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estado de excesso de massa adiposa. O método utilizado para categorizar isso é o IMC (peso dividido pela altura ao quadrado). Além disso, tem a circunferência de cintura, que nos homens não deve ser maior que 102 e nas mulheres 88cm. Fatores endócrinos e neurais regulam o peso corporal. As alterações no peso induzidas pela falta de alimentação ou excesso da mesma, são combatidas por mudanças fisiológicas para se opor a essa ação. Ou seja, ↓ peso → apetite ↑ gasto de energia ↓; excesso de alimentação → apetite ↓ gasto de energia ↑ (falha com frequência, o que explica o surgimento de obesidade). - Leptina – hormônio produzido pelos adipócitos, atua no hipotálamo, influenciando o apetite, gasto de energia e função neuroendócrina - inibindo. A sua deficiência é associada ao aumento da fome e à diminuição da sensação de estar saciedade e da saciedade. - Grelina – sinalizadora hormonal produzida no estômago – estimula. Aumenta a sensação de fome, mas não afeta a sensação de saciedade. - Peptídeo YY e colecistocinina – produzidos no intestino delgado – ação nos centros de controle hipotalâmicos e/ou por intermédio do vago – estimula. Causa a sensação de estar saciado, mas não altera a saciedade. - Adiponectina – proteína derivada do tecido adiposo tem seus níveis reduzidos na obesidade e aumenta a sensibilidade à insulina. - RBP4 – níveis aumentados na obesidade, pode induzir resistência à insulina. Existem fatores genéticos e fatores influenciados pelo ambiente e, em menor porcentagem, as causas secundárias. Falando do segundo tipo, devemos comentar sobre a alimentação e atividade física, o consumo de energia, o gasto energético. - Consumo de energia – existe uma série de sinais periféricos de saciedade que atuam para inibir a ingestão de alimentos durante as refeições. Alguns, atingem o cérebro por meio do nervo vago e outros através da circulação sistêmica. Esses sinais costumam ser hormônios derivados do intestino – grelina, colecistocinina, GLP1, insulina e talvez outros. Eles são provocados, tanto por estímulos mecânicos (enchimento do estômago) como pela presença dos nutrientes no jejuno e no íleo. Além disso, neuropeptídeos derivados dos lípides e monoaminas, têm propriedades anabólicas, ou seja, que aumentam a ingestão alimentar com ou sem decréscimo de gasto energético, ou catabólicas, que diminuem o consumo alimentar com ou sem gasto energético. Taxa metabólica basal – gasto de energia do individuo em repouso, deitado, acordado, no estado pós-absortivo noturno. Nos sedentários, a taxa metabólica de repouso é a maior porção de energia despendida durante o dia. Fatores que influenciam a taxa metabólica de repouso são: idade, sexo (mulheres tem taxa mais baixa) e a massa de gordura. Pequenas mudanças na taxa metabólica basal podem ocorrer durante o ciclo menstrual. Além disso, os fatores hereditários e familiares influenciam-na. Causas secundárias – medicamentos, doenças, síndromes genéticas específicas. Doenças – endocrinopatias. Síndrome de Cushing – lesão hipotalâmica da qual resulta o excesso de ingestão alimentar, clássicas estrias purpúreas, adelgaçamento da pele facilidade de escoriações e fraqueza muscular proximal. Insulinoma – tumor raro, pequeno número de pacientes com essa condição apresenta obesidade. - Hipotireoidismo – peso associado à retenção de fluidos, que se resolve com a terapia de reposição de hormônio tireoidiano. Síndromes genéticas específicas – defeitos gênicos isolados podem causar hiperfagia e diminuição do gasto energético. - Gene ob – sua mutação resulta em obesidade grave, resistência à insulina e hiperfagia, além de metabolismo deficiente. O produto desse gene é a leptina, sendo que a elevação da mesma pode diminuir o consumo de alimentos e aumentar o gasto energético. Aumento da entrada de energia, diminuição do gasto ou ambos. Adipostato – sensor no tecido adiposo que reflete as reservas de gordura e um receptor nos centros hipotalâmicos. Reservas de gordura diminuem – sinal do adipostato cai, hipotálamo estimula a fome e diminui o gasto de energia. Reservas de gordura abundantes – sinal aumenta, hipotálamo responde diminuindo a fome e aumentando o gasto de energia. Ingestão de alimentos nos obesos – aumenta com a obesidade. Gasto de energia na obesidade – o gasto é maior, e diminui à medida que se perde peso, devido à perda de massa magra e à diminuição da atividade nervosa simpática. Termogênese da atividade fora do exercício – NEAT – atividades físicas como tarefas cotidianas, movimentos aleatórios, contração muscular espontânea e manutenção da postura – 2/3 do aumento do gasto diário de energia induzido pelo excesso de alimentação. Leptina na obesidade – os obesos têm níveis elevados de leptina, mas não apresentam mutações nela nem no seu receptor. O que se acredita é que eles têm uma forma de resistência à leptina. Outros também podem produzir menos leptina por unidade de massa adiposa, ou então podem ter deficiência de leptina. Distribuição de gordura central ou na parte superior do corpo é mais preditora de complicações metabólicas do que a massa de gordura total. SNC – por meio do hipotálamo, regula a homeostase energética, sob influência de sinais periféricos metabólicos e endócrinos. Essa regulação, resulta em respostas que vão modular o comportamento alimentar e o gasto energético. Lesões do hipotálamo ventromedial provocam aumento na ingestão alimentar e causam obesidade. Lesões do hipotálamo lateral determinam hipofagia e perda de peso. Em condições normais, o núcleo arqueado do hipotálamo (localizado na eminência mediana) detecta sinais de nutrientes e hormônios a partir da periferia. Ele é o sítio primário de duas populações de neurônios que formam parte do sistema central da melanocortina, que é um regulador-chave do balanço energético. Via orexigênica – população localizada lateralmente, expressa dois polipeptídeos que vão ter ação estimuladora do apetite – neuropeptídeo Y e a proteína relacionada com o Agout (antagonista do receptor da melanocortina). Via anorexigênica – população localizada medialmente, contém pró-opiomelanocortina e o transcrito regulado por cocaína e anfetamina (CART), o CART atua em várias áreas do SNC, antagonizando os efeitos do NPY, é um potente anorexígeno. O hormônio estimulador dos melanócitos-alfa é um dos produtos de clivagem da POMC e age como agonista dos dois principais receptores de melanocortina relacionados ao controle da ingestão alimentar. A ação deste hormônio, antagonizada pela AgRP, consiste na inibição da alimentação e no aumento do gasto energético. A privação de alimentos aumenta a expressão dos genes da AgRP e do NPY, e reduz a expressão dos genes da POMC e CART. Então, o equilíbrio dos peptídeos hipotalâmicos orexigênicos e anorexigênicos é fundamental para o controle adequado da ingestão alimentar. Superexpressão da AgRP e eliminação dos genes POMC, CART e MC4-R → hiperfagia e obesidade. Mutação no MC4-R → causa mais frequente de obesidade monogenética. Sinalizadores periféricos informam o hipotálamo sobre a necessidade de aumentar ou diminuir a ingestão de alimentos e também sobre a quantidade de energia armazenada no organismo. Eles se originam do trato gastrointestinal, do pâncreas e dos adipócitos. Ghrelina – hormônio da fome – produzida pelas células do epitélio gástrico. Ela atua no hipotálamo estimulando a produção do NPY e da AgRP. Os níveis séricos dela vão se elevar com o jejum, e diminuir após a ingestão alimentar, principalmente de carboidratos e proteínas. Existem também os sinalizadores da saciedade hormônios gastrenteropancreáticos que são secretados durante a alimentaçãoe agem provocando uma interrupção mais precoce do apetite. O mais conhecido é a colecistocinina (CCK), secretada sobretudo no duodeno, em resposta a nutrientes. Outros polipeptídeos são o peptídeo YY (PYY, secretado no íleo e no cólon), peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP1, produzido pelas células L no íleo), peptídeo liberador da gastrina (GRP, secretado no estômago) e hormônios pancreáticos, como amilina, glucagon, peptídeo pancreático e insulina. Tem também, os sinalizadores de adiposidade, que têm ação anorexigênica, representados pela insulina e pela leptina (produzida pelos adipócitos). Eles são secretados de acordo com a quantidade de gordura corporal e transmitem essa informação para os centros hipotalâmicos, gerando diminuição na ingestão de alimentos. Deficiência congênita de leptina → hiperfagia e obesidade. Em obesos, os níveis séricos de leptina estão elevados, sugerindo tolerância a esse hormônio. Apetite hedônico – consumo de alimentos apenas por prazer, e não para manter a homeostase energética. Os mecanismos fisiológicos envolvidos não são completamente esclarecidos, mas provavelmente mediadores recompensadores endógenos (dopamina e endocanabinoides) estão envolvidos, com ação no sistema mesolímbico dopaminérgico – que tem conexões com o hipotálamo. A ghrelina é o único peptídeo gastrintestinal que participa da via orexigênica. A administração exógena de ghrelina aumenta a ingestão de alimentos.
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