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Semiologia e Exames Complementares em Dermatologia

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Júlia Figueirêdo – APARECIMENTO E MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DAS DOENÇAS E IATROGENIAS 
SEMIOLOGIA E EXAMES COMPLEMENTARES 
EM DERMATOLOGIA: 
A abordagem ao paciente na consulta 
dermatológica deve ser iniciada com a 
construção conjunta de uma anamnese 
dirigida, tendo como itens fundamentais: 
 Identificação do paciente: 
o Sexo e etnia: pode interferir na 
prevalência de algumas doenças, 
como melasma (♀), alopecia 
androgênica (♂), psoríase 
(caucasianos) e vitiligo (negros); 
o Idade: permite traçar hipóteses sobre 
distúrbios congênitos ou 
adquiridos; 
o Profissão: relaciona-se à exposição à 
alérgenos, fungos, zoonoses e 
produtos químicos, possíveis 
agressores da pele; 
o Procedência: permite direcionar o 
diagnóstico a doenças endêmicas 
de determinada região. 
 História da moléstia atual: necessário 
indagar sobre padrões de evolução, 
local acometido, sintomas associados 
e impactos gerais à qualidade de vida; 
 História patológica pregressa: algumas 
dermatoses podem ser causa e/ou 
consequência de doenças sistêmicas 
prévias; 
o Tratamentos prévios: o uso de certas 
medicações camufla ou modifica 
apresentações de algumas doenças, 
além de ser associado a possíveis 
reações alérgicas cutâneas. 
 Histórico familiar: a presença de 
familiares com sintomas semelhantes 
sugere origem genética ou ambiental. 
Em seguida, o paciente deve ser colocado 
em um local bem iluminado, de frente para 
a luz, sendo examinado “dos pés à cabeça”, 
com avaliação não só da pele, mas também 
de anexos cutâneos (pelos e unhas), 
gânglios linfáticos e mucosas. 
Durante esse exame objetivo são feitas a 
inspeção, palpação, digitopressão 
(diferenciação entre eritema e púrpura) e 
compressão (identifica o edema) das 
lesões. 
O exame subjetivo, por sua vez, visa 
detectar a presença de sintomas 
como prurido e ardor, registrando 
suas características. 
 
 
 
LESÕES ELEMENTARES: 
São denominadas lesões elementares as 
formações cutâneas decorrentes de 
distúrbios diversos, podendo ser primárias, 
quando acometem a pele íntegra, ou 
secundárias, associadas à “evolução” dos 
achados anteriores. 
É possível classificar tais formações 
conforme características comuns, a saber: 
 Modificação de cor: descrevem áreas 
com coloração diferente da pele 
normal, mas sem mudanças no relevo. 
São denominadas como máculas (< 1 
cm) ou manchas (> 1 cm). 
o Alterações pigmentares: resultam de 
distúrbios na deposição de melanina, 
dividindo-se em melanodérmicas 
(hipercromia) e leucodérmicas (hipo e 
acromia); 
 
Melasma (formação hipercrômica associada ao 
período gestacional) 
A investigação sistêmica não deve ser 
ignorada, visto que acometimentos 
extracutâneos são comuns em múltiplas 
patologias dermatológicas. 
Júlia Figueirêdo – APARECIMENTO E MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DAS DOENÇAS E IATROGENIAS 
 
Áreas acrômicas (sem melanina) por vitiligo 
 
 
 
o Alterações vasculares: surgem como 
resposta a transtornos da 
microcirculação da pele, podendo 
ser transitórias (eritema ou cianose) 
ou permanentes (telangiectasias, 
angiomas); 
 
Telangiectasia em face 
o Alterações hemorrágicas: causadas 
por sangramentos na derme, 
apresentam coloração variada e não 
desaparecem com digitopressão (ao 
contrário de lesões vasculares). 
Apesar da denominação geral de 
“púrpura”, esses achados podem ser 
divididos em: 
 Petéquias: são múltiplas e 
puntiformes, geralmente 
associadas a vasculites; 
 
Múltiplas púrpuras puntiformes em região de coxa 
 Víbices: possuem aspecto linear; 
 
Concentração de Víbices na lateral do pescoço 
 Equimose: são maiores que as 
outras lesões do grupo. 
 
Equimose com coloração variada 
 Formações sólidas: 
o Placas/pápulas: representam 
elevações superficiais bem 
delimitadas em relação à pele, 
diferindo apenas no tamanho 
(maiores e menores que 5 mm, 
respectivamente). 
Podem ser epidérmicas, dérmicas ou 
mistas, de acordo com o local de 
origem do aumento celular. 
Também há lesões decorrentes do acúmulo 
de pigmentos “não melanínicos”, como a 
icterícia (bilirrubina) e tatuagens 
Júlia Figueirêdo – APARECIMENTO E MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DAS DOENÇAS E IATROGENIAS 
 
Comparação entre a apresentação de pápulas e 
placas 
o Nódulos: situados na derme profunda 
ou hipoderme, são identificados 
predominantemente pela palpação 
(aspecto firme a mole); 
 
Nódulos de diâmetro variado 
o Tubérculos: apresentam consistência 
dura e aspecto elevado, 
frequentemente com mais de 5 mm. O 
surgimento de cicatrizes é comum no 
local afetado; 
 
Tubérculos em antebraço 
o Tumores: lesões elevadas e com 
tamanho > 3 cm, podendo ser 
benignas ou não; 
 
Tumoração presente no lóbulo da orelha 
o Vegetações: são lesões salientes e 
moles, com aparência lobular, filiforme 
ou em couve-flor, decorrentes da 
hipertrofia de papilas dérmicas. 
Podem ser verrucosas, quando 
secas em função da integridade e 
espessamento da camada córnea, ou 
condilomatosas, com aspecto úmido 
(comum em mucosas). 
 
Condiloma acuminado 
 Coleções líquidas: 
o Vesículas/bolhas: são formações 
elevadas preenchidas por líquido 
claro, diferindo entre si apenas pelo 
tamanho (respectivamente maior e 
menor que 1 cm); 
 
Representação comparativa de vesículas e bolhas 
Júlia Figueirêdo – APARECIMENTO E MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DAS DOENÇAS E IATROGENIAS 
o Pústulas: apresentam conteúdo 
purulento, típicas de processos 
inflamatórios; 
 
Coleções superficiais de pus em face 
o Abcessos: coleções purulentas que 
acometem derme e hipoderme, 
apresentando maior tamanho; 
o Cistos: formações geralmente firmes, 
preenchida por material ceratinoso; 
 
Cisto epidermoide 
o Hematomas: são resultado do 
rompimento de vasos sanguíneos 
profundos e da infiltração de sangue 
na pele. Podem ser acompanhados 
por edema e dor. 
 
Hematoma em estiramento muscular 
 Alterações de espessura: 
o Queratose: é a hiperproliferação bem 
delimitada da camada córnea, 
tonando a superfície da lesão áspera 
e esbranquiçada; 
 
Queratose plantar 
o Espessamento: semelhante à 
queratose, porém a pele mantém-se 
depressível, e seus limites são 
imprecisos; 
o Liquenificação: marcada por aumento 
dos sulcos junto ao espessamento da 
pele (aspecto quadriculado), sendo 
associada à dermatite atópica. 
 
Liquenificação no dorso da mão 
 Lesões caducas: são formações que 
tendem à eliminação espontânea. 
o Escamas: são lâminas epidérmicas 
secas que, ao se desprenderem, 
podem assumir aspecto furfuráceo 
(farelo) ou foliáceo (em tiras); 
Júlia Figueirêdo – APARECIMENTO E MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DAS DOENÇAS E IATROGENIAS 
 
Formação escamosa na pele 
o Crostas: referem-se ao ressecamento 
de exsudatos na pele lesionada (pus, 
sangue), que pode ser destacado 
facilmente a depender da etapa de 
evolução; 
 
Crosta recobrindo o leito de uma lesão 
o Escaras: são lesões com necrose 
tecidual em espessura variada, 
atingindo cor negra em estágios finais, 
 
Escara em pé diabético 
 Solução de continuidade: descrevem 
todo achado com perda da integridade 
da pele. 
o Erosões: representa a eliminação da 
epiderme, seja por trauma 
(escoriação) ou não; 
o Úlceras: cursam com perda estrutural 
mais profunda, afetando pelo menos 
a derme; 
 
Comparação topográfica entre erosão e úlcera 
o Fissuras: correspondem a 
interrupções lineares (superficiais ou 
profundas) da continuidade da pele, 
não causadas por instrumentos 
cortantes. 
 
Fissuras em calcanhar 
 Sequelas: descrevem alterações 
inócuas decorrentes de outras lesões 
o Cicatrizes: formação de dimensão 
variada associada à proliferação de 
tecido fibroso, não havendo 
reparação das características da pele. 
Júlia Figueirêdo – APARECIMENTO E MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DAS DOENÇAS E IATROGENIAS 
 
Cicatriz hipertrófica acompanhando incisão cirúrgica 
 
 
o Atrofia:descreve a diminuição da 
espessura da pele por redução do 
volume celular em qualquer camada 
da pele. 
 
Cicatrização atrófica pós-acneica 
PROCEDIMENTOS COMPLEMENTARES: 
Além da investigação clínica durante o 
exame físico, útil para a classificação geral 
de lesões, diversas outras estratégias podem 
ser empregadas no exame dermatológico: 
 Biópsia: 
É realizada em lesões clinicamente 
características, evitando, sempre que 
possível, áreas como face, mãos e membros 
inferiores, em decorrência de pior resultado 
estético, cicatrização prolongada e risco 
de contaminação. 
O procedimento é feito de forma 
asséptica, com infiltração anestésica 
que pode atingir apenas a derme ou o 
tecido subcutâneo. 
O tipo de técnica empregada irá depender do 
tamanho e da profundidade do achado, 
variando entre shaving (remoção 
superficial), punch (perfuração circular, 
seguida de cauterização ou sutura), e a 
retirada com bisturi. 
Nesse último caso, ainda é possível 
diferenciar biópsias incisionais, nas 
quais apenas parte da lesão é extraída, e 
excisionais, com retirada total. 
 
Comparação entre técnicas incisional e excisional na 
biópsia de pele 
 
 
 
 Curetagem metódica de Brocq: 
Consiste na raspagem lenta de lesões 
eritematoescamosas, com auxílio de cureta 
ou bisturi, para compor o diagnóstico da 
psoríase. 
O desprendimento de escamas finas e 
esbranquiçadas (sinal da vela), associado 
ao surgimento de ponteado hemorrágico 
(sinal do orvalho sanguíneo ou de Auspitz) 
são comuns nessa patologia. 
A curetagem também pode revelar, 
em indivíduos com pitiríase 
versicolor, a presença de 
As amostras coletadas na biópsia podem ser 
submetidas a diversos testes 
histopatológicos, que se baseiam na 
detecção de padrões celulares anormais 
Queloides são cicatrizes nas quais o tecido 
fibroso excede a lesão original 
Júlia Figueirêdo – APARECIMENTO E MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DAS DOENÇAS E IATROGENIAS 
descamação fina, com aspecto de 
farinha. 
 
Achados típicos após curetagem metódica de Brocq 
em paciente com psoríase 
 Luz de Wood: 
A execução desse exame se dá em 
ambiente escuro, com auxílio da Luz de 
Wood, dotada de um arco de mercúrio que 
emite radiação ultravioleta. 
Apresenta ampla aplicabilidade, com 
achados úteis a várias dermatoses: 
o Discromias: na presença de acromia 
(ausência total de melanina), a lesão 
se mostra com tom branco-azulado, 
ao passo que quadros hipocrômicos 
(diminuição da pigmentação) revelam 
lesões branco-pálidas. 
 
Mácula acrômica do vitiligo 
o Eritrasma (infecção por C. 
minutisssimum): há fluorescência 
vermelho-coral em decorrência da 
presença de porfirina, substância 
eliminada ao lavar a região com água. 
 
Paciente com eritrasma sob exame de luz de Wood 
o Melasma: diferencia formações 
epidérmicas daquelas dérmicas ou 
mistas, uma vez que as primeiras, por 
terem pigmentação superficial, 
tornam-se mais evidentes, 
absorvendo a radiação UV. 
 
Diferentes apresentações clínicas do melasma 
o Pitiríase versicolor: o achado mais 
comum é a presença de brilho 
acobreado ou róseo; 
 
Dorso de paciente com pitiríase versicolor 
 Dermatoscopia: 
Esse exame, pautado na visualização direta 
e ampliada de lesões pigmentares, tem 
papel crucial no diagnóstico diferencial de 
Júlia Figueirêdo – APARECIMENTO E MANIFESTAÇÕES EXTERNAS DAS DOENÇAS E IATROGENIAS 
quadros melanocíticos, além de poder 
auxiliar no acompanhamento clínico de 
indivíduos de alto risco. 
A relevância dessa técnica também é 
justificada por seu caráter não-
invasivo. 
 Prova da histamina: 
Esse teste consiste na aplicação de uma 
solução de cloridrato de histamina 
(1:1.000) sobre uma área de pele íntegra 
(frequentemente na parte interna dos 
membros) com achado suspeito, 
realizando em sequência uma perfuração 
superficial, retirando o excesso da 
preparação. 
Na pele saudável, há a tríplice reação de 
Lewis, marcada pelo surgimento de um 
ponto eritematoso (vasodilatação) no local 
da picada, que evolui para eritema irregular 
(reflexo), acompanhado de urtica de alguns 
milímetros. 
Em pacientes com hanseníase, 
devido ao comprometimento de 
fibras nervosas, não há formação 
eritematosa após o exame. 
 
Avaliação seriada na prova da histamina 
 
 
 Prova do laço (teste de Rumpel-Leede): 
Tem como objetivo determinar a fragilidade 
de capilares, especialmente no diagnóstico 
da púrpura vascular. 
Sua execução se dá com a colocação da 
braçadeira do esfigmomanômetro sobre o 
braço, mantendo pressão contínua por 5 
minutos. Um espaço de 5 cm de diâmetro é 
delimitado na região, e as petéquias 
surgidas após esse intervalo devem ser 
contadas. 
A presença de mais de 5 lesões é 
indicativa de alterações na 
vasculatura local. 
 
Evidência de púrpura vascular após aplicação de 
torniquete 
 
A interpretação dos resultados da prova da 
histamina é mais difícil na pele negra

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