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Processo Eleitoral - Prof Lucon Yarshell e Bonicio

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Processo Eleitoral – Profs. Lucon, Yarshell e Bonício 
 
26.05.2013 
 
Prova no Processo Eleitoral: 
 
No que o Direito Material Eleitoral interfere com a prova? Aparentemente, prova é tão prova no 
processo civil como no processo eleitoral. Os conceitos são os mesmos. O destinatário da prova 
continua sendo o juiz. 
O Direito Material é o banco da prova para o Direito Processual. As especificidades do Direito 
Material interferem de alguma forma com o direito probatório. 
 
Quanto à admissibilidade das provas, vigoram as regras gerais do processo civil no processo 
eleitoral. Não vigora regra que diga que algum meio de prova seja superior a outro. Em 
princípio, a admissibilidade da prova é ampla. A prova pericial é admissível, mas ocorre 
pouquíssimas vezes, apesar de não se saber bem quais as razões disso. O professor já viu prova 
pericial para checar recibos fraudulentos, no processo eleitoral. No mais das vezes, a prova 
pericial tende a ser escassa, ou pela natureza das relações, ou pelo caráter preclusivo do 
procedimento. 
 
O CPC tem alguma restrição quanto à admissibilidade da prova testemunhal (art. 401, CPC). É 
possível se invocar, no processo eleitoral, restrições à prova exclusivamente testemunhal, pela 
natureza das relações envolvidas. O ambiente do conflito eleitoral, naturalmente, reforça o 
ponto fraco da prova testemunhal. O juiz deve ter um cuidado maior com a prova testemunhal e 
com o contexto em que se insere. 
Muitas vezes, esquemas de corrupção são descobertos por conta de um “inadimplemento 
contratual”. Por vezes, a prova testemunhal é a única forma de se descobrir o esquema. Como o 
sistema tratará o delator é um assunto polêmico. Assim, precisa haver um cuidado com a prova 
testemunhal. 
 
 Obs.: art. 400, CPC. A simples existência de prova pericial e documental não exclui 
totalmente a prova testemunhal. 
 
Falar de admissibilidade de provas é falar também de sua valoração. A prova ilícita não pode 
ser considerada. Na dúvida sobre a admissibilidade da prova, deve-se admiti-la. Qualquer tipo 
de prova é admissível, mas o problema é a sua adequação aos fatos. 
 
Há uma tendência contemporânea à pré-constituição da prova. Isso se refere, 
fundamentalmente, à prova documental. Isso tudo se deve ao alargamento de recursos 
tecnológicos de captação dos fatos e de comunicação. Quanto mais se amplia a pré-constituição 
da prova, menos necessária é a prova testemunhal. 
 
No âmbito eleitoral, acontecem situações nas quais alguém grava conversa sem o conhecimento 
do interlocutor. Esse tipo de prova tem sido admitida (STF). Apesar disso, essa prova é 
adequada à boa-fé, o que não afasta a admissibilidade, mas interfere na valoração? Qual a 
eficácia probatória desse tipo de prova? No âmbito eleitoral, pode haver induzimento a que o 
político diga alguma coisa (como no flagrante preparado). 
 
Outra questão, no processo eleitoral, diz respeito às rodas de pessoas em que apenas alguns são 
efetivamente interlocutores. A gravação do que apenas estava presente é prova lícita? Há quem 
faça, aqui, um juízo de proporcionalidade. Mas é ruim estabelecer regras a partir de situações 
limites. 
 
Quanto à produção da prova, o que parece mais relevante no processo eleitoral é relembrar um 
paradoxo. A distinção entre verdade real e verdade formal já foi superada, embora ainda 
apareça em concursos. A verdade que inspira o julgamento é a verdade constante nos autos. 
Qual o paradoxo que existe no Processo Eleitoral? A tendência seria, no processo eleitoral, 
dizer que prevalece a verdade real. Contudo, o que se extrai da experiência é que o processo 
eleitoral tem grande ênfase no princípio dispositivo (as partes têm ônus), por mais paradoxal 
que seja. 
O processo eleitoral é marcado pela rigidez, ou seja, é calcado por preclusões. Há o escopo 
social de eliminação rápida da controvérsia. Pela lógica de consolidação do pleito, o processo 
eleitoral busca a eliminação da controvérsia e a pacificação social, principalmente, apesar de 
também desejar a justiça. Assim, no processo eleitoral, o escopo social prevalece sobre o 
escopo jurídico. O processo eleitoral exige soluções rápidas. 
O prestígio do Direito Eleitoral sugere uma busca ampla da verdade, mas, por outro lado, 
também se busca a consolidação do pleito. Esse é o grande paradoxo. Possivelmente, os 
fraudadores levam essas questões todas em consideração. 
 
O grande problema é a investigação ineficiente e demorada. A persecução deveria ser mais 
eficiente. 
 
Como fica o poder instrutório do juiz no Processo Eleitoral? A tendência seria a maior ênfase 
dos poderes instrutórios do juiz. Mas, como há grande ênfase no princípio dispositivo, é difícil 
o juiz se dar ao luxo de exercer muito os poderes de instrução. A preclusão é muito marcada. Os 
próprios protagonistas jogam na cara do juiz que o processo eleitoral é um processo preclusivo. 
 
 Obs.: Na prestação de contas, o juiz fica muito dependente do parecer técnico. 
 
Talvez um dos pontos mais complicados seja a compra de votos, a captação ilícita de sufrágio 
(art. 41-A, caput e parágrafos, da Lei nº 9.504). Não se sabe se a regra é material ou 
processual. Alguns dizem que “quem compra voto não passa recibo”. Isso é um drama. Indício 
é suficiente para processar, mas não para condenar. Isso para não falar nas formas 
institucionalizadas de compra de voto. 
 
03.05.2013 
 
Competência no Processo Eleitoral: 
 
Aqui, interessa a competência em razão da matéria. Quando a competência é em relação à 
matéria, é muito nítida, é verificada de plano. Assim, no processo eleitoral discute-se a 
competência logo no início do processo. 
 
A discussão sobre competência tem sido admitida por nossos Tribunais já no início do processo 
(Tribunais admitem agravo de instrumento contra a decisão de exceção de competência). Isso é 
importante, pois fixando a competência logo no começo, evita-se dualidade de decisões. 
 
A competência da justiça eleitoral pode ser vista como transitória, como excepcional. Ela é sui 
generis, pois ela não existe: nasce na época das eleições, vigora durante, e depois se extingue. 
Assim, juiz eleitoral só existe na época de eleições. 
Esse período começa com o início do procedimento eleitoral, que é marcado pelo registro das 
candidaturas (momento solene a partir do qual a justiça eleitoral fica formalmente instaurada). 
Termina com a diplomação dos candidatos, sumindo a competência da justiça eleitoral; isto é, 
após a diplomação dos candidatos, a competência volta a ser comum. 
 
Na justiça eleitoral vigora o Princípio da Celeridade: tudo o que é julgado pela justiça 
eleitoral, é julgado rapidamente. Isso para que, com o término do período eleitoral, tudo que era 
de sua competência já esteja julgado terminado. Assim, consegue dar conta de todos os seus 
recursos durante o período de sua existência. 
 
Competência fora do período de Eleições: antes do registro e depois da diplomação, a 
competência é da Justiça Comum. Assim, a competência da justiça eleitoral é transitória. 
 
Antes das eleições, os juízes eleitorais expedem as chamadas Instruções à Execução da Lei 
Eleitoral, que fazem parte do chamado Poder Normativo da Justiça Eleitoral. 
 
 Exemplos: Resolução 20.132/98 (alistamento eleitoral) e Resolução 20.655/2000 (apuração 
dos votos no dia da contagem). 
 
Fixaram-se regras muito valorizadas. Antes das eleições também existe a Função Consultiva 
da Justiça Eleitoral (art. 30, VIII do Código Eleitoral). A princípio, o Judiciário não é órgão 
de consulta, mas a partir dessa função a Justiça Eleitoral emite respostas a consultas. Não é 
qualquer pessoa que pode fazer essa consulta, mas sim o partido político. 
 
Durante as eleições, também pode haver exercício do Poder Normativo (instruções) e da 
Função Consultiva, mas é mais comum anteriormente às eleições. 
 
De acordo com a CF, a competência da Justiça Eleitoralserá regulada por Lei Complementar 
(art. 121, CF), que até hoje não foi regulada. Isso leva a uma fragmentação da competência por 
diversos diplomas legais, presente em várias leis esparsas: 
 
 A principal delas é a Lei Complementar 64/90 (Lei de Inelegibilidade). Quando se tratar 
de inelegibilidade de candidato a Presidente ou Vice, a competência é do TSE; por sua vez, 
a competência é do TRE para os casos de Senador, Governador e Vice, Deputado Estadual e 
Federal; por fim, justiça estadual (juiz eleitoral) para Prefeitos e Vereadores (art. 2º, LC 
64/90). 
 Lei Complementar 86/96: alterou o Código Eleitoral apenas para admitir a Ação 
Rescisória (art. 22, inciso I, J, do Código Eleitoral). O princípio que impera na Justiça 
Eleitoral é o da irrescindibilidade, não cabendo ação rescisória (princípio da impossibilidade 
de impugnação via rescisório). No entanto, veio a LC 86/96 para admitir a ação rescisória 
no TSE em casos de inelegibilidade, devendo ser proposta no prazo de 120 dias da 
decisão. 
A última parte do art. 22, I, J do CE foi suspensa por decisão do STF ao julgar ADIN, ou 
seja, a propositura da ação rescisória não possibilita o exercício de mandato eletivo até seu 
trânsito em julgado. 
 
Competência Geral (art. 22, Código Eleitoral): Onde se lê conflito de Jurisdição, deve se ler 
conflito de Competência, pois a jurisdição é una. 
 
A decisão do TRE admite recurso para o TSE, mesmo que verse sobre matéria administrativa 
(art. 276, CE), o que exige conhecer a competência recursal do TSE. Há possibilidade de entrar 
com RESp perante o TSE contra decisão do TRE em apenas duas hipóteses (RESp é recurso 
que trata apenas de direito – Súmula 7, STJ). O TSE é órgão de superposição e só é acessível 
apenas para matéria de direito, através de RESp, se a decisão do TRE: (i) violar texto expresso 
de lei ou (ii) houver divergência com outro TRE (deve ser feito um controle analítico, devendo 
haver fatos idênticos e diversidade de decisões ou de entendimento e mostrar os pontos de 
divergência). 
 
 Função Nomofilácica: significa dizer que os Tribunais Superiores em Brasília têm a função 
de manter a integridade do ordenamento jurídico nacional, corrigindo as distorções do 
sistema. Isso porque juízes e tribunais ao longo do território nacional possuem poderes para 
dizer o que é constitucional e o que é inconstitucional, o que gera tal distorção no sistema. 
O sistema que, em tese, era íntegro, acaba distorcido. Obs.: Tribunais Superiores não são de 
3º grau. 
 
Também cabe Recurso Ordinário contra decisão do TRE, o que excepciona tudo que falamos 
sobre os Tribunais Superiores. O Recurso Ordinário é como que uma apelação para o TSE, pois 
trata de matéria de fato e de direito. Cabe Recurso Ordinário quando o TRE denegar Habeas 
Corpus ou Mandado de Segurança, ou quando versar sobre expedição de diploma. 
No caso de RO contra denegação de HC ou MS, fala-se em recurso “secundum eventum litis”. 
O TRE terá competência para julgar HC e MS segundo a competência sob a qual se submete a 
autoridade (pessoa coatora). 
 
O TSE não dá a última palavra em matéria constitucional (art. 281, CE). Art. 22, parágrafo 
único, Código Eleitoral: as decisões do Tribunal Superior são irrecorríveis, salvo nos casos do 
art. 281. 
Só vai caber RE contra decisão do TSE para o STF quando este entender que uma lei ou ato 
normativo é contrário à CF, quando se entender inconstitucional uma lei ou ato normativo. 
Deve-se encontrar na fundamentação do Acórdão lei inaplicável por ser contrária à CF; caso 
contrário, deve-se entrar com Embargos de Declaração (art. 535, CPC e Súmula 98, STJ) 
contra o Acórdão. Trata-se do requisito do pré-questionamento (existe quando a Turma no 
Acórdão adota uma posição explícita quanto à matéria a ser discutida em RE). Além disso, o 
STF só aceita RE se houver repercussão geral, o que é reforçado pela Jurisprudência 
Defensiva. 
Ainda, cabe recurso “secundum eventus litis” contra decisão do TSE, quando se pode interpor 
Recurso Ordinário perante o STF (HC e MS, de competência originária do TSE, denegado). O 
prazo de interposição do Recurso é de 03 (três) dias. 
 
Em suma, em princípio, as decisões do TSE e do TRE são irrecorríveis. Mas quando se tratar de 
decisão do TRE em matéria de direito caberá RESp. Irrecorribilidade é a regra. Quando se 
admitir a recorribilidade, trata-se apenas dos casos previstos em lei. 
 
Competências Administrativas (art. 30 do Código Eleitoral): competências para decidir 
questões não eleitorais. Compete privativamente aos TREs a elaboração de seu Regimento 
Interno, constituição de juntas eleitorais, indicação das zonas eleitorais, etc. Há, aqui, um pouco 
de função normativa; há uma carga de normatividade. 
 
Poder de Polícia: é o poder de fiscalizar e manter a ordem. É um poder inerente a toda a justiça 
(comum e eleitoral). Na justiça eleitoral, ganha importância especial por conta do art. 249 do 
Código Eleitoral: “direito de propaganda não importa restrição ao poder de polícia quando este 
deva ser exercido em benefício da ordem pública”. Assim, há o poder do TRE de vetar 
propaganda política, ou seja, a Justiça Eleitoral exerce o controle sobre a propaganda eleitoral 
(ver art. 41, Lei nº 9.504/97). Porém, a alegação de agressão à ordem pública não pode 
suprimir a possibilidade de propaganda eleitoral. 
 
Dentre as competências jurisdicionais e administrativas, existe o chamado Poder de Polícia. Ele 
é algo contundente no Processo Eleitoral. Significa dize que um juiz eleitoral está 
constantemente exercendo esse poder. É uma das competências mais extraordinárias que a 
justiça eleitoral tem (mais poder normativo e consultivo). Tudo isso gera um ambiente 
diferenciado, pois seus princípios e regras são diferentes do Processo Civil clássico. 
 
Conflitos de competência só podem basicamente existir entre dos TREs; quem julga esse 
conflito é o TSE, o que é feito bem rapidamente. 
 
10.05.2013 
 
Recursos Eleitorais: 
 
Recurso é um meio de impugnação no seio de uma mesma relação processual. Já o Recurso 
contra expedição de diploma (art. 262, Código Eleitoral) não é propriamente um recurso; é 
uma ação autônoma de impugnação, na qual o questionamento incide contra a diplomação do 
candidato eleito. Assim, há uma impugnação contra o diploma. 
O prazo para se interpor esse recurso é o mesmo para a interposição dos recursos eleitorais 
(esses sim recursos contra decisões judiciais), que está previsto no art. 264 do Código 
Eleitoral: 03 dias. 
 
No art. 262 do CE, há várias causas de pedir para o RCED, como: a inelegibilidade; a 
incompatibilidade; erro na interpretação da na aplicação do sistema proporcional; erro de direito 
ou de fato na apuração final; etc. No inciso IV o RCED assume quase um caráter rescisório da 
concessão ou denegação de diploma em manifesta contradição com a prova dos autos. 
 
 Obs.: as impugnações intentadas pelo MP são formadas por AIJE, AIME e RCED, todas 
com a mesma causa de pedir. 
 
A competência para julgar RCED é dos Tribunais Eleitorais. O procedimento é enxuto; o 
contraditório é mitigado. Possui limitação no campo probatório, uma vez que só se admite 
prova pré-constituída (ação autônoma de cognição horizontal limitada). 
 
Mas há Recursos Eleitorais propriamente ditos contra decisões judiciais, que seguem o 
regramento do CPC. O recurso em matéria eleitoral tem como prazo de interposição, via de 
regra, 03 (três) dias (art. 258, CE), sendo encaminhado ao TRE. Os recursos eleitorais não 
possuem efeito suspensivo. 
 
O art. 26-C da LC64 fala na possibilidade de se suspender a inelegibilidade ao se interpor 
recurso contra a decisão colegiada que a estabelecer. Aqui, é necessário uma cautelar para se 
obter o efeito suspensivo. Esse pedido de cautelar é feito no Tribunal “a quo”. 
 
O prazo para interposição do RCED é de 03 (três) dias do término da apuração (art. 264, CE).A AIJE, a AIME e o RCED são ações concorrentes, pois têm a mesma causa de pedir. Possuem 
conexão, o que tem por finalidade evitar decisões diversas. 
 
O recurso eleitoral segue as regras do CPC. A tempestividade é, em regras, de 03 (três) dias. 
excepcionalmente, o prazo é de 24 horas. 
 
Da decisão colegiada proferida em RCED, cabe RESp Eleitoral. Se envolvida matéria 
constitucional, pode ser que caiba interposição de RE para o STF. Normalmente, primeiro se 
interpõe RESp Eleitoral e, só quando obtém decisão desfavorável, se interpõe RE. Mas, em 
tese, é possível interposição direta de RE para o STF. 
 
Há recursos interpostos perante o TER, o TSE e o STF. 
Não há preparo em recurso eleitoral. 
 
Há requisitos de forma da peça de interposição. É preciso ter interesse em recorrer. 
Normalmente, o candidato e o partido o têm. Discute-se se a coligação tem interesse. Também 
se discute quando terceiro pode recorrer. Também há a questão do vice, que, para a 
Jurisprudência, é litisconsorte passivo necessário do cabeça de chapa. 
 
Há questões atinentes ao mérito do recurso. Há recursos com requisitos específicos, como o 
pré-questionamento no RESp eleitoral. 
Os requisitos são menos rígidos nos recursos eleitorais. 
 
 Obs.: Um tema que vem sendo discutido é o da substituição em candidaturas. 
 
Nas eleições municipais, as ações são propostas nas zonas eleitorais, perante o juiz eleitoral 
(art. 265, CE). Da decisão do juiz eleitoral, cabe recurso no prazo de 03 (três) dias para o TRE 
(Recurso Eleitoral em Sentido Estrito). Da decisão do TRE, cabe RESp para o TSE (art. 276). 
Para o professor, só cabe interposição de RE após a decisão do TSE, ou seja, não cabe RE 
direto. 
Nas eleições estaduais, da decisão do TER cabe Recurso Ordinário para o TSE (art. 276, II, 
CE). 
 
A regra é o recurso eleitoral não ter efeito suspensivo. Isso pode, eventualmente, ser fonte de 
injustiça. É o que ocorre numa impugnação de registro de candidatura. 
 
A ação rescisória, no processo eleitoral, não cabe em segundo grau, pois não se aplica 
subsidiariamente o CPC. A ação rescisória cabe em hipóteses excepcionalíssimas apenas 
perante o TSE. 
 
O art. 263 do CE diz que o TSE deveria observar o que já foi decidido anteriormente na 
mesma eleição. É possível reverter o entendimento em poucas hipóteses, mas entende-se que 
esse dispositivo não teria sido recepcionado pela CF88. Assim, esse artigo não tem sido 
aplicado. 
 
17.05.2013 
 
Ações e Procedimentos Eleitorais: 
 
 Obs.: Quando se tem o crime de compra de votos, gera-se uma ação cível eleitoral também 
(art. 41-A, Lei nº 9.504). 
 Obs.: Normalmente, são os ministros da categoria jurista que elaboram, na prática, as 
Resoluções, que em boa parte repetem a lei, mas que também inovam. 
 Obs.: No caso de substituição de candidato, a Lei não prevê um prazo. 
 Obs.: Não se discute o Poder Normativo do TSE de editar normas por Resoluções. O que se 
discute é o limite disso. O que é do Legislativo e o que é do TSE? 
 
A Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) tem fundamento constitucional (art. 14, 
parágrafos 10 e 11, CF). Trata-se de ação eleitoral tipicamente constitucional. 
Procura-se defender com a AIME um interesse difuso, não identificável (difuso, pois não há 
como identificar os eleitores). É uma tutela dos direitos do eleitor, do exercício do voto, quando 
se verificar que o processo eleitoral foi contaminado por abusos de poder econômico, fraudes 
ou corrupção. Em suma, tutela-se a legitimidade das eleições. 
 
 Discute-se a contraposição entre abuso de poder econômico e abuso de poder político, 
especialmente por conta do instituto da reeleição. Abuso do poder econômico é o uso 
indevido do dinheiro para fins eleitorais. Abuso de poder político é o uso da estrutura do 
poder político, por aquele que já está no poder, para fins eleitorais. Há doutrinadores, 
porém, que falam que se trata da mesa figura de abuso, aplicando-se a ambos a AIME. 
Outros autores entendem que a AIME aplica-se apenas ao abuso de poder econômico. 
 
 Obs.: Não importa se a compra afetou ou não a eleição. Constatada, leva à perda do 
mandato. 
 
Quando ocorre abuso de poder econômico ou político nas hipóteses que envolvem programas 
institucionais e políticas públicas? Quais os critérios para isso? Programas assistenciais, 
propaganda institucional, etc., tocam à discussão sobre abuso de poder. Algumas situações, 
como propaganda institucional, têm previsão legal. 
O abuso de poder político não é fundamento da AIME. 
 
 Obs.: Jurisprudencialmente, no último ano do mandato (ano da eleição), não se pode 
instituir programa. 
 
Quanto ao procedimento da AIME, é o mesmo da Lei nas Inelegibilidades (art. 22, LC64). O 
CPC é aplicado apenas supletivamente. 
O objeto do processo é a desconstituição do mandato. Se houver compra de votos, incide 
inelegibilidade, que será declarada. Então, pode ser que se declare a inelegibilidade ao fim da 
AIME, se for o caso. 
A competência é do juiz eleitoral, para eleições municipais; do TSE, para eleições 
presidenciais; e do TRE, para os demais cargos, no que tange à AIME. 
Os legitimados ativos para propor a AIME são Procurador Gral da República, Procuradores 
Regionais da República ou Ministério Público Estadual (MP, em geral); ainda, partidos 
políticos e candidatos. E há quem defenda que haveria legitimidade até do cidadão, associações 
e sindicatos (não é o entendimento da jurisprudência), mas é uma posição minoritária. 
O prazo para propor AIME é de 15 (quinze) dias da diplomação. O RCED é de 03 (três) dias da 
diplomação. 
 
Haveria segredo de Justiça até o segundo grau (até a decisão de primeiro grau), na AIME. 
 
Não há litispendência entre AIME e o RCED. Não se juntam os processos, mas, na prática, 
acaba-se julgando igual. 
 
 Em RCED, pode-se alegar abuso de poder político. 
 
Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) é prevista no art. 22 da LC64. As causas de 
pedir são mais amplas. Partido, MP, candidato e coligação são legitimados ativos. 
 
Arbitra-se a infração conforme o caso. Se não altera o resultado das eleições, sanciona-se de 
outra forma que não a cassação. 
 
O art. 73 da Lei nº 9.504 prevê uma série de condutas com aptidão de afetar a igualdade de 
condições dos candidatos, situação que dá ensejo à representação. A representação pode ser 
feita até a realização do pleito, por perda de interesse processual. 
Os arts. 74-76 da Lei nº 9.504 falam do abuso de poder político, o que também enseja 
representação. 
A representação de captação ilícita de sufrágio está no art. 41-A, Lei nº 9.504. 
Há ainda a representação por propaganda eleitoral irregular. 
 
O procedimento das representações é o do art. 22, LC64. Como se percebe, basicamente, é o 
art. 22 da LC64 que vai regular o procedimento. 
 
 Obs.: No caso de imposição de multa eleitoral, quem executa? Antes, executava o 
Executivo Fiscal. Hoje, parece que decidiu-se que a própria Justiça Eleitoral deverá 
executar, porém não tem estrutura. 
 
24.05.2013 
 
 Obs.: Por não haver lei, o TSE entende que pode haver substituição dentro das 24 horas. 
 Obs.: Há uma tendência da Justiça Eleitoral de restringir a propaganda eleitoral. Nesse 
sentido, prevalece a lei eleitoral sobre as portarias municipais. 
 
Advocacia Eleitoral: 
 
No âmbito municipal, a advocacia eleitoral é muito sazonal, especialmente em pequenos 
municípios. Por outro lado, o MP costuma ser muito rígido, como, por exemplo, na fiscalização 
do processo eleitoral. 
 
O Promotor de Justiça é o Promotor Eleitoral atuante na primeira instância. O Procurador 
Regional Eleitoral atuante na segunda instância é um Procurador Regional da República. 
 
Nos TREs, há juízes substitutos. 
A remuneração dos membros do TRE é feita pelo comparecimento às sessões. No TRE, há sete 
julgadores. Para funcionamento, é necessário o quórum de cinco julgadores.As decisões são 
por maioria. O presidente vota em caso de desempate. 
 
Os servidores dos TREs e do TSE são importantíssimos. Os juízes passam, mas eles ficam. Os 
assessores são indispensáveis. 
 
No TSE, o juiz-presidente é o presidente do TSE, há outros dois ministros do STF, há dois 
advogados, o corregedor do TSE (ministro do STJ) e outro ministro do STJ. 
 
Os advogados eleitorais costumam ser especializados nos TREs e no TSE. Ficam 
acompanhando toda a progressão jurisprudencial. Os advogados eleitorais fazem um 
acompanhamento diário das decisões. 
É muito difícil ocorrer recurso para o STF das decisões do TSE. 
 
Reforma Política: 
 
Em seu texto, José Afonso faz uma proposta de Reforma Política, ou melhor, várias propostas 
pontuais sobre o sistema eleitoral, o sistema de governo, etc. 
 
A questão da reforma política envolve grande dificuldade. José Afonso aborda sistema eleitoral, 
financiamento de campanha, fidelidade partidária, suplentes, coligações, liberdade partidária, 
reforma da legislação eleitoral, etc. 
 
 Obs.: A formação de novo partido caracteriza justa causa para a mudança partidária. Fusão 
é criação de novo partido? 
 
Os processos internos ao partido deveriam ser mais transparentes e reguladas e democráticas. A 
estrutura do partido deveria ser melhor disciplinada em lei, respeitando-se os direitos da 
minoria. 
 
Uma temática interessante é a discussão em torno da regulamentação da profissão de lobista. 
 
Há necessidade de elaborar novas leis, especialmente que digam respeito à estrutura dos 
partidos políticos. 
O voto em urna eletrônica também não está imune a discussões. 
Os partidos políticos também deveriam prestar constas à população.

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