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Direito-Processual-Civil - Direito Descomplicado

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Sumário 
 
Conteúdo 01: Competência .......................................................................................................................................... 2 
Conteúdo 02: Litisconsórcio ...................................................................................................................................... 16 
Conteúdo 03: Intervenção de Terceiros ..................................................................................................................... 33 
Conteúdo 04: Intervenção de Terceiros ..................................................................................................................... 47 
Conteúdo 05: Juiz. Ministério Público. Advocacia Pública. Defensoria Pública ...................................................... 58 
Conteúdo 06: Tutelas provisórias .............................................................................................................................. 73 
Conteúdo 07: Petição Inicial. Audiência De Conciliação/Mediação ......................................................................... 86 
Conteúdo 08: Resposta do Réu ................................................................................................................................ 103 
Conteúdo 09: Normas Fundamentais do Processo Civil ......................................................................................... 117 
Conteúdo 10: Jurisdição ........................................................................................................................................... 129 
Conteúdo 11: Ação .................................................................................................................................................. 142 
Conteúdo 12: Processo ............................................................................................................................................. 154 
Conteúdo 13: Pressupostos Processuais e Providências Preliminares ..................................................................... 166 
Conteúdo 14: Providências Preliminares e Julgamento conforme o estado do processo ........................................ 176 
Conteúdo 15: Teoria Geral das Provas .................................................................................................................... 188 
Conteúdo 16: Provas em Espécies ........................................................................................................................... 199 
Conteúdo 17: Sentença ............................................................................................................................................ 217 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
Conteúdo 01: Competência 
 
1. Generalidades sobre a Competência no Novo CPC 
Inicialmente, é de elevada importância o estudo de dois conceitos: jurisdição e competência. 
1.1 Conceito 
A Jurisdição, segundo o Professor Gajardoni, é a capacidade de dizer o direito de forma definitiva. Assim, todo o 
órgão/pessoa que tem o poder/capacidade de dizer o direito de forma definitiva é dotado de função jurisdicional. 
Obs.1: Trata-se de uma capacidade genérica/abstrata. Todo aquele que tem a jurisdição, tem a capacidade genérica 
de dizer o direito de forma definitiva. 
Desse modo, uma decisão proferida por um juiz no Estado do Rio Grande do Norte valerá para todo país, isso porque 
ela é genérica, valendo para todo território nacional e internacional. 
Obs.2: A Definitividade é outra característica essencial da jurisdição. Somente órgãos jurisdicionais tem a 
capacidade de dizer o direito de forma definitiva e, é essa característica de distingue os órgãos jurisdicionais dos 
órgãos administrativos. 
Esquematizando 
• Capacidade genérica e abstrata; 
• Com caráter de definitividade. 
 A jurisdição se dá através da investidura, que poderá ocorrer por meio de aprovação em concurso público (provas 
ou de provas e títulos) OU através de nomeação de tarefa política. 
A Competência, por sua vez, é, a capacidade de dizer o direito de forma definitiva NO CASO CONCRETO. Assim, 
para cada tipo de processo há apenas um juiz competente. 
A diferença peculiar entre a jurisdição e a competência, é que enquanto a jurisdição é uma capacidade genérica e 
abstrata, a competência é uma capacidade concreta. 
Jurisdição Competência 
Capacidade de dizer o direito de forma definitiva. Capacidade de dizer o direito de forma definitiva no caso 
concreto. 
Todo juiz tem. Apenas um juiz ou juízo é que tem competência. 
 
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3 
 
1.2 Previsão Legal 
O art. 44 da CF irá mencionar aonde estão localizadas as regras de competência. Vejamos: 
Novo CPC. Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada 
pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, 
no que couber, pelas constituições dos Estados. 
Da análise do diploma legal, denota-se há um elevado numero de legislações que tratam à respeito da matéria “regras 
de competência”. 
• Constituição Federal; 
• Tratados Internacionais; que o Brasil como signatário, acaba tendo que observar. 
• Leis federais (Extravagantes – Ex.: Novo CPC, a partir do art. 42 e ss.). 
• Constituições dos Estados. 
Desse modo, contemplamos que o tratamento da competência é multifacetado, pois engloba Constituição Federal; 
Tratados Internacionais; Leis Federais Legislação Estadual e do DF. 
2. Divisão 
2.1 Competência Internacional “Jurisdição” 
Ao fazer a análise da competência internacional, ficará definido se o Brasil é competente para julgar aquele feito. 
Segundo os ensinamentos do Professor Gajardoni, inobstante a nomenclatura “competência internacional”, o mais 
adequado seria a denominação “jurisdição internacional”, tendo em vista que se analisa se o Brasil julga (de forma 
genérica). Não se preocupa com quem julga dentro do Brasil, ou seja, quem é o órgão dentro do Brasil que irá julgar. 
→Jurisdição internacional seria o termo apropriado, embora a maioria da doutrina fale em “jurisdição internacional”! 
2.2 Competência Interna 
Sendo a jurisdição do Brasil, passa-se ao estudo da competência interna. Passando-se, em sequência a indagação: 
no Brasil quem julga? 
Nesse momento, será definido quem é o órgão jurisdicional competente. 
3. Competência Internacional “Jurisdição” 
3.1 Princípios/critérios de direito internacional 
No âmbito do direito internacional, reconhece-se três regras/princípios que inspiram as legislações dos demais países 
a admitir julgar ou não julgar determinado conflito. 
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Cumpre destacar que não será necessária a observância dos três critérios/princípios. Há situações, inclusive, que 
serão renunciados dois critérios para privilegiar um deles somente. 
→Os critérios/princípios NÃO são cumulativos. 
a) Efetividade 
Ordinariamente, os países aceitam julgar casos que são capazes de executar. Assim, terá jurisdição sobre um caso 
em que tiver condições de executar. Isso porque não faz sentido, em princípio, aceitar julgar um caso em que não 
poderá fazer valer a sua decisão. 
Assim, pelo princípio da efetividade, se o país tiver meios de executar a sua decisão, fala-se que foi observada a 
efetividade e este poderá julgar. Em sentindo contrário, não sendo possível a execução da sua decisão, logo, não terá 
efetividade. 
b) Interesse 
Pelo critério do interesse, cada país julga aquilo que tem interesse em julgar. 
Desse modo, os países aceitam julgar os casos que consideram importante, por serem de interesse nacional. 
c) Submissão 
Pelo critério da submissão determina-se o respeito a autonomia da vontade. Em face da submissão, um Estado pode 
aceitar a fixação de foro de eleição de jurisdição de outro país. 
Assim, os países respeitam a vontade das partes na escolha do foro de jurisdição internacional.O atual art. 22, inc. III do Novo CPC estabelece que o Brasil pode julgar determinado conflito, se as partes, expressa 
ou tacitamente, se submeterem a jurisdição nacional. 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
Por outro lado, o art. 25 do Novo CPC (excludente) define que as partes podem estabelecer que o Brasil não terá 
jurisdição sobre o caso contratualmente. 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver 
cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. 
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. 
§ 2 º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1 º a 4º. 
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3.2 Dois Critérios 
Existem dois critérios para se definir a competencia in 
 
3.2.1 Exclusiva (art. 23, Novo CPC) 
No art. 23 do Novo CPC encontram-se as hipóteses de competência exclusiva do juízo nacional, significando dizer 
que nenhum outro Estado, ainda que contenha norma interna apontando para sua competência, poderá proferir 
decisão que seja eficaz em território nacional. 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha 
de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora 
do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, 
ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
→Considerações sobre Competência Internacional Exclusiva: 
O Brasil, em razão de critérios de soberania nacional e por interesse, avoca para si a exclusividade no julgamento 
do conflito. 
Nessas hipóteses, não há possibilidade do Brasil aceitar a competência exercida por outros países: 
• Conhecer de ações relativas a bens imóveis situados no Brasil; 
• Em matéria de sucessão hereditária,- inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da 
herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
 
Obs.: O art. 5º, XXXI, da Constituição Federal consagra uma ressalva a aplicação da lei brasileira no caso de 
sucessão hereditária, na hipótese em que a lei estrangeira for mais benéfica aos sucessores. Será o juiz brasileiro que 
julgará, mas utilizando a lei estrangeira. Trata-se de regra extraterritorialidade da lei estrangeira e não de 
competência. 
 
• Em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no 
Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
Nas hipóteses de jurisdição internacional exclusiva, o Brasil não admite em hipótese alguma que outros países 
julguem conflito, em virtude disso é que não cabe foro de eleição de jurisdição. 
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→ Nas hipóteses de competência exclusiva não cabe foro de eleição de jurisdição! 
 
3.2.2 Concorrente (art. 21 e 22, Novo CPC) 
Nas hipóteses de competência concorrente, tanto o juízo brasileiro como o juízo estrangeiro têm competência para 
o julgamento do processo envolvendo as matérias e situações previstas no dispositivo legal. 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira 
que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de 
benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
→Considerações sobre Competência Internacional Concorrente 
Na competência internacional concorrente, o Brasil julga e, também, aceita que outros países também julguem o 
conflito. 
Nessas hipóteses, há possibilidade do Brasil aceitar a competência exercida por outros países: 
• Réu domiciliado no Brasil; 
• O Brasil é o local de cumprimento da obrigação; 
• O ato/fato que origina a ação (fundamento da ação) ocorreu no Brasil; 
• Ação de alimentos quando o credor residir no Brasil ou o devedor tiver bens ou renda no Brasil; A referida 
regra busca proteger o alimentando brasileiro. 
• NOVO CPC: ação decorrente de relação de consumo, quando o consumidor tiver domicílio no Brasil. 
• Foro de jurisdição internacional ou submissão voluntária: o Brasil aceita a vontade das partes. 
 
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3.3 Critério de prevalência das sentenças estrangeiras na competência concorrente 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade 
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de 
tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial 
estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
 
Nas sentenças estrangeiras concorrentes com a sentença brasileira: 
→Não há litispendência entre ações em jurisdições diferentes. A litispendência é um critério utilizado apenas para 
as ações idênticas dentro da mesma jurisdição. 
- Vale a que transitar em julgado primeiro. 
A sentença estrangeira transita em julgado quando é homologada pelo STJ. 
4. Competência Interna 
No Ordenamento Jurídico Brasileiro, existem quatro critérios no âmbito do processo civil para se definir 
competência interna. 
4.Critérios (sem mudança no NCPC) 
Não houve alteração dos critérios, tratando-se dos mesmos previstos no “antigo CPC” de 73. 
4.1. Hierárquico ou funcional (ratione personae) 
O critério funcional se baseia na análise de quem é a pessoa do processo. 
O critério funcional hierárquico tem duas finalidades: 
a) Foros privilegiados (MS, HD e MI) (CNJ + CNMP): 
Em matéria civil, a Constituição Federal estabelece alguns raros casos em que, em virtude do cargo ocupado pelo 
individuo, está terá direito de ser julgado em determinados Tribunais. 
Exemplos: 
Art. 102, I, da CF: Foro privilegiado no STF; 
Art. 105, I, da CF: Foro privilegiado no STJ; 
Assim: 
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Mandado de Segurança 
• Contra o Presidente da República = STF 
• Contra o Ministro de Estado = STJ 
• Contra o Ministro do STJ = STJ 
• Contra o Ministro do STF = STF 
• Contra o Chefe das Forças Armadas = STJ 
Art. 108, da CF: Foro privilegiado no TRF; 
Art. 114, da CF: Foro privilegiado no TRT. 
Ademais, as Constituições dos Estados estabelecem foro privilegiado. 
Sugestão de Estudo | Fazer leitura dos dispositivos constitucionais mencionados! 
b) Relação de acessoriedade ou dependência (art.286 NCPC) 
O critério funcional ou hierárquico também determina o ajuizamento da ação quando houver relação e acessoriedade 
ou dependência. 
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza: 
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência,com outra já ajuizada; 
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em 
litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda; 
III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º, ao juízo prevento. 
Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objetiva do processo, 
o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor. 
 
Se diante da análise do caso, não tivermos a incidência do critério funcional/hierárquico, chegaremos a duas 
conclusões: 
Conclusões 
1º. A ação será em primeira instância; 
2º. A distribuição será livre. 
4.2 Critério Material 
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Trata-se de um critério em que se define qual é a Justiça Competente. Uma vez frustrada a incidência do primeiro 
critério, já se sabe que é da competência do juízo de 1º grau e de distribuição livre. 
a) Justiça Eleitoral (art. 121, Constituição Federal e Código Eleitoral): 
Segundo prevê o art. 121 da Carta Maior: 
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das 
juntas eleitorais. 
Sucede-se, todavia que, até hoje nunca foi editada a lei complementar para tratar da competência da J. Eleitoral. 
Assim, utiliza-se o Código Eleitoral, isso porque, o Código Eleitoral é uma lei ordinária, mas fora recepcionado pela 
Constituição Federal como (status) lei complementar, situação semelhante ao que aconteceu com o Código 
Tributário. 
No âmbito civil, a Justiça Eleitoral tem competência para: 
• qualquer assunto relacionado a sufrágio (eleição; plebiscito; referendo); 
• trato de questões político-partidárias. 
O importante para definição da fixação da Competência Civil da J. Eleitoral é a “causa de pedir”. 
Ademais, cumpre recordar que no Brasil quem exerce a Jurisdição Eleitoral são os juízes estaduais. 
b) Justiça do Trabalho 
A competência da Justiça do Trabalho é definida pela causa de pedir. 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração 
pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e 
empregadores; 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à 
sua jurisdição; 
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
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VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das 
relações de trabalho; 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, 
decorrentes das sentenças que proferir; 
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum 
acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas 
as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. 
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público 
do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
 
Sugestão de Estudo | Fazer leitura do dispositivo constitucional transcrito, com atenção nos incisos I, II e III. 
 
→Considerações – Art. 114, I da Constituição Federal: 
O STF, interpretando a nova redação do inciso I, art. 114 da CF, alterado pela Emenda de 45, decidiu na ADI 3395 
e 3684, que não está autorizado a ser julgado na Justiça do Trabalho “servidores estatutários” (com vínculo jurídico 
com a Administração). 
A Justiça Trabalhista irá julgar apenas CELETISTAS. 
Esquematizando 
• Servidor público detentor de emprego público, serão julgadas na Justiça do Trabalho (celetistas); 
• Ações que envolvam servidores públicos detentores de cargo público (estatutários), serão julgadas pela 
Justiça Comum (Federal ou Estadual). 
→Considerações – Art. 114, II e III da Constituição Federal: 
Compete a Justiça do Trabalho julgar relações referente ao direito de greve e discussão sobre direito sindical. 
Aplica-se o mesmo entendimento do inciso anterior, ou seja, direito de greve de celetista e discussão sobre direito 
sindical. 
→Considerações – Art. 114, VI da Constituição Federal: 
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11 
 
O art. 114, VI da CF expõe que compete a Justiça do Trabalho julgar as ações de indenização decorrentes da relação 
de trabalho. 
Na atualidade, a indenização derivada da relação de trabalho: pode ser por assédio moral, por assédio sexual ou por 
acidente do trabalho. 
• Assédio moral: ocorre quando há humilhação, ofensa ao subordinado. 
• Assédio sexual: exigência, em virtude de função hierárquica, de favor sexual ou afetiva. Sendo celetista será 
da JT a competência. 
• Acidente de trabalho; 
No tocante a indenização proveniente do acidente de trabalho, cumpre destacar que este gera duas ordens de 
pretensão, uma contra o empregador, a qual será da Competência da Justiça do Trabalho e outra contra a previdência, 
chamada de acidentária típica, cuja competência será da Justiça Comum. 
 
c) Justiça Federal 
A competência da justiça federal será determinada pelas partes e outras hipóteses (causa de pedir). 
Obs.1: Qualquer ação que sejam partes: União, Autarquias Federais, Empresas Públicas Federais →será da 
Competência da J. Federal. 
Além de utilizar do critério das partes para fins de fixação da competência, há outras hipótese em que será 
determinante a “causa de pedir”. 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de 
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral 
e à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente 
no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou 
de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da 
Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
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12 
 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado 
tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 45, de 2004) 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a 
ordem econômico-financeira; 
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade 
cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de 
competência dos tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso oupermanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", 
e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e 
à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
Vamos lembrar! 
A competência da Justiça Federal tem dois critérios de fixação: 
1. Partes: União, autarquias e empresas públicas federais. Aqui, não importa o assusto, basta que figurem em algum 
polo da relação jurídica. 
2. Causa de pedir 
Exemplos: ações fundadas em aplicação de tratado ou convenção internacional e direitos dos povos indígenas. 
d) Justiça Estadual (residual) 
A fixação da competência da justiça estadual é feita através de um critério residual, isso porque será da J. Estadual 
tudo aquilo que não for da competência das justiças acima mencionadas. 
4.2.1 Competência material delegada 
Quando não houver no local de domicílio do autor Justiça Federal ou Justiça do Trabalho, a legislação brasileira 
transfere para a Justiça Estadual a competência para julgar feitos da federal e da trabalhista. 
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13 
 
Nesse sentido o art. 109, §3º da Constituição Federal estabelece que nos locais em que não haja Subseção da JF, os 
juízes estaduais julgarão os processos de benefícios previdenciários, contra o INSS, por exemplo. Vejamos o 
dispositivo constitucional. 
Federal: há duas hipóteses de transferência: 
1. Ação para discutir benefício previdenciário; (essa hipótese não depende de lei, decorre do texto constitucional); 
2. A CF autoriza a criação de novas hipóteses (essas novas hipóteses dependerá de lei) 
Art. 109, § 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, 
as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de 
vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também 
processadas e julgadas pela justiça estadual. 
Obs.1: Cumpre destacar que até o ano de 2014, o art. 15 da Lei 5.010/66, permitia que fosse ajuizada na justiça 
estadual as execuções fiscais federais contra pessoa domiciliada onde não houvesse justiça federal. Porém, o art. 
114 da Lei 13.043/2014 revogou tal dispositivo. Desse modo, atualmente, não existe mais esta hipótese de 
competência material delegada. 
Obs.2: O §4º do art. 381 do Novo CPC consagra uma nova hipótese. 
Desse modo, o Novo CPC, no art. 381 ao teor do §4º, confere competência a justiça estadual, no caso de produção 
antecipada de provas, contra os entes federados, em não havendo subseção da Justiça Federal na localidade. 
Vejamos: 
Art. 381, § 4º. O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, 
de entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal. 
As hipóteses de competência delegada são taxativas. 
4.3 Critério Valorativo 
No critério valorativo, o que interessa para fixar a competência é o valor da causa. É o quantum que se dá ao processo. 
No âmbito federal: 
1. JEC (Lei 9.099/95): o valor é de até 40 SM, sendo uma faculdade do autor da ação. Trata-se de hipótese de 
competência relativa. 
 
2. JEF (Lei 10.259/2001): o valor é de até 60 SM, não sendo uma faculdade. Trata-se de hipótese de 
competência absoluta. 
 
14
 
 
 
 
14 
 
3. JEFP (Lei 12.153/2009): o valor é de até 60 SM, não sendo uma faculdade, ou seja, nas localidades em que 
há JEF e JEFP é obrigatória a competência. Trata-se de hipótese de competência absoluta. 
 
 
4.4 Critério Territorial 
É o critério que define o local do ajuizamento. 
Sugestão de Estudo | Leitura atenciosa dos arts. 42 a 63 do Novo CPC. 
Segundo previsão do Código de Processo Civil, a competência territorial é espécie de competência relativa. Por 
meio da competência territorial se determina qual o foro competente para a demanda, o que significa dizer qual a 
circunscrição territorial judiciária competente. 
5. Regime Jurídico da Competência 
a) Competência Absoluta 
• Previsão: art. 64, Novo CPC. 
• O interesse protegido é publico. 
Segundo ensina o Professor Eduardo Madruga, a competência absoluta é insuscetível de sofrer alterações, seja por 
vontade das partes, seja pelos motivos legais de modificação (conexão ou continência), porquanto sua fixação 
decorre de interesse público, que se sobrepõe ao das partes. 
• A incompetência absoluta pode ser reconhecida de ofício em qualquer momento e grau de jurisdição, 
inclusive de ofício. 
Art. 64. § 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada 
de ofício. 
• Não é possível que as partes, por acordo processual, alterem as regras de competência absoluta. 
b) Competência Relativa 
• Previsão: art. 65, Novo CPC. 
• O interesse protegido é privado. 
A competência relativa, por sua vez, é firmada com ênfase no interesse das partes. Por isso, pode ser modificada 
por vontade delas ou determinação legal (Mouzalas; Terceiro Neto; Madruga). 
• Pode ser alterada pelas partes 
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será 
proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 
(...) 
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15 
 
• A incompetência relativa, por sua vez, somente mediante alegação da parte ou MP. 
Art. 65. Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que 
atuar. 
• A incompetência relativa deve ser alegada na preliminar de contestação, isso porque não existe mais a figura 
da exceção de incompetência. 
• Caso a incompetência relativa não seja alegada, ocorrerá a prorrogação da competência. Desse modo, o juiz 
incompetente torna-se competente. 
• Não cabe rescisória. 
Esquematizando 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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16 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
Conteúdo 02: Litisconsórcio 
1. Aspectos Conceituais 
O litisconsórcio pode ser definido como a “pluralidade de pessoas que assumem, em processo judicial, a condição 
de autores e/ou réus”. Quando há a formação de litisconsórcio, um ou ambos os polos da relação processual é ou 
são ocupados por mais de uma parte. 
Corroborando ainda, define Daniel Amorim Assumpção Neves, o fenômeno processual do litisconsórcio se refere 
ao elemento subjetivo da relação jurídica processual, mais precisamente às partes. Desse modo, contemplamos que 
a doutrina é pacífica em conceituar o litisconsórcio como a pluralidade de sujeitos em um ou nos dois polos da 
relação jurídica processual que se reúnem para litigar em conjunto. 
Descreve o professor Gajardoni, que a expressão mais adequada para o fenômeno do litisconsórcio seria “cúmulo 
subjetivo de demandas: somatório de sujeitos/partes”. 
No ordenamento jurídico é plenamente possível a acumulação de pedidos, conforme prevê o art. 327 do Novo CPC, 
e esta acumulação pode ser compreendida como “cúmulo objetivo de demandas”. 
Esquematizando 
Cumulação Subjetiva de demandas Cumulação Objetiva de demandas 
Litisconsórcio: Pluralidade de partes Acumulação de Pedidos 
 Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, 
contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre 
eles não haja conexão. 
 
2. Classificação 
Segundo Daniel Amorim Assumpção, o trabalho de classificar institutos jurídicos é determinado essencialmente 
pelos critérios escolhidos, porque para cada critério haverá uma classificação diferente. 
No caso do litisconsórcio, tradicionalmente são utilizados quatro critérios para classificá-lo: 
• Quanto aos sujeitos; 
• Quanto ao momento de formação do litisconsórcio; 
• Quanto aos efeitos; 
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17 
 
• Quanto à obrigatoriedade de sua formação. 
 
2.1. Quanto aos sujeitos 
a) Ativo: mais de um autor. 
b) Passivo: mais de um réu. 
c) Misto: simultaneamente, mais de um autor e de um réu. 
Assim, tomando-se como critério de classificaçãoa posição processual em que foi formado o litisconsórcio, ele será 
ativo, se a pluralidade se verificar exclusivamente no polo ativo da demanda, e passivo, se a pluralidade ocorrer 
também de forma exclusiva no polo passivo. Será misto o litisconsórcio se a pluralidade de sujeitos for verificada 
em ambos os polos – ativo e passivo – da relação jurídica processual (Daniel Amorim Assumpção). 
2.2 Quanto ao momento de formação 
a) inicial: o processo já se inicia com o litisconsórcio formado, seja ativo/passivo ou misto. Em regra, o processo já 
se inicia com o litisconsórcio formado, em virtude de princípio do juiz natural, isso porque a admissão das partes a 
posteriori, poderia ensejar na escolha do juízo, haja vista que as partes já teriam conhecimento de quem será o 
julgador do conflito. 
b) ulterior: é aquele formado após a propositura da demanda processual. Trata-se de exceção, em virtude do qual, 
só cabe formação de litisconsórcio ulterior com expressa autorização legal. 
Esquematizando 
Litisconsórcio inicial Litisconsórcio ulterior 
É aquele formado desde a propositura da ação, já 
existindo no momento em que a petição inicial é 
apresentada em Juízo. 
É aquele formado após o momento inicial de 
propositura da ação, vindo a se verificar durante o 
trâmite procedimental. 
 
São situações em que a lei autoriza expressamente a formação do litisconsórcio ulterior. 
 
b.1 Sucessão (causa mortis): art. 110 do Novo CPC 
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, 
observado o disposto no art. 313, §§ 1º e 2º. 
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Inobstante a doutrina tratar como hipótese de litisconsórcio ulterior, o Professor Gajardoni, entende que não se trata 
de litisconsórcio ulterior, pois quando os sucessores ingressam na demanda, irão ocupar a mesma posição ocupada 
pela morte. Assim, não há uma ampliação subjetiva da demanda, isso porque os que irão ingressar ocuparam a 
mesma posição do falecido. 
 
b.2 Conexão 
Conexão – ocorre quando duas ou mais ações tem o mesmo pedido OU a mesma causa de pedir, os termos do art. 
55 do Novo CPC. 
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. 
Continência – ocorre quando em uma demanda processual houver identidade de partes e identidade de causa de 
pedir e, o pedido um é menor que o pedido dois, nos termos do art. 56 do Novo CPC. 
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de 
pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. 
Nesse sentido, prevê o art. 57 do Novo CPC: 
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à 
ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente 
reunidas. 
b.3 Intervenção de Terceiros: arts. 127 e 130 do Novo CPC 
Quando estivermos diante de intervenção de terceiros, excepcionalmente a lei autoriza que ingressem ao processo 
terceiros que inicialmente não figuravam no polo da demanda. 
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do denunciante e 
acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu. 
A denunciação a lide é modalidade provocada de intervenção e que uma das partes de processo em curso 
(denunciante), no exercício do direito de ação, integra um terceiro (ampliação subjetiva) a fim de auxiliá-la na ação 
originária, com o adversário comum, bem como, de figurar coo demandado em uma segunda demanda justaposta, 
eventual e regressiva (garantia), a ser intentada no mesmo processo, no caso de sucumbência da ação inicial. 
Na denunciação a lide, o “denunciado” tornar-se-á litisconsorte do denunciante (parte da demanda já em curso), 
formando-se consequentemente o litisconsórcio (ulterior). 
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Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. 
No chamamento ao processo, o réu na condição de devedor solidário ou de fiador, ao ser demandado para responder 
pela totalidade da dívida, pede a intervenção de terceiro (devedor principal ou codevedor solidário), para que, se 
julgada procedente a ação do autor, o terceiro também seja condenado, a ficar por ele abrangido pela coisa julgada 
material, sendo a sentença, para isso, título executivo. 
2.3 Quanto aos efeitos 
Na classificação quanto aos efeitos leva-se em consideração o destino dos litisconsortes no plano do direito material, 
ou seja, é analisada a possibilidade de o juiz, no caso concreto, decidir de forma diferente para cada litisconsorte. 
a) simples 
Inicialmente, cumpre destacar que o litisconsórcio simples não tem previsão legal. 
Pode ser compreendido como aquele cuja decisão pode ser diferente para os litisconsortes do mesmo polo da 
demanda processual. 
A decisão não precisa ser necessariamente diferente, mas podendo ser diferente, já estará caracterizado o 
litisconsórcio simples. 
→Os efeitos da sentença proferida no processo podem ser diferentes para cada litisconsorte. É suficiente para a 
caracterização do litisconsorte a possibilidade de decisão diferente! 
Corroborando ao exposto, ensina Daniel Amorim Assumpção, no litisconsórcio simples será admissível decisão de 
diferente conteúdo para os litisconsortes, não sendo obrigatória a decisão uniforme. Significa que o destino de cada 
litisconsorte é independente do destino dos outros, o que evidentemente acentua a ideia de autonomia na atuação de 
todos eles. 
Exemplo: Litisconsorte na ação de usucapião. 
b) unitário (art. 116 NCPC) 
Diferentemente do litisconsórcio simples, o litisconsórcio unitário possui previsão legal. 
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito 
de modo uniforme para todos os litisconsortes. 
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O litisconsórcio será unitário sempre que o juiz estiver obrigado a decidir de maneira uniforme para todos os 
litisconsortes. 
Exemplo: Ação Pauliana. 
Existe uma indivisibilidade da relação jurídica material, em virtude da qual, a decisão deverá ser igual para todos. 
Esquematizando 
Litisconsórcio simples Litisconsórcio unitário 
Quando for possível uma decisão de conteúdo diverso 
para cada um dos litisconsortes. 
Quando o juiz estiver obrigado a decidir de maneira 
uniforme para todos os litisconsortes. 
 
2.4 Quanto à obrigatoriedade de sua formação 
a) Facultativo 
Significa que o litisconsórcio tem a formação opcional. Será o autor da ação, em cabendo a formação do litisconsorte, 
irá decidir se formará. 
Corroborando, Daniel Amorim Assumpção, no litisconsórcio facultativo existe uma mera opção de sua formação, 
em geral a cargo do autor. 
A legislação prevê três hipóteses em que se autoriza a formação do litisconsórcio facultativo “duas ou mais pessoas 
PODEM”. 
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na 
liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa 
ou o cumprimento da sentença. 
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação 
da decisãoque o solucionar. 
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- comunhão de direito ou obrigações (identidade de direitos e obrigações). Exemplo: solidariedade ativa ou passiva 
(credores solidários/devedores solidários). 
- causas em que houver conexão pelo objeto ou causa de pedir. Exemplo: acidente de trânsito. 
- afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
O professor Dinamarco chama de “litisconsórcio impróprio”. 
No litisconsórcio facultativo formado em decorrência da afinidade, inobstante não haja identidade e semelhança de 
situações, mas em virtude da afinidade de questões ligadas por um ponto comum de fato ou de direito, por economia 
processual, é permitido o litisconsórcio. 
Há apenas uma semelhança de elementos, em virtude do qual o professor Dinamarco confere a nomenclatura 
“litisconsórcio impróprio”. 
Exemplo: Ação por vários servidores públicos. 
Cumpre destacar que, nas hipóteses de formação de litisconsórcio facultativo existe uma gradação de intensidade, 
de modo que o litisconsórcio pela comunhão é mais intenso e o por afinidade, é o menos intenso, tanto é verdade, 
que é denominado, inclusive de “impróprio”. 
b) Necessário 
Conforme o próprio nome indica, litisconsórcio necessário se verifica nas hipóteses em que é obrigatória sua 
formação. 
No litisconsórcio necessário, a legislação determina, obrigatoriamente, a formação do litisconsórcio. Nessa hipótese 
não é dado o autor a opção de escolher entre a formação ou não do litisconsórcio, o qual deverá 
OBRIGATORIAMENTE ser formado. 
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica 
controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. 
No litisconsórcio necessário, a maior parte da doutrina entende que estamos diante da legitimidade plural ou plúrima, 
que significa dizer que quando for hipótese de litisconsórcio necessário, a condição da ação legitimidade ad causam, 
se dá só se todas as pessoas que precisam compor o polo estiverem presente. 
Desse modo, a legitimidade só estará presente quando todas as partes estiverem presentes, sob pena de extinção sem 
resolução de mérito, devido à falta de legitimidade ad causam. 
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Assim, se houver a necessidade de que mais de uma pessoa litigue em conjunto, caso não seja cumprida essa 
exigência, o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito. 
O litisconsórcio necessário, possui duas hipóteses, ou seja, quando ele será formado: 
I. Por força da Lei – se a lei expressamente expor que é hipótese de formação do litisconsórcio. 
Nesse sentido, Daniel Amorim Assumpção, a lei poderá, por motivos alheios ao mundo do processo, prever 
expressamente a imprescindibilidade de formação do litisconsórcio, como ocorre na hipótese da ação de usucapião 
imobiliária, na qual o autor estará obrigado a litigar contra o antigo proprietário e todos os confrontantes do imóvel 
usucapiendo, como réus certos, e ainda contra réus incertos. 
Trata-se de uma opção legislativa. 
Exemplo: Art. 73, §1º do Novo CPC – ações para discutir bens imóveis, marido e mulher precisam ser réus juntos. 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, 
salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. 
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos 
os cônjuges. 
 
Exemplo: Art. 683, do Novo CPC: 
Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exigidos para propositura da ação. 
Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa de seus respectivos 
advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias. 
II. por força da unitariedade (incindibilidade da relação jurídico material) 
Quando o litisconsórcio for unitário, ele também será, como regra, necessário. 
Assim, quando o litisconsórcio for necessário por força da incindibilidade da relação jurídica será também unitário! 
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A segunda hipótese que o CPC prevê, para que haja litisconsórcio necessário, é quando a natureza da relação jurídica 
discutida em juízo é uma e indivisível. Nessa situação, esse tipo de litisconsórcio necessário será sempre unitário, 
porque é impossível para o juiz decidir de forma não uniforme para os litigante que discutem uma mesma relação 
jurídica incindível (Mouzalas; Terceiro Neto; Madruga). 
Exemplo: Anulação de casamento. 
ATENÇÃO: O litisconsórcio necessário por força da lei poderá ser simples ou unitário. Mas quando for necessário 
por força da incindibilidade da relação jurídica será unitário, salvo quando a lei expressamente admitir a legitimação 
concorrente - (art. 103 da CF) (art. 5º da LACP) (art. 1314 do CC) -, caso em que será facultativo e unitário. 
→ Se o litisconsórcio for necessário por força da incindibilidade da relação jurídica será unitário! (REGRA) 
→Exceção: existem situações em que o litisconsórcio mesmo sendo necessário por força da incindibilidade da 
relação jurídica, deixará de ser necessário e será facultativo. 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 
Art. 5º. Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: I - o Ministério Público; II - a Defensoria 
Pública; III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; IV - a autarquia, empresa pública, fundação 
ou sociedade de economia mista; V - a associação que, concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 
(um) ano nos termos da lei civil; b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e 
social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, 
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
 
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24 
 
Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos 
compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou 
gravá-la. 
Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo 
dela a estranhos, sem o consenso dos outros. 
3. Figuras problemáticas a respeito do litisconsórcio 
3.1 Litisconsórcio ativo (mais de um autor), facultativo (opcional) e ulterior (formado após a propositura da 
ação) 
Para a maioria da doutrina, a combinação das classificações acima delineadas não é possível, considerando que 
violaria o art. 5º, XXXVII, CF (princípio do juiz natural). 
Exemplo: havendo um autor que ajuizou uma ação na Vara “Preta”, outra pessoa (que poderia ter sido litisconsorte), 
resolve, após a distribuição da ação, ingressar. Não pode ser admitido, por patente violação ao princípio do juiz 
natural. 
3.2 Litisconsórcio ativo necessário 
O litisconsórcio ativo necessário exigiria a pluralidade de autores necessariamente. 
Para ingressar com a ação a lei exigiriaa presença no polo ativo de dois ou mais autores, isso não é possível por 
violar a liberdade do exercício do direito de ação. Por outro lado, restringiria o direito do outro autor, posto que o 
autor “x” ao optar pelo não ingresso da ação, prejudicaria o direito do autor “y”, haja vista que esse precisaria 
necessariamente da presença de “a” no polo da demanda para demandar. 
Desse modo, contemplamos que há violação tanto do direito de demandar quanto do direito da liberdade de ação. 
1ª Corrente 
→O litisconsórcio ativo necessário não existe porque a lei não pode obrigar a alguém que não quer ser autor de uma 
demanda a ingressar em juízo. Com base nessa premissa, os autores defendem que o litisconsórcio ativo é sempre 
facultativo. 
Parece ser a corrente adotada pelo Novo CPC, senão vejamos o teor do art. 115: 
Art. 115, Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira 
a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. 
2ª Corrente 
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25 
 
Defende que existe litisconsórcio ativo necessário. 
Exemplo: Art. 114, §2º e 26 do Estatuto da OAB. 
Admitindo-se a possibilidade de formação de litisconsórcio ativo necessário, indaga-se: como faz, quando um dos 
autores se recusar a demandar? 
Existem duas possibilidades: 
a) Aplicação do art. 74 do Novo CPC por analogia: O autor de que depende da aquiescência do outro, o qual se nega 
o ingresso (autor resistente) faria pedido de suprimento, aplicando-se, por analogia o entendimento disposto ao teor 
do art.74 do CPC. 
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos 
cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. 
b) Colocar o autor resistente do polo passivo da ação. 
Obs.1: para prova teste (objetiva) sugere-se o entendimento da 1ª corrente, ante o dispositivo legal do novo CPC. 
3.3 Litisconsórcio passivo eventual 
3.4 Litisconsórcio passivo alternativo 
São figuras em que mais de um réu é demando, porém se deseja que apenas um deles ou grupo deles seja condenado. 
No eventual, o autor estabelece uma ordem de preferência. 
No litisconsórcio passivo eventual, o autor pede que o juiz, eventualmente, condene um réu; em não sendo possível, 
condene outro. Denota-se que há uma preferencia e, tão somente não sendo possível, é que se recorre a segunda 
opção. 
No alternativo, por sua vez, o autor não manifesta sua ordem de preferencia, desejando que condene algum deles 
(um ou outro, tanto faz). 
No litisconsórcio alternativo, não há ordem de preferência, ou seja, a parte ajuíza ação contra mais de um réu e pede 
a condenação de apenas um, não importando qual deles (um ou outro, tanto faz). 
Exemplo: art. 547 do Novo CPC. 
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a 
citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. 
3.5 Litisconsórcio facultativo multitudinário 
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26 
 
Na formação do litisconsórcio, quando se verificar pelo excesso do numero de litigantes (multidão de autores), que 
isso possa prejudicar a celeridade do processo ou comprometimento de defesa do réu, poderá o magistrado limitar a 
formação desse litisconsórcio. 
Desse modo, contemplamos que o juiz poderá limitar o número dos participantes no litisconsórcio multitudinário, 
quando: 
• quando comprometer a celeridade do processo; 
• quando dificultar o exercício do direito de defesa. 
Nesse sentido, o art. 113 do §1º do Novo CPC, “o juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número 
de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida 
solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento de sentença”. 
Só existe essa possibilidade no LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO. 
O Novo Código de Processo Civil foi silente ao regulamentar a matéria, deixando algumas questões abertas que 
deixam dúvidas, entre as quais podemos destacar: 
• Qual o número de litisconsortes que prosseguem? 
• Quem define quais serão excluídos? 
• Quem desmembra o feito? 
• O juiz da ação originária é competente para as desmembradas? 
Vamos analisar as indagações acima apontadas. 
1. Número de litisconsortes que prosseguem: 
Inicialmente, cumpre destacar que não há previsão no Novo CPC. 
Assim, o juiz irá analisar o caso concreto, conforme a complexidade da causa. 
Conforme a complexidade da matéria do caso será definida o número de litisconsortes. 
2. Definição dos Excluídos: 
Não há previsão no NCPC. 
Gajardoni defende que caberá a parte a escolha de quem serão os excluídos. Cabendo a parte escolher contra quem 
demanda. 
3. Competência para desmembramento do feito: 
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Não há previsão legal no Novo Código de Processo Civil. O professor Gajardoni defende que caberá à parte. Há, 
contudo, corrente defendendo que caberá ao Poder Judiciário. 
4. O juiz da ação originária é competente para as desmembradas? 
Não há previsão legal no Novo Código de Processo Civil. Ainda não há posição que prevalece, inclina-se pela 
aplicação do art. 286 do NCPC, sendo o juiz da mesma vara. Porém, segundo entendimento do professor Gajardoni 
a distribuição seria livre. 
5. Cabe recurso da rejeição ou exclusão do pedido de limitação (art. 1015, VIII do Novo CPC) 
O recurso cabível é o agravo de instrumento, nos termos do art. 1.015, e VII e VIII. 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio. 
4. Regime Jurídico do Litisconsórcio 
Quando há litisconsorte, pode ocorrer da prática de determinados atos processuais beneficiar à todos, porém, há 
outros atos que podem prejudicar. 
É sob esse contexto que se faz necessária a discussão do “regime jurídico do litisconsorte”. 
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, 
exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os 
poderão beneficiar. 
 
Por atos benéficos devemos compreender os atos que a parte pratica na defesa de seus interesses, por exemplo, 
contestar, provar, recorrer. 
Por outro lado, os atos prejudiciais são aqueles que se contrapõem ao exercício do direito de defesa, por exemplo, 
confessar, renunciar ao direito, revelia. 
Quando se tratar de litisconsórcio simples, se o ato praticado pelo litisconsorte for benéfico, em regra, não beneficia. 
Isso porque sendo simples, a decisão pode ser diferentes para todos, e assim, é “cada um por si”. 
Desse modo, tratando-se de litisconsórcio simples, não beneficiária o litisconsorte, salvo em casos específicos 
(exceção: art. 1.005 - recurso e 345,I do Novo CPC). 
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As exceções estão relacionadas as teses comuns de defesa. 
Em relação ao litisconsorte unitário, como a decisão deve ser a mesma (não pode ser diferente), os atos benéficos 
podem beneficiar os demais, conforme previsão expressa no art. 117 do NCPC. 
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, 
exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os 
poderão beneficiar. 
Os atos prejudiciais não irão prejudicar os demais, só valerá, inclusive para o próprio praticante, quantos todos 
concordarem. 
Assim: 
• Litisconsórcio simples: não beneficia, em regra. 
• Litisconsórcio unitário: beneficia. 
No tocante aos atos prejudiciais: 
• Litisconsórcio simples: não prejudica. 
• Litisconsórcio unitário: não prejudica. 
Esquematizando 
 
5. Efeitos da não formação do litisconsórcio 
Quando o litisconsórcio não é formado, qual é a consequência jurídica? 
5.1 FacultativoPor se tratar de uma opção do autor (facultativo), não há nenhum efeito no processo. Assim, se a outra parte desejar, 
poderá entrar com uma ação separada. 
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→Não possui efeito processual nenhuma. Haverá a propositura da ação em separado. 
5.2 Obrigatório 
No litisconsórcio necessário, é obrigatória a formação do litisconsórcio. Assim, a sua não formação ensejará a 
ausência de legitimidade. 
→ Por se tratar de obrigatoriedade, haverá um problema de legitimidade ad causam. 
Nesse sentido, a consequência jurídica dependerá do momento processual: 
a) Antes da sentença (intervenção iussi iudiciss – art. 115, parágrafo único, CPC): se o juiz antes de sentenciar 
verificar que falta um litisconsórcio necessário, determinará que o autor providencie a emenda da inicial para 
requerer a citação do “litisconsorte ausente”, sob pena de extinção do processo. 
→ Intimação do autor para emendar a inicial, a fim de incluir o litisconsorte passivo na demanda. 
Art. 115, Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira 
a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. 
b) Após a sentença 
Se após a sentença, os efeitos são variáveis, conforme for unitário ou simples o litisconsórcio. Nesse sentido, vejamos 
o teor do art. 115 Novo CPC. 
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será: 
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo (litisconsórcio 
unitário); 
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados. 
Assim: 
• No caso de litisconsórcio unitário: é nula, podendo ser rescindida no prazo de 02 anos; 
NULA. 
• No caso de litisconsórcio simples: é ineficaz. 
INEFICÁCIA para o excluído. 
6. Casuística Jurisprudencial 
6.1 Prazo em dobro: art. 229 do Novo CPC e Súmula 641 do STF. 
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Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos 
contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de 
requerimento. 
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. 
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos. 
Seguindo a tradição do antigo CPC, o art. 229 do Novo CPC prevê que os litisconsortes com diferentes procuradores 
tem prazo em dobro. 
Lembre-se! 
Litisconsortes, com diferentes procuradores, possuem prazo em dobro para todos os prazos processuais. 
Obs.1: Só se aplica o art. 229 do Novo CPC se os advogados dos litisconsortes forem de escritórios diferentes: 
→“...de escritórios de advocacia distintos”. 
Obs.2: A referida regra não se aplica aos autos digitais, por uma razão lógica, é plenamente possível o acesso dos 
autos simultaneamente por todos os litisconsortes. 
A norma tem razão de ser, considerando que a prerrogativa de prazo tem justamente a justificativa de dificuldade de 
acesso aos autos (Daniel Amorim Assumpção). 
Obs.3: De acordo com a Súmula 641, do STF acaba o prazo em dobro quando subsiste apenas um litisconsorte. 
Súmula 641, STF: Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido. 
6.2 Alimentos Avoengos 
Os Alimentos Avoengos são os alimentos pedidos aos avós, na falta dos genitores. Na hipótese de incapacidade 
absoluta dos filhos serem alimentados pelos pais, poderá ser possível pedir aos avós. 
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o 
encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, 
todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais 
ser chamadas a integrar a lide. 
STJ entendeu no REsp 658.139-RS, que a ação de alimentos avoengos é um caso de litisconsórcio necessário, por 
força de lei, entre todos os avós (paternos e maternos), que poderá todavia ser simples (decisão não será a mesma 
para os litisconsortes). 
6.3 Conta Conjunta e litisconsórcio passivo (solidariedade) 
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Nos casos de cobrança, ela só deve ser dirigida em face do emitente do cheque, da conta conjunta. 
Desse modo, a pessoa, por exemplo, que emitiu o cheque será a devedora e não os titulares da conta conjunta. 
Assim, não há litisconsorte dos titulares da conta conjunta em relação a terceiros. 
6.4 Súmula 529 e 537 do STJ. 
Súmula 529 - No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro 
prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano. 
 
Súmula 537 - Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o 
pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização 
devida à vítima, nos limites contratados na apólice. 
 
Sugestão de Estudo Complementar | Súmulas 529 e 537 do STJ Comentadas – Dizer o Direito: Anexo! 
 
6.5 Litisconsórcio e competência nos Juizados Especiais 
Enunciado 02 Fonaje – É cabível, nos Juizados Especiais da Fazenda Pública, o litisconsórcio ativo ficando 
definido, para fins de fixação da competência, o valor individualmente considerado de até 60 salários mínimos. 
O limite é estabelecido por autor, e não o somatório de todos os litisconsortes. 
→A análise do teto é feito por autor. 
6.6 Litisconsórcio, pedidos cumulados e competência da Justiça Federal 
O STJ firmou o entendimento de que no caso de cumulação de pedidos envolvendo entes que deveriam ser julgados 
na Justiça Federal e na Justiça Estadual, deve-se separar os processos, não podendo a JF apreciar pedidos que são 
da competência da Justiça Estadual. 
6.7 Litisconsórcio em Mandado de Segurança (Súmulas 631 e 701 do STF) 
Além da autoridade coautora, tem que ser réu também o beneficiário do ato atacado, tem-se um caso de litisconsórcio 
necessário unitário. 
Súmula 631, STF – Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não promove, no prazo 
assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário. 
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Súmula 701, STF – No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra a decisão proferida em 
processo penal, é obrigatória a citação o réu litisconsorte passivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
Conteúdo 03: Intervenção de Terceiros 
 
1. Generalidades 
Aspectos conceituais importantes para o estudo da intervenção de terceiros. 
1.1. Efeitos das sentenças e intervenção (506 NCPC) 
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. 
O processo tem efeito endoprocessual, ou seja, entre as partes que compõem o processo. 
Inobstante a regra seja de que os efeitos da sentença atinjam apenas as partes, em determinados casos, os efeitos 
ultrapassam a relação jurídica entre as partes. 
Desse modo: 
• Há casos em que não atingem terceiros; 
• há casos, em que atingem de forma reflexas terceiros; 
• há casos em que os terceiros são atingidos de forma direta. 
Qual a relação existente entre os efeitos da sentença e as intervenções de terceiro? é que toda vez que terceiros é, 
ainda que potencialmente, alcançado pelos efeitos da decisão proferida em processo alheio, esse terceiro passa a ter 
legitimidade para intervir nesse processo, a fim de influir nesse processo. 
O que define qual é a modalidade de intervenção de terceiro que será utilizada pela pessoa potencialmente atingida? 
é a intensidade com que este efeito pode vim a alcançar o terceiro. 
Assim, se for atingidaapenas de forma reflexa, o caso poderá ser de assistência simples. Por outro lado, se o efeito 
for mais drástico e direto ao terceiro, será hipótese de assistência litisconsorcial. 
1.2. Conceito de terceiro 
Tradicionalmente, a definição de terceiro vem a partir da negativa do que se entende por parte. Assim, por exclusão, 
terceiro é o sujeito que, não é autor nem réu (parte), mas que, ao ingressar na relação processual, exerce atividade 
predominantemente postulatória. 
Para o professor Gajardoni, terceiro é quem no processo não pede e nem tem contra si pedidos formulados. 
Cumpre ressaltar que, o terceiro, quando ingressa em processo alheio, passa a ser parte, pois poderá fazer pedidos 
ou ter pedidos formulados contra si (REGRA! Atenção para a assistência simples e amicus c). 
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Assim, a partir do momento em que o terceiro ingressa no processo, ele perde a qualidade de terceiro e passa a ser 
PARTE. 
Obs.1: Assistente simples – há defensores na doutrina que defendem que na hipótese da assistência simples, mesmo 
quando ingresse no processo, o terceiro não perde sua “qualidade” de terceiro no processo, ou seja, não passará a 
ser parte. 
Obs.2: A outra exceção seria a figura do amicus curiae, isso porque ele não ingresse na demanda para fazer pedidos 
para si, mas para orientar. 
1.3. Classificação das formas de intervenção 
a) intervenção típica (119 a 138) ou atípica (674, 996, 908, etc) 
Intervenção típicas são aquelas que estão previstas no CPC. Assim, intervenção típica é a prevista em lei como tal. 
Atualmente, com o Novo CPC temos 5 (cinco) espécies de intervenção de terceiro típicas: 
• Assistência; 
• Denunciação a lide; 
• Chamamento ao processo; 
• Incidente da desconsideração da personalidade jurídica; 
• amicus curiae. 
Lembre-se! 
Atualmente, são cinco as formas de intervenção expressamente previstas no CPC: a assistência, a denunciação da 
lide, o chamamento ao processo, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica e o amicus curiae. 
Além das modalidades típicas de intervenção, temos as intervenções de terceiros atípicas. 
Corroborando ao exposto, expõe Daniel Amorim Assumpção, “previsões legais esparsas que permitem a 
intervenção de um terceiro em processo já em andamento e que não são tipificáveis em nenhuma dessas cinco 
modalidades, constituem as chamadas intervenções de terceiros atípicas”. 
As intervenções de terceiros atípicas são aquelas não previstas como tal, mas não possuem essa roupagem (caráter 
de intervenção de terceiro). 
Exemplos: 
• Embargos de terceiros (art. 674, CPC); 
• Recurso de terceiro prejudicado (art. 996, CPC); 
• Concurso de credores/prelações (art. 908, CPC). 
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b) intervenção espontânea ou provocada 
b.1 espontânea: ocorre quando o terceiro apresenta-se, sponte própria, para atuar no processo, independentemente 
de provocação das partes ou do juiz. 
É aquela em que o terceiro intervém no processo, sem ter sido “convidado”. Exemplo: Assistência. 
O terceiro não foi chamado para ingressar no processo. 
b.2 provocada: a intervenção de terceiro provocada acontece quando o terceiro é exortado a intervir no processo, 
por provocação das partes (a exemplo do que ocorre na denunciação a lide) 
→ Quando a pessoa é oficialmente comunicada para participar do processo. 
Exemplo: Denunciação à lide. 
Esquematizando 
Espontânea Provocada 
O terceiro ingressa no processo por sua vontade. 
 
Ex.: assistência e amicus curiae. 
 
O terceiro é citado ou intimado a participar do processo. 
 
Ex.: denunciação à lide, chamamento ao processo, 
incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
amicus curiae (entra nos dois). 
 
c) intervenção por inserção ou por ação 
Na intervenção por inserção, o terceiro ingressa na mesma relação jurídica processual existente, não se forma uma 
nova relação jurídica processual. Quatro das modalidades típicas de intervenção são por inserção 
(assistência/chamamento ao processo/incidente da desconsideração da personalidade jurídica e amicus curiae). 
Por outro lado, a intervenção de terceiro por ação se dá quando o ingresso do terceiro não se dá na mesma relação 
jurídica processual entre as partes, mas através da formação de uma nova relação jurídica processual (denunciação 
à lide). 
Esquematizando 
Inserção Ação 
Ocorre dentro da relação jurídica existente (triangular). 
 
Ex.: assistência, amicus curiae. 
 
Ocorre uma nova relação jurídica (mesmo que dentro do 
mesmo processo), ajuizada pelo ou contra o terceiro. 
 
Ex.: denunciação à lide. 
 
1.4 Intervenção de terceiros no Novo CPC 
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O tema intervenção de terceiros foi bastante afetado pelo regramento do Novo CPC, razão pela qual merece nosso 
estudo com maior atenção. 
A) Substituição da nomeação à autoria (62 a 63 CPC/73) pela técnica de correção da legitimidade passiva (338 e 
339 Novo CPC): 
Não há mais no novo CPC a figura da nomeação à autoria (prevista nos arts. 62 a 69 do antigo CPC). Em verdade, 
a nomeação a autoria foi substituída pela técnica de correção da legitimidade passiva (338 e 339 do Novo CPC). 
→Com o advento do Novo CPC, “extingue-se” a nomeação à autoria, criando-se a técnica de correção de 
legitimidade passiva. 
A nomeação a autoria era a forma de intervenção de terceiro através da qual uma pessoa, alegando não ser a parte 
legitimada do processo nomeava um terceiro para o autor. 
Daniel Amorim Assumpção explica, não consta do rol de intervenção de terceiros do Novo Código de Processo 
Civil a nomeação à autoria, mas não seria correto afirmar que seu propósito tenha desaparecido em razão da 
previsão contida no art. 338 do novo diploma processual. 
Nesse sentido, vejamos os dispositivos legais: 
Art. 338 NCPC. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, 
o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do 
réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do 
art. 85, § 8º. 
Conforme se pode extrair da redação do art. 338, do Novo CPC, agora o réu poderá, em contestação, alegar 
ilegitimidade, indicando o réu correto. Em sequência, será conferido ao o autor, oportunamente o prazo de 15 dias 
para se manifestar, podendo concordar com a indicação feita pelo réu ou optar por incluir o novo legitimado como 
litisconsorte. 
Art. 339 NCPC. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica 
discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos 
prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a 
substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. 
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§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte 
passivo, o sujeito indicado pelo réu. 
B) Realocação da oposição entre os procedimentos especiais 
A oposição no antigo CPC era modalidade de intervenção de terceiro típica. No Novo CPC, entretanto, ficou alocada 
nos procedimentos especiais. 
Desse modo, contemplamos que a oposição recebeu novo tratamento. Deixou de ser espécie de intervenção de 
terceiro para figurar como procedimento especial, em razão da sua natureza de ação autônoma e por possuir um 
regime jurídico semelhante a dos embargos de terceiros. 
→Com o advento do Novo CPC, a oposição deixou de ter uma intervenção de terceiros típica, passando a ser 
considerada um procedimento especial, prevista nos art. 682 a 686 do NCPC. 
Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisaou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até 
ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. 
Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exigidos para propositura da ação. 
Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa de seus respectivos 
advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias. 
Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente. 
Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará simultaneamente à ação 
originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. 
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do 
processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da 
duração razoável do processo. 
Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá em primeiro 
lugar. 
C) Duas novas modalidades de intervenção de terceiros típicas foram inseridas: amicus curiae e desconsideração da 
Pessoa Jurídica (133/137 e 138 do Novo CPC). 
Outra grande novidade trazida pelo novo CPC foi a inserção de dois novos institutos ao rol da intervenção de 
terceiros, quais sejam, o amicus curiae e o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 
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→Com o advento do Novo CPC o amicus curiae e desconsideração da Pessoa Jurídica tornou-se hipóteses de 
intervenção de terceiros típicas. 
2. Assistência 
Assistência lato sensu constitui modalidade interventiva espontânea (voluntária), em que um terceiro, juridicamente 
interessado, ingressa no processo em curso para auxiliar uma das partes sem nenhuma exortação judicial, a fim de 
evitar prejuízos (Mouzalas; Terceiro Neto; Madruga). 
Corroborando ainda, preleciona Daniel Amorim Assumpção, ao ingressar de modo voluntário em processo alheio 
para auxiliar uma das partes na busca da vitória judicial, resta suficientemente claro que a assistência preenche os 
requisitos mínimos para ser considerada uma intervenção de terceiros. 
Segundo o Professor Gajardoni, a assistência ocorre quando, havendo uma demanda entre as partes, um terceiro 
passa a atuar para ajudar (assistir) uma das partes. 
Assim, a assistência acontece toda vez que um terceiro ingressa no processo alheio para colaborar com uma das 
partes A ou B, em virtude de seu interesse. 
Tem interesse jurídico, todo aquele que atingindo ainda que reflexamente, pela decisão proferida em processo alheio. 
2.1. Hipóteses de cabimento 
a) Interesse jurídico (119 NCPC): 
A assistência depende de interesse jurídico. 
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença 
seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. 
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo 
o assistente o processo no estado em que se encontre. 
Exemplo: 
- Sublocatário na ação de despejo: sublocatário ingressa no processo em curso para auxiliar o locatário na ação de 
despejo intentada pelo proprietário do imóvel. 
Situação: o autor (locador) ajuizou uma ação de despejo contra André (locatário). Acontece que André sublocou 
uma parte da casa. Dessa forma, na presente situação o sublocatário possui interesse em assistir o locatário, a fim de 
proteger seu interesse, haja vista que eventual resultado na demanda processual poderá lhe atingir de forma reflexa. 
Atenção! 
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Para o STJ, interesse jurídico é diferente de interesse moral, interesse corporativo e de interesse econômico. Apenas 
no caso de interesse jurídico admite-se assistência, nos demais casos não, pois a pessoa não é atingida pelos efeitos 
jurídicos da decisão. 
b) Intervenção de terceiro anódina 
Trata-se de uma forma de intervenção de terceiro, em que se admite o ingresso de terceiro mesmo na ocasião em 
este não tenha interesse jurídico no processo. 
Em síntese, é hipótese de assistência sem que tenha interesse jurídico. 
b.1 Hipóteses 
Art. 5º da Lei 9.469/1997. A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, 
fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais. 
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda 
que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico, para 
esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria 
e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão consideradas partes. 
O STJ admite a intervenção anódina, porém caso a União interfira no processo e este esteja na justiça estadual, não 
haverá o deslocamento para Justiça Federal. 
Segundo o Professor Gajardoni, o amicus curiae (art. 138, §1º do NCPC) e as ações coletivas pela posse da terra 
(art. 565, §4º do NCPC), seriam também hipóteses de intervenção anódina, pois ao ingressarem no processo, este 
não sofrerá nenhum impacto, como por exemplo, o deslocamento da Justiça Estadual para a Justiça Federal. 
Art. 138. § 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição 
de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. 
 
Art. 565, § 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito 
Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se 
manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito 
possessório. 
2.2 Espécies 
A assistência simples, bem como, a assistência litisconsorcial, pressupõem o interesse jurídico. 
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A diferença entre as referidas espécies é que na a assistência litisconsorcial existe um “Plus”: há também relação 
jurídica também entre o assistente o adversário do assistido. 
a) Assistência Simples (art. 121, Novo CPC) 
Na assistência simples ocorre relação jurídica apenas entre o assistente e o assistido, não há relação com a parte 
adversária. 
a.1) Poderes do Assistente Simples (Subordinação) 
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á 
aos mesmos ônus processuais que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu 
substituto processual. 
O assistente simples não defende direito próprio na demanda, apenas auxiliando o assistido na defesa de seu direito, 
de forma que a sua atuação no processo está condicionada à vontade do assistido (subordinação), não se admitindo 
que a sua atuação contrarie interesses deste. 
Assim, em regra, o assistente fica subordinado aos atos processuais do assistido. A ressalva encontra-se prevista ao 
teor do parágrafo único. Na hipótese de omissão do assistido, o assistente será considerado seu substituto processual, 
nessa hipótese poderá produzir provas (a atuação será livre), recorrer, por exemplo. 
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, 
renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos. 
a.1.1) Justiça da Decisão 
A participação do assistente no processo alheio torna para ele imutável e indiscutível a justiça da decisão após o 
trânsito em julgado. Nesse sentido, o art. 123 caput do Novo CPC “transitada em julgado a sentença no processo 
em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão”. Desse modo, 
ao não poder mais

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