de um tecido.
Características e nomenclatura das neoplasias | Colunistas - Sanar Medicina
Neoplasias - Introdução (ufmg.br)
https://www.inca.gov.br/estadiamento
https://www.sanarmed.com/caracteristicas-e-nomenclatura-das-neoplasias-colunistas
http://depto.icb.ufmg.br/dpat/old/intro.htm

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