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Transtornos de humor

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CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
TRANSTORNOS DE HUMOR 
O HUMOR pode ser definido como uma emoção ou um tom 
de sentimento persistente que influencia o comportamento 
de uma pessoa e colore sua percepção de ser no mundo. O 
humor pode ser descrito de diversas formas: deprimido, 
triste, melancólico, excitado, eufórico, jubiloso e etc; 
podendo ainda ser lábil, flutuar ou alternar rapidamente 
entre os extremos. 
TRANSTORNOS DE HUMOR (OU TRANSTORNOS 
AFETIVOS) são uma categoria importante de doença 
psiquiátrica que envolve principalmente transtorno 
depressivo e transtorno bipolar. Alguns sinais e sintomas de 
transtorno do humor incluem mudanças no nível de 
atividade, nas capacidades cognitivas, na fala e nas funções 
vegetativas (p. ex., sono, apetite, atividade sexual e outros 
ritmos biológicos). Esses transtornos quase sempre resultam 
em comprometimento do funcionamento interpessoal, 
social e ocupacional. 
EPIDEMIOLOGIA 
Os transtornos de humor são comuns, sendo que o 
transtorno depressivo apresenta a prevalência mais alta ao 
longo da vida (quase 17%) de todos os transtornos 
psiquiátricos. 
Valendo lembrar que é difícil estimar a incidência de 
transtorno bipolar, porque formas mais leves são mais 
difíceis de serem diagnosticadas 
ETIOLOGIA 
FATORES BIOLOGICOS 
Pesquisas já mostraram anormalidades biológicas em 
pacientes com transtornos de humor. Como por exemplo: 
1. Aminas biogênicas 
Os dois neurotransmissores mais implicados na 
fisiopatologia dos transtornos de humor são: 
Norepinefrina/noradrenalina: Hormônio produzido pelas 
glândulas suprarrenais que é liberado na corrente sanguínea 
para transmitir sinais nervosos que ajudam a regular funções 
cerebrais importantes como humor, concentração, atenção 
e memória 
Serotonina: neurotransmissor que se tornou a amina 
biogênica mais comumente associada a depressão → A 
depleção de serotonina pode precipitar depressão, e alguns 
pacientes com impulsos suicidas tem concentrações baixas 
de metabolitos de serotonina no liquido cerebrospinal (LCS) 
e concentrações baixas de zonas de captação de serotonina 
nas plaquetas. 
Dopamina: embora a norepinefrina e a serotonina sejam as 
aminas biogênicas associadas com mais frequência à 
fisiopatologia da depressão, há a teoria de que a dopamina 
também desempenhe um papel. Dados indicam que sua 
atividade pode estar reduzida na depressão e aumentada na 
mania → Os medicamentos que reduzem as concentrações 
da dopamina – por exemplo, a reserpina – e as doenças que 
também têm esse efeito (p. ex., doença de Parkinson) estão 
associados com sintomas depressivos. 
2. Outros distúrbios de neurotransmissores: 
Acetilcolina (ACh): Níveis anormais de colina, que é um 
precursor de ACh, foram encontrados na necropsia de 
cérebros de alguns pacientes deprimidos. Agentes agonistas 
colinérgicos têm efeitos clínicos diferentes sobre depressão 
e mania: podem produzir letargia, falta de energia e retardo 
psicomotor em indivíduos saudáveis, exacerbar os sintomas 
na depressão e reduzir os sintomas na mania. 
Ácido gama-aminobutírico (GABA): contribui para 
regulação da ansiedade (aumenta a sensação de 
relaxamento e calma). Reduções dos níveis plasmático, do 
LCS e cerebral de GABA foram observadas na depressão 
Aminoácidos glutamato e glicina: principais 
neurotransmissores excitatórios e inibitórios do SNC. 
3. Segundos mensageiros e cascatas intracelulares 
Evidências crescentes indicam que agentes estabilizadores 
de humor agem sobre as proteínas G ou outros segundos 
mensageiros 
4. Alterações da regulação hormonal 
Estresse prolongado pode induzir alterações no estado 
funcional dos neurônios e acabar levando a morte celular. 
Estudos recentes com humanos deprimidos revelam que 
uma história de trauma precoce está associada com 
atividade HHS (eixo hipotálamo-pituitária-adrenal) 
aumentada acompanhada de alterações estruturais (i.e., 
atrofia ou diminuição de volume) no córtex cerebral 
5. Atividade do eixo tireoidiano 
Aproximadamente 5 a 10% das pessoas avaliadas para 
depressão têm disfunção tireoidiana ainda não detectada, 
conforme refletido por nível basal do hormônio estimulante 
da tireoide (TSH) elevado ou resposta de TSH aumentada a 
uma infusão de 500 mg do neuropeptídeo hipotalâmico 
hormônio liberador de tireotrofina (TRH). 
CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
6. Hormônio do crescimento (GH) 
Secretado da hipófise anterior após estimulação por 
norepinefrina (NE) e dopamina. A secreção é inibida por 
somatostatina, um neuropeptídeo hipotalâmico, e por CRH. 
Níveis de somatostatina do LCS diminuídos foram relatados 
na depressão e níveis aumentados foram observados na 
mania. 
7. Alterações da neurofisiologia do sono 
A depressão está associada com perda prematura do sono 
profundo (de onda lenta) e aumento no despertar noturno 
(gerando uma redução no tempo de sono total, aumento do 
sono de movimentos oculares rápidos (REM) fásico e 
aumento da temperatura corporal). 
A combinação de movimento REM aumentado e sono de 
onda lenta diminuído resulta em uma redução significativa 
no primeiro período de sono não REM (NREM), um 
fenômeno chamado de latência REM reduzida. 
Foi verificado que pacientes que manifestam um perfil de 
sono caracteristicamente anormal são menos responsivos a 
psicoterapia e apresentam um risco maior de recaída ou 
recidiva e podem se beneficiar, sobretudo, da 
farmacoterapia. 
8. Distúrbios imunológicos 
Os transtornos depressivos estão associados com várias 
anormalidades imunológicas, incluindo diminuição da 
proliferação de linfócitos em resposta a mitógenos e outras 
formas de imunidade celular comprometida. 
9. Imagem cerebral estrutural e funcional 
A anormalidade mais consistente observada nos transtornos 
depressivos é a maior frequência de hiperintensidades 
anormais nas regiões subcorticais, tais como as regiões 
periventriculares, os gânglios da base e o tálamo. Mais 
comuns no transtorno bipolar I e entre idosos, essas 
hiperintensidades parecem refletir os efeitos 
neurodegenerativos prejudiciais de episódios afetivos 
recorrentes. Aumento ventricular, atrofia cortical e 
alargamento sulcal também foram relatados em alguns 
estudos. 
10. Considerações neuroanatômicas 
Tanto os sintomas de transtornos do humor como os 
achados das pesquisas biológicas apoiam a hipótese de que 
os transtornos do humor envolvem patologia do cérebro. A 
neurociência afetiva moderna focaliza-se na importância de 
quatro regiões cerebrais na regulação das emoções normais: 
o córtex pré-frontal (CPF), o cingulado anterior, o hipocampo 
e a amígdala. 
FATORES GENÉTICOS 
1. Estudos de família 
São responsáveis por investigar se o transtorno é familiar → 
Dados indicam que, se um membro da família for afetado 
por um transtorno de humor, maior é o risco do filho 
desenvolver também. Principalmente quando o parente é de 
primeiro grau. 
2. Estudos de gêmeos 
Dados de gêmeos fornecem evidências convincentes de que 
os genes explicam apenas 50 a 70% da etiologia dos 
transtornos do humor. O ambiente ou outros fatores não 
hereditários devem explicar o restante. Portanto, é uma 
predisposição ou suscetibilidade à doença que é herdada. 
3. Estudos de ligação 
Cromossomos 18q e 22q são as duas regiões com evidência 
mais forte de ligação a transtorno bipolar 
FATORES PSICOSSOCIAIS 
1. Acontecimentos de vida e estresse ambiental 
Tem se observado que eventos de vida estressante mais 
frequentemente precedem os primeiros episódios de 
transtornos de humor → uma teoria proposta para explicar 
esse fato é a de que o estresse que acompanha o primeiro 
episodio resulta em mudanças duradouras na biologia do 
cérebro, podendo alterar, por exemplo, os estados 
funcionais de vários neurotransmissores, podendo incluir 
ate mesmo perda de neurônios e uma redução excessiva de 
contatos sinápticos. Consequentemente,uma pessoa tem 
alto risco de desenvolver episódios subsequentes de um 
transtorno de humor, mesmo sem um estressor externo. 
Eventos que estão mais associadas com o desenvolvimento 
da depressão são: perda de um dos genitores antes dos 11 
anos de idade, perda do cônjuge, desemprego e culpa. 
2. Fatores de personalidade 
Todos os seres humanos com qualquer tipo de 
personalidade, podem e ficam deprimidos sob determinadas 
circunstancias, porém, aqueles com transtornos de 
personalidade do tipo TOC, histriônica e borderline, podem 
ter um risco de depressão maior do que pessoas com 
personalidade antissocial ou paranoide 
3. Fatores psicodinâmicos na depressão (visão 
clássica da depressão) 
CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
Visão criada por Freud e expandida por Karl Abraham 
envolve quatro pontos fundamentais: (1) distúrbios na 
relação bebê-mãe durante a fase oral (10 a 18 meses de vida) 
predispõem a vulnerabilidade subsequente a depressão; (2) 
a depressão pode estar ligada a perda real ou imaginada do 
objeto; (3) a introjeção de objetos que partiram é um 
mecanismo de defesa invocado para lidar com o sofrimento 
associado com a perda do objeto; e (4) visto que o objeto 
perdido é percebido com uma mistura de amor e ódio, 
sentimentos de raiva são dirigidos contra o self. 
Melanie Klein, assim como Freud, entendia a depressão 
como envolvendo a expressão de agressão contra entes 
queridos. Silvano Arieti observou que muitos pacientes 
deprimidos viviam suas vidas mais para os outros (outro 
dominante) do que para si mesmos. 
Esse outro dominante pode ser um princípio, um ideal ou 
uma instituição, bem como um indivíduo. A depressão se 
instala quando o indivíduo percebe que a pessoa ou o ideal 
pelo qual estava vivendo nunca vai responder de forma a 
satisfazer suas expectativas 
4. Fatores psicodinâmicos na mania 
A maioria das teorias acerca da mania considera os episódios 
maníacos como uma defesa contra a depressão subjacente 
OUTRAS FORMULAÇÕES DE DEPRESSÃO 
1. Teoria cognitiva 
Segundo essa teoria, a depressão é resultado de distorções 
(esquemas depressogênicos) cognitivas especificas 
presentes nas pessoas pré-dispostas a desenvolve-la 
Tríade cognitiva da depressão: visão sobre si próprio 
(autopercepção negativa), sobre o mundo (o mundo como 
um local hostil e exigente) e sobre o futuro (expectativa de 
sofrimento e fracasso). 
A terapia tem por objetivo modificar essas distorções 
2. Impotência aprendida 
Segundo essa teoria, fenômenos depressivos estão 
associados à experiencia de acontecimentos incontroláveis. 
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
São mais comuns em: 
1. Mulheres → diferenças hormonais, efeitos do 
parto, estressores psicossociais diferentes e 
modelos comportamentais de impotência 
aprendida. 
2. Em pessoas com 40 anos 
3. Pessoas sem relacionamentos interpessoais íntimos 
e naquelas que são divorciadas ou separadas. 
4. Pessoas com abuso ou dependência de álcool, 
transtornos de pânico, transtorno obsessivo-
compulsivo (TOC) e transtorno de ansiedade social. 
QUADRO CLÍNICO 
O humor deprimido e perda de interesses ou prazer são os 
sintomas fundamentais da depressão. Os indivíduos podem 
dizer que se sentem tristes, desesperançados, na “fossa” ou 
inúteis. Com frequência, os pacientes descrevem os 
sintomas de depressão como uma dor emocional 
angustiante e, às vezes, se queixam de serem incapazes de 
chorar, um sintoma que se resolve quando melhoram. 
Cerca de dois terços de todos os pacientes deprimidos 
cogitam o suicídio. Alguns indivíduos deprimidos parecem 
não ter consciência de sua depressão e não se queixam de 
um distúrbio do humor, ainda que exibam afastamento da 
família, dos amigos e de atividades que antes lhes 
interessavam. Quase todos os deprimidos (97%) se queixam 
de redução da energia, têm dificuldade de terminar tarefas, 
têm mau desempenho na escola e no trabalho e menos 
motivação para desenvolver novos projetos. 
Além disso, outra queixa muito comum é a dificuldades para 
dormir, especialmente de despertar matinal precoce e de 
despertares múltiplos ao longo da noite, durante os quais 
ruminam sobre seus problemas. Muitos têm diminuição do 
apetite e perda de peso, mas outros experimentam 
aumento do apetite e de peso e dormem por mais tempo 
do que o habitual. Esses pacientes são classificados com 
aspectos atípicos. Além disso, a ansiedade é um sintoma 
muito comum → Sentir-se nervoso ou tenso, sentir-se 
anormalmente inquieto, dificuldade de se concentrar devido 
a preocupações, temor de que algo terrível aconteça e 
sentimento de que o indivíduo possa perder o controle de si 
mesmo. 
Depressão em crianças e adolescentes: Fobia escolar e 
apego excessivo aos pais podem ser sintomas de depressão 
em crianças. Mau desempenho escolar, abuso de drogas, 
comportamento antissocial, promiscuidade sexual, 
ociosidade e fuga de casa podem ser sintomas de depressão 
em adolescentes. 
Depressão em idosos: é mais comum em pessoas mais 
velhas do que na população em geral, podendo estar 
correlacionada a condição socioeconômica baixa, perda de 
um cônjuge, doença física concomitante e isolamento social. 
DIAGNOSTICO 
Os critérios diagnósticos para transtorno depressivo maior 
pelo DSM-5 são: 
CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
A. Cinco ou mais dos seguintes sintomas estiverem 
presentes durante o mesmo período de duas semanas e 
representam uma mudança em relação ao funcionamento 
anterior; pelo menos um dos sintomas é humor deprimido 
ou perda de interesse ou prazer. Não incluir sintomas 
nitidamente devidos a outra condição médica. 
1) Humor deprimido na maior parte do dia, quase 
todos os dias, conforme indicado por relato 
subjetivo (p. ex., sente-se triste, vazio, sem 
esperança) ou por observação feita por outras 
pessoas (p. ex., parece choroso). (Nota: Em crianças 
e adolescentes, pode ser humor irritável). 
2) Acentuada diminuição do interesse ou prazer em 
todas ou quase todas as atividades na maior parte 
do dia, quase todos os dias (indicada por relato 
subjetivo ou observação feita por outras pessoas) 
3) Perda ou ganho significativo de peso sem estar 
fazendo dieta (p. ex., uma alteração de mais de 5% 
do peso corporal em um mês), ou redução ou 
aumento do apetite quase todos os dias. (Nota: Em 
crianças, considerar o insucesso em obter o ganho 
de peso esperado. 
4) Insônia ou hipersonia quase todos os dias. 
5) Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias 
(observáveis por outras pessoas, não meramente 
sensações subjetivas de inquietação ou de estar 
mais lento). 
6) Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 
7) Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou 
inapropriada (que podem ser delirantes) quase 
todos os dias (não meramente autorrecriminação 
ou culpa por estar doente). 
8) Capacidade diminuída para pensar ou se 
concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (por 
relato subjetivo ou observação feita por outras 
pessoas) 
9) Pensamentos recorrentes de morte (não somente 
medo de morrer), ideação suicida recorrente sem 
um plano específico, uma tentativa de suicídio ou 
plano específico para cometer suicídio. 
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo 
ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em 
outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
 
C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma 
substância ou a outra condição médica. 
D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais 
bem explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, 
transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro 
transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno 
psicótico especificado ou transtorno da esquizofrenia e 
outro transtorno psicótico não especificado. 
E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio 
hipomaníaco. 
A depressão pode ocorrer como um episódio único ou ser 
recorrentequando o indivíduo apresente pelo menos um 
segundo episódio de depressão → Segundo o DSM-5, 
episódios distintos de depressão são separados por, pelo 
menos, dois meses, durante os quais o paciente não tenha 
sintomas significativos de depressão. 
Distimia: é caracterizada por pelo menos dois anos de 
humor deprimido não grave o suficiente para receber o 
diagnóstico de episódio depressivo maior. 
Ao diferenciar luto de um episódio depressivo maior 
(EDM), é útil considerar que: 
▪ No luto, o afeto predominante inclui sentimentos 
de vazio e perda, enquanto no EDM há humor 
deprimido persistente e incapacidade de 
antecipar felicidade ou prazer. 
▪ A disforia no luto pode diminuir de intensidade 
ao longo de dias a semanas, ocorrendo em ondas, 
conhecidas como “dores do luto que tendem a 
estar associadas a pensamentos ou lembranças 
do falecido. O humor deprimido de um EDM é 
mais persistente e não está ligado a pensamentos 
ou preocupações específicos. 
▪ A dor do luto pode vir acompanhada de emoções 
e humor positivos que não são característicos da 
infelicidade e angústia generalizadas de um EDM. 
▪ O conteúdo do pensamento associado ao luto 
geralmente apresenta preocupação com 
pensamentos e lembranças do falecido, em vez 
das ruminações autocríticas ou pessimistas 
encontradas no EDM. 
▪ No luto, a autoestima costuma estar preservada, 
ao passo que no EDM os sentimentos de desvalia 
e aversão a si mesmo são comuns. Se presente no 
luto, a ideação autodepreciativa costuma 
envolver a percepção de falhas em relação ao 
falecido (p. ex., não ter feito visitas com 
frequência suficiente, não dizer ao falecido o 
quanto o amava). 
▪ Se um indivíduo enlutado pensa em morte e em 
morrer, tais pensamentos costumam ter o foco 
no falecido e possivelmente em “se unir” a ele, 
enquanto no EDM esses pensamentos têm o foco 
em acabar com a própria vida por causa dos 
sentimentos de desvalia, de não merecer estar 
vivo ou da incapacidade de enfrentar a dor da 
depressão. 
TRATAMENTO 
O tratamento de pacientes com transtornos de humor deve 
ser direcionado para vários objetivos: 
CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
1. A segurança do paciente deve ser garantida 
2. Uma avaliação diagnóstica completa do paciente é 
necessária 
3. Deve ser iniciado um plano de tratamento que trate 
não apenas os sintomas imediatos, mas também 
vise ao bem-estar futuro do paciente. 
MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS 
 
HOSPITALIZAÇÃO 
Indicações claras para a hospitalização são: 
1. Risco de suicídio ou homicídio 
2. Capacidade acentuadamente reduzida do individuo 
de obter alimento e abrigo 
3. Necessidade de procedimentos diagnósticos 
4. História de sintomas de rápida 
progressão/mudança adversa nos sintomas ou no 
comportamento do paciente 
5. Ruptura do sistema de apoio 
TERAPIA PSICOSSOCIAL 
Terapia cognitiva: focaliza as distorções cognitivas (atenção 
seletiva aos aspectos negativos das circunstâncias) 
postuladas como presentes no transtorno depressivo maior. 
A maioria dos estudos mostram que a terapia cognitiva 
possui uma eficácia igual a da farmacoterapia e está 
associada com menos efeitos adversos e melhor evolução. 
Terapia interpessoal: Concentra-se em um ou dois dos 
problemas interpessoais atuais do paciente → Ela tem base 
em dois pressupostos: primeiro, é provável que os 
problemas interpessoais atuais tenham suas raízes em 
relacionamentos disfuncionais precoces e, segundo, esses 
problemas podem estar envolvidos na precipitação e na 
perpetuação dos sintomas depressivos atuais. 
Teoria comportamental: baseia--se na hipótese de que 
padrões comportamentais mal-adaptativos resultam de o 
indivíduo receber poucas respostas positivas e talvez 
rejeição direta da sociedade → os pacientes aprendem a 
funcionar no mundo de maneira que recebam reforço 
positivo. 
Terapia de orientação psicanalítica: é fundamentada nas 
teorias psicanalíticas sobre depressão e mania. Seu objetivo 
é efetuar uma mudança na estrutura da personalidade ou no 
caráter do paciente, não simplesmente aliviar os sintomas. 
Melhoras na confiança interpessoal, na capacidade para 
intimidade, nos mecanismos de enfrentamento, na 
capacidade de enfrentar o luto e na capacidade de vivenciar 
uma ampla gama de emoções são alguns dos objetivos dessa 
terapia. 
Terapia familiar: é indicada em casos em que o transtorno 
ameaça o casamento do paciente ou o funcionamento da 
família, ou se for promovido ou mantido pela situação 
familiar; não sendo vista como uma terapia primaria para o 
transtorno. Esse tipo de terapia examina o papel do membro 
com a perturbação do humor no bem-estar psicológico geral 
de toda a família; também examina o papel da família na 
manutenção dos sintomas do paciente. 
Baixa disfunção social: sugeriu boa resposta a terapia 
interpessoal; 
Baixa disfunção cognitiva sugeriu boa resposta a terapia 
cognitivo comportamental e a farmacoterapia; 
Alta disfunção no trabalho sugeriu boa resposta a 
farmacoterapia 
Alta gravidade da depressão sugeriu boa resposta a 
terapia interpessoal e a farmacoterapia. 
Embora a maioria dos estudos indique – e a maioria dos 
médicos e pesquisadores acredite – que uma combinação 
de psicoterapia e farmacoterapia é o tratamento mais 
eficaz para transtorno depressivo maior, alguns dados 
sugerem outra visão: tanto uma quanto a outra isoladas 
são eficientes, pelo menos em episódios depressivos 
maiores leves, e o uso regular da terapia combinada 
aumenta o custo do tratamento e expõe o paciente a 
efeitos adversos desnecessários. 
 
ESTIMULAÇÃO DO NERVO VAGO 
A estimulação experimental do nervo vago, através de um 
dispositivo eletrônico implantado na pele, em vários estudos 
sobre o tratamento de epilepsia verificou que os pacientes 
apresentavam melhora do humor. 
Estudos preliminares mostraram que muitos pacientes com 
transtorno depressivo maior recorrente, crônico, entravam 
em remissão quando tratados com ENV, sendo que o 
mecanismo de ação da ENV para explicar a melhora é 
desconhecido → O nervo vago conecta-se ao sistema 
nervoso entérico e, quando estimulado, pode provocar a 
liberação de peptídeos que agem como neurotransmissores. 
CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA 
Essa terapia envolve o uso de pulsos muito curtos de energia 
magnética para estimular células nervosas no cérebro. É 
indicada especificamente para o tratamento de depressão 
em adultos que não conseguiram obter uma melhora 
satisfatória com um medicamento antidepressivo anterior 
na dose e duração efetivas mínimas ou acima delas no 
episódio atual. 
A terapia de EMT é contraindicada para pessoas com 
implantes metálicos ou objetos metálicos não removíveis na 
ou em torno da cabeça. 
 
PRIVAÇÃO DO SONO 
A privação do sono pode precipitar mania em indivíduos com 
transtorno bipolar I e aliviar temporariamente a depressão 
naqueles com depressão unipolar. Cerca de 60% dos 
pacientes com transtornos depressivos exibem benefícios 
significativos, mas transitórios, com a privação total do sono. 
Os resultados positivos, em geral, são revertidos pela noite 
de sono seguinte. 
FOTOTERAPIA (TERAPIA LUMINOSA) 
Em geral envolve expor o paciente afetado a luz 
brilhante na variação de 1.500 a 10 mil lux ou mais, via de 
regra com uma caixa de luz sobre uma mesa ou escrivaninha. 
Os pacientes sentam-se na frente da caixa por 
aproximadamente 1 a 2 horas antes do amanhecer de cada 
dia, embora alguns também possam se beneficiar da 
exposição após o anoitecer. 
É indicada na depressão sazonal e nos transtornos do sono. 
Ela tem sido utilizada para diminuir a irritabilidade e a 
redução da função associada com mudança de turno de 
trabalho. 
FARMACOTERAPIA 
O objetivo da farmacoterapia é a remissão dos sintomas, 
não apenas sua redução. 
Diretrizes gerais: 
1. Quadros leves podem ser tratados apenas com 
medidas não farmacológicas, nos casos moderadose graves elas podem ser usadas como adjuvantes 
2. Iniciar tratamento medicamentoso com as 
medicações de primeira escolha 
3. Usar a medicação por tempo suficiente em doses 
suficientes 
a. A menos que eventos adversos impeçam, 
a dosagem de um antidepressivo deve ser 
elevada ao nível máximo recomendado e 
mantida nesse nível por pelo menos 4 ou 5 
semanas antes que a tentativa seja 
considerada infrutífera. De modo 
alternativo, se um paciente estiver 
melhorando clinicamente com uma 
dosagem baixa do medicamento, essa 
dosagem não deve ser aumentada a 
menos que a melhora clínica pare antes de 
o benefício máximo ser obtido. 
 
Deve-se iniciar o tratamento medicamentoso com as 
medicações de primeira linha, são eles: 
1. Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina 
(5-HT) (ISRS) 
a. A recaptação é um mecanismo que o 
neurônio realiza para retirar o 
neurotransmissor (no caso, serotonina) da 
fenda sináptica. Quando a recaptação é 
inibida, aumenta a quantidade de 
serotonina disponível para os neurônios. 
b. São os mais seguros, eficazes, apresentam 
menor efeito colateral e melhor custo-
benefício 
2. Inibidores de Recaptação de Serotonina e 
Noradrenalina (IRSN) 
a. Desvantagem: custo elevado, porém, são 
potentes, apresentam pouca interação e 
menos efeitos colaterais 
3. Antidepressivos tricíclicos 
a. Apresentam como vantagem o custo e a 
disponibilidade, contudo possuem muitos 
CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
efeitos colaterais (alteração cardíaca, 
aumentam a sonolência e apetite) 
b. Mecanismo de ação: em nível pré-
sináptico é o bloqueio de recaptura de 
monoaminas, principalmente 
norepinefrina (NE) e serotonina (5-HT), em 
menor proporção dopamina (DA). 
4. Antidepressivos atípicos 
De maneira geral: 
ISRSs → 1a linha 
▪ Fluoxetina 20-80mg (agitação) 
▪ Sertralina 50-200mg 
▪ Paroxetina 10-60mg (sedação, ganho de peso) 
▪ Fluvoxamina 50-300mg (menos efeitos sexuais) 
▪ Escitalopram 5-20mg 
IRSNs → 1a linha 
▪ Velafaxina 37,5-225mg 
▪ Duloxetina 60mg 
Bupropiona 50-450mg (em combinação com ISRSs ou IRSNs) 
Mirtazapina 15-45mg (em combinação com ISRSs ou IRSNs) 
Agomelatina 25-50mg (em combinação com ISRSs ou IRSNs, 
apresenta distúrbios do ciclo circadiano) 
 
CURSO E PROGNOSTICO 
1. Início 
Em cerca de 50% das pessoas, o primeiro episódio 
depressivo costuma ocorrer antes dos 40 anos. Um início 
mais tardio costuma estar relacionado a ausência de história 
familiar de transtornos de humor, transtorno da 
personalidade antissocial ou abuso de álcool. 
2. Duração 
Geralmente, episódios de depressão não tratados costumam 
durar entre 6-13 meses enquanto que os tratados duram 3 
meses, sem a retirada dos antidepressivos 
A medida que o curso do transtorno progride, os pacientes 
tendem a vivenciar episódios mais frequentes que duram 
mais tempo. 
3. Desenvolvimento de episódios maníacos 
Cerca de 5 a 10% dos indivíduos com o diagnóstico inicial de 
transtorno depressivo maior têm um episódio maníaco 6 a 
10 anos após o primeiro episódio depressivo. A idade média 
dessa mudança é de 32 anos, e ela frequentemente ocorre 
após 2 a 4 episódios depressivos. 
4. Prognóstico 
O transtorno depressivo maior não é uma condição benigna, 
costumando ser crônico e os indivíduos costumam ter 
recidivas (sendo que a frequência dessas recidivas é menor 
em indivíduos que continuam com o tratamento 
psicofarmacológico profilático e naqueles que tiveram 
apenas 1 ou 2 episódios depressivos) 
Fatores que indicam um bom prognostico: episódios leves, 
ausência de sintomas psicóticos e internação hospitalar de 
cura duração + história de amizades solidas durante a 
adolescência, funcionamento familiar estável e 
funcionamento social geralmente sadio nos 5 anos 
anteriores ao transtorno + ausência de um transtorno 
psiquiátrico comórbido e de um transtorno da 
personalidade, não mais do que uma hospitalização anterior 
por transtorno depressivo maior e idade de início avançada 
Mal prognostico: coexistência de distimia, abuso de álcool 
ou outras substâncias, sintomas de transtorno de ansiedade 
e história de mais de um episódio depressivo anterior + 
homem 
TRANSTORNO BIPOLAR 
Transtorno bipolar I: refere-se a pacientes que apresentam 
episódios tanto maníacos quanto depressivos ou somente 
com episódios maníacos (pode usar ainda os termos “mania 
unipolar” e “mania pura”). 
O transtorno bipolar é mais comum: 
1. Pessoas divorciadas e solteiras 
2. Tendo um início mais precoce do que a do 
depressivo maior, variando da infância (a partir dos 
5 ou 6 anos) aos 50 anos, ou até mais, em casos 
raros, com idade média de 30 anos. 
CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
Um episódio misto é um período de pelo menos uma 
semana no qual tanto um episódio maníaco quanto um 
episódio depressivo maior ocorrem quase diariamente. 
Para o transtorno bipolar I ser considerado recorrente são 
necessários dois episódios separados por, pelo menos, dois 
meses sem sintomas significativos de mania ou hipomania. 
Transtorno bipolar II: episódios depressivos e hipomaníacos 
durante o curso do transtorno, mas os episódios de sintomas 
maníaco-símiles não satisfazem por completo os critérios 
diagnósticos para uma síndrome maníaca completa. 
 
Episódios maníacos ou hipomaníacos precipitados por 
tratamento antidepressivo não indicam transtorno 
bipolar I/II, exceto quando persiste em um nível de sinais 
e sintomas além do efeito fisiológico desse tratamento 
CARACTERISTICAS CLÍNICAS 
Um estado de humor elevado, expansivo ou irritável é a 
característica de um episódio maníaco. De forma alternativa, 
o humor pode ser irritável, em especial quando os planos 
excessivamente ambiciosos do paciente são contrariados. 
Os pacientes muitas vezes exibem uma mudança do humor 
predominante, de euforia no início do curso da doença para 
uma posterior irritabilidade. 
Fora do hospital, pacientes maníacos tendem a consumir 
álcool em excesso, talvez em uma tentativa de 
automedicação. Sua natureza desinibida reflete-se no uso 
excessivo do telefone, sobretudo ao fazer chamadas de 
longa distância durante as primeiras horas da manhã. Jogo 
patológico, tendência a se despir em lugares públicos, usar 
roupas e joias de cores brilhantes em combinações 
incomuns ou extravagantes e desatenção a pequenos 
detalhes (p. ex., esquecer de desligar o telefone) também 
são sintomáticos do transtorno. 
Os pacientes agem de maneira impulsiva e, ao mesmo 
tempo, com um sentido de convicção e propósito. Estão 
frequentemente preocupados com ideias religiosas, 
políticas, financeiras, sexuais ou persecutórias que podem 
evoluir para sistemas delirantes complexos. Algumas vezes, 
sofrem regressão e brincam com sua urina e suas fezes. 
Nos adolescentes, a mania costuma ser diagnosticada de 
forma errônea como transtorno da personalidade antissocial 
ou esquizofrenia. Os sintomas podem incluir psicose, abuso 
de álcool ou outras substâncias, tentativas de suicídio, 
problemas escolares, ruminação filosófica, sintomas de TOC, 
queixas somáticas múltiplas, irritabilidade acentuada 
levando a brigas e a outros comportamentos antissociais. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM-5 
Para diagnosticar transtorno bipolar tipo I, é necessário o 
preenchimento dos critérios a seguir para um episódio 
maníaco. O episódio maníaco pode ter sido antecedido ou 
seguido por episódios hipomaníacos ou depressivos 
maiores. 
Episódio maníaco: 
A. Um período distinto de humor anormal e 
persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento 
anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da 
energia, com duração mínima de uma semana e presente na 
maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer 
duração, se a hospitalização se fizer necessária). 
B. Durante o período de perturbação do humor e aumento 
da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes 
sintomas (quatrose o humor é apenas irritável) estão 
presentes em grau significativo e representam uma 
mudança notável do comportamento habitual: 
1. Autoestima inflada ou grandiosidade. 
2. Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se 
descansado com apenas três horas de sono). 
3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para 
continuar falando 
4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os 
pensamentos estão acelerados. 
5. Distratibilidade, conforme relatado ou observado. 
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja 
socialmente, no trabalho ou escola, seja 
sexualmente) ou agitação psicomotora (i.e., 
atividade sem propósito não dirigida a objetivos). 
7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado 
potencial para consequências dolorosas (p. ex., 
envolvimento em surtos desenfreados de compras, 
indiscrições sexuais ou investimentos financeiros 
insensatos). 
C. A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto 
de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou 
profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de 
prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem 
características psicóticas. 
D. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma 
substância ou a outra condição médica. 
Episódio Hipomaníaco 
CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
a) Um período distinto de humor anormal e 
persistentemente elevado, expansivo ou irritável e 
aumento anormal e persistente da atividade ou 
energia, com duração mínima de quatro dias 
consecutivos e presente na maior parte do dia, 
quase todos os dias 
b) Os sinais e sintomas são iguais ao episódio maníaco 
c) O episódio está associado a uma mudança clara no 
funcionamento que não é característica do 
indivíduo quando assintomático. 
d) A perturbação do humor e a mudança no 
funcionamento são observáveis por outras pessoas. 
e) O episódio não é suficientemente grave a ponto de 
causar prejuízo acentuado no funcionamento social 
ou profissional ou para necessitar de 
hospitalização. Existindo características psicóticas, 
por definição, o episódio é maníaco 
f) O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos 
de uma substancia 
Para diagnosticar transtorno Bipolar Tipo I 
A. Foram atendidos os critérios para pelo menos um episódio 
maníaco 
B. A ocorrência do(s) episódio(s) maníaco(s) e depressivo(s) 
maior(es) não é mais bem explicada por transtorno 
esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno 
esquizofreniforme, transtorno delirante ou transtorno do 
espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico com 
outras especificações ou não especificado. 
Episódios depressivos podem ocorrer tanto no transtorno 
depressivo quanto no transtorno bipolar I, sendo que 
ainda não foi encontrado diferenças entre esses 
episódios. Apenas a história do paciente, história familiar 
e o curso futuro podem ajudar a diferenciar as duas 
condições. 
Ciclagem rápida: definida como quatro ou mais episódios 
maníacos no período de um ano, sendo mais comuns em 
mulheres. 
Ciclotimia: é caracterizado por pelo menos dois anos de 
ocorrência frequente de sintomas hipomaníacos que não 
podem ser diagnosticados como um episódio maníaco e 
de sintomas depressivos que não podem ser 
diagnosticados como um episódio depressivo maior 
CURSO E PROGNOSTICO 
Muitas vezes, é útil fazer um gráfico do desenvolvimento do 
transtorno do paciente e mantê-lo atualizado à medida que 
o transtorno progride; sendo que a maioria dos pacientes 
começa com uma depressão. 
Os episódios maníacos costumar ter início rápido (horas ou 
dias), mas podem evoluir ao longo de algumas semanas. 
Um episódio maníaco não tratado dura cerca de três meses; 
portanto, os médicos não devem interromper a 
administração de medicamentos antes desse tempo. Das 
pessoas que têm um episódio maníaco isolado, 90% têm 
probabilidade de vivenciar outro. À medida que a condição 
progride, o tempo entre os episódios frequentemente 
diminui. Após cerca de cinco episódios, entretanto, o 
intervalo entre eles tende a se estabilizar em 6 a 9 meses. 
Prognostico: pacientes com TBI tem um prognostico pior do 
que os afetados por transtorno depressivo maior. Cerca de 
40 a 50% dos pacientes com transtorno bipolar I podem ter 
um segundo episódio maníaco no período de dois anos do 
primeiro episódio. 
Fatores que contribuem para um mau prognostico: situação 
ocupacional pré-mórbida insatisfatória, dependência de 
álcool, manifestações psicóticas, manifestações depressivas 
entre os episódios e gênero masculino 
Fatores que contribuem para um bom prognostico: curta 
duração dos episódios maníacos, idade de início avançada, 
poucos pensamentos suicidas e poucos problemas 
psiquiátricos ou clínicos predizem um melhor prognóstico. 
Transtorno bipolar II: O curso e o prognóstico do transtorno 
bipolar II indicam que o diagnóstico é estável, porque há alta 
probabilidade de que pacientes com esse transtorno tenham 
o mesmo diagnóstico até cinco anos mais tarde. O 
transtorno é uma condição crônica que justifica estratégias 
de tratamento de longo prazo. 
TRATAMENTO 
Além das medidas não farmacológicas já citadas no 
transtorno depressivo, temos: 
MEDIDAS FARMACOLÓGICAS 
As medicações utilizadas são os estabilizadores de humor: 
O tratamento farmacológico dos transtornos bipolares é 
dividido em fases aguda e de manutenção. 
CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
1. Fase de mania aguda 
Monoterapia com o uso de: Lítio, ácido valproico ou 
antipsicóticos atípicos. É possível realizar ainda associações 
de medicações antipsicóticas + Lítio ou Ácido Valpróico. 
OBS: Lamotrigina não está indicada para o tratamento do 
episodio de mania. 
2. Tratamento de depressão bipolar aguda 
▪ Olanzapina 6 a 12mg e Fluoxetina 25 a 50mg 
▪ Lítio 0,6 a 1 mEq/L e Lamotrigina 100 a 200mg 
▪ Quetiapina 300mg e Lamotrigina 100 a 200mg 
Paradoxalmente, muitos pacientes que são bipolares na fase 
deprimida não respondem ao tratamento com 
antidepressivos padrões. Nesses casos, lamotrigina ou 
ziprasidona de baixa dose (20 a 80 mg por dia) podem ser 
eficazes. 
A eletroconvulsoterapia também pode ser útil para 
pacientes com depressão bipolar que não respondem a lítio 
ou a outros estabilizadores do humor e a seus adjuvantes, de 
modo particular em casos nos quais a tendência suicida 
intensa se apresente como uma emergência médica. 
 
3. Fase de manutenção 
Lítio, carbamazepina e ácido valproico, isolados ou em 
combinação, são os agentes de mais ampla utilização no 
tratamento de longo prazo de pacientes com transtorno 
bipolar. 
Sedação, comprometimento cognitivo, tremor, ganho de 
peso e erupções cutâneas são alguns efeitos colaterais que 
levam a descontinuação do tratamento. 
ESPECIFICADORES 
São características dos sintomas que podem ser utilizadas 
para descrever pacientes com vários transtornos do humor. 
COM ASPECTOS PSICÓTICOS 
A presença de aspectos psicóticos no transtorno depressivo 
maior reflete doença grave e é um indicador de mau 
prognóstico. 
Podem ser caracterizados como congruentes com o humor 
(“Eu mereço ser punido porque sou muito mau”), sendo 
classificados como transtorno do humor psicótico ou 
incongruentes com o humor, em desarmonia com o 
transtorno do humor (podem ter transtorno esquizoafetivo 
ou esquizofrenia) 
COM ASPECTOS MELANCÓLICOS. 
Melancolia é um termo usado em referência a uma 
depressão caracterizada por anedonia grave, despertar 
matinal precoce, perda de peso e sentimentos profundos de 
culpa (frequentemente por acontecimentos triviais). Não é 
incomum pacientes melancólicos terem ideação suicida. 
A melancolia está associada com alterações no sistema 
nervoso autônomo e nas funções endócrinas. Por essa razão, 
é algumas vezes referida como “depressão endógena” ou 
que se origina na ausência de estressores ou precipitantes 
externos da vida. 
COM ASPECTOS ATÍPICOS 
Este especificadorpode ser aplicado quando essas 
características predominam durante a maioria dos dias do 
episódio depressivo maior atual ou mais recente ou do 
transtorno depressivo persistente. 
▪ Reatividade do humor (i.e., o humor melhora em 
resposta a eventos positivos reais ou potenciais). 
▪ Duas (ou mais) das seguintes características: 
o Ganho de peso ou aumento do apetite 
significativos. 
o Hipersonia 
o Paralisia “de chumbo” (i.e., sensação de 
peso nos braços ou nas pernas). 
o Um padrão persistente de sensibilidade à 
rejeição interpessoal (não limitado aos 
episódios de perturbação do humor) que 
resulta em prejuízo social ou profissional 
significativo 
▪ Não são satisfeitos os critérios para “com 
características melancólicas” ou “com catatonia” 
durante o mesmo episódio. 
COM ASPECTO CATATÔNICOS 
Os sintomas característicos de catatonia são: 
1. Estupor 
2. Afeto embotado 
3. Reclusão extrema 
4. Negativismo 
5. Retardo psicomotor acentuado 
COM INÍCIO NO PERIODO PÓS-PARTO 
DSM-5 possibilita a especificação de um distúrbio do humor 
pós-parto se o início dos sintomas ocorrer no período de 4 
semanas após o parto. 
PADRÃO SAZONAL 
Pacientes com um padrão sazonal de seus transtornos do 
humor tendem a vivenciar episódios depressivos durante 
uma determinada estação, mais comumente o inverno. O 
CASO 1 - TRANSTORNOS DE HUMOR 
 
padrão tornou-se conhecido como transtorno afetivo 
sazonal (TAS), embora esse termo não seja utilizado no DSM-
5. 
TIPOS NÃO INCLUÍDOS NO DSM-5. 
As depressões primárias são ao que o DSM-5 se refere como 
transtornos do humor, exceto pelos diagnósticos de 
transtorno do humor causado por uma condição médica 
geral e transtorno do humor induzido por substância, que 
são considerados depressões secundárias. 
A depressão dupla é a condição na qual um transtorno 
depressivo maior se superpõe a uma distimia. Um 
equivalente depressivo é um sintoma ou uma síndrome que 
podem ser uma forme fruste de um episódio depressivo. Por 
exemplo, uma tríade de ociosidade, abuso de álcool e 
promiscuidade sexual em um adolescente anteriormente 
bem comportado pode constituir um equivalente 
depressivo.

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