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Aillyn Fernanda Bianchi
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de forma que os pacientes com obstrução biliar (existente ou suspeitada) devem receber antibioticoterapia profilática. Tanto a CTP quanto a CPER estão contra-indicadas quando há pancreatite aguda (visto que a inflamação pode agravar-se após injeção do contraste) a não ser quando se planeja uma manobra terapêutica como a retirada de um cálculo, que pudesse estar causando pancreatite por refluxo de bile. A escolha entre CPER e CTP depende de vários fatores, mas principalmente da experiência profissional e disponibilidade de recursos de cada hospital. De modo geral, a CPT é disponível em um número maior de hospitais, é mais rápida e barata e exige menos treinamento do que a CPER. A CTP costuma ser mais útil nas obstruções altas, que terminam ductos biliares intra-hepáticos muito dilatados. A CPER costuma ser mala útil nas obstruções distais, quando os ductos biliares intra-hepáticos tender a uma dilatação menor. Como na grande maioria das vezes as obstruções baixas são causadas por cálculos impactados na papila, a CPER ainda é terapêutica. QUADRO CLÍNICO O principal sintoma relacionado à colelitíase e a dor súbita tipo cólica caracteristicamente localizada em hipocôndrio direito e epigástrio, apresentando, às vezes, irradiação para escápula – a cólica biliar. Esta tem sua intensidade maior no período de 30 minutos a 5 horas de seu início, com melhora gradual ao longo de 24h. No início do quadro clínico náuseas e vômitos encontram-se presentes. A dor muita vezes ocorre após refeição com alimentos gordurosos, após uma lauta refeição que se segue a jejum prolongado ou mesmo após uma refeição habitual. A dor originada nas vias biliares aparece quando há distensão dos canais biliares ou da vesícula. O impacto dum cálculo no canal cístico ou no colédoco, que impede o fluxo da bile é a causa mais freqüente, de distensão e conseqüente dor. Não ocorre febre ou outros sinais de reação inflamatória. O exame abdominal é pobre, com dor à palpação em hipocôndrio direito e/ou epigástrio. Não há massa palpável nesta topografia, uma vez que não existe processo inflamatório vesicular. A presença de fosfatase alcalina e bilirrubina elevadas falam a favor da presença de cálculo no colédoco. TRATAMENTO O único tratamento definitivo e o cirúrgico – colecistectomia. A cirurgia é recomendada nas situações abaixo: (1) presença de sintomas freqüentes o bastante e graves o suficiente para interferir com o dia-a- dia do paciente. (2) história de complicação prévia da doença calculosa independente do estado sintomático atual (colecistite, apendicite, pancreatite etc.). (3) presença de uma condição subjacente que ponha o paciente em risco de complicações pela doença calculosa (vesícula de porcelana) (4) Cálculos maiores do que 2 cm em diâmetro devido ao risco de carcinoma de vesícula biliar. (5) cálculos em uma vesícula biliar com anomalia congênita Nos pacientes com colelitíase que não preenchem estes critérios e que se encontram assintomáticos, a cirurgia não é indicada (???). Nestes indivíduos o índice de complicações é baixo - 10% em 5 anos, 15% em 10 anos e 18% em 15 anos. No entanto, existe uma tendência atual em indicar a colecistectomia para doentes jovens com cálculos silenciosos. CIRURGIA Após controle do episódio agudo, o paciente deve ser preparado para a realização do procedimento cirúrgico de forma eletiva. Duas técnicas podem ser utilizadas para a colecistectomia: a técnica convencional (ou aberta) e a videolaparoscópica. A técnica aberta é realizada através de incisão da parede abdominal anterior, seja incisão subcostal direita (tipo Kocher), mediana supra-umbilical, ou paramediana direita. Realiza-se dissecção do triângulo hepatocístico com isolamento e ligadura da artéria cística e ducto cístico. Procede-se então ao descolamento da vesícula de seu leito hepático através da secção de suas fixações peritoneais. A técnica videolaparoscópica apresenta vantagens inequívocas em relação ao procedimento aberto. Dentre estas vantagens temos menor tempo de internação e retorno precoce ao trabalho. Sua principal diferença está no acesso à cavidade abdominal. Este é feito através da insuflação de CO2 no interior da cavidade peritoneal através de punção com agulha de Verres na região umbilical. São colocados 3 trocarteres na parede abdominal que permitem o acesso dos instrumentos cirúrgicos. É realizada dissecção do triângulo hepatocístico e ligadura do pedículo da vesícula com clipes metálicos. É retirada a vesícula através do trocarte umbilical. A colecistectomia é muito segura, com mortalidade menor que 0,3% - no geral decorrente de complicações clínicas, sendo a mais freqüente o infarto agudo do miocárdio. Os sintomas e sinais pelos quais as doenças da vesícula se manifestam são a dor - cólica biliar - e os sintomas e sinais resultantes da colestase. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS • úlcera do estômago ou duodeno • angina de peito • esofagite • Pancreatite • Dispepsia Funcional • Dor Abdominal Funcional • Síndrome do Intestino Irritável É ainda hoje muito freqüente ser-se operado às pedras da vesícula porque se tem azia ou queixas dispépticas. Algum tempo depois da operação estas queixas reaparecem. A colestase aparece quando o fluxo biliar encontra um obstáculo na sua passagem e, pode dar origem a sintomas, sinais e alterações bioquímicas: icterícia e prurido, porque a bilirrubina e os sais biliares sobem no sangue, elevação das transaminases, da fosfatase alcalina, da gamaGT, má absorção das gorduras no intestino e conseqüente diarréia, fezes pálidas porque a bile é que dá às fezes a cor amarelada. Quando há infecção a febre é um sintoma importante. A- amarelos; B- pigmentares castanhos; C- pigmentares pretos. NEOPLASIAS MALIGNAS BILIARES Os tumores das vias biliares compreendem o Carcinoma da vesícula biliar (CVB) e o Colangiocarcinoma (neoplasia das vias biliares extra-hepáticas). Estas malignidades se caracterizam por uma baixa incidência, diagnóstico geralmente tardio e péssimo prognóstico. CARCINOMA DA VESÍCULA BILIAR É a neoplasia mais comum do trato biliar, sendo responsável por 5% de todas as doenças malignas do TGI. Acomete com maior freqüência pacientes idosos, sendo mais comum no sexo feminino (relação de 3:1). 1- Incidência e Fatores de Risco: A colelitíase é um fator de risco considerável, estando relacionada ao CVB em mais de 70% dos casos, sendo a associação mais bem definida e estudada. Alguns autores sugerem uma correspondência entre o tamanho do cálculo e o risco de desenvolver neoplasia, sendo os cálculos > 2,5cm os de maior risco. Outras afecções também estão associadas a um risco maior de desenvolvimento de CVB: - fístula colecistoentérica - vesícula calcificada (em porcelana) - incidência de neoplasia de 12,5% a 60% - adenoma (lesão polipóide): é considerada lesão pré-neoplásica. Deve-se indicar colecistectomia nos casos de pólipos maiores que 1 cm, múltiplos, na presença de litíase concomitante ou em pacientes com mais de 50 anos - colecistite xantogranulomatosa - forma rara de colecistite crônica - retocolite ulcerativa idiopática - aumenta tanto o risco de CVB como de colangiocarcinoma, sobretudo nos pacientes com colangite esclerosante associada. 2- Patologia: O tipo histológico mais comum é o adenocarcinoma (82% dos casos), ocorrendo sob as formas cirrosa, papilar ou mucinosa. Outras variedades de CVB incluem o carcinoma indiferenciado e o carcinomas de células escamosas. As vias de disseminação podem ser a linfática, por invasão direta - as mais comuns - a hematogênica e a intraductal. 3- Manifestações Clínicas e Diagnóstico: Os sintomas são pouco específicos. Perda ponderal importante, massa em hipocôndrio direito e anorexia