Buscar

TUTELA PROVISÓRIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

1 
 
TUTELA PROVISÓRIA 
 
 
 
1. TRAÇOS COMUNS ENTRE TUTELAS DE EVIDÊNCIA E URGÊNCIA 
 
Um dos pontos comuns entre essas duas tutelas é a sumariedade da cognição, 
visto que a decisão se assenta em uma análise superficial do objeto, o que permite ao 
julgador decidir a partir de um juízo de probabilidade. Tendo em vista a superficialidade 
da análise do magistrado, a precariedade também é uma característica de ambas as 
tutelas, pois a tutela provisória será eficaz ao longo do processo, ressalvada a 
possibilidade de decisão judicial em sentido contrário (art. 296, parágrafo único, CPC), 
mas ela poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo (art. 296, caput, CPC). 
Consequentemente, por ter fundamento em cognição sumária e precária, a tutela 
provisória é inapta a tornar-se indiscutível pela coisa julgada. 
Além disso, tanto a tutela de evidência como a de urgência são solicitadas por 
requerimento, salvo previsão legal. Ademais, outro ponto em comum é o fato de que 
ambas buscam abrandar os efeitos perniciosos do tempo do processo, garantindo 
efetividade da jurisdição. Por fim, é válido pontuar que as tutelas provisórias (de 
urgência ou evidência) podem se tornar tutelas definitivas por meio de sentenças ou 
acórdãos. 
 
1.1 Diferenças importantes: 
 
 A tutela provisória de evidência pressupõe a demonstração de que as afirmações 
de fato estejam comprovadas, fazendo com que o direito fique evidente. Nesse contexto, 
a tutela de urgência pressupõe a demonstração de “probabilidade do direito” e do “perigo 
de dano ou risco ao resultado útil do processo” (art. 300, CPC). Diante disso a urgência 
serve de fundamento à concessão da tutela provisória cautelar ou satisfativa (arts. 294 
e 300, CPC), contudo, a evidência só permite a autorização da tutela provisória 
satisfativa (arts. 294 e 311, CPC). 
 
2. REGRAS COMUNS ÀS TUTELAS PROVISÓRIAS 
 
2 
 
Em primeiro lugar, há regras sobre as custas. Assim, segundo o artigo 295 do 
CPC, a tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de 
custas, pois será processada nos mesmos autos do pedido principal. Já quando o 
requerimento tem caráter antecedente ou simultâneo, as custas não são pagas duas vezes 
(arts. 303 e 308). Trazendo a discussão para a tutela de evidência, que é limitada ao caráter 
incidental, não há necessidade de pagamento de custas. 
Outrossim, outra regra comum às tutelas está relacionada à conservação, 
revogabilidade e mutabilidade. De acordo com o art. 269 do CPC, as tutelas provisórias 
podem, a qualquer tempo, serem revogadas ou modificadas, tendo em vista que são 
concedidas com base em cognição sumária, o que dá um caráter provisório e precário às 
tutelas provisórias. 
Dando continuidade, outra regra importante é a estabelecida no artigo 297 do 
Código de Processo Civil, na qual consagra que o juiz tem o poder de determinar todas 
as medidas que considerar adequadas para a efetivação da tutela provisória. Esse 
dispositivo decorre da evidente impossibilidade de abstrata previsão da totalidade das 
situações de risco para o processo (poder geral de cautela). Além disso, na decisão que 
concede, nega, modifica ou revoga a tutela provisória, o juiz deve justificar as razões de 
seu convencimento de modo claro e preciso (art.298, CPC). 
No que tange à regra de competência, quando a tutela provisória foi requerida em 
caráter incidental, o juízo competente será o da causa principal. Contudo, caso requerida 
em caráter antecedente, define-se o órgão competente seguindo-se as regras de 
competência (art. 299, CPC). Nessa vertente, quando se tratar de competência originária 
de tribunal, segue-se a mesma lógica. 
No caso dos recursos, a competência para a concessão de tutela provisória, em 
regra, será do relator (art. 299, parágrafo único; art. 932, II). Quando se tratar de recurso 
ordinário, extraordinário e especial, para que seja definida a competência para concessão 
de tutela cautelar, deve-se verificar a fase em que se encontra o recurso. 
 
 
3. MOMENTOS DE CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA 
 
3.1 Liminarmente 
 
3 
 
A tutela provisória de urgência antecedente, segundo Fredie Didier Jr (2015), só 
pode ser requerida in limine litis, na petição inicial do processo em que se pretende 
formular, ou seja, a tutela provisória de urgência antecedente é requerida liminarmente, 
mas não necessariamente será decidida liminarmente, pois antes da citação e oitiva 
do requerido, é possível a designação de justificação prévia (art. 300, §2°, CPC). A tutela 
provisória incidental, por sua vez, pode ser requerida e concedida a qualquer tempo, 
seja desde o início do processo até seus momentos finais. 
Nesse diapasão, é importante citar que “rigorosamente, liminar é só o provimento 
que se emite inaudita altera parte, antes de qualquer manifestação do demandado e até 
mesmo antes de sua citação" (DIDIER, 2015, p. 578). Nesse sentido, o próprio Código 
de Processo Civil adota esse raciocínio, referindo-se à medida liminar como uma medida 
tomada anteriormente à citação (arts. 239, 300, § 2°, 302, II, e 311, parágrafo único, CPC). 
Desse modo, a concessão da liminar da tutela provisória só é possível quando se trata de 
tutela de urgência (art. 300, §2°, CPC) ou de evidência (incisos II e III do art. 311, CPC). 
 
3.2 Na sentença 
 
A tutela provisória pode ter seus respectivos pressupostos preenchidos já no 
momento da prolação da sentença, havendo, portanto, cognição exauriente. Nesse caso, 
Fredie Didier Jr cita duas situações distintas em que o juiz poderia conceder a tutela 
provisória em sede de sentença: 
 
A) Se for caso de reexame necessário ou de apelação com efeito suspensivo, a 
concessão da tutela provisória no bojo da sentença terá por consequência retirá-la 
do estado de ineficácia e autorizar o cumprimento provisório. 
 
B) Sendo caso de apelação sem efeito suspensivo e não sendo caso de reexame 
necessário, a execução provisória já está automaticamente autorizada, tornando 
quase que inútil a concessão da tutela provisória. 
 
3.3 Em grau recursal 
 
4 
 
A tutela provisória pode ter, também, seus pressupostos preenchidos depois da 
prolação da sentença. Nessa vertente, se a sentença já houver sido proferida e o processo 
já se encontra no tribunal, em grau de recurso, deve-se formular o requerimento de tutela 
provisória incidental dirigido ao próprio tribunal, para que seja apreciado pelo órgão 
responsável pelo julgamento do recurso (art. 299, parágrafo único, CPC). 
Assim sendo, tendo em vista que o juiz de primeira instância já encerrou seu ofício 
na fase de conhecimento, não podendo mais atuar na causa com esse propósito, a 
competência para apreciar o pedido de tutela provisória é do tribunal. Nesse caso, o 
requerimento deve ser formulado por petição simples, mediante demonstração de 
preenchimento dos pressupostos dos arts. 995 e 1.012, §4° e encaminhado ao tribunal ou 
relator, a depender de alguns critérios. 
 
4. RECORRIBILIDADE DAS INTERLOCUTÓRIAS RELATIVAS À TUTELA 
PROVISÓRIA 
 
O artigo 1.015, inciso 1° do CPC, deixa claro que são agraváveis decisões 
relativas às tutelas provisórias, seja no tocante à sua concessão, bem como aquelas que 
se referem à sua efetivação. Semelhantemente, o artigo 1.013, inciso 5°, consagra que o 
capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável 
na apelação. 
 
 
5. DA FUNGIBILIDADE À UNIFICAÇÃO DAS MEDIDAS 
 
Diante das dificuldades que podem surgir na diferenciação da tutela antecipada e 
da tutela cautelar, o legislador deixou a previsão da fungibilidade dessas tutelas de 
urgência requeridas em caráter antecedente, exigindo a prévia e necessária adaptação 
procedimental. Nesse ínterim, o artigo 305, parágrafo único do Código de Processo 
Civil, prevê que, uma vez requerida tutela cautelar em caráter antecedente, caso o juiz 
entenda que sua natureza é satisfativa, poderárecebê-la seguindo o rito correspondente. 
Trata-se, nesse caso, de fungibilidade progressiva, convertendo-se a medida 
cautelar em satisfativa, da menos agressiva para a mais agressiva. Contudo, admite-se, 
também, a fungibilidade regressiva, da satisfativa para a cautelar (da mais agressiva para 
5 
 
a menos agressiva). Dessa forma, é admitida uma fungibilidade de mão dupla, exigindo-
se, no entanto, que se converta o procedimento inadequado para o adequado. 
 
6. CAUTELARES NOMINADAS 
 
Em um primeiro momento, é necessário destacar que o legislador classificou as 
medidas cautelares em nominadas e inominadas. As cautelares nominadas, nesse 
contexto, são aquelas previstas pelo próprio Código de Processo Civil, em seu artigo 301, 
que cita o arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação 
de bem. 
As cautelares inominadas, por sua vez, não têm previsão na Lei Processual. Sua 
existência se dá pela constatação da experiência forense de que há algumas situações de 
perigo para as partes que não podem ser antevistas pelo legislador, visto que não ocorrem 
com a mesma frequência das cautelares nominadas, o que dificulta sua regulamentação. 
 
7. TUTELAS DE URGÊNCIA 
 
Mormente, é essencial destacar que a sua concessão pressupõe a demonstração 
da probabilidade do direito, bem como a demonstração do perigo de dano ou de 
ilícito, ou ainda do comprometimento da utilidade do resultado final que a demora 
do processo representa (art. 300, CPC). Além disso, a tutela de urgência satisfativa exige 
também que os efeitos da decisão antecipatória possam ser revertidos (art. 300, § 3°, 
CPC). 
No que se refere à concessão e requerimento, a tutela provisória de urgência pode 
ser requerida e concedida em caráter incidental ou antecedente. Nesse sentido, a 
incidental se processa de acordo com as regras gerais já mencionadas, contudo, a 
antecedente segue algumas regras específicas. 
 
7.1 Probabilidade do direito 
 
A probabilidade do direito pode ser entendida como sendo a plausabilidade de 
existência desse mesmo direito. Assim, é necessário que o magistrado avalie se há 
elementos que evidenciem a probabilidade de ter acontecido o que foi narrado e quais as 
6 
 
chances de êxito do demandante (art. 300, CPC). Portanto, é preciso que se visualize, na 
narrativa, uma verdade provável sobre os fatos alegados, independentemente da produção 
de provas. 
7.2 Perigo da demora 
 
A tutela provisória de urgência tem como critério a existência de elementos que 
deixem evidente o perigo que a demora no oferecimento da prestação jurisdicional 
representa para a efetividade da jurisdição e eficaz realização do direito. Assim 
sendo, o perigo da demora é definido como sendo o perigo que a demora processual 
representa de dano ou o risco ao resultado útil do processo (art. 300, CPC). O perigo de 
dano, nesse contexto, deve ser concreto, atual e grave e o dano deve ser irreparável ou de 
difícil reparação. 
 
7.3 Reversibilidade da tutela provisória satisfativa 
 
O art. 300, § 3°, do Código de Processo Civil traz o seguinte texto: “a tutela de 
urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão”. Ou seja, é necessário que seja possível retornar 
ao status quo ante caso se constate, no curso do processo, que deve ser alterada ou 
revogada (precariedade). 
 
7.4 Tutela de urgência satisfativa em caráter antecedente 
 
A tutela de urgência satisfativa antecedente é aquela requerida dentro do 
processo em que se pretende pedir a tutela definitiva, no intuito de adiantar seus 
efeitos, mas ocorre antes da formulação do pedido de tutela final. Diante disso, a situação 
de urgência, já existente no momento da propositura da ação, justifica que o autor se 
limite, na petição inicial, a requerer a tutela antecipada, indicar o pedido de tutela 
definitiva, expor a lide, indicar o valor da causa considerando o pedido de tutela definitiva 
que pretende formular e explicitar que pretende valer-se do benefício da formulação do 
requerimento da tutela antecipada em caráter antecedente. 
 
7.5 Tutela de urgência cautelar em caráter antecedente 
7 
 
 
Tal tutela é aquela requerida dentro do processo em que se pretende, a 
posteriori, formular o pedido de tutela definitiva. Tem como objetivos centrais adiantar 
provisoriamente a eficácia da tutela definitiva cautelar e assegurar a futura eficácia da 
tutela definitiva satisfativa. Nessa vertente, é importante destacar que para que essa tutela 
seja concedida, há um procedimento próprio disciplinado nos arts. 305 ao 309 do CPC. 
Destaca-se, também, que a tutela cautelar é autônoma em relação à tutela 
satisfativa, pois contém mérito próprio (pedido e causa de pedir). Isso se evidência pelo 
fato de que o resultado do julgamento da demanda cautelar não influencia no resultado 
do julgamento da demanda satisfativa, isto é, o vencedor da cautelar pode sair vencido no 
pedido principal e vice-versa. 
 
8. TUTELA DE EVIDÊNCIA 
 
Resumidamente, a evidência é o estado processual em que as afirmações de 
fato estão comprovadas. Nesse ínterim, a evidência se conjuga em dois pressupostos: 
prova das alegações de fato e probabilidade de acolhimento da pretensão processual, 
dispensando-se, assim, a demonstração de urgência ou perigo. Tem como objetivos 
redistribuir o ônus que advém do tempo necessário para transcurso de um processo e 
concessão de tutela definitiva. 
 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de 
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: 
 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório 
da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do 
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, 
sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos 
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
8 
 
 
Dado o exposto, percebe-se que existem duas modalidades de tutela provisória de 
evidência: punitiva e documental. A primeira é utilizada quando fica caracterizado o 
abuso de direito de defesa ou manifesto propósito protelatório da parte (art. 311, I), já a 
segunda é usada quando há prova documental das alegações de fato da parte (art. 311, II 
a IV). 
 
9. TUTELA PROVISÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
 
O artigo 1059 do Código de Processo Civil de 2015 prevê que a tutela provisória, 
seja satisfativa ou cautelar, contra a Fazenda Pública, será aplicável de acordo com o 
disposto nos arts. 1º a 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992, e no Art. 7º, § 2º, da 
Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009. Nesse contexto, o CPC-2015 condensou 
formalmente o quadro de restrições legais à tutela provisória contra a Fazenda Pública, 
citando as únicas leis em vigor que podem limitar esse processo. 
Diante disso, a tutela provisória contra a Fazenda Pública fica proibida quando 
tem como objeto: 
 
A) “a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou 
a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza” (art. 7º, § 2º, da Lei nº 
12.016/2009); 
B) “medida que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação” (art. 1º, § 3°, da 
Lei nº 8.437/1992); 
C) “a impugnação, em primeira instância, de ato de autoridades sujeita, na via de 
mandado de segurança, à competência originária do tribunal – ressalvados a ação 
popular e a ação civil pública (art. 1 °, §§ 1°e 2°, da Lei n° 8.437/1992). 
 
10. ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA E “MONITORIZAÇÃO” 
DO PROCESSO CIVIL BRASILEIROEssa técnica ocorre quando ela é concedida em caráter antecedente e não é 
impugnada pelo réu, litisconsorte ou assistente simples. Ocorrendo isso, o processo 
será extinto e a decisão antecipatória continuará produzindo efeitos, até que seja ajuizada 
9 
 
uma ação autônoma para revisá-la, reformá-la ou invalidá-la. Nesse diapasão, segundo 
Fredie Didier Jr. (2015), essa técnica representa uma generalização da técnica monitória 
para situações de urgência e para a tutela satisfativa, na medida em que torna viável a 
obtenção de resultados com a inércia do réu. 
No Código de Processo Civil de 1973, havia o emprego da técnica monitória em 
sede de procedimento especial voltado para a tutela de direitos específicos. Nesse viés, o 
legislador generalizou a técnica, introduzindo-a no procedimento comum para todos os 
direitos prováveis e em perigo que tenham sido objeto de tutela satisfativa provisória 
antecedente. 
Os objetivos da estabilização são: afastar o perigo da demora com a tutela de 
urgência e oferecer resultados efetivos e imediatos diante da inércia do réu. Desse modo, 
para que isso ocorra, é preciso que o autor tenha requerido a concessão da tutela provisória 
satisfativa em caráter antecedente, bem como que o autor não tenha manifestado, na 
petição inicial, a sua intenção de dar prosseguimento ao processo após a obtenção da 
tutela antecipada. Além disso, é necessário que haja decisão concessiva da tutela 
provisória satisfativa em caráter antecedente e, por fim, é necessário que o réu permaneça 
inerte diante da decisão que concede tutela antecipada antecedente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Congresso Nacional. Código de Processo Civil, de 15 de março de 2015. 
Diário Oficial da União, Brasília. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 1 
ago. 2022. 
 
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n° 8.437, de 30 de junho de 1992. Diário Oficial da 
União, Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8437.htm. 
Acesso em: 1 ago. 2022. 
 
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n° 12.016, de 06 de agosto de 2009. Diário Oficial 
da União, Brasília, ano 2009. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12016.htm. Acesso em: 1 
ago. 2022. 
 
DIDIER JÚNIOR, Fredie Souza. Curso de Direito Processual Civil. 10 ed. Juspodivm, 
Salvador-BA, v. 2, 2015. 
 
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. 7ª Turma Cível. Agravo de 
instrumento n. 0729062-43.2021.8.07.0000. Relator: Fabrício Fontoura Bezerra. 
Julgamento em 02 de fevereiro de 2022. Corte ou Tribunal. Brasília (DF), 02 de fevereiro 
de 2022.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes