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PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO DIREITO CIVIL TEORIAGERAL DOS CONTRATOS

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PEDRO AUGUSTO LACERDA DE SOUSA
■ DIREITO CIVIL III:
■ PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO:
“Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o
não executar”.
Trata-se do denominado contrato por outrem ou promessa de fato de terceiro.
O único vinculado é o que promete, assumindo obrigação de fazer que, não sendo executada,
resolve-se em perdas e danos. Isto porque ninguém pode vincular terceiro a uma obrigação. As
obrigações têm como fonte somente a própria manifestação da vontade do devedor, a lei ou
eventual ato ilícito por ele praticado.
Se alguém, por exemplo, prometer levar um cantor de renome a uma determinada casa de
espetáculos ou clube, sem ter obtido dele, previamente, a devida concordância, responderá
por perdas e danos perante os promotores do evento, se não ocorrer a prometida
apresentação na ocasião anunciada. Se o tivesse feito, nenhuma obrigação haveria para quem
fez a promessa (CC, art. 440).
“Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente,
dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento,
a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens”.
A nova regra evidentemente visa à proteção de um dos cônjuges contra desatinos do outro,
negando eficácia à promessa de fato de terceiro quando este for cônjuge do promitente, o ato
a ser por ele praticado depender da sua anuência e, em virtude do regime de casamento, os
bens do casal venham a responder pelo descumprimento da promessa. SILVIO RODRIGUES
exemplifica com a hipótese de o marido ter prometido obter a anuência da mulher na
concessão de uma fiança, tendo esta se recusado a prestá-la. A recusa sujeitaria o promitente a
responder por perdas e danos que iriam sair do patrimônio do casal, consorciado por regime
de comunhão. Para evitar o litígio familiar, conclui, o legislador tira a eficácia da promessa.
■ REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
GONÇALVES, Carlos Roberto, DIREITO CIVIL BRASILEIRO, volume 3: Contratos e Atos Unilaterais,
17. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2020, Título I, capítulo 5.

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