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SOCIOLOGIA_123pdf-030920031629

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APOSTILA PREPARATÓRIA 
 
 
ROTEIRO DE ESTUDOS 
 
 
 
 
SOCIOLOGIA 
 
 
 
 
 
ENSINO MÉDIO 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO ÚNICO 
 
 
 
 
1 
 
O QUE É SOCIOLOGIA? 
A Sociologia é uma das Ciências Humanas que tem como objetos de estudo a sociedade, a 
sua organização social e os processos que interligam os indivíduos em grupos, instituições e 
associações. Enquanto a Psicologia estuda o indivíduo na sua singularidade, a Sociologia 
estuda os fenômenos sociais, compreendendo as diferentes formas de constituição das 
sociedades e suas culturas. 
O termo Sociologia foi criado em 1838 (séc. XVIII) por Auguste Comte, que pretendia unificar 
todos os estudos relativos ao homem — como a História, a Psicologia e a Economia. Mas foi 
com Karl Marx (luta de classes sociais), Émile Durkheim (fatos sociais) e Max Weber (ação 
social) que a Sociologia tomou corpo e seus fundamentos como ciência foram 
institucionalizados. 
Apenas a partir do século XVII, a Sociologia foi institucionalizada, e isso ocorreu como resposta 
acadêmica para um desafio que estava surgindo: o início da sociedade moderna. Com a 
Revolução Industrial e posteriormente com a Revolução Francesa (1789), iniciou-se uma nova 
era no mundo, com as quedas das monarquias e a constituição dos Estados nacionais no 
Ocidente. Surge então a essa ciência para compreender as novas formas das sociedades, 
suas estruturas e organizações. 
A Sociologia tem a função de, ao mesmo tempo, observar os fenômenos que se repetem nas 
relações sociais – e assim formular explicações gerais ou teóricas sobre o fato social –, como 
também se preocupa com aqueles eventos únicos, como por exemplo, o surgimento do 
capitalismo ou do Estado Moderno, explicando seus significados e importância que esses 
eventos têm na vida dos cidadãos. 
Como toda forma de conhecimento intitulada ciência, a Sociologia pretende explicar a 
totalidade do seu universo de pesquisa. O conhecimento sociológico, por meio dos seus 
conceitos, teorias e métodos, constituem um instrumento de compreensão da realidade social e 
de suas múltiplas redes ou relações sociais, capazes de desenvolver uma consciência crítica e 
analítica em relação à sociedade. 
 
OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA 
 
Augusto Comte 
O núcleo da filosofia de Comte radica na ideia de que a sociedade só pode ser 
convenientemente reorganizada através de uma completa reforma intelectual do homem. Ele 
achava que antes da ação prática, seria necessário fornecer aos homens novos hábitos de 
pensar de acordo com o esta¬do das ciências de seu tempo. Por essa razão, o sistema 
Comteano estruturou-se em torno de três temas básicos: em primeiro lugar, uma filosofia da 
história com o objetivo de mostrar as razões pelas quais certa maneira de pensar (chamada 
por ele filosofia positiva ou pensamento positivo) deve imperar entre os homens. Em segundo 
lugar, uma fundamentação e classificação das ciências baseadas na filosofia positiva. 
Finalmente, uma sociologia que, deter¬minando a estrutura e os processos de modificação da 
sociedade permitisse a reforma prática das instituições. 
A contribuição principal de Comte à filosofia do positivismo foi sua adoção do método científico 
como base para a organização política da sociedade industrial moderna. 
O estado positivo corresponde à maturidade do espírito humano. O termo positivo designa o 
real em oposição ao quimérico, a certeza em oposição à indecisão, o preciso em oposição ao 
vago. É o que se opõe as formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo. 
Ex: a explicação da queda de um objeto ou corpo: o primitivo explicaria a queda como uma 
ação dos deuses; o metafísico Aristóteles explicaria a queda pela essência dos corpos 
pesados, cuja natureza os faz tender para baixo, onde seria seu lugar natural; Galileu, espírito 
positivo, não indagaria o porquê, não procuraria as causas primeiras e últimas, mas se 
contentaria em descrever como o fenômeno da queda ocorre. 
Não era apenas quanto ao método de investigação que a filosofia positivista se aproximava das 
ciências da natureza. A própria sociedade foi concebida como um organismo constituído de 
partes integradas e coesas que funcionavam harmonicamente, segundo um modelo físico ou 
mecânico. Por isso o positivismo foi chamado também de organicismo. 
 
 
 
2 
 
Émile Durkheim 
Durkheim viveu numa época de grandes conflitos sociais entre a classe dos empresários e a 
classe dos trabalhadores. É também uma época em que surgem novos problemas sociais 
como favelas, suicídios, poluição, desemprego etc. No entanto, o crescente desenvolvimento 
da indústria e tecnologia fez com que Durkheim tivesse uma visão otimista sobre o futuro cio 
capitalismo. Ele pensava que todo o progresso desencadeado pelo capitalismo traria um 
aumento generalizado da divisão do trabalho social e, por consequência, da solidariedade 
orgânica, a ponto do fazer com que a sociedade chegasse a um estágio sem conflitos e 
problemas-sociais. 
Com isso, Durkheim admitia que o capitalismo é a sociedade perfeita; trata-se apenas de 
conhecer os seus problemas e de buscar uma solução cientifica para eles. Em outras palavras, 
a sociedade é boa, sendo necessário, apenas, "curar as suas doenças". 
Tal forma de pensar o progresso de um jeito positivo fez com que Durkheim concluísse que os 
problemas sociais entre empresários e trabalhadores não se resolveriam dentro de uma LUTA 
POLÍTICA, e, sim, através da CIENCIA, ou melhor, da SOCIOLOGIA. Esta seria, então, a 
tarefa da SOCIOLOGIA: compreender o funcionamento da sociedade capitalista de modo 
objetivo para observar, compreender e classificar as leis sociais, descobrir as que são falhas e 
corrigi-las por outras mais eficientes. 
E como está estruturada esta sociedade segundo Durkheim? 
A estrutura da sociedade é formada pelas esferas política, econômica e ideológica. Estas 
esferas formam a estrutura social responsável pela consolidação do Capitalismo. 
Outra preocupação de Durkheim, assim como outros pensadores, era a formação de uma 
ciência social desvinculada das Ciências Naturais. Além disso, na emergência do proletariado, 
era preciso encontrar formas de controle de tal forma que o indivíduo se integre à ordem. Este 
princípio será aplicado na educação. 
A contribuição de Durkheim foi de importância fundamental para que a Sociologia adquirisse o 
status de ciência, pois ele estuda a sociedade e separa os fenômenos sociais da Psicologia, 
construindo um Objeto e um Método. 
Na obra ‘As regras do Método Sociológico’ publicada em 1895, definiu o método a ser usado 
pela Sociologia e as definições e parâmetros para a Sociologia tornar-se uma ciência, 
separada da Psicologia e Filosofia. Ele formulou o tipo de acontecimentos sobre os quais o 
sociólogo deveria se debruçar: os fatos sociais. Estes constituiriam o objeto da Sociologia. 
 
Max Weber 
Max Weber nasceu e teve sua formação intelectual no período em que as primeiras 
disputas sobre a metodologia das ciências sociais começavam a surgir na Europa, sobretudo 
em seu país, a Alemanha. Filho de uma família da alta classe média, Weber encontrou em sua 
casa uma atmosfera intelectualmente estimulante. Seu pai era um conhecido advogado e 
desde cedo o orientou no sentido das humanidades. Weber recebeu excelente educação 
secundária em línguas, história e literatura clássica. Em 1882, começou os estudos superiores 
em Heidelberg; continuando-os em Göttingen e Berlim, em cujas universidades dedicaram-se 
simultaneamente à economia, à história, à filosofia e ao direito. 
Concluído o curso, trabalhou na Universidade de Berlim, na qual idade de livre-docente, ao 
mesmo tempo em que servia como assessor do governo. Em 1893, casou-se e; no ano 
seguinte, tornou-se professor de economia na Universidade de Freiburg, da qual se transferiu 
para a de Heidelberg, em 1896. Dois anos depois, sofreu sérias perturbações nervosas que o 
levaram a deixar os trabalhos docentes, só voltando à atividade em 1903, na qualidade de 
coeditor do Arquivo de Ciências Sociais(ArchivtürSozialwissenschatt), publicação 
extremamente importante no desenvolvimento dos estudos sociológicas na Alemanha. A partir 
dessa época, Weber somente deu aulas particulares, salvo em algumas ocasiões, em que 
proferiu conferências nas universidades de Viena e Munique, nos anos que precederam sua 
morte, em 1920. 
A Sociologia weberiana caracteriza-se por um dualismo racionalismo – irracionalismo: 
- Racionalismo: rotina social; estabilidade; tradição; legalidade; continuidade; espírito científico 
e pragmático do ocidente, sacrificando a espontaneidade da vida aos cálculos e à seleção dos 
meios, para serem atingidos fins previamente escolhidos. 
- Irracionalismo: crenças; mitos; sentimentos; ação carismática. 
Para Weber a sociedade não seria algo exterior e superior aos indivíduos, como em 
Durkheim. Para ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações 
 
3 
 
individuais reciprocamente referidas. Por isso, Weber define como objeto da sociologia a ação 
social. 
 
O que é ação social? 
 
Para Weber ação social é qualquer ação que o indivíduo faz orientando-se pela ação 
de outros. Por exemplo, um eleitor. Ele define seu voto orientando-se pela ação dos demais 
eleitores. Ou seja, temos a ação de um indivíduo, mas essa ação só é compreensível se 
percebemos que a escolha feita por ele tem como referência o conjunto dos demais eleitores. 
Assim, Weber dirá que toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é, algum tipo 
de sentido entre várias ações sociais terá então relações sociais. 
A ação social é a conduta humana dotada de sentido. O sentido motiva a ação individual. 
Para Weber, cada sujeito age levado por um motivo que se orienta pela tradição, por interesses 
racionais ou pela emotividade. 
O objetivo que transparece na ação social permite desvendar o seu sentido, que é social na 
medida em que cada indivíduo age levando em conta a resposta ou reação de outros 
indivíduos. 
A ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre. 
É o indivíduo que através dos valores sociais5 e de sua motivação, produz o sentido da ação 
social. 
A transmissão destes valores comuns de uma geração para outra é chamada socialização, que 
é uma forma inconsciente de coerção social. Ex. de valores sociais: respeito, virgindade, 
honestidade, solidariedade, etc. 
Só existe ação social quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir 
de suas ações, com os demais. 
 
IDEOLOGIA: UM CONCEITO POLÊMICO 
O conceito da ideologia foi criado por Destrutt de Tracy, filósofo francês, no final do 
século XVII. Tracy tinha pressuposto que as ideias não poderiam ser compreendidas como se 
possuísse vida própria, segundo ele, a ideologia deveria ser compreendida como “ciência das 
ideias”, assemelhando-se às ciências naturais. Na elaboração desse conceito, partia-se da 
crença na razão (própria do espírito iluminista do século XVII) e no poder da ciência submeter 
às ideias ao mesmo processo de análise e compreensão dos objetos naturais. Essa é a razão 
da concepção da Ideologia como ciência de ideias. 
Raymond Williams afirma que o conceito de ideologia pode ser definido, basicamente, de 
acordo com três concepções básicas: 
1. Como sistema de crenças de uma classe ou grupo social. Nessa concepção estariam 
incluídos os valores, ideias e projetos de um grupo de classe social específicos. 
2. Como sistema de crenças de uma classe ou grupo social. Nessa concepção estariam 
incluídas crenças ilusórias, baseadas em critérios impossíveis de ser comprovados, 
contrastariam com o conhecimento verdadeiro ou científico. 
3. Como o processo geral de produção de significados e ideias. 
Conforme Williams, as duas primeiras conotações serão as mais encontradas no 
pensamento marxista vertente que se destacou no estudo da ideologia. 
No livro A ideologia Alemã, Marx e Engels apresentaram os três elementos básicos qe 
caracterizaram sua compreensão da sociedade capitalista e sua definição de ideologia 
(definição como vê fortemente apoiada nas duas concepções destacadas por Williams). 
Esquematicamente, esses três elementos são: 
- Separação – resultante da afirmação da divisão da vida humana em duas instâncias 
específicas: a infraestrutura que é a esfera da produção material, e a superestrutura, esfera 
da produção de ideias. De maneira muito simplificada, podemos dizer que a infraestrutura 
 
4 
 
se compõe da economia (a produção dos bens necessários à sobrevivência dos homens) e 
a superestrutura se constituí da moral, do direito, da política e das artes. 
- Determinação – relação decorrente da separação observa-se o domínio estabelecido pela 
infraestrutura sobre a superestrutura. Serão as relações de produção que irão determinar 
(definir) a organização social – as formas de comportamento e de convívio entre os 
homens. Conforme o principio da determinação apontado por Marx e Engels, as ideias tem 
sua origem na vida material – e são por ela determinadas. Mas o que é essa vida material? 
É relações desses homens o meio de produção que os homens estabelecem entre si, as 
quais dependem, por sua vez, das relações desses homens com os meios de produção – 
terra, máquinas, matérias primas, fábrica, força de trabalho. Será, portanto, a esfera 
econômica (a organização da produção material, com a sua diferenciação entre 
possuidores e não possuidores dos meios de produção) que irá organizar as ideias sobre 
essa sociedade. 
- Inversão – Elemento constitutivo fundamental do conceito da ideologia, considerada 
distorção da realidade. Numa metáfora famosa do livro A ideologia Alemã, a ideologia faz 
com que a vida apareça para os homens como no interior de uma câmera fotográfica: de 
cabeça para baixo. Isto é, ela aparece para os homens de maneira aparece para os 
homens de maneira inversa aquilo que é na realidade. Nesse contexto, o conhecimento 
científico, ou saber dela, será o elemento capaz e desmascarar a ideologia, recolocando o 
mundo de cabeça para cima, mostrando a realidade tal como ela é. Segundo Marx e 
Engels, destruindo a inversão que a ideologia produz, o conhecimento científico vai revelar 
os mecanismos de separação e determinação. 
 Para compreender a sociedade capitalista a partir dessas três relações (separação, 
determinação e inversão) estabelecidas por Marx e Engels, não podemos torná-las como 
formas imutáveis e inquestionáveis. No que diz respeito à definição da ideologia, por 
exemplo, é fundamental que se note que, ao longo do tempo, os próprios autores 
acabaram relativizando a conotação mistificadora que inicialmente deram ao conceito (essa 
relativização aparece no prefácio de Para a Crítica da Economia Política, escrito por Marx, 
1859). 
 Além disso, eles também relativizaram a questão de determinação estrita da esfera 
econômica (infraestrutura) sobre a superestrutura (em cartas que escreveu a outros 
pensadores, Engels reconheceu certo grau de independência ou autonomia relativa da 
superestrutura diante da infraestrutura). É preciso que se dia finalmente que, ao longo do 
tempo, os elementos formais congelados e irretocáveis de compreensão da realidade. 
De qualquer modo, retomando o tema da ideologia na obra desses autores, é interessante 
observar que ele veicula uma relação fundamental, que é a oposição entre os conceitos de 
falso e de verdadeiro. Em A Ideologia Alemã, parece haver espaço para dois tipos de 
ideias, as falsas ou distorcidas (em resumo, a própria ideologia) e as verdadeiras, essas 
ideias verdadeiras seriam construídas pela ciência e funcionariam como as armas 
necessárias para combater a classe dominante. Para Marx, a ciência seria a ciência do 
proletariado, a única classe capaz de transformar a sociedade. Produto de uma época em 
que se acreditava que a sociedade poderia e deveria ser transformada por meio da razão, 
A ideologia Alemã, conforme a antropóloga brasileira Eunice Durham, apresenta a ciência 
 
5 
 
como instrumentocapaz de alcançar a justiça social que a ideologia impediria de ser 
obtida. 
 
OS AGRUPAMENTOS SOCIAIS 
Os Grupos Sociais 
 
A própria natureza humana exige que os homens se agrupem. A vida em sociedade é 
condição necessária à sobrevivência da espécie humana. 
Desde o início, os homens têm vivido juntos, formando agrupamentos, como as 
famílias, por exemplo. Para o sociólogo Karl Mannheim, os contatos e os processos sociais que 
aproximas ou afastam os indivíduos provocam o surgimento de formas diversas de 
agrupamentos sociais, e acordo com o estágio de integração social. Tais formas são os grupos 
sociais e os agregados sociais. 
Vamos analisar inicialmente os grupos sociais: aqueles, devido aos contatos sociais mais 
duradouros, resultam em formas mais estáveis de integração social. Nos grupos sociais há 
normas, hábitos e costumes próprios, divisão de funções e posições sociais definidas. Como 
exemplos têm: família, a escola, a Igreja, o clube, o Estado, etc. 
 O grupo social é a união de duas ou mais pessoas, associadas pela integração, e, por 
isso, capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum. O indivíduo ao longo de 
sua vida participa de vários grupos sociais, e os principais são: 
 
- Grupo familiar – família; 
- Grupo vicinal – vizinhança; 
- Grupo educativo – escola; 
- Grupo profissional – empresa; 
- Grupo político – estado, partidos políticos. 
 
As principais características de um grupo social são. 
- A pluralidade de indivíduos = Há sempre mais de um indivíduo no grupo. 
- Grupos secundários – São os grupos mais complexos, como as igrejas e o Estado, em que 
predominam os contatos secundários; os contatos sociais, neste caso, realizam-se de maneira 
pessoal e direta – mas sem intimidade – ou de maneira indireta, através de cartas, telegramas, 
telefone, etc.. 
- Grupos intermediários – São aqueles que se alternam e se completam as duas formas de 
grupos sociais (primários e secundários). Um exemplo deste tipo é o grupo de escola. 
- Interação Social – No grupo, os indivíduos comunicam-se uns com os outros. 
- Organização – Todo grupo, para funcionar bem, precisa de certa ordem interna. 
-Objetividade – e exterioridade – Os grupos sociais são superiores e exteriores ao indivíduo, 
isto é, quando uma pessoa entra no grupo, ele já existe; quando daí, ele continua a existir. 
- Conteúdo intencional ou objetivo comum – Os membros de um grupo unem-se em torno de 
certos princípios ou vales para atingir um objetivo de todo o grupo; a importância dos valores 
pode ser percebida pelo fato de que o grupo geralmente se divide quando ocorre um conflito de 
valores; um partido político, por exemplo, pode dividir-se quando uma parte de seus membros 
passa a discordar de seus princípios básicos. 
 
6 
 
 Consciência grupal ou sentimento de “nós”- São as maneiras de pensar, sentir e agir 
próprias do grupo existe um sentimento mais ou menos forte de compartilhar uma série de 
ideias, de pensamentos, de modos de agir; um exemplo disso é o torcedor que, quando fala da 
vitória de seu time dizemos “Nós ganhamos”. 
 Continuidade – As interações passageiras não chegam a formar grupos sociais 
organizados, para isso, é necessário que elas tenham certa duração, como exemplo, temos a 
família, a escola, a Igreja, etc.. Há, porém, grupos de duração efêmera, que aparecem e 
desaparecem com facilidade, como, por exemplo, o mutirão. 
 
OS ESTUDOS DA SOCIEDADE HUMANA 
De que se ocupam as Ciências Sociais? 
 
 Observando a sociedade, percebemos quais as pessoas caminham, correm, respiram. 
Mas elas também cooperam umas com as outras no trabalho, recebe um salário, descontam 
cheques, fazem reuniões para melhorar a produção, entram greve, casam-se, estudam, 
divertem-se. 
 Como vemos, as pessoas apresentam os mais variados comportamentos. Alguns 
desses comportamentos como andar, respirar, dormir – são estritamente individuais, que se 
originam no indivíduo enquanto organismo biológico. Esses tipos de comportamento são 
estudados pelas Ciências Físicas e Biológicas. Por outro lado, receber salário, fazer greve, 
casar-se são comportamentos sociais, pois só existem porque existe a sociedade, porque ao 
longo da História o homem organizou sua vida em grupo. Cabe às Ciências Sociais pesquisar e 
estudar o comportamento social humano e suas formas de organização. 
 Sociologia – estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as 
interações que ocorrem na vida em sociedade. A Sociologia abrange, portanto, o 
estudo dos grupos sociais, da divisão da sociedade em camadas, da mobilidade social, 
dos processos de cooperação, competição e conflito na sociedade, etc.. 
 Economia – estuda as diversas atividades humanas ligadas à produção, circulação, 
distribuição e consumo de bens e serviços. São fenômenos estudados pela Economia 
a distribuição da renda num país, a política salarial, a produtividade de uma empresa, 
etc.. 
 Antropologia – estuda as semelhanças e diferenças culturais entre os vários 
agrupamentos humanos, assim como a origem e a evolução das culturas. Atualmente, 
tem-se preocupado não só com a cultura dos povos pré-letrados, como também com a 
diversidade cultural existente na sociedade industrial. São objetos de estudo da 
Antropologia os tipos de organização famílias, as religiões, a magia, os ritos de 
iniciação dos jovens, os casamentos, etc.. 
 Ciência Política – estuda, por exemplo, os partidos políticos, os mecanismos eleitorais, 
etc. 
Não existe uma divisão nítida entre essas disciplinas. Embora cada uma se ocupe 
preferencialmente de um aspecto da realidade social, elas complementam-se umas as outras e 
atuam frequentemente juntas para aplicar os complexos fenômenos da vida em sociedade. O 
objetivo das Ciências Sociais é aumentar o Maximo possível o conhecimento sobre o homem e 
a sociedade, através da investigação cientifica. As ciências sociais cumprem, portanto, um 
 
7 
 
papel fundamental num mundo de mudanças e agitações sociais. Elas nos permitem entender 
melhor a sociedade em que vivemos e compreender os fatos e processos sociais que nos 
rodeiam. 
 
As Desigualdades entre os Homens 
 
 Ao menor contato com a vida social, percebe-se, de imediato, que os indivíduos são 
diferentes entre si. Essas diferenças se expressam no plano das coisas materiais, da religião, 
da personalidade, da inteligência, do físico, da raça, do sexo, da cultura, entre outros. 
As diferenças citadas acima devem ser consideradas como os aspectos elementares da 
manifestação das desigualdades, que podem ser físicas ou sociais. 
 Ao olhar mais atento á sociedade em que vivemos, logo percebeu que ha indivíduos que 
moram em favelas, outras em mansões, pessoas que morrem de fome, de desnutrição, 
enquanto outras se alimentam em excesso. Há indivíduos analfabetos que nunca tiveram 
acesso a escolas e há aqueles que possuem a melhor formação escolar. 
 Cada sociedade gera formas de desigualdade especificas que são resultado de como 
essas sociedades se organizam. As desigualdades se manifestam de um modo diferente no 
Brasil, nos EUA, na Índia, nas Filipinas ou na África de Sul. As desigualdades assumem feições 
distintas porque são constituídas a partir de um conjunto de elementos econômicos, políticos e 
culturais próprios. 
 
Desigualdade: A pobreza como fracasso 
 
 O desenvolvimento da Industrialização, a partir do século XVIII, propiciou o crescimento 
econômico capitalista, e as relações entre o capital e o trabalho tomaram formas 
correspondentes a essa sociedade que solidificava. O capitalismo (o patrão) e o trabalhador (o 
operário) passaram a serem os personagens principais dessa nova organização social. 
 O Liberalismo – que se desenvolveu no século XVIII – foi à justificativa encontrada para o 
novo mundo e o novo homem que surgiram com o crescimento do capitalismo. Em outras 
palavras,o liberalismo tinha com base a defesa da propriedade privada, a liberdade de 
comercio, a igualdade perante a lei. A concepção de sociedade e de homem que vigorava na 
sociedade medieval estava sendo absolutamente transformada. 
 O triunfo do homem de negócios do capitalismo era exaltado como uma virtude (burguesa), 
de fato que justificava a necessidade de dar-lhe todas as credenciais, uma vez que ele 
realizaria a riqueza para o bem de toda sociedade. O enriquecimento particular era 
apresentado de forma de beneficio para todos os indivíduos. 
 Louvava-se o homem de negócios como a expressão do sucesso, e sua conduta serviam 
de modelo para a sociedade como um todo. A riqueza era mostrada como fruto do trabalho e a 
todos acessíveis por intermédio dele. A pobreza (indicador fundamental das desigualdades), 
em contraposição, seria produto do fracasso pessoal, e a sociedade não era responsável por 
sua existência. 
 Os pobres, no entanto, tinham que colaborar para a preservação dos bens dos ricos, uma 
vez que eles davam trabalho, e, mais ainda, não deviam se revoltar contra a sua situação para 
não criar dificuldades para os patrões, que não eram culpados de serem ricos. 
 
8 
 
 Divulga-se a ideia de que os pobres deviam preservar o bem de seus patrões, tais como 
maquinas e ferramentas, e que Deus os vigiava constantemente no seu trabalho. Portanto, 
perder tempo na execução de sua tarefa era roubar o patrão que lhe estava pagando por uma 
jornada de trabalho. 
 Ao pobre recomendava-se paciência, religiosidade e seriedade como forma de aceitação 
das novas regras morais que se iam estabelecendo. É interessante notar que não era mais 
apenas pela ausência da graça divina que se justificava a pobreza, como ocorria até o século 
XVII. Combina-se, agora, o fracasso e a ausência da graça. 
 Edmund Burke, no século XVIII, ao discutir se o governo e os ricos deviam ou não atender 
as necessidades dos pobres, argumentava que ninguém podia ajuda-los, uma vez que a 
providencia divina os havia abandonado.

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