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Modulação da Dor e Analgésicos Opioides - Farmacologia Neuroendócrina

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Modulação da Dor e Analgésicos Opioides 
Farmacologia Neuroendócrina 
O que é Dor? “Experiência sensorial e emocional 
desagradável associada a um dano real ou potencial do 
tecido, ou descrita em termos de tais danos”. Inclui 
componentes discriminativos da sensibilidade dolorosa 
(envolve aspectos afetivo e motivacionais). 
- Dor aguda: é uma resposta protetiva que ocorre 
quando um tecido é danificado. Provoca uma reação de 
retirada frente ao estímulo nocivo. Exemplos: pisar em 
um prego, dor de cabeça, neuralgia (neuralgia do nervo 
trigêmeo). Dura algumas horas. 
- Dor crônica: é uma patologia. É resultante da 
persistência de estímulo nocivos ou disfunções do SNP. 
Não se refere ao prolongamento da dor aguda. Dura pra 
sempre. 
- Componente sensorial-discriminativo: detecção da 
intensidade, localização, duração, padrão temporal e 
qualidade do estímulo nocivo. 
- Componente emocional-afetivo-cognitivo: reação 
emocional decorrente da percepção, ou seja, a 
integração do estímulo nocivo com áreas corticais e 
sistema límbico. Leva a perda da função biológica. É uma 
hiperexcitabilidade dos neurônios que despolarizam 
espontaneamente. Exemplos: dor neuropática (danos 
cerebrais ou dos nervos → infecção por Herpes Zoster), 
fibromialgia. 
+ Estímulos nocivos liberam mediadores que ↓ o limiar 
de excitabilidade, fazendo com que se sinta mais dor. 
> Nocicepção: é o fenômeno pelo qual ocorre a 
codificação e o processamento dos estímulos ambientais 
físicos e químicos ou patológicos que resultam na dor, 
através de uma cascata complexa de eventos da periferia 
até as estruturas superiores do sistema nervoso central 
(percepção dos estímulos nocivos). 
- Nociceptores: (receptores de dor) são terminações 
nervosas livres que causam a percepção da dor por meio 
de axônios que se estendem na direção do SNP, sendo 
sensíveis a diferentes tipos de estímulos de intensidade 
nociva: térmicos (queimar a mão com fogo), mecânico 
(pisar no prego) e químicos (queimar com ácido). 
Todas as vezes que sentimos dor, a sentimos pela 
captação do estímulo recebido por meio dos 
nociceptores. 
> A dor, aguda ou crônica, traz respostas orgânicas 
negativas como: 
→ Alteração do sono 
→ Depressão 
→ Ansiedade 
→ Espasmos musculares 
→ Hipertensão 
→ Arritmias cardíacas 
→ Náuseas e vômitos 
> Limiar de Dor: é a mínima intensidade de um estímulo 
que é percebida como dolorosa. 
Todos nós possuímos um limiar de dor, e ele varia de 
acordo com a presença de mediadores que podem: 
↑ limiar: mediadores químicos analgésicos endógenos, 
como os opioides endógenos, 5-HT, e noradrenalina. 
Menos dor. A liberação desses analgésicos freia a 
condução da dor. 
↓ limiar: mediadores químicos algésicos, como 
glutamato, sP, BK, NO (estimuladores) e PG’s e 5-HT 
(sensibilizadores). Mais dor. 
Etapas da Nocicepção: 
1) Transdução: estímulo nocivo é transformado em 
potencial de ação. 
O estímulo nocivo (térmico, mecânico ou químico) é 
recebido pelos nociceptores na periferia, gerando uma 
atividade elétrica neles, o que vai provocar uma 
despolarização da membrana, que vai gerar um potencial 
de ação (impulso nervoso), que será propagado pela fibra 
aferente. 
 
É nessa região da lesão/estímulo onde haverá liberação 
de mediadores químicos (glutamato, substância P, 
fatores de crescimento) que reduzem o limiar da dor. 
2) Transmissão: o potencial de ação (impulso nervoso) é 
conduzido pela fibra aferente central até o corno dorsal 
da medula espinal (CDME). 
 
As fibras sensoriais aferentes, que conduzem o impulso 
nervoso ao SNC, podem ser classificadas em 4 tipos: 
→ Fibras Aδ: conduzem o impulso da dor e 
temperatura. Fibra mielinizada, conduzindo o 
impulso mais rapidamente. 
→ Fibras C: conduzem o impulso da dor, temperatura 
e toque. Não mielinizada – velocidade de condução 
lenta. Até o final da condução, a pessoa ainda não 
sente dor. 
→ Fibras Aα: não conduzem dor! Mielinizada – rápida 
condução. 
→ Fibras Aβ: não conduzem dor! Mielinizada – rápida 
condução. 
 
 
Quando se pisa em um prego (estimulo mecânico), os 
nociceptores são ativados, transformando esse estímulo 
em um potencial de ação que será conduzido pelas fibras 
aferentes A ou C até o corno dorsal da medula espinal. 
Nessa região, as fibras fazem uma sinapse com as fibras 
do neurônio motor, induzindo o reflexo motor de retirada 
do pé do local, que vai ser conduzido à periferia pelas 
fibras descendentes. Contudo, parte do impulso nervoso 
continua pelas vias ascendentes em direção ao tálamo, 
onde haverá a percepção da dor. 
3) Modulação: consiste em um conjunto de mecanismos 
que atenuam ou amplificam os impulsos nociceptivos no 
CDME antes de chegar a níveis superiores do SNC. 
4) Percepção: o impulso é percebido como dor por meio 
da integração entre os estímulos nocivos e o SNC na 
região do tálamo, e o sistema límbico. 
O impulso nervoso é conduzido pela via ascendente da 
dor, pelas fibras A ou C, percorrendo o trato espino-
talâmico, até alcançar o tálamo, no SNC, onde fazem 
sinapse com os neurônios, levando à percepção da dor. 
A via descendente inibitória da dor funciona como 
“freio” da dor, impedindo que a dor seja sentida por um 
longo período de tempo. Isso ocorre pela liberação de 
opioides, noradrenalina, e outras substância analgésicas 
endógenas no corno dorsal da medula espinal. Essa via 
ocorre pela ativação da substância cinzenta 
periaquedutal do mesencéfalo. 
O tálamo é responsável por organizar as informações que 
chegam pelas vias para os centros superiores e inferiores. 
- Superiores: organiza informações no córtex 
somatossensorial – indica a localização da dor, e para o 
sistema límbico, que é responsável pelo componente 
afetivo-emocional. 
- Inferiores: envia informações para a via descendente 
inibitória para a modulação da dor. 
 
Mediadores Químicos da Via Ascendente 
 
Um estímulo nocivo provoca uma injuria tecidual que vai 
levar à liberação de mediadores químicos pelos vasos 
sanguíneos, sistema imunológico e terminações 
nervosas, na região lesionada. Esses mediadores vão 
sensibilizar ou estimular os nociceptores da periferia 
(reduzir o limiar de disparo dos nociceptores), induzindo 
a geração de um potencial de ação que será propagado 
pela fibra ascendente primária. 
O impulso chega ao corno dorsal da medula espinal onde 
ocorre a primeira sinapse sensorial. O impulso será 
conduzido pelas fibras aferentes até alcançar o tálamo, 
onde a dor será percebida. 
> Mediadores químicos estimuladores: dependem do 
limiar da dor baixo. 
o Glutamato 
o Substância P: vasodilatação e liberação de 
histamina, que também estimula o nociceptor. 
o Bradicinina 
o Óxido nítrico 
> Mediadores químicos sensibilizadores: não dependem 
do limiar da dor. 
o Prostaglandina 
o Serotonina 
 
Portão de Controle: 
Se não existisse o controle inibitório, provocado pela 
liberação de analgésicos na via descendente da dor, nós 
sentiríamos dor o tempo todo. O controle inibitório 
ocorre quando um sistema de portão se fecha, impedindo 
a chegada do impulso nervoso da dor no tálamo. 
Esse portão se refere à via descendente inibitória. Mas, 
com o avanço de estudos, outros mecanismos inibitórios 
foram identificados. 
 
As fibras Aδ e C conduzem o impulso nervoso da dor, 
gerado pela ativação dos nociceptores que deflagrou o 
potencial de ação, ao corno dorsal da medula espinal, 
onde ocorre a primeira sinapse sensorial. O impulso é 
propagado pela via aferente da dor ao tálamo, para assim 
provocar a percepção da dor. O impulso por essas fibras 
é mais lento já que são pouco ou não mielinizadas. 
A via descendente inibitória ativa a substância cinzenta 
periaquedutal, que vai frear a condução do impulso 
nervoso da dor para o SNC e também ativa a liberação de 
analgésicos endógenos na substância gelatinosa do 
corno dorsal da medula espinal. 
As fibras Aβ e Aα (mecanorreceptoras) são mielinizadas, 
conduzindo impulsos rapidamente, apesar de não 
conduziremo impulso da dor. Essas fibras chegam à 
substância gelatinosa do corno dorsal da medula espinal 
e induzem a liberação analgésicos endógenos 
(encefalina, noradrenalina e serotonina). Por conduzirem 
mais rapidamente o impulso, liberando mais 
rapidamente os analgésicos, essas fibras são capazes de 
frear a condução do impulso nervoso da dor pela ação 
das vias aferentes da dor. 
As fibras Aβ e Aα também estimulam os interneurônios 
(neurônios inibitórios) presentes na substância 
gelatinosa do corno dorsal da medula espinal, freando a 
condução do impulso da dor. Esses interneurônios 
produzem analgésicos endógenos inibitórios. 
*A massagem estimula os mecanorreceptores, cujo 
estimulo mecânico do tato é conduzido pelas fibras Aβ ou 
Aα, que vai estimular os interneurônios inibitórios a 
produzirem analgésicos endógenos. 
As fibras Aδ e C inibem o neurônio inibitório, o que 
impede a produção de analgésicos endógenos por eles. 
Assim, o impulso nervoso da dor continua sendo 
propagado pelo trato espino-talâmico – via ascendente, 
levando o estímulo para o SNC, onde a dor será 
percebida. 
 
Opiáceos: são compostos naturais encontrados na 
resina da papoula dormideira (Papaver somniferum – 
Papaveraceae). São alcaloides naturais: 
- fenantrenos (morfina, codeína, tebaína) 
- benzilisoquinolinas (papaverina e noscapina) 
As drogas opiáceas, também chamadas de opiáceos, 
podem ser classificadas em dois grupos: naturais e 
semissintéticas. Os naturais não sofrem modificação, 
como a morfina, e os opiáceos semissintéticos são 
aqueles que são resultantes de uma modificação química 
em uma substância natural, como a heroína, que é uma 
modificação da fórmula da morfina. Onde todas são 
derivadas do ópio – substância natural. 
 
Ópio: é a substância leitosa obtida da resina da 
papoula. 
Em 1806, Sertürner relatou o 
isolamento de uma substância 
pura do ópio que ele chamou de 
Morfina. Em 1832, Robiquet 
“descobriu” a Codeína presente no 
ópio, e, em 1848 Merck, a 
Papaverina. 
Na metade do século XIX, os 
alcalóides começaram a ser usados 
pela medicina. 
Opioides: são compostos, independente da estrutura 
química, que têm propriedades farmacológicas similares 
aos opiáceos. 
Todo opiáceo é um opioide, mas nem todo opioide é um 
opiáceo. 
Os opioides podem ser endógenos, naturais, 
semissintéticos e sintéticos. 
> Opioides endógenos: peptídeos. São substâncias 
analgésicas liberadas na via descendente inibitória, pela 
ativação da substância gelatinosa do corno dorsal. 
Cada família deriva de uma proteína precursora: 
Prépróopiomelanocortina (POMC) → Endorfinas 
Prépróencefalina → Encefalinas 
Prépródinorfina → Dinorfinas 
- Todos têm em comum a sequência amino-terminal: Tyr-
Gly-Gly-Phe-(Met ou Leu). 
> Opioides exógenos: podem ser de origem natural, 
sintética ou semissintética. 
> Receptores opioides: é o alvo molecular dos 
opiáceos/opioides, que são agonistas desses receptores. 
- São receptores metabotrópicos acoplados à proteína 
Gi. 
- Distribuição: SNC (cérebro, medula espinhal) e tecidos 
periféricos (tec. Vascular, cardíaco, pulmão e TGI). 
- Mecanismo de ação celular: 
A interação dos opioides com os receptores opioides 
provoca sua ativação. Por estar acoplado à proteína Gi, 
vai ocorrer a inibição da atividade da adenilato ciclase, 
que não vai sintetizar cAMP, reduzindo a atividade da 
PKA. Com isso, a PKA não vai ser capaz de fosforilar os 
canais de cálcio e induzir sua abertura. Assim, ocorre 
diminuição do cálcio intracelular, que vai inibir o 
potencial de ação e a liberação de neurotransmissores, 
que vai impedir o estímulo da dor. 
- Contudo, esses receptores abrem canais de K+, 
provocando hiperpolarização da membrana. 
- Um antagonista desses receptores inibe a inibição do 
impulso nervoso da dor. Assim, estes atuam estimulando 
a abertura de canais de cálcio, que vai aumentar o nível 
intracelular desse cátion, ocorrendo a deflagração do 
potencial de ação, que vai provocar a dor. 
- Podem ser de 3 tipos: 
→ µ (MOR) 
→ κ (KOR) 
→ δ (DOR) 
> Maioria utilizado na clínica é seletivo para subtipo µ 
> Agonistas κ-seletivos não são utilizados por tempo 
prolongado (podem causar disforia) 
> Agonistas δ seletivos não são utilizados na clínica 
> Agonistas/Antagonistas mistos (tratamento do vício 
em opioides) – pouco utilizados 
- Afinidade dos opioides endógenos pelos receptores: 
 
- Efeitos da Ativação dos Receptores: 
> Analgesia no SNC: 
 Modulação das vias ascendentes: a analgesia 
ocorre pela ativação dos receptores µ. 
Na periferia, os agonistas endógenos ou exógenos 
interagem com os receptores do tipo µ, e bloqueiam 
a condução do impulso nervoso da dor. 
No SNC (corno dorsal da medula espinal), esses 
receptores podem ser ativados, levando à uma 
cascata que impede a ativação de PKA, que não será 
capaz de abrir canais de cálcio para levar a 
deflagração do potencial de ação, e, as vesículas 
contendo neurotransmissores não são exocitadas 
na membrana terminal. 
A abertura dos canais de potássio provoca 
hiperpolarização da membrana e diminui a 
frequência com que o potencial de ação é gerado, 
diminuindo a propagação do impulso nervoso que 
leva a redução da percepção da dor – transmissão. 
 Modulação das vias descendentes: a ativação do 
receptor µ presente nas terminações GABAérgicas, 
inibe a liberação do GABA, um neurotransmissor 
inibitório, que é liberado na substância gelatinosa, 
onde também há receptores opioides. Assim, não 
ocorre mais a inibição do interneurônio inibitório, e 
este continua inibindo a propagação do impulso 
nervoso. 
Normalmente, o GABA inibe o neurônio inibitório de 
modulação da dor na substância gelatinosa. Com a 
inibição da liberação do GABA, esse neurotransmissor 
não pode mais inibir a ação do interneurônio inibitório. 
Assim, esse interneurônio continua inibindo a 
propagação do impulso nervoso da dor pela liberação de 
analgésicos endógenos, aumentando o limiar da dor. 
 
A ligação dos opioides em receptores presentes em 
outras regiões, podem gerar efeitos adversos 
(dependendo da dose, condições clinicas). 
> Na Respiração: nos pulmões 
 Efeito adverso: depressão de todas as fases da 
respiração (subtipos µ/k)!!! 
- Efeito de depressão na geração do ritmo da 
respiração. 
- Deprimem reatividade à níveis de CO2. 
- Aumentam rigidez da parede torácica. 
 Precauções: 
- Pacientes com distúrbios respiratórios, asma, 
DPOC 
- Combinação com anestésicos, álcool, sedativos-
hipnóticos 
- Idade (recém natos X idosos) – mecanismos de 
excreção e metabolização menos eficientes. 
- Distúrbios do sono (apneia) 
> No Sistema Cardiovascular: 
 Efeito adverso: hipotensão, devido à vasodilatação 
arteriolar e venosa periférica (Liberação de 
histamina por mastócitos), reduzindo a pressão 
arterial. 
> Efeitos eméticos e nauseantes: 
 Estimulação direta da zona de gatilho 
quimiorreceptora. 
> No Trato Gastrointestinal: 
 Efeito adverso: constipação, devido à inibição de 
secreção intestinal e da atividade propulsátil 
(peristaltismo) do intestino delgado. 
> Outros efeitos: 
Sedação, miose, convulsões, inibição do centro bulbar da 
tosse. 
 
Opiáceos e Opioides: fármacos 
> De origem natural: opiáceos 
1. Morfina é o principal componente do ópio (Papaver 
somniferum), com grau de concentração que varia de 4 a 
21%. É de origem natural, mas também pode ser 
sintetizada. 
2. Codeína é encontrada no ópio em concentrações que 
variam de 0.7 a 2.5%. É de origem natural, mas é 
sintetizada. 
3. Tebaína = Papaver bracteatum = efeito estimulante ao 
invés de sedativo. 
Fenantrênicos  Morfina, Codeína (Papaver 
somniferum) e Tebaína. 
Benzoilisoquinoleínicos  Papaverina (Papaver 
somniferum) 
> Semi-sintéticos: opioides 
1. Heróina (1874) – droga de abuso 
2. Hidromorfona “Dilaudid” 
3. Oxicodona (tebaína) “Percodan” 
4. Etorfina e diprenorfina = são dois dos compostos de 
Bentley (tebaína). 
> Sintéticos: opioides 
1. Meperidina 
2. Metadona= “Amidona”, “Dolophine”, “Metadona” 
3. LAAM = levo-alfa-acetilmetadol 
4. Propoxifeno = “Darvon” 
> Antagonistas: não tem atividade intrínseca, bloqueia os 
receptores ao interagir com eles. 
1. Naloxona “Narcan” 
2. Nalorfina “Nalline” (agonista parcial) 
3. Pentazocina “Talwin” (agonista parcial) = nas ruas a 
pentazocina é frequentemente usada em combinação 
com outra droga: a tripelenamina; esta combinação é 
comumente chamada “T’s and B’s” ou “T’s and Blues”. 
 
Vias de Administração dos Opioides 
→ Oral: sofre metabolismo de primeira passagem – 
perda do fármaco antes que este alcance a corrente 
sanguínea. Melhor adesão do paciente. 
→ Parenteral 
→ Transdérmica 
→ Intratecal 
→ Retal: sofre metabolismo de primeira passagem. 
Metabolismo da Morfina 
> Biodisponibilidade oral: 25% (baixa) 
> Origina 2 metabólitos na fase 1 (aumenta polaridade) 
do metabolismo de primeira passagem: 
- M3G: responsável pelos efeitos excitatórios da morfina. 
- M6G: responsável pelos efeitos analgésicos da morfina. 
 
Metabolismo da Codeína 
> Biodisponibilidade oral: ~60% (baixa) 
> Baixa afinidade por receptores opioides, quando 
comparada à morfina. 
> T1/2 = 2-4h 
> Potência analgésica baixa comparada à morfina = 
1:1034 
> Dose usual: 30-60 mg a cada 4- 6h 
> Aplicação terapêutica: antitussígeno. Devido à sua 
baixa potência, não é utilizada como analgésico (muito 
fraco). 
 
Meperidina e Loperamida 
> Meperidina: 
- Agonista µ (ação principal): 
analgésico, uso durante o parto. 
- Bloqueio da recaptação de 5-HT 
(serotonina) 
- Contraindicação: inibidores da 
MAO 
- (Síndrome serotoninérgica) 
> Loperamida: 
- Principal uso: antidiarreico 
- Baixa penetração na BHE – 
não atua nos receptores µ do 
SNC, que medeiam a 
analgesia. Assim, atuam mais 
no TGI. 
Fentanil 
- Efeito analgésico após 5 min 
(adm IV) – rápido 
- Tratamento de estados de 
dor severos 
- Adjuvantes na anestesia (diminuem dose dos 
anestésicos voláteis) 
- Não induzem liberação de histamina (utilizado em 
cirurgias cardiovasculares) – que provoca vasodilatação. 
Metadona 
- Ação longa (t1/2 = 55h) 
- L-metadona: 8-50x mais potente que 
D-metadona 
- Eliminação extensiva quando urina é 
acidificada 
- Alta ligação à proteínas plasmáticas 
- Uso terapêutico: dor crônica, síndrome de abstinência 
de heroína e outros opioides – devido ao seu tempo de 
meia-vida e seu baixo poder de adicção. 
 
Propoxifeno 
- Isômero L tem ação 
antitussígena 
- Utilizado em combinação com 
paracetamol 
- Metabolismo principalmente 
por CYP3A4. Por isso, é um risco 
administrá-lo com inibidores desta CYP – como 
verapamil, fluconazol, diltiazem, cetoconazol, já que vão 
aumentar muito a concentração plasmática desse 
opioide, aumentando os efeitos colaterais. 
- Risco de efeitos fatais na overdose (pacientes com 
tendências suicidas não podem fazer uso deste 
medicamento!!!!) 
Tramadol 
- Agonista µ fraco (1/60000 
comparado à morfina) – baixo 
efeito analgésico. 
- Inibe recaptação de NA 
(enantiômero (+)) e 5-HT 
(enantiômero (-)). Isso favorece o 
aumento de NA e serotonina, que serão liberadas na via 
descendente inibitória, atuando como analgésicos. 
Por isso, mesmo sendo um agonista µ fraco, ele é um bom 
analgésico, já que atua por outros mecanismos, como a 
liberação de NA e serotonina. 
- Metabólito O-desmetilado 2-4x mais potente que o 
Tramadol 
- Metabolismo: CYP2D6 e 3A4 
- Pode causar convulsões ou exacerbar convulsões de 
paciente diagnosticados 
- Não deve ser utilizado junto com inibidores da MAO e 
inibidores de recaptação de serotonina – aumentaria 
muita serotonina. 
Buprenorfina 
- Agonista parcial µ - Vantagem? 
- Metabolização via CYP3A4 
Cuidado!!!!! 
 
 
> Afinidade pelos Receptores: 
 
Potência e Eficácia 
Potência: DE50 – dose necessária para se atingir 50% do 
efeito máximo. 
Eficácia: Emáx – efeito máximo. 
 
Fentonil é o mais potente, porque atinge 50% do efeito 
máximo em uma dose menor. É um agonista pleno. Assim, 
não é necessário que interaja com todos os receptores 
para provocar o efeito analgésico máximo. 
Fentonil e Morfina são eficazes, já que ambos alcançaram 
o efeito máximo, embora o Fentonil seja mais potente. 
Buprenorfina é um agonista parcial. Assim, mesmo 
ocupando todos os receptores, ela não atinge o efeito 
máximo. 
Meperidina é a menos potente, porque precisa de uma 
concentração muito alta para alcançar o efeito máximo. 
Contudo, este fármaco é capaz de gerar o efeito 
analgésico, sendo eficaz. 
 
Antagonistas 
> Naloxona: adm parenteral! 
> Naltrexona: aprovada para o tratamento do alcoolismo! 
> Uso terapêutico: overdose de opioides (reverte 
depressão respiratória). 
> Problema: pode induzir síndrome da abstinência. 
> os opioides podem gerar 2 tipos de toxicidade: 
- Toxicidade aguda: paciente tem superdosagem por erro 
de dose – provoca depressão respiratória. Para reverter 
esse quadro, utiliza-se um antagonista. 
- Toxicidade crônica: tolerância e dependência. Não se 
utiliza um antagonista, mas realiza-se o desmame e 
utiliza a metadona, um agonista. 
Janela Terapêutica 
Janela terapêutica: é o 
intervalo entre a dose 
máxima eficaz e a dose 
mínima tóxica. 
Um erro terapêutico pode 
provocar uma depressão 
respiratória, levando o 
paciente à óbito. 
As curvas concentração-
efeito são usadas para 
determinação do índice terapêutico. A distância entre as 
duas curvas referentes ao efeito terapêutico desejado e o 
efeito tóxico correspondem à chamada margem de 
segurança. (Índice terapêutico = relação entre a DL50 e a 
DE50). 
Efeitos Centrais dos Opioides 
→ Inibem a atividade neuronal 
→ Elevam o limiar doloroso 
→ Depressão respiratória 
→ Euforia; sedação 
→ Excitação 
→ Convulsão 
→ Miose/midríase 
→ Náuseas e vômitos 
→ Antitussígeno 
→ Inibe o centro termorregulador 
Efeitos Periféricos 
→ Liberação de histamina (com exceção do 
Fentanil) – por isso causa: 
→ Dermatite 
→ Urticária 
Efeitos Adversos 
→ Depressão respiratória 
→ Sedação 
→ Dependência psicológica e física – toxicidade 
crônica 
→ Redução da motilidade gastrintestinal 
→ Espasmo do músculo liso gastrointestinal – 
constipação 
→ Náuseas e vômitos 
→ Broncoconstricção – depressão respiratória 
→ Hipotensão 
Contraindicações 
→ Paciente com insuficiência renal e hepática 
→ Parto 
→ Problemas respiratórios (DPOC e asma) 
→ Lesão e trauma cerebral 
→ Convulsões 
→ Hipovolemia 
Efeitos da Ativação dos Receptores 
> Tolerância: é quando a dose administrada não gera 
mais efeito. Pode ser causada pela internalização dos 
receptores ou dessensibilização dos nociceptores. 
- Perda do efeito com administração prolongada 
- Revertida com o término do tratamento 
- Tolerância cruzada 
- É necessário aumentar a dose, mas isso pode aumentar 
a probabilidade de efeitos adversos. 
> Dependência: 
- Manifestada pela síndrome da abstinência 
(exacerbação dos sinais de ativação) 
- Principais eventos: agitação, hiperalgesia, depressão, 
ansiedade, dilatação da pupila, agitação, vômitos, 
diarreia, coriza, contrações musculares, calafrios, febre, 
sudorese, colapso circulatório. 
> Vício/Adicção: é 
provocado porque os 
opiodes ativam o sistema 
recompensa (via 
mesocorticolímbica) e os 
receptores µ inibem a 
transmissão GABAérgica e 
aumentam a liberação de 
dopamina, que é o 
neurotransmissor do 
bem-estar/gratificação. 
 
Escala Analgésica Sugerida pela OMS

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