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Direito Hindu

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DIREITO HINDU
Tendo sua origem remontada ao ano de 1500 a .C., a religião hinduísta foi estabelecida pelos invasores arianos da Índia. Os textos védicos antigos descreviam um universo cercado de água. No período dos arianos, ou árias (homens), a explicação de suas divisões sociais era encontrada nos Vedas: da cabeça do deus primordial saíram os brâmanes (casta social dominante), dos braços saíram os guerreiros, das pernas os produtores e dos pés os servos (não-árias, ou "não-homens"). O mundo, conforme a concepção desta época foi formada a partir da organização, por força divina, de um caos preexistente.
No sistema religioso hinduísta atual há uma série de ramificações, que geraram crenças e práticas diversas, assim como há muitos deuses e muitas seitas de diversas características. O Hinduísmo tem sua ênfase no que seria o modo correto do viver (dharma). Os cultos hinduístas são realizados tanto em templos e congregações quanto podem ser domésticos.
A cerimônia mais comumente realizada é relativa à oração (puja). A palavra "Om" representa a vibração original, uma vibração que transcende o início, o meio e o fim de todas as coisas, vinculando-se, desta maneira, à imagem da própria divindade. Os códigos sagrados do Hinduísmo são: os Vedas, consistindo em escrituras que incluem canções, hinos, dizeres e ensinamentos; o Smriti, escrituras tradicionais que incluem o Ramayana, o Mahabarata, e o Bhagavadgita. O Hinduísmo é a religião atualmente predominante na Índia (pouco mais de oitenta por cento da população).
Religião 
 
Aqueles que seguem o Hinduísmo devem respeitar as coisas antigas e a tradição; acreditar nos livros sagrados; crer nas divindades; persistir no sistema das castas (determina o status de cada pessoa na sociedade); ter conhecimento da importância dos ritos; confiar nos guias espirituais e, ainda, acreditar na existência de encarnações anteriores. 
 
O nascimento de uma pessoa dentro de uma casta é resultado do karma produzido em vidas passadas. Somente os brâmanes, pertencentes as castas "superiores" podem realizar os rituais religiosos hindus e assumir posições de autoridade dentro dos templos.
 
Divindades 
 
Os hindus são politeístas (acreditam em vários deuses). São os principais: Brahma (representa a força criadora do Universo); Ganesha (deus da sabedoria e sorte); Matsya (aquele que salvou a espécie humana da destruição); Sarasvati (deusa das artes e da música); Shiva (deus supremo, criador da Ioga), Vishnu (responsável pela manutenção do Universo). 
No que tange ao Poder Judiciário, existe uma Suprema Corte, que exerce o controle de constitucionalidade, análise de processos em grau de recurso final e julgar conflito entre o governo central e demais estado indiano ou entre dois estados, chefiada pela figura do juiz-presidente — indicado pelo Presidente — acompanhado de mais sete magistrados. Há a possibilidade de aumentar o número de juízes pelo Parlamento, se houver necessidade.
Com efeito, na lição de René David vemos que a legislação e jurisprudência não podem de alguma forma se distanciar e afetar diretamente o Dharma, limitando a autoridade do magistrado ao conceito de Artha (valores sociais, econômicos, prosperidade), que integra o Puruṣārtha; este último como conceito chave dentro do Hinduísmo, que discrimina os quatro objetivos principais a serem buscados pelo indivíduo ao longo da vida: Dharma, Artha, Kāma e Moksha. Logo, a jurisprudência jamais se torna precedente por encontrar valores individuais e específicos em cada caso, não podendo, grosso modo, ser considerada como fonte de direito por possuir limites na sobredita filigrana jurídica entre a abstração espiritual Védica proveniente do Dharma — que opera, juridicamente, como um guia — e sua relação com a norma, principalmente dentro da natureza geral do Dharmaśāstra.
Em nível de comparação com o direito ocidental, é demasiadamente complicado traduzir as conclusões das análises e estudos, principalmente em sede introdutória, para a realidade de nossa parte do globo. São abstrações que, aos olhos do acadêmico e operador do direito, em especial o brasileiro, são complicadas de adaptar ao ordenamento jurídico, bem como às concepções e estruturas sociais do Hinduísmo que abrange o Poder Judiciário. Necessário ressaltar que considerar lei e religião intimamente conectados é uma assertiva que possui força somente do ponto de vista ocidental, jamais, portanto, do ponto de vista indiano.
Os antigos indianos não faziam distinção entre “lei” e religião”, por considerarem haver apenas uma categoria: Dharma. Os britânicos — mais espeficiamente os juízes britânicos da Índia — tentaram criar uma linha limítrofe entre religião e lei. O fizeram por razões óbvias. Sendo o Dharma baseado em premissas extra-judiciais e legais, essas premissas geralmente levam à conseqüências que são contrárias aos princípios britânicos de justiça, equidade e bom senso. Ademais, em muitos casos o tão chamado passado religioso foi descartado pelo fato de os britânicos não entenderem suas implicações, e porque era mais fácil aderirem aos princípios legais que defendiam.
Contudo, conforme a lição de Ludo Rocher{C}[22]{C}, enquanto pode-se apreciar e compreender as razões que levaram os britânicos a delimitar a distinção entre lei e religião e enquanto pode-se concluir que não poderiam ter agido de maneira contrária, o fato é que, ao fazê-lo, romperam com o legítimo espírito da Lei Hindu.
Na realidade, a distinção feita pelos juízes britânicos na Índia é apenas um aspecto de um fenômeno muito mais abrangente. Embora os advogados ingleses na Índia tentassem manter o tradicional espírito da Lei Hindu, por uma variedade de razões e pontos de vistas eles foram incapazes de suceder. A introdução dos princípios de justiça, equidade e bom senso; a transformação da jurisdição Hindu em mero aspecto positivo; a idéia de que a “Lei de Manu” é mais autoritária do que qualquer outro texto codificado; a concepção de que, em caso de conflito de um Dharmaśāstra antigo e comentário medieval, a opinião deste último prevalece; (...) são meros exemplos demonstrando uma transformação involuntária pela qual Lei Hindu passou no período de colonização inglesa. Não há razão para criticar este fenômeno, tal qual não há razão para ignorá-lo.
Válido ressaltar, entretanto, que a doutrina mais recente na Índia independente tem optado por expor não a interpretação jurídica proveniente de toda a estrutura abstrata dhármica, tão somente o direito positivado, buscando desembaraçar-se de tudo que, sob a ótica ocidental, estaria vinculado ao conceito latu sensu de religião. Talvez um embrião de um ordenamento laico, protecionista e democrático direcionado ao cidadão indiano e seus compatriotas, independente do credo religioso, em especial aqueles que aspiram a um ordenamento jurídico “moderno”, completamente divorciado da tradicional religião.[23]
 
 http://jus.com.br/artigos/38590/introducao-ao-direito-hindu-e-direito-constitucional-indiano#ixzz3kiO73dWn
CODIGOS 
É preciso ou não vir ao Tribunal ou falar segundo a verdade: o homem que nada diz, ou profere uma mentira, é igualmente culpado. 
É a um mancebo distinto, de exterior agradável e da mesma classe, que um pai deve dar sua filha em casamento, segundo a lei, embora ela não tenha chegado ainda à idade de oito anos em que a devam casar. 
Uma mulher está sob a guarda de seu pai, durante a infância, sob a guarda de seu marido durante a juventude, sob a guarda de seus filhos em sua velhice; ela não deve jamais se conduzir à sua vontade
Durante um ano inteiro, que o marido suporta a aversão de sua mulher, mas, depois de um ano, se ela continua a odiá-lo, que ele tome o que ela possui em particular, lhe dê somente o que subsistir e vestir-se, e deixe de habitar com ela. Defloração
O homem que, por orgulho, macula violentamente uma rapariga pelo contato de seu dedo, terá dois dedos cortados imediatamente, e merece, além disso, uma multa de seiscentos panas. 
O bem por herança de um menor sem protetor, deveficar sob a guarda do rei até que ele termine seus estudos ou saia da infância, isto é, até os seus 16 anos. 
Que ele receba dois por cento de juro, por mês (porém nunca mais) de um Brâmane, três de um Ksatriya, quatro de um Vaisya e cinco de um Sudra, segundo a ordem direta das classe
Se ele levantou a mão ou um bastão sobre o superior, deve ter a mão cortada; se em um movimento de cólera lhe deu um pontapé, que seu pé seja cortado.
Se ele o pega pelos cabelos, pelos pés, pela barba, pelo pescoço, ou pelos testículos, que o rei lhe faça cortar as duas mãos sem hesitar.
Somente homens dignos de confiança e isentos de cobiça podem ser escolhidos Para testemunhas de fatos levados a juízo, sendo tal missão vedada para as castas inferiores.

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