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MPSP - Questões prova oral

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Questões – Prova Oral MPSP 
Respondidas por Gisele Campos
Administrativo
1 – Discorra sobre improbidade administrativa na modalidade enriquecimento ilícito.
A Lei Federal 8.429/92 instituiu no direito brasileiro um autêntico código da moralidade administrativa sancionando gravemente os atos de improbidade administrativa, em atenção ao comando do art. 37, § 4º da Constituição Federal, para garantia da eficácia social dos princípios constitucionais da administração pública dispostos no art. 37 da Constituição Federal. As condutas que importam enriquecimento ilícito do agente são descritas exemplificativamente no artigo 9º da lei, cujas sanções são cominadas no art. 12. No tocante à necessidade do elemento subjetivo no ato de improbidade administrativa, a Primeira Seção do STJ já proclamou "consolidada a orientação de que somente a modalidade dolosa é comum a todos os tipos de improbidade administrativa, especificamente os atos que importem enriquecimento ilícito (art. 9º), causem prejuízo ao erário (art. 10) e atentem contra os princípios da administração pública (art. 11), e que a modalidade culposa somente incide por ato que cause lesão ao erário (art. 10 da LIA)" (excerto da ementa do EREsp 875.163/RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 30.6.2010).
2 – Um sujeito que participa da administração de empresa de plano de saúde que assume a Secretaria de Estado da Saúde sem comunicar tal fato e sem se desligar da administração da empresa comete ato de improbidade?
Lei 8429/90
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: (...)
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade.
3 – O indivíduo que vai ingressar no Tribunal de Contas e pertenceu a empresa investigada pelo Tribunal de Contas comete improbidade?
A idoneidade moral e reputação ilibada exigidas como requisito para a investidura em cargo no Tribunal de Contas deve ser verificada em relação à pessoa natural, não havendo transcendência da eventual sanção aplicada, uma vez que possuem personalidades distintas. Ademais, se houve apenas investigação deve prevalecer o princípio da presunção de inocência.
Penal
1 – Crimes contra a Administração Pública – Fraude em certame de interesse público. O membro do MP que seja professor de cursinho e toma ciência de questão que cairia na fase escrita e insere esse tem a na aula fica incurso no art. 311-A, do CP? 
Não encontrei uma resposta exata, mas entendo que o tipo objetivo encontra-se presente pois o promotor/professor divulgou, indevidamente, conteúdo sigiloso de concurso público. Restará a análise do tipo subjetivo, do especial fim de agir (dolo especifico), ou seja, verificar se houve a consciência e vontade de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame.
2 – O membro do MP em questão não compunha a banca, isso não seria violação a sigilo funcional?
Não, o tipo do art. 311-A do CP é especial em relação ao delito do art. 325 do CP. Ademais, o tipo do do art. 311-A do CP é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa. 
3 – Lei 4898 – Abuso de autoridade. Quem está no exercício de múnus público pode cometer abuso ou é só para servidor público em sentido estrito? E a autoridade fora das funções, pode praticar abuso de autoridade? 
Múnus Público é o encargo imposto pela lei ou pelo juiz para a proteção de um interesse particular ou social, estas pessoas não detêm parcela de pode estatal, por tal razão não podem praticar abuso de autoridade. Exs.: Curador ou tutor dativo, depositário, administrador de falência, advogado dativo.
A autoridade fora das funções pode praticar abuso de autoridade se estiver de férias ou de licença, mas valer-se da condição de autoridade. Em caso de demissão ou aposentadoria, como não mais existe o vínculo com o Estado, não haverá abuso de autoridade.
4 – A pessoa que se recusa a se identificar quando parado na rua pela polícia comete algum delito contra a Administração?
Comete a contravenção penal de “Recusa de Dados sobre Própria Identidade ou Qualificação”. Art. 68 da LCP - Recusar à autoridade, quando por esta justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência.
Civil
1 – O que é filiação natural?
Filiação natural é aquela que advém de um vínculo biológico, de laços de consaguinidade, gerando uma relação de parentesco natural. É prevista no art. 1593, primeira parte, do Código Civil. Cumpre registrar que a Constituição Federal de 1988 baniu qualquer forma de tratamento discriminatório relativo à origem da filiação. 
2 – E a filiação civil?
Filiação civil é a que não resulta de laços de consangüinidade. Tradicionalmente, tem origem na adoção. A doutrina e a jurisprudência admitem outras duas formas de parentesco civil, a decorrente da técnica de reprodução heteróloga e a filiação socioafetiva.
3 – Onde o legislador prevê a filiação socioafetiva?
A filiação socioafetiva, que decorre da posse do estado de filho, é disciplinada no art. 1593, segunda parte do Código Civil.
4 – O que é alienação parental?
É a interferência promovida na formação psicológica da criança para que repudie um dos genitores ou que cause prejuízos ao estabelecimento ou à manutenção de vínculo com estes.
5 – A alienação parental só pode ser reconhecida quando praticada por genitor ou pode ser praticada por outras pessoas?
Pode ser praticada por genitor, pelos avós ou por outra pessoa que tenha a criança ou o adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância.
6 – No processo quais os requisitos para o juiz reconhecer a alienação parental? Precisa de laudo?
Para Bertoldo, “a averiguação da SAP dar-se-á, no âmbito judicial, direta ou incidentemente e contará com avaliação psicológica ou biopsicosocial através de perícia especializada”.
7 – Diga algum efeito ou consequência que possa surgir com o reconhecimento da alienação parental.
Advertência, ampliação do regime de convivência familiar em favor do genitor alienado, multa ao alienador, determinação de acompanhamento psicológico e/ou biopsicosocial, alteração da guarda para guarda compartilhada, inversão da guarda, fixação cautelar do domicílio da criança ou do adolescente, declaração da suspensão da autoridade parental.
8 – Quais são os requisitos da fraude contra credores?
a) Eventus damni (dano): é o prejuízo provocado ao credor. Deverá ser demonstrado que a alienação acarretou prejuízo ao credor porque esta disposição dos bens levou o devedor à insolvência ou agravou ainda mais esse estado. É classificado como pressuposto objetivo. b) Consilium fraudis: é o conluio fraudulento entre o alienante e o adquirente. Para que haja a anulação, o adquirente precisa estar de má-fé. É o pressuposto subjetivo. c) Anterioridade do crédito: Além do eventus damni e do consilium fraudis, para reste configurada a fraude contra credores exige-se que o crédito seja anterior à alienação. Assim, em regra, somente quem já era credor no momento da alienação fraudulenta é que poderá pedir a anulação do negócio jurídico. Excepcionalmente, contudo, o STJ afirma que este requisito da anterioridade pode ser dispensado se for verificado que houve uma fraude predeterminada em detrimento de credores futuros (REsp 1092134/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/08/2010). Em outras palavras, a pessoa, já sabendo que iria ter dívidas em um futuro próximo, aliena seus bens para evitar que os credores tenham como cobrá-lo.
Obs1: o art. 159 do CC presume a má-fé do adquirente (presume o consilium fraudis) em duas hipóteses: Quando a insolvência do devedor/alienante for notória.Ex: Varig. Quando houver motivo para que a insolvência do devedor/alienante seja conhecida do outro contratante. Ex: se o negócio jurídico for celebrado entre dois irmãos ou entre sogro e genro. Obs2: não é necessário provar o consilium fraudis caso a alienação tenha sido gratuita ou caso o devedor tenha perdoado a dívida de alguém. 
9 – É possível presumir morte sem declaração de ausência?
O Código Civil de 2002 autoriza ao juiz a declaração de morte presumida sem declaração de ausência: se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
ECA
1 – Quais são as atividades das entidades de atendimento?
As entidades de atendimento, reguladas nos arts. 90/94 do Estatuto da Criança e do Adolescente, têm como finalidade a execução das medidas de proteção (art. 101 do ECA) e socioeducativas (art. 112 do ECA), destinando-se ao atendimento de crianças e adolescentes em situação de risco pessoal ou social em razão da ação ou omissão da sociedade ou do Estado, em razão da falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis, ou ainda em razão de sua conduta (art. 98 do ECA). 
2 – Quais os requisitos de funcionamento dessas entidades?
As entidades de atendimento governamentais, por sua origem pública, gozam de presunção de idoneidade para a prestação de atividade ligadas a crianças e adolescentes. Em relação às entidades não-governamentais, é requisito o registro junto ao Conselho municipal de Direitos da Criança e do Adolescente antes do início das atividades, oportunidade em que deverá demonstrar que: mantém boas instalações físicas; possui plano de trabalho compatível com os princípios do Estatuto; está regularmente constituída; é composta por pessoas idôneas; atende às orientações dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente (art. 91, §1º, ECA).
3 – Quem pode fiscalizá-las?
As entidades de atendimento serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares (art. 95 do ECA). Alguns autores acrescentam a esse rol a Defensoria Pública, que é legitimada para a tutela de direitos individuais e coletivos dos hipossuficientes.
4- Como se dá o início do processo de fiscalização dessas entidades?
Tratando-se de iniciativa da autoridade judiciária, a peça inicial será a portaria. Se a iniciativa for do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, cabível será o oferecimento de representação à autoridade judiciária. 
5 – Quais as atribuições do MP na infância e juventude?
O art. 201 do ECA apresenta extenso rol, não exaustivo, das atribuições do MP na infância e juventude. Destacam-se a concessão de remissão extraprocessual, a instauração de inquérito civil e a propositada de ACP para a tutela de direitos infanto-juvenis.
Processo Penal
1 – Quais as possíveis nulidades que decorrem das alegações finais? P. ex. Promotor que se limita a pedir condenação à luz das provas dos autos, o réu pode alegar nulidade? E quanto à postura do defensor, se ele apresentar memoriais vagos, pode ocorrer nulidade?
Não encontrei a resposta no que toca ao MP.
Quanto à postura do defensor, ainda que as alegações finais apresentadas sejam sucintas, não há que se falar em deficiência da defesa técnica se não restou demonstrado efetivo prejuízo para o acusado. Conforme dispõe a Súmula 523, do STF, no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para a defesa. 
2 – Quem controla a ineficiência da defesa do réu?
A defesa do réu deve ser entendida em dupla dimensão, dividindo-se em autodefesa e defesa técnica. A autodefesa é disponível, em conformidade com o direito ao silêncio. A defesa técnica, aquela promovida por um defensor, é indisponível e o papel de fiscal do princípio da ampla defesa cabe ao juiz. Sobre o tema são os artigos 261 e 263 do CPP e a súmula 707 do STF.
3 – No plenário do júri, esse controle jurisdicional é mais amplo?
O controle jurisdicional no juri é mais amplo para fins de se concretizar o princípio da plenitude de defesa, nos termos do art. 5, inciso XXXVIII, alínea “a” da CF.
4 – Juiz no plenário do júri tem controle sobre a deficiência da acusação?
A resposta é positiva, vejamos o disposto no art. 497, V, do CPP:
Art. 497.  São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição de novo defensor; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
5 – No processo escalonado do júri, aplica-se a súmula do STF (No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu) para o caso de o defensor se recusar a se manifestar em determinada fase?
O STJ aplica o enunciado da Súmula n. 523 do Supremo Tribunal Federal aos casos em que o defensor não se manifesta por meio de alegações finais na primeira fase do Juri. (REsp 1373259/SC, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 10/12/2013, DJe 24/04/2014) (AgRg no HC 256.173/SP, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, QUINTA TURMA, julgado em 15/10/2013, DJe 21/10/2013)
6 – Inversão da ordem das alegações finais é causa de nulidade? O réu pode permanecer silente e alegar apenas em apelação?
No âmbito do Processo Penal, não se deve declarar nulidade quando não resultar prejuízo comprovado para a parte que a alega (arts. 563 e 565 do CPP e Súmula 523/STF). O Supremo Tribunal Federal acolhe o entendimento de que o princípio geral norteador das nulidades em Processo Penal - pas de nullité sans grief - é igualmente aplicável em casos de nulidade absoluta (HC 85.155/SP, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJU 15.04.05 e AI-AgR. 559.632/MG, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJU 03.02.06). Logo, mesmo no caso de inversão da ordem das alegações finais deve-se comprovar o prejuízo (AgRg no AREsp 466.423/DF, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, QUINTA TURMA, julgado em 27/03/2014, DJe 02/04/2014). Ademais, a nulidade deve ser suscitada na primeira oportunidade para defesa se pronunciar após a ocorrência do ato maculado - no caso, nas alegações finais e não no recurso de Apelação, nos termos do art. 571, II, do CPP.
7 – O que acontece se o querelante não oferece alegações finais em ação penal privada? E se ele oferece e deixa de formular pedido de condenação?
Ocorre a perempção prevista no art. 60, I, do CPP se o querelante não oferece alegações finais em ação penal privada e decorre o prazo de 30 dias. Da mesma, se ele deixa de formular pedido de condenação nas alegações finais ocorre a perempção prevista no art. 60, III, parte final.
8 – Me fale sobre investigação penal pelo MP. O que o senhor pensa sobre o tema?
O examinador Luiz Gustavo Gonçalves Ribeiro trata do assunto no livro Práticas Processuais Penais, p. 157/163. Em síntese, afirma o examinador que “Defende-se, sim, um Ministério Público que verdadeiramente efetive e concretize direitos fundamentais, e assim o fará quando sua atividade investigatória se fizer necessária, seja diante de uma não atuação da polícia, ou mesmo por reclamar o caso, diante do poderio econômico ou político do investigado, uma investigação presidida por quem detenha prerrogativas constitucionais capazes de levar adiante, de forma altaneira e independente, diligências que tenham por escopo esclarecer autoria e materialidade delitivas”. O STF nos HC`s 89837 e 85419, Relator Min. Celso de Mello, adotou tal entendimento, afirmando que a investigação pelo MP é concorrente e subsidiária. 
9 – Já instaurado o inquérito, o MP pode realizar investigação? E fazer uma prova já feita pelo delegado, p. ex. ouvir novamente uma testemunha? 
Apesar de não discorrer especificamente sobre o tema, o examinador Luiz Gustavo Gonçalves Ribeiro dá a entenderque aceitaria a investigação pelo MP quando já instaurado inquérito, desde que haja necessidade, pois considera que a investigação pelo MP é concorrente e subsidiária. Vejamos o seguinte trecho: “Então, reconhecida a possibilidade da investigação criminal pelo Ministério Público, em que situações deveria ele agir em sede investigatória? Ora, ao meu aviso, se o órgão que detém atribuições típicas de investigação é a Polícia, a ela compete, via de regra, investigar a autoria e a materialidade das infrações penais. Contudo, se por qualquer motivo não vier ela a agir ou se a ausência das garantias constitucionais de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos prejudicar, de qualquer forma, a lisura das investigações, essas poderão ser desempenhadas, conforme decidiu a Suprema Corte, pelo Ministério Público.”
Eleitoral
1 - Discorra sobre garantias eleitorais. (candidato pediu se seria possível especificar melhor o tema). Examinador: fale, por exemplo, das garantias para a liberdade do voto.
As garantias eleitorais têm a finalidade de coibir a influência do poder econômico e do poder de autoridade para que o eleitor tenha plena liberdade de votar sem qualquer interferência ou embaraço.
Tipos de medidas: 
Ação de Investigação Judicial Eleitoral - apura uso indevido do poder econômico e desvio ou abuso do poder de autoridade em benefício de candidato ou de partido político.
Garantias do eleitor - Ninguém pode impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio – art. 234. O juiz eleitoral, ou o presidente da mesa receptora de votos, pode expedir salvo- conduto1 em favor do eleitor que sofrer violência, moral ou física, na sua liberdade de votar, ou pelo fato de ter votado – art. 235. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito2 ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto – art. 236.
Garantias dos mesários e fiscais de partidos - Os membros das mesas receptoras de votos e os fiscais de partido político, durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo em flagrante delito – art. 236, §1o.
Garantias dos candidatos - Os candidatos, desde os 15 (quinze) dias anteriores às eleições, não poderão ser detidos ou presos, salvo em flagrante delito – art. 236, § 1o.
Garantias Gerais - É proibida, durante a votação, a presença de força pública no edifício, ou nas imediações, em que funcionar mesa receptora de votos, devendo conservar-se a 100 (cem) metros da seção eleitoral e só podendo adentrar no lugar da votação com ordem do presidente da seção – art. 238. É assegurada, aos partidos políticos, a prioridade postal, durante os 60 (sessenta) dias anteriores às eleições, para remessa de material de propaganda de seus candidatos registrados – art. 239.
2 - Discorra sobre prisões na época de eleição.
O artigo 236, ‘caput’, do Código Eleitoral (CE) veda a prisão de eleitores desde cinco dias e até 48 horas depois do encerramento da eleição, salvo nas hipóteses de flagrante delito, sentença condenatória por crime inafiançável e desrespeito a salvo-conduto. E o parágrafo primeiro dispõe que os membros das Mesas receptoras e os fiscais de partidos, durante o exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma garantia gozam os candidatos desde 15 dias antes da eleição.
3 – Mandado de prisão preventiva pode ser cumprido nessa época?
Pela leitura literal da lei não pode. Porém, atualmente, alguns juristas sugerem novas interpretações do art. 236 do Código Eleitoral: Joel Cândido sustenta a revogação, face à superveniência do art. 5º, inc. LXI da Constituição (há em tramitação no Congresso o Projeto de Lei 7.573/2006, que prevê a revogação do art. 236 do CE); Francisco Rodrigues da Silva afirma que a vedação à prisão diz respeito somente aos crimes eleitorais propriamente ditos; Geraldo Francisco Pinheiro Franco refere que a ordem de prisão cautelar emanada de autoridade judiciária não pode ser entendida como óbice ao legítimo exercício de voto; e Leovegildo Moraes afirma que a prisão cautelar pode ocorrer dentro do período eleitoral, desde que decretada antes do início desse prazo. 
Constitucional e legislação do MP
1 – Em que hipótese o membro do MP pode ser afastado do processo em que atue?
De acordo com o artigo 138 do Código de Processo Civil: “Art. 138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição: I – ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos casos previstos nos ns. I a IV do artigo 135.” As causas de impedimento ou de suspeição também se aplicam ao órgão do Ministério Público. Quando este não for parte aplicam-se todos eles, pois ele deve permanecer isento, e, sendo parte, aplica-se para eles o instituto da suspeição, havendo exceções. Cabe lembrar que existe a exceção da aplicação o inciso V, do artigo 135, segundo o qual o juiz será suspeito se tiver interesse no julgamento da lide em favor de uma das partes. Essa regra apresentada nesse inciso é inaplicável se o Ministério Público for parte, porque como substituto processual ele demandará em favor do interesse de outrem e, por essa razão não há suspeição, porque a lei condiciona sua atuação desse modo. 
2 – Como se dá a fiscalização permanente dos Promotores de Justiça?
Não encontrei a resposta.
3- Quais as sanções disciplinares do PJ em SP?
Resposta conforme a Lei Orgânica do MPMG:
“Art. 208. Os membros do Ministério Público estão sujeitos às seguintes penalidades, que constarão em seus assentos funcionais:
I- advertência;
II- censura;
III- disponibilidade compulsória e cautelar;
IV- remoção compulsória;
V- exoneração.”
4 – A quem compete aplicar sanções ao membro do MP?
Conforme a Lei Orgânica do MPMG:
Art. 18. Ao Procurador-Geral de Justiça compete: (…)
XXIII- decidir, na forma desta lei, processo disciplinar administrativo contra membro do Ministério Público e seus servidores, aplicando as sanções cabíveis;
Conforme a Constituição Federal:
Art. 130-A (…)
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendolhe:
(…)
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
5 – A CF permite ao Presidente ato legislativo primário?
Sim, como as leis delegadas, as medidas provisórias e os decretos autônomos.
6 – Diferencie decreto autônomo de decreto regulamentar.
Decreto autônomo é o que veicula normas que estabelecem proibições, mandamentos ou permissões que não estavam previstas no ordenamento jurídico. Busca sua validade diretamente na constituição, como se fosse norma primária. É permitida sua utilização nas hipóteses descritas no art. 84, VI, da CF/88, com redação da EC 32/01.
Decretos regulamentares ou executivos são os expedidos com o objetivo de regulamentar a atuação genérica e abstrata do legislador, de pormenorizar as disposições gerais e abstratas da lei, viabilizando sua aplicação em casos específicos, encontrando amparo no artigo 84, inciso IV, da Constituição Federal.
7 – É possível ADI de decreto?
Apenas os decretos legislativos e os decretos autônomos (incluindo os decretos delegados) podem ser objetode ADI. Segundo o STF “Decreto que, não se limitando a regulamentar lei, institua benefício fiscal ou introduza outra novidade normativa, reputa-se autônomo e, como tal, é suscetível de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 3664, Relator(a):  Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 01/06/2011, DJe-181 DIVULG 20-09-2011 PUBLIC 21-09-2011 EMENT VOL-02591-01 PP-00017 RTJ VOL-00219- PP-00187). “É admissível controle concentrado de constitucionalidade de decreto que, dando execução a lei inconstitucional, crie cargos públicos remunerados e estabeleça as respectivas denominações, competências, atribuições e remunerações. (ADI 3.232, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 14-8-2008, Plenário, DJE de 3-10-2008.)
8 – Não há meio de extrair do mundo jurídico esse decreto pela via judicial?
O controle jurisdicional pode ser de legalidade ou de constitucionalidade. Tratando-se de decreto que extrapola os limites da lei que pretende regulamentar, o controle jurisdicional terá natureza de controle de legalidade (não de constitucionalidade), e poderá ser feito de forma difusa, por qualquer órgão do Poder Judiciário, tendo em vista o princípio da inafastabilidade da jurisdição. Cumpre registrar, por fim, que, se o decreto regulamentar assumir, no caso concreto, a natureza de decreto autônomo, abre-se a via para o controle de constitucionalidade, inclusive na via concentrada, devido à violação do princípio da reserva legal.
9 – O que são regulamentos autorizados?
Regulamento autorizado é um ato administrativo secundário que complementa disposição de lei com determinação nela contida para que o Poder Executivo possa executá-la. A doutrina e a Jurisprudência admitem a utilização deste instituto quando a lei expressamente estabelece a fixação de normas técnicas indicando os limites de atuação do Poder Executivo. Podemos citar o exemplo de quando é necessário que se forneça modelo de receituário, de notas fiscais, quando há elaboração de lista com medicamentos sujeitos à retenção, dentre outros. É importante notar que o Executivo, valendo-se da permissão legislativa expressa em lei, não está autorizado a disciplinar temas relacionados à reserva constitucional de lei neste ato regulamentar. O exercício dessa competência exclusiva dos Chefes do Executivo é denominado como "discricionariedade técnica".
10 – Ministro de Estado é cargo privativo de brasileiro nato?
Apenas Ministro de Estado da Defesa. 
11 – O que é referenda? (com A no final e não referendo)
A referenda ministerial nada mais é do que a aposição da expressão: “de acordo” por parte dos Ministros, em decreto presidencial, quando a matéria do decreto se refere a temas vinculados à pasta ministerial. A falta da referenda ministerial não implica em nulidade do decreto, pois não interfere nem na validade, nem na eficácia do mesmo, mas traz consequências espantosas para o Ministro, pois este é exonerado do cargo por ruptura da subordinação hierárquica.
Difusos
1 – Qual a natureza jurídica da legitimidade do MP nas ações coletivas?
Prevalece que a natureza jurídica da legitimidade ativa nas ações coletivas é legitimidade extraordinária, visto que o autor coletivo vai a juízo em nome próprio, defender direito de outrem, ou seja, defender o direito metaindividual que é titularizado pela coletividade, caso em que atua como verdadeiro substituto processual.
3 – Pequenas irregularidades podem caracterizar improbidade administrativa?
Segundo o STJ, pequenas irregularidades não caracterizam improbidade administrativa. No caso julgado, o relator afirmou que a aplicação da Lei 8.429/92 deve ser realizada com prudência, de forma a evitar sanções desproporcionais em casos de mera irregularidade.
4 – O que seria uma pequena irregularidade?
Segundo o Superior Tribunal de Justiça, caracteriza mera irregularidade o ato de acumulação de dois cargos de assessor jurídico pelo mesmo indivíduo, em dois municípios distintos. A Corte sustentou que o ato não caracteriza improbidade administrativa, tendo em vista que os serviços assumidos pelo assessor foram prestados efetivamente.
5 – A pessoa jurídica de direito público pode apurar ato de improbidade? Pode entrar em juízo tbm? 
A pessoa jurídica de direito público pode apurar atos de improbidade administrativa, conforme disposto no art. 14 da Lei 8.429/92. Também pode ingressar em juízo, conforme disposto no art. 17 da Lei 8.429/92.

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