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TAÍS ALBANO ESTOMATOLOGIA Taís Albano Lacerda Silva – Odontologia Unifenas XLIV A estomatologia é a semiologia odontológica (estudo dos sinais e sintomas das doenças da boca). É uma ciência que estuda, integra e interpreta os dados obtidos pelo exame clínico (anamnese e exame físico), somado aos exames complementares, com a intenção de chegar ao diagnóstico de uma doença, buscando o prognóstico (previsão do clínico da evolução e cura da doença). Semiologia: dividida em semiotécnica (técnica utilizada para colher os dados e realizar os exames) e propedêutica (técnica utilizada para analisar e interpretar os dados). A semiogênese é a origem dos sinais e sintomas. Na Odontologia, a semiologia depende do exame clínico, do exame radiográfico e do exame histopalógico. Com essas três etapas, é possível “fechar” o diagnóstico da maioria dos casos. O exame complementar mais importante na radiologia é o exame radiográfico. A estomatologia é o estudo dos sinais e sintomas da doença. O sinal é a manifestação da doença, ou seja, aquilo que é possível ver (como tumefação). Já o sintoma é aquilo que o paciente sente e relata. TIPOS DE SINAIS E SINTOMAS – CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIA Sintoma reflexo: aquele que dói além do local de lesão. Sintoma patognomônico: aquele que é característico, muito encontrado nas síndromes. Ex.: síndrome de down (trissomia do gene 21) – paciente possui hipertelorismo (afastamento entre o canto dos olhos), proeminência frontal, rosto arredondado, boca entreaberta por apresentar macroglossia, etc. Sintoma prodômico: aquele que é comum no início de quase todas as doenças (como dor muscular, febre, perda de apetite e afins). Sintoma anatômico: é aquele em que ocorre uma variação anatômica. Sintoma comum: aquele que é comum em muitas doenças (febre e prurido (coceira), por exemplo). TIPOS DE DIAGNÓSTICO – CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIA Direto e imediato: aquele que só com o exame físico já permite chegar ao resultado (como herpes e afta). Diagnóstico presuntivo: aquele que dá hipótese de resultado final, mas que necessita de algum exame complementar para confirmá-lo (como cárie na proximal). Diagnóstico diferencial: aquele diagnóstico que permite a diferenciação entre patologias que possuem características semelhantes (necessita de um exame radiográfico ou histopatológico, por exemplo). Diagnóstico cirúrgico: aquele em que se é necessário “abrir” o local de lesão para melhorar a visão (ex.: casos em que a radiografia superpõe e não mostra adequadamente a lesão, que pode ser uma fratura radicular. Diagnóstico terapêutico: quando a medicação indicada ao paciente resolve o problema relatado. Diagnóstico definitivo: é aquele dado após a realização e interpretação do exame clínico e dos exames complementares TAÍS ALBANO Quanto ao prognóstico, ele deve dado quanto ao tipo da doença, quanto ao órgão ou região afetada, quanto aos recursos terapêuticos disponíveis e quanto ao estado geral e psíquico do paciente. Já o plano de tratamento deve ser elaborado em relação ao tipo da doença e às condições psíquica, sistêmica e sócio-econômica. ANAMNESE É necessário demonstrar interesse pelo paciente, deixando-o falar livremente, buscando sempre a sinceridade e jamais falar com falta de educação. Tanto o clínico quanto o consultório devem estar bem arrumados e limpos, para passar uma boa impressão ao paciente. O dentista deve mostrar capacidade de compreender os problemas que o paciente apresenta. CATEGORIAS BÁSICAS DA ANAMNESE - Identificação do paciente - Queixa principal - Circunstância que envolve o início e o desenvolvimento da queixa (história da doença atual) - Condições médicas passadas e atuais - Fatores genéticos e hábitos Na ficha da anamnese, sempre é necessário colocar o cartão do SUS (na faculdade). Sempre falar ao paciente que o prontuário é totalmente confidencial, para que ele possa responder com sinceridade. Deixar o paciente à vontade. Perguntar ao paciente a queixa principal (motivo pelo qual ele procurou o consultório). Na ficha, toda a história deve ser escrita com a linguagem do paciente. Para descobrir a história da doença: onde dói? Como é a dor? Quando começou? Quando dói mais? Alguma coisa faz com que doa mais? EXAME FÍSICO SINAIS VITAIS: - Temperatura: 35,8 a 37,8ºC TAÍS ALBANO Controlada pelo sistema neuro-endocrínico. A febre é um mecanismo de defesa do processo inflamatório. O hipotálamo é o nosso termostato central, que controla a produção e a perda do calor. Já a pele é o termostato periférico, pois age como isolante térmico, fazendo vasoconstrição e vasodilatação. Além disso, possui sensores que sentem calor e/ou frio, enviando sinais para o hipotálamo regular a temperatura (suando ou tremendo, por exemplo). ➢ Hipotermia: baixa temperatura (abaixo de 35°C); ➢ Normotermia: varia de 36 a 37°C; ➢ Febrícula: de 37,1 a 37,4ºC (dependendo do calor do dia); ➢ Estado febril: de 37,5 a 37,9°C; ➢ Febre: de 38 a 39°C: ➢ Hipertemia ou pirexia: 39,1 a 40°C; ➢ Hiperpirexia: >40°C. - Respiração: 16 a 20 movimentos por min. em repouso. Na mulher, o movimento respiratório mais comum é o toráxico costal por causa da gestação. Os homens geralmente fazem movimentos respiratórios abdominais ou diafragmáticos. ➢ Bradipnéia: frequência respiratória menor que a normal ➢ Taquipnéia: frequência respiratória maior que a normal ➢ Eupnéia: frequência respiratória normal ➢ Dispnéia: frequência respiratória anormal ➢ Apnéia: sem frequência respiratória • Cianose: quando o paciente fica arroxeado devido à falta de gás oxigênio e excesso de gás carbônico • Inquietação: a falta de ar deixa o paciente agitado . Homem: 16 a 18 mpm (movimento por minuto) . Mulher: 18 a 20 mpm . Adulto: 16 a 20 mpm . Criança: 20 a 25 mpm . Lactantes: 30 a 40 mpm * paciente sempre em REPOUSO * Observa quantas vezes o paciente inspira em 30s e multiplica por 2. - Pulso: 60 a 100bpm Frequência cardíaca que pode ser mensurado em qualquer artéria periférica que passe junto ao osso (radial – pulso; dorsal – pé; carotídica – pescoço; temporal – testa etc). - Pressão arterial: 120/80mmHg ou 12/8cmHg > PA de pulso: é o intervalo entre a pressão sistólica e diastólica. Normalmente varia de 30 a 50mmHg. Caso esteja maior que isso, a pressão está divergente; caso esteja menor que isso, a pressão está convergente. TAÍS ALBANO MECANISMOS DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL ➢ Controle neural: feito pelos barorreceptores que se encontram internamente na artéria aorta e na artéria carótida. Quando a pressão aumenta muito, os barorreceptores são acionados e levam para o bulbo raquidiano (SNC) a informação de que a pressão está muito alta, provocando vasodilatação a fim de diminuir a PA. ➢ Controle renal: mecanismo hidrodinâmico. Quando a pressão está alta, o rim elimina água para diminuir a volemia e, consequentemente, diminuir a PA. ➢ Controle hormonal: através do sistema renina e angiotensina, quando a pressão está muito baixa a renina que é produzida no rim e a angiotensina que está presente no soro fazem vasoconstrição, aumentando a PA. - Pressão máxima: pressão sistólica - Pressão mínima: pressão diastólica - Aumento da PA: hipertensão - Diminuição da PA: hipotensão EXAME FÍSICO OU OBEJTIVO MANOBRAS CLÁSSICAS ➢ Inspeção (observação visual) ➢ Palpação ➢ Percussão (sempre na oclusal) ➢ Auscultação (aferir pressão) ➢ Olfato (paciente diabético possui hálito cetônico, por exemplo) ECTOSCOPIA (EXAME EXTRA BUCAL) - Examinar as fácies de uma maneira geral (observar se há manchas, assimetria, crostas, erupções, nódulos, exoftalmia – olho estatelado, etc.). - Examinar os gânglios linfáticos (observar se estão inchados ou infartados). As cadeias linfáticas que drenam todos os dentes são a submandibular e a submentoniana. Os cervicaisprofundos são importantes pois drenam a parte posterior da boca. TAÍS ALBANO - Examinar a ATM (apalpar usando os 4 dedos e colocando-os à frente da articulação ou colocando dois dedos na região de pré tragus). Observar se há desvios no momento da abertura e fechamento. A palpação intra auricular é feita com os dois dedos mínimos dentro do ouvido do paciente, apertando para baixo. Se doer muito, quer dizer que o paciente possui alguma DTM. - Examinar os músculos da mastigação: EXAME HISTOPATOLÓGICO BIÓPSIA Procedimento que elucida diagnóstico através da remoção de um tecido vivo para estudo macro e microscópico. A biópsia pode agravar as lesões malignas, porém é necessário realizá-la para diagnosticar a doença e providenciar o tratamento indicado. Não se pode biopsar lesões agudas (com processo inflamatório). CAUSAS DE ERROS NAS BIÓPSIA: ➢ Uso de substâncias antissépticas corantes, pois o corante pode atrapalhar no momento do exame histopatológico no laboratório. ➢ Introduzir agente anestésico na lesão, pois o líquido anestésico pode alterar as estruturas celulares. ➢ Falta de representatividade do material colhido (deve ser de tamanho 0,5x0,5cm, no mínimo). ➢ Fixação inadequada: deve ser feita com formol a 10% e a peça não pode encostar nas laterais. ➢ Informações insuficientes: falta de data ou nome do paciente, por exemplo. REQUISIÇÃO PARA SOLICITAÇÃO DE EXAME HISTOPATOLÓGICO: ➢ Deve haver a identificação do paciente e do profissional ➢ Tipo da biópsia ➢ Local e data de envio ➢ Aspectos clínicos da lesão ➢ História clínica da lesão ➢ Presença de outras lesões ➢ Diagnóstico presuntivo/hipótese de diagnóstico TAÍS ALBANO A biópsia incisional (clássica) é feita nas bordas da lesão, pegando parte de tecido sadio e parte de tecido lesado. É necessário pegar as partes que estejam mais ulceradas ou verrugosas. É necessário que as lesões estejam livres de excesso de queratinização. TIPOS DE BIÓPSIA Biópsia excisional: deve ser realizada em lesões pequenas e localizadas. A anestesia deve ser longe da lesão. Deve-se deixar o leito cirúrgico limpo. A fixação será com formalina a 10% com o volume líquido 7 a 10 vezes o volume da peça. Biópsia incisional: feita em lesões grandes e disseminadas. É necessário remover parte da área lesada e parte de tecido saudável. Biópsia por punção aspirativa: usada em lesões nodulares sólidas (glândulas salivares e linfonodos). Usa- se um aspirador acoplado em uma seringa de 10ml com uma agulha de 2cm. Fazer esfregaço em pelo menos duas lâminas. Biópsia por aspiração: deve ser usada em todas as lesões radiolúcidas intraósseas ou que contenham líquido em seu interior. Citologia esfoliativa: pouco usada, pois não dá o diagnóstico final. É indicada em lesões que não é possível fazer biópsia, para pacientes que já possuem muitas ulcerações, lesões displásicas e eritoplasia ou cancerofobia. Não é indicada em casos de leucoplasia. Usa-se frasco com divisória para poder colocar a lâmina e a espátula utilizada não deve ser de madeira. A fixação deve ser feita com spray fixador ou álcool absoluto. Resultado que dá classe III na classificação de Papanicolau já é necessário fazer biópsia. EXAMES COMPLEMENTARES USADOS NA ODONTOLOGIA HEMOGRAMA Permite o descobrimento de doenças agudas (grande aumento de neutrófilos) ou crônicas (grande aumento de linfócitos e monócitos). É utilizado para avaliar a progressão das doenças e avaliar o efeito de certos medicamentos na corrente sanguínea. Faz a avaliação dos eritrócitos (células vermelhas), leucócitos (células brancas) e plaquetas. Analisa as variações quantitativas dos elementos figurados do sangue e a forma das células (analisa tudo o que é sólido no sangue). Como todo exame, faz complemento ao exame clínico. As células sanguíneas são formadas, principalmente, na medula óssea, que está localizada nos ossos chatos e nas extremidades dos ossos. O hematócrito mostra a porcentagem de elementos figurados existentes no sangue, podendo variar de 35 a 50%. A maioria dos elementos figurados é representada por hemácias. Quando há diminuição dos elementos figurados do sangue, quer dizer que está diminuída a quantidade de hemácias, já que elas estão em maioria, apontando um quadro de anemia. Em contrapartida, quando há o aumento dos elementos figurados do sangue, significa que o indivíduo está com policitemia. O sangue tem como função a respiração, a nutrição, a defesa, a excreção, a regulação do equilíbrio hídrico e a regulação da temperatura corporal. A hemácia é um disco bicôncavo que tem a função de transporte de oxigênio através de uma ligação fraca com a hemoglobina. Uma hemácia saturada possui oito moléculas de hemoglobina, carreando o oxigênio e o gás carbônico. Possui um tempo de vida de aproximadamente 120 dias. À medida que envelhece, sua parede se torna TAÍS ALBANO mais rígida, e ao tentar passar pelos capilares do braço (que são extremamente finos), acaba sofrendo lise, já que sua membrana está enrijecida. Ao sofrer lise, a hemoglobina se transformará em grupo heme e grupo ferro; o ferro voltará para a medula óssea para formar uma nova hemácia, e o grupo heme se transformará em biliverdina e depois em bilirrubina que posteriormente será eliminada através dos sais biliares. Produção de novas hemácias: sabe-se que o número de hemácias está baixo quando há baixa de gás oxigênio (hipóxia). Isso gera ativação no rim do fator eritopoiético renal (hormônio) que somado às globulinas plasmáticas produzirá a eritropoetina, que induz a medula óssea a produzir novas hemácias. Quanto ao paciente que apresenta insuficiência renal, sabe-se que ele não produzirá fator eritopoiético renal, e, por isso, estará anêmico. A primeira parte do hemograma é o hematócrito, que apresenta a porcentagem dos elementos figurados do sangue. Após isso, há a contagem das hemácias e depois a taxa de hemoglobina, que é dada em porcentagem. Quando há diminuição desses três primeiros itens do hemograma, significa que o paciente está com anemia (qualquer tipo). A anemia pode ser: ➢ Anemia aguda: causada pela perda de sangue. ➢ Anemia ferropriva: causada pela deficiência de ferro na dieta. ➢ Anemia perniciosa: causada pela deficiência de vitamina B12 e ácido fólico, que são substâncias importantíssimas para a produção e maturação da hemácia. Isso gera um aumento no tamanho das hemácias e fragilidade em suas paredes, fazendo com que elas se rompam com facilidade (megaloblastos). ➢ Anemia aplásica: causada pelo não funcionamento da medula óssea. ➢ Anemias hemolíticas: nessas anemias, as hemácias morrem ou são destruídas antes do tempo esperado. Podem ser: A) Hereditárias – caso da anemia falciforme (hemácia com formato de foice) e da talassemia (hemácia com tamanho menor do que o normal). B) Adquiridas: podem ser causadas por distúrbios autoimunes, uso de medicamentos, incompatibilidade maternofetal, entre outros. Exames mais específicos para anemia: VGM: volume globular médio (tamanho do glóbulo vermelho). Esse exame diz se a hemácia está normocítica, macrocítica ou microcítica. ➢ HGM: peso médio da hemoglobina por eritrócito. Esse exame diz se a hemácia está normocrônica, hipercrônica ou hipocrônica. ➢ CHGM: concentração da hemoglobina globular média (em cada 100ml de hemácias). É dado em g/dl. ➢ RDW (red cell distribution widt): índice de anisocitose / população mista de células. Quando alterado, significa que a distribuição aleatória de células vermelhas está alterada, significando que o paciente está com uma anemia inicial. Na anemia por deficiência de ferro, esse número é alterado antes que o VGM. RESULTADO DOS EXAMES E SEUS SIGNIFICADOS: - Macrocitose: anemia perniciosa, anemia secundária, afecções de fígado, pâncreas e carcinoma gástrico, nefrites crônicas, sífilis e tuberculose. - Microcitose:anemia ferropriva e anemia hemolítica. - Hipercromia: anemia perniciosa e anemia hemolítica. - Hipocromia: anemia ferropriva. TAÍS ALBANO Então, o diagnóstico de anemia é dado pela diminuição dos hematócritos, das hemácias, das hemoglobinas, defeito congênito da hemácia ou da hemoglobina, infecção de medula óssea, fígado, rim ou baço. Como consequências clínicas da anemia, estão: ➢ Menor viscosidade do sangue – sangue mais ralo – menor resistência para passar pelo vaso – maior chance de taquicardia e aumento de PA. ➢ Diminuição do oxigênio que causa vasodilatação, aumentando ainda mais a taquicardia e graças à falta de oxigênio, o paciente terá taquipneia e fraqueza. ➢ Em casos de anemia ferropriva, o paciente não tem falta apenas de hemácias, mas também de proteínas graças à desnutrição, e isso gera a diminuição da produção de colágeno, retardando a cicatrização. Também não produz fibrina que é essencial na cadeia de coagulação, ou seja, aumenta a chance de o paciente apresentar um quadro de hemorragia. Ao contrário da anemia, quando se há o aumento das hemácias, tem-se o quadro de policitemia. Ela pode ser fisiológica (pessoas que moram em locais de alta altitude) ou vera (tumor nos órgãos hematopoiéticos ou fumantes inverterados – menor capacidade de captação de hemoglobina pelo oxigênio). GLÓBULOS BRANCOS OU LEUCÓCITOS ➢ Granulócitos: possuem grânulos citoplasmáticos (lisossomos). São os neutrófilos, eosinófilos (ácidos) e basófilos (básicos). ➢ Agranulócitos: não possuem grânulos citoplasmáticos. São os linfócitos e monócitos. Essas células são produzidas no tecido hematopoiético (medula óssea, baço, timo, amígdalas e gânglios linfáticos). No hemograma, primeiramente aparecerá a contagem total dos leucócitos. Depois, aparecerão as contagens individuais (neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos, linfócitos). FUNÇÕES E ALTERAÇÕES DOS LEUCÓCITOS: - Neutrófilos: são células fagocitárias que vivem pouco. Quando estão aumentados no hemograma, chama-se de neutrofilia. A neutrofilia pode aparecer na maioria das infecções, durante a menstruação e em quadros de infarto do miocárdio. Quando o hemograma apresenta desvio para esquerda (aumento de células jovens), quer dizer que o paciente está com um quadro inflamatório agudo. Porém, quando há um desvio para direita (aumento de células maduras), significa que o paciente está com uma inflamação crônica. Quando a alteração não é crescente, ou seja, não segue um padrão, pode ser diagnóstico sugestivo de leucemia. Quando há neutropenia (diminuição dos neutrófilos), quer dizer que todas as células do sangue também estão diminuídas. Ocorre, geralmente, devido às radiações ionizantes. Pode ocorrer também devido ao uso de anti-inflamatórios, antidepressivos, analgésicos e alguns outros medicamentos por tempo prolongado, ou surge nas doenças viróticas e devido ao contato com o benzeno. - Eosinófilos: fazem fagocitose específica, principalmente complexos Ag-Ac que aparecem nos processos alérgicos. Ou seja, estão aumentados em quadros alérgicos (eosinofilia), parasitoses intestinais, leucemia e artrites. Já a eosinopenia significa que os eosinófilos estão diminuídos – aparecendo nas infecções agudas TAÍS ALBANO - Basófilos: também atuam nos processos alérgicos, liberando adrenalina, serotonina e outras substâncias que provocarão a reação alérgica. Basofilia ocorre em processos alérgicos, nas colites ulcerativas, nas policitemia e nas doenças inflamatórias crônicas. Já a basopenia não possui significado clinico, pois a porcentagem normalmente varia de 0 a 1%. - Monócitos: fazem fagocitose de partículas elaboradas. Monocitose – inflamações crônicas como malária, fase ativa da tuberculose e febre tifóide. Monocitopenia: acontece junto com a queda geral dos leucócitos. - Macrófagos: fazem parte do sistema retículo endotelial. Quando estão no tecido subcutâneo, são chamados de histiócito; no fígado – células Kupffer; células reticulares quando estão presentes na medula óssea, nos gânglios linfáticos e no baço; micróglia – cérebro; macrófagos alveolares – pulmão. - Linfócitos: existem os linfócitos B, que quando sensibilizados se transformam em plasmócitos que produzem anticorpos, responsáveis pela imunidade humoral. Os linfócitos T quando ficam maduros produzem linfocinas responsáveis pela imunidade celular. Linfocitose – aumento de linfócitos que ocorre nas viroses de maneira geral, na febre tifóide, na leucemia linfocítica, na tuberculose, na sífilis e em geral nas infecções crônicas. Linfopenia – tratamento com corticoide, causada por irradiações, linfoma de Hodkin, lúpus eritematoso e estresse. ANOMALIAS DOS LEUCÓCITOS ➢ Agranulocitose: a medula óssea deixa de produzir leucócitos polimorfos nucleados, deixando o organismo desprotegido das possíveis infecções. ➢ Leucemias: doença cancerosa progressiva dos tecidos hematopoiéticos, e que quando não tratada leva a maioria dos casos a óbito. - Leucopenia: significa que o paciente está imunossuprimido (baixa resistência). - Leucocitose: significa que existe uma infecção estabelecida. Tanto na leucopenia quanto na leucocitose, em ambos os casos o paciente está debilitado, sendo necessário adiar o tratamento odontológico. PLAQUETAS (TROMBÓCITOS) São segmentos dos citoplasmas dos megacariócitos, não possuindo núcleo. Têm como principal função a hemostasia, formando o tampão plaquetário. Plaquetopenia ou trombocitopenia – quando o número está diminuído. Plaquetose ou trombocitemia – quando o número está aumentado. COAGULOGRAMA COMPLETO É um exame de rotina para cirurgias. Também indicado quando o paciente tem história clínica de hemorragia, trombose e sangramento após cirurgia odontológica. Para que haja a coagulação sanguínea, primeiro há a ruptura do vaso, e esse estímulo causa uma vasoconstrição, provocando a diminuição do fluxo. Os basófilos dentro do vaso e os mastócitos fora do vaso liberam serotonina, que provoca ainda mais a vasoconstrição, fazendo a formação do tampão plaquetário. Após a formação do tampão, surgirá o coágulo, que provoca de vez a hemostasia. Com o tempo, o coágulo se retrai, aproximando o lúmen e levando à cicatrização. TAÍS ALBANO O sangue não coagula dentro do vaso graças ao equilíbrio dos fatores pró e anti coagulantes, além da parede do vaso ser muito lisa, pois para que o sangue coagule é necessária uma área de aspereza. Além disso, há a igualdade entre as cargas iônicas da parede do vaso e as células, e, assim, elas se repelem. Tanto a via extrínseca quanto a via intrínseca de coagulação terminam com a ativação da protrombina e da tromboplastina parcial. A protrombina se transformará em trombina após ativada, que fará com que o fibrinogênio se torne fibrina. A fibrina junto às plaquetas e o plasma formará o coágulo. O primeiro exame a ser feito é o exame clínico. Caso na anamnese o paciente conte alguma história passada de hemorragia ou trombose, é necessário pedir para que ele faça o coagulograma. Caso o paciente relate epistaxe (sangramento nasal), melena (sangramento nas fezes), hematúria (sangramento na urina), menstruações prolongadas e anemia, também é necessário pedir o coagulograma. No coagulograma é importante ver a quantidade de protrombina, pois sem ela não há coagulação. EXAMES IMPORTANTES PARA A ODONTOLOGIA: TP – Tempo de protrombina (INR: índice internacional de normalização derivado do tempo de protrombina): controla os anticoagulantes orais. Avalia a função hepática, pois a protrombina é formada no fígado. Varia de 10 a 20s, e a atividade vai de 70 a 100. Quando aumenta, significa deficiência dos fatores extrínsecos de coagulação, doença hepática ou uso de anticoagulantes. AP – Atividade de protrombina. TTPa – tempo de tromboplastina parcial ativa: feito no fígado e completa o tempo de protrombina. Avalia a via intrínsecada coagulação e a hemofilia A e B e monitora o uso da heparina. Anormalidade indica doenças hepáticas. Contagem de plaquetas. Foi tirado do coagulograma o tempo de sangramento, de coagulação, prova do laço e contração do coágulo, pois são testes de baixa sensibilidade, que dão falsa sensação de segurança, além de serem dolorosas. Tratamento local das hemorragias orais: compressão de 5 a 10 minutos com gaze molhada no soro fisiológico. Se der pra fazer mais sutura, anestesia (já que o anestésico possui vasoconstritor e ajuda a diminuir a hemorragia) e faz o ponto, aumentando a sutura. Pode-se usar hemostático local como a esponja de fibrina e a celulose oxidada. OUTROS EXAMES ➢ Diabetes: o resultado normal do exame varia de 70 a 100mg/dl. A molécula de hemoglobina tem a possibilidade de reabsorver a glicose. A hemoglobina glicada mensura a glicose que está na hemoglobina, ou seja, mostra a quantidade de glicose nos três últimos meses (visto que a hemoglobina vive por aproximadamente três meses). ➢ Testes reumatológicos: antiestreptolisina O é o exame que avalia se o paciente ainda está com a febre reumática ativa. ➢ Sífilis: VDRL é um teste sorológico de rotina para a sífilis, certificando antígenos inespecíficos, ou seja, não fecha diagnóstico. Caso VDRL dê positivo, o infectologista pedirá o exame FTA, que faz imunofluorescência da bactéria causadora da sífilis. ➢ Lesões ósseas: pode haver tumor marrom do hiperparatireoidismo / doença de Paget. Necessário fazer dosagem de cálcio no sangue e na urina, de fósforo no sangue e na urina, de fosfatase alcalina no sangue e de creatinina no sangue. ➢ Imunofluorescência. TAÍS ALBANO ➢ Reações dérmicas. ➢ Esfregaço micológico. Sempre solicitar o hemograma, coagulograma e glicemia em jejum quando fizer cirurgia com anestesia local. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO DE PACIENTES COM ALTERAÇÕES SISTÊMICAS QUE REQUEREM ATENDIMENTOS ESPECIAIS CLASSIFICAÇÃO: ➢ Desvios de inteligência; ➢ Desvios físicos; ➢ Defeitos congênitos; ➢ Desvios comportamentais; ➢ Desvios psíquicos; ➢ Deficiência sensorial e de audiocomunicação; ➢ Doenças sistêmicas crônicas; ➢ Doenças endócrino-metabólicas; ➢ Desvios sociais; ➢ Estados fisiológicos especiais. Em pacientes que possuem hipertensão e diabetes mellitus não controladas, doenças cardíacas graves, hipertireoidismo e sensibilidade aos sulfitos (que são usados para conservar os anestésicos) não deve ser usado vasoconstritor, já que eles podem causar maiores danos aos pacientes. Porém, em casos de urgência, deve-se avaliar a necessidade de atendimento a nível hospitalar, utilizando prilocaína 3% com feliprissina (possui pouca interferência cardíaca). Quanto maior for o risco clínico de um paciente, mais importante se torna o controle eficaz da dor e da ansiedade. Esse controle pode ser feito através do uso de ansiolíticos como o Diazepam (Valium – adultos) e o Lorazepam (Lorax – idosos). ➢ Quanto à pressão arterial, não tratar quando: TAÍS ALBANO Caso o paciente seja hipertenso, se ele fizer tratamento com medicamentos e sua pressão estiver controlada na hora que mensurar, o tratamento odontológico seguirá normalmente. ➢ Pacientes com hipertensão leve: Caso a pressão arterial continue alta após três sessões, é necessário encaminhá-lo para tratamento médico. Porém, a pressão diastólica a 100mmHg para paciente que faz tratamento médico para hipertensão está boa. ➢ Pacientes com hipertensão moderada: TAÍS ALBANO Após o benzodiazepínico fazer efeito, quando a pressão diastólica chega a 100mmHg e a sistólica a 160mmHg, já é possível fazer a intervenção. Caso seja necessário aplicar mais uma anestesia, é possível. ➢ Pacientes com hipertensão grave: CARDIOPATIAS ➢ Doença cardíaca isquêmica: ocorre quando há diminuição na irrigação cardíaca. Quando a artéria coronária sofre algum tipo de impedimento, sendo o mais comum a arteriosclerose, o sangue não chega da forma que deveria, causando uma angina (entupimento parcial, que causa dor no peito e torácica e é temporária) e infarto do miocárdio (entupimento total). ➢ A angina é uma dor que precede o infarto. Caso ela persista por mais de dez minutos, é necessário levar ao pronto socorro, pois pode ser um infarto. TAÍS ALBANO Isordil: vasodilatador coronariano. ➢ Infarto: ➢ Insuficiência cardíaca congestiva: o coração perde a força suficiente para manter a injeção, deixando o sangue represado na grande circulação. Isso pode gerar edema pulmonar. Pode ser causada por hipertensão severa persistente, estenose (alargamento das válvulas cardíacas) e regurgitação das válvulas cardíacas (o sangue volta para o átrio após a contração), defeito de septo ventricular e infarto do miocárdio. Como sinais e sintomas, encontram-se: dispneia, edema dos quadris, distensão das veias do pescoço e tosse não produtiva (seca). Pacientes com esses problemas fazem uso de digoxina, que tem a função de aumentar a contratilidade do coração e de diuréticos para diminuir a volemia. TAÍS ALBANO ➢ Arritmia: O tratamento odontológico para pacientes que possuem cardiopatias só deve ser feito caso ele esteja compensado. O período mínimo para realização de procedimentos após infarto e AVC é de 6 meses, e para ponte de safena é de 3 meses. De preferência, prefira atender esses pacientes no período da manhã, pois ele dormiu bem e ainda não passou por outros estresses. Para os pacientes que possuem insuficiência cardíaca congestiva, é necessário colocá-lo em uma posição mais sentada, para que ele não apresente um quadro de dispneia. ➢ Endocardite bacteriana: Na via extrínseca, o primeiro fator a ser ativado é o XII, então, caso o indivíduo apresente um “defeito” no coração, haverá aspereza pois o coração é naturalmente muito fino, ativando, assim, o fator da aspereza, formando um coágulo. Com a formação do coágulo, à medida que passam bactérias no sangue, elas se alojam no coágulo, formando uma vegetação bacteriana. Essa vegetação pode se desprender e ir para outros locais do corpo, gerando a endocardite bacteriana. TAÍS ALBANO Medicamento que deve ser receitado para casos de endocardite bacteriana é a amoxicilina, usando 2g em adultos e 50mg/kg para crianças. Deve ser utilizado uma hora antes do procedimento. TAÍS ALBANO PACIENTES GRÁVIDAS No primeiro trimestre, só se atende a paciente grávida caso seja uma emergência, já que o corpo dela ainda não acostumou e todo o organismo está passando por mudanças, podendo apresentar quadros de hipotensão. O ideal é atender no segundo trimestre, pois no terceiro trimestre ela estará com o abdômen muito grande, tornando difícil a posição de decúbito dorsal para a paciente. Além disso, há maior possibilidade de nascimento prematuro. As tomadas radiográficas só devem ser realizadas em caso de urgência, fazendo o mínimo de vezes possíveis, utilizando filmes ultrarrápidos (menos tempo de exposição) e sempre com boa proteção corporal (avental de chumbo, colar cervical, proteção de tireoide, etc). O analgésico indicado para grávidas é o paracetamol. Já os AINES e a aspirina podem provocar o fechamento prematuro do cordão umbilical, ou seja, não é recomendado a prescrição desses medicamentos. Quanto aos corticoides, eles só podem ser prescritos em dose única, geralmente a dexametasona de 4mg uma hora antes do procedimento. Já os antibióticos serão prescritos apenas os de primeira geração, como a penicilina e a eritromicina. Caso a infecção seja exacerbada, pode-se utilizar amoxicilina com clavulanato. JAMAIS receitar ansiolíticos. Todo anestésico é tóxico,então é necessário escolher bem o anestésico para que ele não ultrapasse a barreira placentária. O anestésico local mais indicado é a lidocaína com noradrenalina ou adrenalina, com limite máximo de dois tubetes com aspiração prévia e injeção lenta da solução, já que suas partículas são maiores e ela não apresenta possibilidade de ocasionar metehemoglobinemia. Além disso, a prilocaína tem como vasoconstritor a felipressina, que é derivada da vasopressina, que é capaz de provocar a contração da musculatura lisa, afetando diretamente o útero, ou seja, mais um motivo para não escolher a prilocaína. Porém, quando a paciente apresenta alterações cardiovasculares, é necessário utilizar a prilocaína, visto que o risco X benefício comparada com a lidocaína é menor, já que a prilocaína usa como vasoconstritor a felipressina, que não leva à possibilidade de um quadro de hipertensão arterial (hipertensão arterial é pior que a possibilidade de uma metehemoglobinemia). TAÍS ALBANO No período de lactação, as indicações serão as mesmas, a não ser as tomadas radiográficas que poderão voltar a ser feitas “normalmente”, podendo realizar radiografia de boca toda e com filmes usuais. DIABÉTICOS Doença metabólica sistêmica crônica deficiência parcial ou total de insulina inadequada utilização dos carboidratos. Causa alterações no metabolismo de lipídeos e proteínas. Existe o tipo 1 na maioria das vezes se dá em jovens e crianças, em que há a falta das células beta do pâncreas que são responsáveis por produzir insulina. Já o tipo dois ocorre geralmente em pessoas mais velhas e que estão acima do peso. A má alimentação e o sedentarismo fazem com que haja mais glicose no sangue do que aquela que será gasta pelo organismo. Pode ocorrer, também, um defeito na secreção de insulina e o aumento da produção de glicose endógena. SINAIS E SINTOMAS: polidipsia, poliúria, polifagia, perda de peso, glicosúria, cetonúria, letargia, complicações cardiovasculares, neurológicas e infecciosas, sistema imunitário deficiente, lesões na perna com difícil cicatrização, infecções frequentes e até mesmo cegueira. Glicose no sangue - pressão osmótica - volemia do sangue - da PA – sobrecarga renal - da taxa de filtração renal - da eliminação de água (poliúria) – desidratação (polidipsia) – perda de peso - consumo de alimentos (poligia). COMPLICAÇÕES ➢ Cardiovasculares – hipertensão arterial, angina pectóris, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e obliteração das artérias periféricas... ➢ Nervosos - sensibilidade cutânea, impotência e frigidez... ➢ Oculares – modificações na retina, hemorragia e inflamação do cristalino, catarata... ➢ Infecções urinárias ATENDIMENTO: Para atender esse tipo de paciente, é necessário perguntar se ele fez o uso da medicação no dia da consulta e se se alimentou adequadamente. Pode, também, ser recomendado o uso de benzodiazepínicos antes da consulta em pacientes ansiosos com diabetes, pois o nervosismo pode fazer com que os níveis de glicemia aumentem. Os níveis normais da taxa de glicemia em jejum variam entre 70 a 100 mg/dl. Não é recomendado fazer procedimentos cirúrgicos caso essa taxa esteja acima de 140 mg/dl – abaixo desse valor é considerada compensada. NORMAS GERAIS DE CONDUTA NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO -Anamnese dirigida – xerostomia, polidipsia, poliúria, polifagia -Cuidados com alimentação pré ou pós atendimento -Redução do estresse – condicionamento psicológico ou medicamentos • Medicamentos - AAS e AINES potencializam os hipoglicemiantes, indicar dipirona e corticoides – paciente pode entrar em choque hipoglicêmico; • Os diabéticos compensados não necessitam de antibiótico profilático (avaliar); ▪ Anestésico locais ▪ Diabéticos controlados (com vasoconstritores, amino simpatomiméticas) ▪ Diabéticos não controlados em situação de urgência – tratamento periodontal (com vasoconstritores do tipo felipressina e antibiótico profilático) TAÍS ALBANO COMPLICAÇÕES AGUDAS EM DIABÉTICOS Cetoacidose -Fraqueza, cansaço, urina frequente, muita sede, perda de apetite, visão turva, pele seca e irritada, hálito cetônico; Hipoglicemia -Nevorsismo, temor, confusão e tontura, dor de cabeça, fome, pele fria e suada, taquicardia, irritabilidade PACIENTES COM DESORDENS NEUROLÓGICAS: LIPOTIMIA E SÍNCOPE/DESMAIO Lipotimia: estado no qual os movimentos do corpo estão suspensos, mas com persistência da consciência – vertigem. Paciente apresenta: palidez, suor frio, hipotensão, hipotermia e respiração ruidosa. Síncope/desmaio: perda breve e repentina da consciência, com perda do tônus postural. Síncope vaso- vagal: reação vasodilatadora por distúrbios emocionais mais intensos. Ocorre um forte estimulo do nervo vago, que transmite para o coração, diminuindo a frequência cardíaca e fluxo sanguíneo do cérebro, perdendo então a consciência. Isso gera: desconforto (sensação de calor e rubor), palidez, tonturas, fraqueza, náusea, sudorese, pés e mãos frias, tremores, hipotensão, dilatação da pupila e perda de consciência (geralmente inferior a um ou dois minutos). Cuidados durante a Síncope: colocar o paciente em postura horizontal/deitado; elevar as pernas (restabelece + rapidamente perfusão cerebral); manter vias aéreas livres; administrar O2; fazer o paciente inalar amônia; mantê-lo no plano horizontal até retomada da consciência e levantá-lo lentamente. PACIENTES COM DESORDENS NEUROLÓGICA CONVULSIVAS/EPILEPSIA Crise envolvendo mudanças na consciência, atividade motora e fenômenos sensoriais. "Ataque epiléptico": convulsões rápidas, repetitivas, sem recuperação entre os ataques - duração mais que 5 min; constitui um risco à vida devido à acidose e à hipertermia. CUIDADOS PARA COM O PACIENTE: - Possuir conhecimento básico sobre distúrbios convulsivos; - Evitar procedimentos ou situação que possa provocar uma convulsão; - Estar habilitado para tratar uma convulsão, caso ela ocorra; ANAMNESE DIRIGIDA: - Tipo de convulsão; - Fator que precipita as crises; - Sinal de alerta; - Duração do período pós – convulsivo; - Medicação em uso; - Está tomando regularmente a medicação. Procedimentos que devem ser tomados para uma crise convulsiva no consultório odontológico: ➢ Interromper o tratamento e procurar remover algum instrumento que por ventura estiver dentro da boca; ➢ Colocar o paciente de lado para evitar que o mesmo aspire qualquer tipo de secreção; TAÍS ALBANO ➢ Manter as vias áreas livres (apnéia); ➢ Prevenir lesões físicas; ➢ Não colocar nada na boca; ➢ Observar o paciente, procurando conter cuidadosamente seus movimentos (principalmente os da cabeça), para evitar lesões físicas; ➢ Cessada as convulsões, monitorar sinais vitais; ➢ Após a recuperação o paciente pode ser dispensado / recomenda-se não dirigir; Não tentar desenrolar a língua! FAZER HIPER EXTENSÃO DO PESCOÇO e colocar a cabeça de lado. PACIENTES ONCOGÊNICOS Consequência da radioterapia: cárie de radiação, osteorradionecrose, mucosite, xerostomia, candidíase e alterações gustativas. É necessário reduzir a incidência de cárie de radiação através de extrações prévias e/ou aplicação de solução fluoretada, diminuir a incidência e gravidade da osteorradionecrose (tirando todos os focos infecciosos – lesões periodontais e de periápice), reabilitar o paciente funcional e esteticamente, através de próteses, após tratamento, fazer o uso de clorexidina na prevenção das alterações bucais presentes durante e após o tratamento radioterápico e de soluções fluoretadas (sódicas ou estanhosas) para evitar cárie Dermatite: será avaliado pela observação clínica, sendo considerada o aspecto da pele no local da aplicação. Mucosite: será avaliado pela observação clínica e deverá ser classificada de 1 a 4: 1 – Descoloração, aspecto esbranquiçado; 2 – Eritema;3 – Pseudomembrana – se retirada, observa-se ulceração rasa 4 – Ulcerações profundas. -Clorexidina – diminui infecções secundária e as úlceras Xerostomia: pouca saliva, saliva espumosa, aspereza, relato do paciente. Sensação de ardência. Candidíase: será avaliado através da observação clínica, em que a presença de alterações brancas, amareladas e cremosas, removíveis a raspagem. Possível uso de antifúngico. Cárie de radiação: serão avaliados através da observação clínica, com auxílio da sonda exploradora, espelho e fio dental passado nas interproximais, somado ao exame radiográfico. Modificação estrutural do esmalte causada pela radiação ionizante. Envolve a cervical do dente. Trismo: será avaliado pelo relato do paciente sobre a dificuldade de abrir a boca. A avaliação também será efetuada pela observação clínica no exame de abertura e fechamento da boca. Rigidez dos músculos de abertura da boca (masseter) – fisioterapia. Osteorradionecrose: será avaliada através da observação clínica e exames radiográficos. PROCEDIMENTOS PARA ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DE PACIENTES COM TUMORES DE CABEÇA PESCOÇO - PRÉ-TRATAMENTO RADIOTERÁPICO: ➢ Ficha protocolar (anamnese, exame físico, exame complementares); ➢ Confecção do odontograma/ instrução de higiene oral pessoal; ➢ Promoção da saúde bucal / adequação do meio bucal: raspagem supra e sub gengival, remoção de tecidos cariados, selamento provisório de cavidades; ➢ Exodontias de dentes inúteis ou que contribuem para bacteremia; ➢ Reavaliação da higiene oral pessoal, polimento de restaurações, aplicação de flúor gel neutro e prescrição de gluconato de Clorexidina 0,2% 3x dia até o início do tratamento da radioterapia. TAÍS ALBANO ➢ Reforço na promoção de saúde bucal; ➢ Suspender o uso de prótese totais e parciais removíveis; ➢ Suspender o uso da clorexidina a 0,2%; ➢ Bochechos de água bicarbonatada, 5 x ao dia; ➢ Bochechos de chá de camomila, 5 vezes ao dia; ➢ Aplicação de flúor em gel neutro a 1%, 1 x ao dia por 4 min; ➢ Na presença de candidíase usar nistatina em suspensão 5 ml, 3 x ao dia; ➢ Exercícios fisioterápicos para aliviar o trismo; ➢ O paciente deverá ser avaliado do período de 7, 15, 30, 60 e 180 dias e depois de 6 em 6 meses; ➢ Reforço em todo retorno na manutenção da saúde bucal; ➢ Manter a suspensão das próteses tanto total como parcial removível por 180 dias ➢ Redução do uso do flúor gel, a partir de 30 dias, passar para 2x semana e após 60 dias 1x semana e após 90 dias 1x mês; ➢ Controle radiográfico deve ser feito de 6 em 6 meses com tratamento da cárie e doença periodontal; ➢ Tratamento da xerostomia tardia e osteorradionecrose. ➢ Considerações Finais: planejamento do tratamento oncológico deve ser efetuado por uma equipe multidisciplinar e o estabelecimento de protocolos e rotinas de atendimento desses pacientes, preserva o direito de todos a receberem o mesmo tratamento. PACIENTES AIDÉTICOS IMPORTÂNCIA NA ODONTOLOGIA: Mudança de hábito/medidas profiláticas tomadas para evitar a disseminação do HIV e o contágio. HIPÓTESE DE DIAGNÓSTICO DA AIDS Pacientes pertencentes ao grupo de comportamento de risco: prática de sexo não segura, prática sexual não monogâmica, reutilização de compartimentos expostos à sangue e fluidos corpóreos. TRANSMISSÃO: relações sexuais com pessoas infectadas pelo HIV, sem uso de preservativo (sêmen e fluido vaginal); transfusão de sangue infectado; uso de agulhas, seringas e objetos perfuro-cortante infectado; da mãe para o filho durante a gravidez, parto e aleitamento; durante o parto (mãe infectada). O HIV foi isolado: ◦ Sangue, sêmen, secreções vaginais, saliva, lágrima, leite materno, fluido cérebro-espinhal, líquido amniótico e urina. Fontes de infecção ◦ sangue, sêmen, secreções vaginais e provavelmente o leite materno; ◦ A saliva NÃO é considerada um meio de transmissão da infecção pelo HIV; EXAMES: O exame de CD4 é um dos principais indicadores do acompanhamento clínico-laboratorial das pessoas vivendo com HIV/Aids. Uma pessoa cujo sistema imunológico funciona bem, sem estar enfraquecido, possui habitualmente cerca de 500 células CD4 ou mais por mm³ de sangue. O médico poderá aconselhar o início do tratamento com a terapia anti-HIV quando o nível de CD4 encontra-se entre 350 e 200 mm³, com tendência a diminuir. O exame da carga viral indica a quantidade de cópias de HIV em um mililitro de sangue. Os resultados podem variar de “indetectável” até milhões de cópias. Quanto mais o HIV se multiplica no organismo, mais a carga viral se eleva. Níveis altos sugerem riscos de evolução da Aids e baixa do CD4. A carga viral é medida em número de cópias (por exemplo: 10.000 cópias por ml de sangue). Uso de antiretroviral precoce: reduz a transmissão. Todos os pacientes HIV positivos devem ser iniciados na terapia com antiretroviral, mesmo com as consequências e efeitos tóxicos no paciente. Essa abordagem a longo TAÍS ALBANO prazo pode diminuir a transmissão, e, a longo prazo, há a previsão que a transmissao se reduza e a doença se erradique. RISCOS PARA O CD: Pacientes que sofrem de doenças infecciosas podem apresentar uma fonte potencial de infecção para equipe odontológica e para outros pacientes pelo contato do sangue e saliva. Conduta: “A expressão precaução universal refere-se a uma conduta em que todos pacientes são considerados como se fossem infectantes.” Pelo fato de não podermos identificar todos pacientes infectados pela história médica e exames físicos. O tratamento odontológico de pacientes aidéticos será o mesmo de um paciente normal, levando em consideração a debilidade imunológica e ser ele portador de uma doença infecciosa (biossegurança). CASOS CLÍNICOS DE PACIENTES COM PROBLEMAS SISTÊMICOS - Paciente de 54 anos de idade, sexo feminino, relata ter hipertensão e faz uso de três medicamentos anti- hipertensivos diariamente. Ao mensurar a PA, o resultado foi 140/90 mmHg. Qual a conduta correta para o tratamento odontológico de rotina desta paciente? Resposta: O tratamento ocorrerá normalmente, pois ele está normotenso (compensado). ➢ Hipertensos leves: = 90 a 100 e/ou = 140 a 160 mmHg - Pacientes ASA II – hipertensão no estágio 1 ▪ Medir três sessões consecutivas, se persistir encaminhar a uma consulta médica; ▪ Paciente em tratamento médico com pressão diastólica até 100 mmHg pode ser considerado compensado; ▪ Diminuição de estresse; ▪ Anestésico com adrenalina pode ser usado até 2 tubetes (injeção lenta e aspiração prévia), mas o ideal é o uso da prilocaína a 3% com felipressina, já que a felipressina possui uma mínima interferência cardiovascular. - Paciente de 32 anos, sexo masculino, compareceu à clínica para tratamento de urgência, com dor latejante e contínua no dente 22. Na anamnese relatou ter boa saúde geral. Ao mensurar a PA, o resultado foi 170/110 mmHg. Qual a conduta correta para o tratamento de urgência deste paciente? Resposta: Anestesiar com prilocaína a 3% no elemento dolorido e administrar Diazepam de 5mg e esperar de meia hora a uma hora, deixando o na sala de espera até o medicamento fazer efeito. Após a dor melhorar e a pressão abaixar, pode-se realizar o procedimento normalmente. ➢ Hipertensos moderados: = 95 a 120 (diastólica) e/ou 160 a 180mmHg (sistólica) - Pacientes ASA II – hipertensão no estágio. • Medir na primeira sessão e novamente medir alguns minutos depois; • Avaliação médica antes da consulta odontológica; • Urgência (PA acima de 100/160mmHg), dar um benzodiazepínico (diazepam 5mg), anestesiar (um tubete de prilocaína + felipressina) e esperar para tentar baixar um pouco; • PA abaixo de 100/160 mmHg, pode realizar o procedimento. - Paciente de 62 anos, sexo masculino, relata ser hipertenso e não está fazendo uso adequado dos medicamentes. Ao mensurar a PA, foi encontrado 200/130 mmHg. O paciente necessita de tratamento odontológicode rotina. Qual a conduta correta para com este paciente? TAÍS ALBANO Resposta: Como é uma consulta rotineira, o ideal é adiar o tratamento odontológico e encaminhá-lo a uma Unidade Básica de Saúde. ➢ Hipertensão severa: + 110 e/ou +180 mmHg. • ASA III – assintomática e sintomática; • Pedir avaliação médica; • Tratamento de urgência deve ser feito a nível hospitalar e de não urgência deve ser adiado. - Paciente de 35 anos, gênero feminino, procedente de Botelhos – MG, compareceu à clínica integrada para tratamento odontológico completo, possui diversas raízes residuais que necessitam de exodontia. Na anamnese, a paciente relatou cardiopatia congênita e que em 2012, fez uma cirurgia cardíaca para colocação de prótese valvar mitral. Atualmente, está se sentindo bem e só faz uso do anticoagulante oral (Marevan). Faz o controle deste medicamento mensal na área médica. Sua pressão arterial estava 120/80 mm/Hg e o pulso 94 bt/min e a paciente não é alérgica a nenhum medicamento. Foi pedido avaliação médica, e foi recomendado a necessidade da profilaxia antibiótica e a suspensão do anticoagulante por 3 dias antes do procedimento cirúrgico. a) Qual profilaxia antibiótica recomendada para essa paciente? Cite 3 procedimentos odontológicos que necessitam da profilaxia. Resposta: Administrar amoxicilina 2g uma hora antes do atendimento odontológico. b) Qual exame específico que a paciente faz mensalmente para o controle do anticoagulante oral e esse exame deverá estar com valores normais para realização do procedimento cirúrgico? Resposta: INR, pois ele é derivado do tempo de protrombina, sendo um exame específico para controlar a terapêutica dos exames para a administração de anticoagulantes. - Paciente no primeiro mês de gestação necessita de tratamento odontológico de rotina como: profilaxia e troca de restaurações estéticas. Na avaliação médica foi informado que sua gravidez está transcorrendo sem alterações. a) Qual a conduta correta para o atendimento odontológico dessa paciente? Resposta: É necessário evitar tratamentos estéticos (não urgentes) em pacientes grávidas no primeiro trimestre, sendo necessário esperar até o terceiro mês, pois no primeiro trimestre as grávidas podem apresentar enjoos, hipotensão, lipotimia, além de ser o período de formação principal do feto. Também há uma grande possibilidade de a gravida sofrer um aborto espontâneo. - Paciente no primeiro mês de gravidez necessita de tratamento odontológico de urgência (drenagem de abscesso dento-alveolar via canal no dente 16). Na avaliação médica foi informado que a gravidez está transcorrendo sem alterações. a) Qual a conduta correta para o atendimento odontológico desta paciente e por quê? Resposta: Atendê-la em urgência com antibiótico terapia profilática, porque o risco que a mãe e o bebê correm é maior se mãe continuar com dor e infecção do que as alterações que podem ocorrer no 1° mês de gravidez. Deve-se anestesiar normalmente, drenando o abscesso, visando tirar a dor do paciente. Já o tratamento do canal deverá ser realizado no segundo trimestre. TAÍS ALBANO - Paciente de 42 anos, sexo masculino, teve uma infecção renal que causou a perda de seus dois rins. Está sob tratamento médico e faz hemodiálise nas segundas, quartas e sábados. Tem um cateter colocado na veia cava superior. Faz uso das seguintes medicações: diurético, anti-hipertensivo e polivitamínico. O paciente procurou a clínica integrada da Unifenas para tratamento odontológico completo. a) Qual a conduta com esse paciente, para que o tratamento seja efetuado sem intercorrência? Resposta: Em primeiro lugar, deve-se pedir ao paciente uma avaliação médica, que deverá constar o hemograma, coagulograma, BUN (ureia) e creatinina deverão constar valores normais. É necessário pedir essa avaliação já que esse paciente pode possuir anemia, hipertensão, tendência à infecção e a hemorragia. Deve-se atendê-lo no dia após a hemodiálise devido à heparina residual, que é um anticoagulante que ele recebe para que o sangue não coagule na máquina. Paciente que faz hemodiálise possui um cateter dentro da veia e, por isso, usa- se de antibiótico profilático para evitar vasculite bacteriana. - Paciente do sexo masculino, 45 anos, obeso, diabético tipo II, faz uso de hipoglicemiantes orais (clorpropamida/diabinese), mas não consegue fazer o regime alimentar recomendado. A sua taxa de glicemia em jejum está 200 mg/dl. O paciente está com dor e deverá ser submetido a atendimento odontológico de urgência. a) Qual a conduta correta? Resposta: Atender o paciente visando a remoção da dor, utilizando a antibiótico terapia profilática e o anestésico local será a prilocaína com felipressina, pois a adrenalina provoca glicólise hepática. Deve ser administrada uma dose de ataque (2 comprimidos de 500mg 1h antes do procedimento, tomando 1 comprimido de 8 em 8 horas por 5 a 7 dias dependendo da exacerbação da infecção). (4 comprimidos de 500mg – profilaxia) *O tratamento periodontal em pacientes diabéticos é considerado como urgente.* - Quando um paciente sem alterações sistêmicas, na cadeira odontológica, tem uma lipotimia (sincope), qual a conduta correta frente a este paciente? Resposta: interromper o mais rápido possível o tratamento e avaliar o grau de consciência do paciente, sempre conversando com ele ativamente. Colocar em posição supina, de forma que os pés fiquem mais elevados que a cabeça. - Quando um paciente, na anamnese, relata ser epilético, quais as três perguntas que deverão ser feitas ao paciente para complementar a anamnese? Resposta: Perguntar qual é o sinal de alerta (cabeça coça, perna repuxa, braço formiga, etc), quanto tempo duram as crises epilépticas, se ele está medicado e fazendo essa medicação de forma correta, fatores que precipitam a crise e tipo de convulsão. ➢ Doença cardíaca em que há a diminuição da contratilidade do músculo cardíaco: insuficiência cardíaca; ➢ Doença cardíaca em que há isquemia transitória do miocárdio: angina; ➢ Os dentes e a gengiva da arcada superior são drenados por qual cadeia linfática? R: ➢ Qual o anestésico mais indicado para pacientes grávidas? R: Lidocaína; ➢ Taquicardia em um adulto, seria uma pulsação cardíaca acima de? R: 100bpm/min; ➢ Exames que mensuram a função renal: ureia e creatinina; ➢ Acima de que valores de PA sistólica e diastólica o paciente é considerado hipertenso? R: 140/90mmHg. ➢ Qual anestésico provoca metemoglobinemia? R: Prilocaína; TAÍS ALBANO ➢ Como se apresentam as hemácias segundo o exame VGM na anemia ferropriva? R: Microcíticas; ➢ Em exodontia, os pacientes que fazem hemodiálise necessitam de profilaxia antibiótica para evitar: vasculite bacteriana; ➢ Valores normais para a taxa de glicemia no adulto em jejum: 70 a 100mg/dl; ➢ Qual o período ideal, após um infarto, para submeter o paciente a um tratamento odontológico? R: 6 meses; ➢ Pacientes propensos a endocardite bacteriana, qual o intervalo recomendado entre as sessões de tratamento odontológico? R: 10 dias; ➢ Paciente com insuficiência renal é anêmico pois não produz: eritropoetina; ➢ Antibiótico mais recomendado para grávidas não alérgicas: amoxicilina; ➢ Qual a primeira escolha para profilaxia de endocardite bacteriana em adultos não alérgicos a medicamentos? R: Amoxicilina 2g, administrada uma hora antes do procedimento. ➢ Qual a primeira escolha para profilaxia de endocardite bacteriana em adultos alérgicos à penicilina? R: Clindamicina 600mg; ➢ Em um tratamento de paciente com angina, qual o medicamento que o CD sempre deve ter à disposição? R: Vasodilatador coronariano; ➢ Qual o vasoconstritor que tem uma interferência não significativa no sistema cardiovascular? R: Felipressina; ➢ No hemograma, o que significa o aumento significativo dos elementos figurados do sangue? R: Policitemia; ANOMALIAS DENTÁRIASAnomalias são distúrbios de desenvolvimento – malformação. Podem ser hereditárias, sendo uma modificação do gene; congênitas – anomalia adquirida na fase intra-uterina ou adquiridas, que é aquela que se tem depois que a criança nasce. As congênitas ou adquiridas geralmente são causadas por infecções, traumatismo, variações nutricionais, temperatura e intoxicação (por flúor, por exemplo). ALTERAÇÕES DE FORMA Macrodontia: Dente maior que o normal. Causas comuns: ➢ Hiperpituritarismo: Acontece na variação do hormônio de crescimento, em que todo o indivíduo é grande. ➢ Hemihipertrofia facial: Alteração em que há um maior crescimento de um lado do que do outro, podendo ter o dente maior também. ➢ Hereditariedade cruzada: a mãe tem maxilar pequeno e o pai dentes grandes. Fica uma boca “sem espaço”, pois são dentes muito grandes em uma boca muito pequena. ➢ Macrodontia localizada: 1 ou 2 dentes maiores. Afeta mais os permanentes (Incisivo central, canino e molar é mais afetado). ➢ 2,7% de frequência na população; afeta mais dentes permanentes: IC, C e M. Microdontia: Dente menor que o normal. Causas comuns: ➢ Nanismo hipofisário: Quando não tem hormônio de crescimento e o dente também é menor. (Tem uma microdontia generalizada) ➢ Localizada: É muito comum. ➢ Hereditariedade cruzada: Arcada grande e dentes pequenos. ➢ Afeta mais incisivo lateral superior e 3º molar. Também é mais comum ocorrer agenesia nesses dentes. TAÍS ALBANO ➢ 12% na população; IL sup., 3º M são os mais atingidos. Geminação: Um germe tenta se dividir e forma 2 coroas e 1 raiz, ou seja, há apenas um canal radicular. Esse dente fica largo. Quando esse dente se divide, forma um dente normal e um a mais (supranumerário). É o aumento da distância mésio-distal, com 1 canal alargado. Afeta mais os incisivos e caninos decíduos (mais comum) e os incisivos permanentes. Fusão: 2 germes juntos que se grudam. União pela dentina e/ou esmalte. Possui 2 canais radiculares. Afeta mais os incisivos e caninos decíduos. Concrescência: União através do cemento. TAÍS ALBANO Afeta mais os molares. Só pelo exame clínico, não é possível diferenciar fusão de geminação. Faz exame radiográfico, observando se tem 1 ou 2 canais radiculares Dens in dente: Dente invaginado. Invaginação no esmalte na região do cíngulo. Tem a coroa conóide e raiz encurtada. Afeta mais os dentes anteriores, na região de cíngulo (Incisivo lateral superior permanente) * ILS mais afetado em dens in dent e microdontia. Deve-se fazer selamento das cavidades para não ter cárie. * O traumatismo de dente decíduo pode afetar a coroa do permanente e fazer com que ele nasça com hipoplasia de esmalte. Há casos de infecção de decíduos atingindo os permanentes. PROVA: QUAL A CAUSA DE HIPOPLASIA DE ESMALTE ADQUIRIDA LOCALIZADA? R: INFECÇÃO DO DENTE DECÍDUO ATINGINDO O PERMANENTE OU INTRUSÃO DO DECÍDUO ATINGINDO PERMANENTE. INFECÇÃO OU TRAUMA DIRETO. RELEMBRANDO: Hipoplasia de esmalte: pode atingir todos os dentes (defeituosos). A causa mais comum é a fluorose dentária. Pode ser causada também por hipovitaminose A e C, doenças exantemáticas (erupção de pele), como sarampo, varicela, rubéola e escarlatina. Hipocalcemia, carência de vitamina D, disfunção da paratireóide, raquitismo. Doenças que levam à febre muito alta. Afeta mais a incisal dos inferiores ➢ Adquirida: pode ser localizada, causada por infecções periapicais da dentição decídua ou trauma direto/intrusão do dente decíduo. Dentes de Turner: ocorre nos PM, I e C, sendo uma infecção crônica do decíduo correspondente. Já a generalizada (sistêmica) pode ser por hipovitaminose A e C e doenças exantemáticas. TAÍS ALBANO ➢ Fluorose: Hipoplasia de esmalte adquirida sistêmica, causada pelo excesso de flúor no período de calcificação dos dentes (0 a 6 anos). Os defeitos são lamelares (estrias esbranquiçadas), aparece nos dentes homólogos. Pode aparecer amarela. Causada pela intoxicação por flúor (água de abastecimento, dentifrícios fluoretados, géis, vernizes com flúor, suplementação de flúor, flúor na dieta). Além do excesso da dosagem do flúor, outros fatores interferem: Baixo peso corporal do paciente, a mesma quantidade de flúor para uma pessoa magra e uma gorda pode ser tóxico para a mais magra. Atividade renal defeituosa – o flúor não é eliminado. Classificação: O índice de Dean é baseado em variações do aspecto estético do esmalte. ➢ Normal: O esmalte apresenta translucidez. A superfície é lisa, polida, cor creme clara (cor do dente é a cor da dentina). ➢ Questionável: O dente não tem translucidez normal, com ocasionais manchas esbranquiçadas. É um dente mais opaco. Usar este código quando a classificação “normal” não se justifica. ➢ Muito Leve: Área esbranquiçadas, opacas, pequenas manchas espalhadas irregularmente no dente, mas envolvendo não mais que 25% da superfície. Inclui opacidades claras com 1 a 2 mm na ponta das cúspides de molares ➢ Leve: A opacidade é mais extensa, mas não envolve mais que 50% da superfície ➢ Moderada: Quando todo o dente é acometido. Há manchas castanhas ou amareladas e atrição. ➢ Severa: Além de todo dente acometido, possui manchas acastanhadas e área de cavitação. A fluorose dental se torna um problema relevante de saúde pública, porque em suas formas moderada e severa provoca alterações funcionais estéticas que interferem na formação da personalidade e na inserção no mercado de trabalho. Hipoplasia de esmalte congênita: ocorre na vida intrauterina. Só tem uma causa: Sífilis - treponema pallidum invade o germe dentário. Dentes de Hutchinson: Incisivos em forma de barril ou chave de fenda e molares em amora. Tríade de hutchinson: surdez, queratose intersticial (pele ressecada) e dentes comprometidos. Hipoplasia de esmalte hereditária: amelogênese imperfeita – se é hereditária acomete todos os dentes. Pode ocorrer na hora que está formando o esmalte ou quando ele está calcificando. Há um defeito na forma da coroa. É a Amelogênese imperfeita: Amelogênese imperfeita: ocorre de duas maneiras: ➢ Hipoplasia do esmalte hereditária (hipoplásica): produz matriz orgânica reduzida, apresenta redução na espessura, coloração ambar (cinza azulada), lisa e brilhante. ➢ Hipocalcificação do esmalte hereditária: matriz é normal, defeito na maturação e calcificação, coloração branco, opaco e superfície áspera. Herança dominante, afeta tanto a dentição decídua como a permanente, atingindo todos os dentes. Há canais amplos e rizogênese tardia; radiopacidade única (dent. = esm.) * Se o esmalte é defeituoso, a junção amelodentinária também é. Não é um esmalte forte, quebra com facilidade. A dentina fica exposta, não aguenta a força de mastigação e se quebra. * TAÍS ALBANO Dentinogênese imperfeita: Alteração hereditária autossômica dominante, relativamente rara. Acomete dentina. Acomete dentes decíduos (mais comum) e permanentes. A coloração vai de cinza claro ou chumbo até marrom. Dentina pouco resistente (junção amelodentinária defeituosa). Esmalte normal, mas se destaca com facilidade. Obliteração total ou parcial da câmara e dos canais radicares. Contrição do terço cervical, coroa bulbosa e curta. Pode estar relacionada com a osteogênese imperfeita. Odontodisplasia regional: Dentes fantasmas. Doença idiopática. Relacionadas às várias síndromes, malformação vasculares. Evolve tanto a dentição permanente como a decídua. Esmalte e dentina delgados, envolvendo uma polpa aumentada. Às vezes, não erupcionam, e quando o fazem, se infeccionam rápido (porque quebram com facilidade), devendo remover esses dentes. Dilaceração: Curvatura da raiz ou coroa, desvio na trajetória do longo eixo do dente. Cervical, média ou apical. Causa problemas na área da endodontia e exodontia. Taurodontismo: É hereditário, havendo raízes curtas e aumento ocluso-apical da câmarapulpar. Parecido com chifre de boi ao contrário. Clinicamente, o dente é normal, sendo visualizado na radiografia. ALTERAÇÕES DE NÚMEROS Anodontia: É a ausência do dente (acidente, extração, não formação). TAÍS ALBANO Agenesia dentária é a não formação do dente (não tem dente). Total: Displasia ectodérmica; Parcial (oligodontia). A única alteração em que tem agenesia total é na displasia ectodérmica (mutação recessiva – causa ressecamento na pele; paciente não sua; possui pouco pelo). Etiologia: fatores nutricionais, traumáticos, infecciosos ou hereditários, patologias virais e problemas endócrinos. Dentição permanente: terceiro molar inferior e pré molar inferior, incisivo lateral superior e primeiro pré molar superior. OBS: Os laterais e o 3º molar são os que mais aparecem agenesia. Dentes supranumerários: também chamados de mésio-dente. Mais comum na maxila. São dentes a mais. Dentição pré decídua: Se não tiver mobilidade é decíduo. Dentes natais e neonatais. Criança nasce com dente sem raiz, é frágil, cinza e remove com gases e pomada anestésica. Dentição pós permanente: Não existe. Retirou toda dentição e depois nasceu dente, esse que nasce é um supranumerário. Raízes supranumerárias: Raiz a mais. São mais frequentes em molares permanentes (3º molares), canino inferior e pré molares. Cúspides supranumerárias: O tubérculo de carabeli quando é muito avançado é uma cúspide supranumerário. ALTERAÇÕES DE ERUPÇÃO Dentes retidos e impactados: Quando tem alguma coisa impedindo o dente erupcionar. Dentes não erupcionados. OUTRAS ANOMALIAS DENTÁRIAS / ALTERAÇÕES PÓS ERUPTIVAS / MÁ POSIÇÃO DENTÁRIA Transposição dentária: Erupção do dente fora do seu local habitual, mas dentro do arco dentário. Caninos e pré molares superiores. Ocorre, geralmente, por falta de espaço. Transmigração dentária: Deslocamento do dente em uma área anatômica fora do processo alveolar. Ex: Canino nasce no palato. Vestíbulo versão, línguo versão ou palato versão: Deslocamento do dente para vestibular, lingual ou palatino. Pode estar ligado à sucção de dedo e chupeta e/ou ausência de espaço para erupção. Doença periodontal avançada. Giroversão: Rotação do dente em torno do seu longo eixo, completa ou incompleta. Excesso ou falta de espaço. Pré molares inferiores. TAÍS ALBANO PERDA DA ESTRUTURA DENTÁRIA Atrição: ocorre na incisal ou oclusal dos dentes. Causa: bruxismo. Abrasão: Desgaste mecânico por agente externo. Ex: Escova dura Erosão: Processos químicos não bacterianos. Ex: Coca cola, bulimia. Abfração: Perda do esmalte cervical, por esforço mastigatório. A dentina fica vitrificada. Comum em caninos e pré molares (quando há a perda do 1º molar: lesão em forma de V ou pires). Anquilose dentária: União do dente ao osso alveolar (perda do ligamento periodontal – não é possível visualizar onde acaba a raiz e começa o ligamento periodontal). Reabsorção parcial da raiz. Causas: Traumatismo oclusal, infecção pulpar, terapêutica endodôntica, inflamação periapical. Dentes que caíram e foram transplantados. Ocorre reabsorção parcial da raiz. Hipercementose: Cemento celular na superfície radicular. Causas: Extrusão acelerada do dente, inflamação e processo de reparo em volta da raiz do dente (extrai por via não alveolar), idiopático. Na infância pode ter coloração alterada do dente por uso de tetraciclina. ANOMALIAS DOS MAXILARES Macrognatia: Um ou mais ossos dos maxilares são anormais, o volume ultrapassa o tamanho normal. Hereditariedade. Raça negra é mais prognata. Micrognatia: 1 ou 2 ossos menores do que o normal. Pode ser hereditária, congênita ou adquirida. Causa, principalmente, alterações no côndilo. Pode fazer parte de síndromes. Quebra o côndilo no nascimento, e o crescimento da mandíbula depende do côndilo. Exostose: É o aumento fisiológico de um osso. ➢ Tórus: Palatino e mandibular. É indicada a remoção só quando for fazer uma prótese, pois vai atrapalhar a estabilidade da prótese. ➢ Síndrome de Gardner: Herança autossômica dominante. Exostose (osteoma) maxilo – mandibilar; Polipose intestinal (lesão nodulares no intestino pré cancerizável; Fibroma cutâneo e cisto epidermóide; Dentes supranumerários /dentes impactados. ANOMALIAS DA LÍNGUA Macroglossia: Língua muito grande. Primária / hereditária / Síndrome de Down. Secundária é acometida por tumor. Ex: Hemangioma, fibroma. Microglossia: Língua pequena. Anomalia hereditária rara. Dificuldade articulatória e de alimentação. Aglossia: Ausência completa da língua. Língua fissurada: O inconveniente é que o fundo da fissura apresenta epitélio especializado (papila), não conseguindo comer pimenta e coisa ácida. TAÍS ALBANO ➢ Síndrome de Melkerson Rosental: Paralisia hemifacial, queilite granulomatosa (inflamação do lábio), edema facial e língua fissurada. FISSURAS DO LÁBIO – PALATAIS Entre as anomalias da boca, destacam-se as fissuras que podem ocorrer como transtornos isolados ou acompanhados de outras anomalias de gravidade variável. Etiopatogenia: Estão relacionadas à hereditariedade e aos fatores ambientais aos quais as mães são expostas, como drogas antiepilépticas, fumo, álcool, deficiência vitamínica e intoxicação por vitamina A. ➢ Hereditária: 1/3 tem história familiar. ➢ Congênita: Fatores ambientais. ➢ Aspectos maternos: Fisiologia do útero (Hormônios maternos, diabéticos, hipertireoidismo, estresse, infecções); ➢ Fatores alimentares: Carência proteica e vitamínica / ácido fólico B e ausência de B12); ➢ Medicamentos: Substância antimicótica e anti ácido fólico, cortisona e doses maciças de vitamina A; ➢ Irradiações: Em grande potência, destroem as células e alteram sua capacidade de multiplicação e diferenciação) CLASSIFICAÇÃO DAS FISSURAS ➢ Fissura pré forame incisivo (rebordo alveolar e lábio) - unilateral D e E / bilateral ➢ Fissura pós forame incisivo (fissura só do palato) - mediana do palato ➢ Fissura transforme incisivo (envolve lábio, rebordo alveolar e palato) - unilateral D e E / bilateral ➢ Fissura rara da face - obliqua do lábio, nariz e olho / horizontal ➢ Outras classificações: fissuras labial, palatal e lábio palatal Na vida intrauterina, o embrião é inicialmente uma placa que vai se dobrando e que se encontra na linha média. Na parte facial existem diversos processos que vão se dobrando (mandibular, maxilar, nasal). Uma das explicações para o surgimento das fissuras são esses processos, por uma causa (drogas, medicamentos) eles ficam pequenos e não conseguem se encontrar. Outra explicação é que o epitélio não desaparece, chegando um epitélio perto do outro e deixando de ser reabsorvido esse tecido, ficando aberto o lábio e o palato. Paciente fissurado tem a face alongada e o terço médio é menor. GLÂNULOS DE FORDYCE: Glândulas sebáceas ectópicas. FOSSETAS DE COMISSURA: Buraquinho com fundo localizado na região de comissura labial. SÍNDROME DE VAR DER WOUDE: Foi uma das primeiras síndromes que estudou as fissuras. Está presente as fissuras lábio palatais mais as fossetas de lábio. OSTEOGÊNESE IMPERFEITA: Toda vez que deparar com dentinogênese imperfeita tem que pesquisar osteogênese imperfeita, porque ambas são uma alteração na matriz óssea. Essa matriz é um aminoácido. Essa síndrome também é chamada de ossos de vidro (quebra com facilidade). Ossos frágeis; Esclerótica azulada; Afeta o feto, a criança e o adulto; Defeito metabólico no aumento da quantidade do aminoácido PROLINA; Cicatrização de fraturas com calo ósseo excessivo; Envolvimento da dentina (DENTINOGÊNESE IMPERFEITA). ATROFIA HEMIFACIAL PROGRESSIVA: Doença rara. Uma atrofia unilateral progressiva da face e que pode afetar outras regiões do mesmo lado do corpo (um lado não cresce, paralisa). Causa: Desconhecida. Pode estar TAÍS ALBANO ligada a um traumatismo, distúrbios do sistema nervoso periférico,infecções e alterações genéticas; surge no início da vida adulta. Afeta tecidos moles e ossos, erupção retardada do lado afetado (alteração de pele: ressacada/vitiligo). O curso da doença é de vários anos, porém pode ser notado eventualmente estabilização da doença sem nenhum tipo de tratamento; Acompanha: epilepsia, neuralgia de trigêmeo e alterações no olho e no cabelo (Quando abre a boca, desvia para o lado afetado). HIPERTROFIA HEMIFACIAL: Distúrbio hereditário raro; Assimetria grosseira do corpo/pode ser simples a qual envolve apenas partes ou complexa que envolve todo um lado do corpo (um lado cresce mais que o outro). 1 para 86000 paciente: mulheres são mais afetadas. Aumento hemifacial: pode afetar tecido mole e osso (retardo alveolar mais eminente). Macroglossia e macrodontia unilateral: maloclusões. Acompanha erupção prematura dos dentes. DISOSTOSE CRANIOFACIAL - SÍNDROME DE CROUZON: Malformações em ossos do crânio e da face. Condição hereditária autossômica dominante. Sinostose precoce das suturas: Quando as suturas e fontanelas se fecham precocemente. Frontal proeminente, hipoplasia da maxila, prognatismo mandibular, nariz em gancho e exoftalmia (cegueira). O osso fica para fora-órbita pequena, prognatismo mandibular, cabeça pontiaguda. Acompanha alterações mentais: Diminui terço médio da face. ➢ Síndrome de PIERRE ROBIN: É uma modificação da síndrome de Crouzon, só que não tem prognatia mandibular e sim a micrognatia. Tem também fenda patina e glossoptose (língua caida). É considerada uma forma branda da disostose crâniofacial. Tratamento: impedir que essas suturas se fechem. ACROCEFALOSSINDACTILIA - SÍNDROME DE APERT: Dedos emendados. No nascimento todas as suturas estão alteradas. Cabeça em forma de torre. É a síndrome de Crouzon envolvendo o corpo. Testa e olhos protuberantes, nariz em bico e o palato elevado; Fusão dos dedos (mão de meia – luva) das mãos e dos pés (articulação rígida); as unhas podem estar fusionadas. DISOSTOSE MANDÍBULO-FACIAL (SÍNDROME DE TREACHER-COLLINS): Envolve região do ouvido. Hereditária autossômica dominante/penetrância e expressividade variável (em algumas pessoas é mais grave). Manifestações clínicas: hipoplasia dos ossos faciais (mandíbula e osso zigomático), macrodontia, palato alto (fenda), mal oclusão, fissura palpebral oblíqua para baixo (olho fissurado e para baixo), malformação de ouvido (surdez). Microtia: orelha pequena. DISPLASIA OCULOAURICULOVERTEBRAL (SINDROME DE GOLDENHAR): Olho, orelha e vértebra. Possui característica igual a de cima com alterações oculares. Herança autossômica dominante. Crânio assimétrico, bossa frontal, implantação baixa dos cabelos, hipognatia, hipoplasia malar. Epúlide epibulbar (crescimento de tecido granulomatoso na conjuntiva ocular), apêndice ou fístulas auricular, microssomia hemifacial e anomalias vertebrais). DISOSTOSE CLEIDO-CRANIAL/DOENÇA DE MARIE E SAINTON: Formação defeituosa de certos ossos (ombro e crânio). Hereditária autossômica dominante/igual frequência nos dois sexos. Diminuição do terço médio da face, mal oclusão/erupção retardada/dentes supranumerários. As clavículas são ausentes ou hipoplásicas, o que possibilita ao paciente aproximar os ombros (ombros caídos, implantação baixa da orelha, nariz em bico, os dentes são retidos e possui dentes decíduos). ARACNODACTILIA – SÍNDROME DE MARFAN: Dedos de aranha. Autossômica dominante. Crescimento exagerado dos ossos tubulares (estrutura maior que o normal). Crânio e face alongada e estreita; Alterações cardiovasculares e oculares; Palato ogival, úvula bifita (dividida em dois), lesões císticas e má oclusão; as mãos e dedos com “pernas de aranhas”. TAÍS ALBANO LIGADAS AO PERIODONTO: SÍNDROME DE PAPILON-LEFÉVRE: gera hiperqueratose palmar e plantar e severa destruição dos tecidos periodontais. Não é uma alteração comum. Periodontite de progressão rápida. A causa é que os pacientes têm uma diminuição da mobilidade e da quimiotaxia dos polimorfonucleares, demorando a chegar no processo inflamatório. Há diminuição da fagocitose dos monócitos. SÍNDROME DE CHEDIAK – HIGASHI: doença autossômica recessiva. Paciente fica sem defesa, tendo grande suscetibilidade às infecções. Se não fizer tratamento, tem morte prematura. Pode apresentar albinismo óculo cutâneo, alterações de coagulações e envolvimento neurológico variado. O tratamento é o transplante de medula óssea, que corrige o defeito imunológico das células sanguíneas. SÍNDROME DE DOWN (TRISSOMIA DO GENE 21): pacientes têm uma deficiência imunológica, podendo apresentar problemas periodontais. Microcefalia, proeminência frontal e pálpebra oblíqua. SÍNDROME DE EHLERS-DANLOS: Mais comum de distúrbios do tecido conjuntivo herdados; Genes codificadores ou modificadores de colágeno, fibrilina e/ou outras proteínas matriciais (por exemplo, a tenascina). Esses distúrbios apresentam fenótipos similares com graus variados de expressão; Hipermobilidade articular, hiperelasticidade cutânea, formação de equimoses, cicatrizes atróficas e hábito marfanoide. Quase sempre não há contra indicação médica para o tratamento odontológico. Manifestações bucais: As mucosas, a pele e os vasos sanguíneos são mais frágeis, portanto, o processo de cicatrização é desfavorecido, pelo maior risco de hemorragias, persistência de inflamações, incidência de hiperplasias e início precoce de doenças periodontais. Os dentes, ainda, podem ser malformados ou com grau de translucidez variável. Podem ocorrer calcificações pulpares, perda precoce de dentes decíduos e permanentes. NEUTROPENIA SEVERA (neutropenia congênita - Síndrome de Kostmann e neutropenia cíclica): A neutropenia consiste na redução da contagem de neutrófilos. Há aumento no risco e na gravidade de infecções causadas por bactérias e fungos. Os sintomas focais da infecção podem ser silenciosos, mas a febre surge durante as infecções mais sérias. O diagnóstico é feito pela contagem com diferencial de leucócitos, mas a avaliação requer a identificação da causa. A neutropenia cíclica é um distúrbio granulocitopoiético hereditário raro, em geral transmitido de maneira autossômica dominante. Neutropenia hereditária grave (síndrome de Kostmann) consiste em distúrbio raro que ocorre esporadicamente nos EUA e caracteriza-se por interrupção da maturação mieloide no estádio prómielócito na medula óssea. Manifestações bucais: doença periodontal, perda precoce de dentes decíduos e permanentes, a perda de osso alveolar, a mobilidade dentária. A estomatite, por exemplo, pode ser por espécies de Cândida, por herpes ou simplesmente um quadro de estomatite aftosa recorrente. EPIDERMÓLISE BOLHOSA: é uma doença hereditária secundária a mutações de genes responsáveis pela formação de proteínas que permitem a coesão entre as diferentes camadas da pele. É caracterizada pelo aparecimento de bolhas e lesões na pele e nas membranas mucosas espontaneamente ou como resposta a traumatismos mínimos. Quatro grandes tipos: EB Simples (EBS), EB Juncional (EBJ), EB Distrófica (EBD) e Síndrome de Kindler. Manifestações bucais: Formação de bolhas na mucosa, variando a severidade das lesões conforme o subtipo. A EBJ está particularmente associada a hipoplasia de esmalte. A forma recessiva de EBD é a que apresenta lesões bucais mais significativas como: microstomia, anquiloglossia, obliteração vestibular e alterações tecidual com potencial maligno (carcinoma das células escamosas/2ª década de vida). A escovação dentária diária leva frequentemente à formação de bolhas e úlceras nos lábios, gengivas e mucosas, causando dor e desconforto. A perda de funcionalidade da mão também dificulta a realização de uma higiene oral adequada, aumentando o risco de desenvolvimento de cáries e doença periodontal severa, que pode levar a um edentulismo precoce da dentição decídua e permanente [Costa 2011]. A dieta dos pacientes com EB constitui um fator
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