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Unidade Curricular: Fisioterapia na saúde coletiva e do trabalhador CONCEITO DE SAÚDE E DETERMINATES SOCIAIS DA SAÚDE Os determinantes sociais de saúde (DSS) são fatores econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos que geram uma influência direta no surgimento de problemas relacionados a saúde ao indivíduo. Além desses fatores, a DSS engloba também: Idade. Gênero (feminino ou masculino). Educação. Estilo de vida. Água e esgoto. Alcoolismo Tabagismo. Dependência de entorpecentes Outro fator muito importante que a DSS engloba são as redes sociais e comunitárias, ou seja, como o indivíduo interage, tanto no meio social quanto no virtual, e ao que ela está exposta, podendo ser interferido por: Produção agrícola de alimentos. Educação. Ambiente de trabalho. Desemprego. Saneamento básico. Habitação. Serviço social de saúde. Todos esses fatores geram uma influência, além de serem influenciados pelas redes sociais, sendo determinantes na condição de vida e trabalho de cada pessoa. O conceito de saúde vem sofrendo alterações ao longo dos anos, entre os anos 50 e 70, por exemplo, a Organização das Nações Unidas (ONU) conceituou saúde como “Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não mera ausência de moléstia ou enfermidade”, ou seja, para que uma pessoa possa ser considerada saudável, é necessário que ela esteja bem fisicamente, mentalmente e socialmente. Atualmente, a palavra saúde é conceituada como o equilíbrio do indivíduo no meio ambiente em que se encontra. OBS.: O conceito de saúde pública, onde o governo tinha o dever de cuidar exclusivamente da saúde de cada pessoa, mudou para saúde coletiva, por envolver a participação do indivíduo, ou seja, ele continua tendo acesso a saúde pelo SUS, além de ter o direito de possuir um plano de saúde. OBS.: O (a) fisioterapia é considerado (a) um (a) profissional da saúde. Modelos de reabilitação Modelo médico Anos atrás, o modelo médico era muito usado para o norteamento da prática clínica em reabilitação, ele era encaminhado exclusivamente para o diagnóstico e priorizava os profissionais da medicina, não levando em consideração a avaliação e o tratamento fisioterapêutico, que tinha o objetivo de identificar os sinais e sintomas de uma determinada doença. Conforme os sinais e sintomas eram identificados, era feito a consideração relacionada ao nível físico da pessoa. OBS.: Nessa época, os tratamentos fisioterapêuticos existiam somente para responder as circunstâncias médicas. O modelo médico conceituava saúde como ausência de doença, focando apenas na mesma e com o intuito de gerar o retorno a normalidade e não a funcionalidade, por meio do tratamento, ou seja, o tipo de doença encaminhava o tratamento com o objetivo de gerar a normalidade. Dentre alguns exemplos de prescrição, estão: Deficiência Prescrição Músculo fraco Ganho de massa Músculo encurtado Alongamento Perda de equilíbrio Treino de equilíbrio Restrição articular Mobilização articular Modelo tecnicista O modelo tecnicista é um ensino voltado para o ensinamento de técnicas referentes as técnicas de tratamento, ensinando o modo de fazer e não explicando o motivo de ele ser feito. Esse modelo não se baseia nas evidencias cientificas, apenas nas experiencias. OBS.: O modelo tecnicista é muito comparado com o termo “receita de bolo”, que é um termo usado para profissionais que aplicam uma mesma técnica a mais pacientes com diagnósticos diferentes. OBS.: O modelo tecnicista ainda é muito usado pelos (as) fisioterapeutas. Funcionalidade Nas últimas décadas, o modelo de reabilitação sofreu uma alteração de paradigmas, começando a focar na funcionalidade, que consiste em observar as consequências funcionais que a doença carrega consigo para a vida do paciente, podendo ser feita apenas se focar em: Estrutura e função. Atividade. Participação do paciente. Portanto, a funcionalidade está relacionada com a estrutura e a função em que o (a) irá trabalhar, gerando o retorno a atividade, além da participação do paciente. OBS.: É necessário analisar a funcionalidade do paciente antes de prescrever as condutas. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) Aprovada em 2001 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a CIF aborda os fenômenos da funcionalidade e da incapacidade na saúde, onde a prioridade é a funcionalidade como um associado essencial da saúde, além de considerar o ambiente, tanto um facilitador quanto um obstáculo, para o desenvolvimento de ações e tarefas. A funcionalidade engloba: Todas as funções do corpo humano. A habilidade do indivíduo em fazer atividades e tarefas importantes da rotina diária. Participação na sociedade, ou seja, o indivíduo participa a todo momento do processo. A incapacidade envolve as várias manifestações de uma doença, como: Prejuízos nas estruturas e funções do corpo, causando deficiências. Limitações (dificuldade) no desempenho de atividades do dia a dia. O indivíduo não consegue interagir com a sociedade, gerando restrição da pessoa à doença. OBS.: A definição de incapacidade está relacionada com doença. OBS.: Além das atividades de vida diária (AVDs), as atividades instrumentais de vida diária (AIDs) também são prejudicadas. A prática baseada em evidencia é de extrema importância para o desenvolvimento do paciente. Atualmente, a reabilitação pauta na funcionalidade e no conceito de incapacidade e saúde, e a Classificação de Condições de Saúde (CID), ainda usado pelo modelo médico, é usado para: Doenças. Distúrbios. Lesões. Diferentemente da CIF que classifica a funcionalidade e a incapacidade relacionada as práticas de saúde, nela é baseada o modelo fisioterapêutico. Tanto a CID quanto a CIF são classificações que atuam de forma conjunta, garantindo um tratamento adequado ao paciente. OBS.: Atualmente, é considerado válido o diagnostico clinico associado a um diagnostico cinético funcional. O principal objetivo da CIF é determinar uma linguagem simples e padronizada para ser usada pelos usuários e profissionais para a definição da saúde, fazendo o uso de códigos para cada um dos seus domínios, além da motivação à produção científica na área da saúde.
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