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Projeto de Paisagismo

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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PROJETO DE PAISAGISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PROJETO DE PAISAGISMO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 PROJETOS DE JARDINAGEM 
1.1 INTRODUÇÃO: IMPORTÂNCIA DE UM PROJETO DE PAISAGISMO PARA 
O AMBIENTE E PARA A POPULAÇÃO 
1.2 CONTATO COM O CLIENTE: NECESSIDADES PESSOAIS E AMBIENTAIS 
1.3 LEVANTAMENTO DE DADOS DA ÁREA: SOLO E SUAS CONDIÇÕES, 
INSOLAÇÃO, ENTORNO, MEDIDAS E ESTILO ARQUITETÔNICO 
1.3.1 Praças 
3.1.2 Jardim 
3.1.3 Parque 
3.1.4 Rua 
3.1.5 Calçadão 
1.4 ELABORAÇÃO DO PROJETO CONFORME O LEVANTAMENTO DE DADOS 
1.4.1 Desenvolvimento das Etapas do Projeto: Programa, Plano de Ação, Estudo 
Preliminar, Pré-Projeto, e Projeto Construtivo Adequados à Área 
1.4.1.1 Estudo Preliminar 
1.4.1.2 Pesquisa Popular 
1.4.1.3 Levantamento Planialtimétrico e Cadastral 
1.4.1.4 Análise do Solo 
1.4.1.5 Levantamento Climático 
1.4.1.5.1 Temperatura 
1.4.1.5.2 Umidade 
1.4.1.5.3 Ventos 
1.4.1.5.4 Anteprojeto 
1.4.1.5.5 Distribuição Espacial 
1.4.1.5.6 Elementos Naturais 
1.4.1.5.7 Parte Hidráulica e Elétrica 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
1.4.1.5.8 Análise do Anteprojeto 
1.4.2 Projeto Definitivo ou Executivo 
1.4.2.1 Planta Executiva de Arquitetura e de Engenharia Civil 
1.4.2.2 Projeto Botânico 
1.4.2.3 Memorial Descritivo 
1.5 DESENVOLVIMENTO DE ORÇAMENTO: CUSTOS X CLIENTE 
 
 
MÓDULO II 
 
 
2 ADMINISTRAÇÃO DO EMPREENDIMENTO PAISAGÍSTICO 
2.1 TIPOS DE PROJETOS: HORIZONTAIS E VERTICAIS; 
2.1.1 Base técnica do projeto: levantamento e informações da área, condições 
meteorológicas do local, topografia, irrigação e drenagem 
2.2 TÉCNICAS AGRONÔMICAS DE RECOMENDAÇÃO E USO DE 
FERTILIZANTES E SUBSTRATOS 
2.2.1 Produção de Mudas 
2.2.2 Cravo 
2.2.2.1 Adubação de plantio 
2.2.3 Crisântemo para corte de Inflorescências 
2.2.4 Gladíolo 
2.2.5 Roseiras 
2.2.5.1 Adubação de plantio: 
2.2.5.2 Adubação de produção 
2.2.6 Gramados e Outras Forrageiras 
2.2.6.1 Gramados em formação 
2.2.6.2 Gramados formados 
2.2.7 Plantas Ornamentais Arbóreas e Arbustivas 
2.2.7.1 Produção de Mudas 
2.2.7.2 Adubação de Campo 
2.2.7.3 Adubação de "arranque" 
2.2.7.4 Adubação de cobertura (de formação) 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
2.2.7.5 Adubação de manutenção e reposição 
2.3 CRONOGRAMA E LOGÍSTICA DO PROJETO PARA MELHOR 
GERENCIAMENTO DA IMPLANTAÇÃO E EXCUSSÃO DO PROJETO 
PAISAGÍSTICO 
2.4 FUNDAMENTOS DE FISIOLOGIA VEGETAL: FOLHA, FRUTO, CAULE E 
RAIZ 
2.5 USO DO BONSAI 
2.5.1 Métodos de cultivo 
2.6 DOENÇAS E PRAGAS EM PLANTAS ORNAMENTAIS. 
2.6.1 Pulgões 
2.6.2 Cochonilhas 
2.6.3 Cigarrinhas 
2.6.4 Percevejos 
2.6.5 Insetos Mastigadores 
2.6.6 Formigas Cortadeiras (Saúva e Quem-Quém) 
2.6.7 Doenças (Fungos, Vírus e Bactérias) 
 
 
MÓDULO III 
 
3 PLANTAS ORNAMENTAIS: CONHECIMENTO E MANEJO 
3.1 PLANTAS ORNAMENTAIS: FORRAÇÕES, ARBUSTOS, ÁRVORES, 
PALMEIRAS, TREPADEIRAS, PLANTAS ENTOUCEIRANTES, PLANTAS 
TÓXICAS, OUTROS GRUPOS DE PLANTAS 
3.1.1 Plantas Arbustivas 
3.1.1.1 Disposição no Jardim 
3.1.1.2 Classificações 
3.1.2 Plantas Herbáceas 
3.1.2.1 Divisão e Classificação 
3.1.2.2 Herbáceas Folhosas 
3.1.3 Floríferas 
3.1.3.1 Ciclo de vida 
3.1.4 Palmeiras 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
3.1.4.1 Caracterização Botânica 
3.1.4.2 Distribuição Geográfica 
3.1.4.3 Hábito de Crescimento 
3.1.4.4 Características Ornamentais 
3.1.4.5 Uso Paisagístico 
3.1.4.6 Manejo 
3.1.4.7 Espécies 
3.1.5 Plantas Ornamentais Trepadeiras 
3.1.5.1 Grupos Botânicos 
3.1.5.2 Ciclo de Vida 
3.1.5.3 Exigência em Luminosidade 
3.1.5.4 Tutores 
3.1.5.5 Utilização 
3.1.5.6 Espécies 
3.1.5.7 Características 
3.1.6 Plantas Entoucerantes 
3.1.7 Plantas Tóxicas 
3.1.8 Outras Espécies 
3.2 PODA 
 
 
MÓDULO IV 
 
4 DINÂMICA DE PAISAGEM 
4.1 ESTUDO DE PROJETOS DE MACROPAISAGISMO, LEVANTANDO 
VARIÁVEIS ECOLÓGICAS E DE AMBIENTE NAS ÁREAS DO PROJETO 
4.1.1 A Variável Ecológica no Ambiente dos Negócios 
4.1.2 A Repercussão da Questão Ambiental na Organização 
4.1.3 Noções de Auditoria Ambiental 
4.2 APLICAÇÃO DE SISTEMAS LOGÍSTICOS E DE IMPLANTAÇÃO EM 
MACROPAISAGISMO, RESPEITANDO A LEGISLAÇÃO DE MEIO AMBIENTE 
4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
 
MODULO 1 
 
 
1 PROJETOS DE JARDINAGEM 
 
 
1.1 INTRODUÇÃO: IMPORTÂNCIA DE UM PROJETO DE PAISAGISMO PARA 
O AMBIENTE E PARA A POPULAÇÃO 
 
 
FIGURA 1 - JARDIM 
 
Fonte: Banco de imagens do Portal Educação. 
 
 
A presença de áreas verdes nas cidades, como em parques, praças, lagos e 
ruas arborizadas, torna o ambiente agradável e tranquilo, àqueles que o frequenta, 
para isso, é necessário, plantas específicas para o paisagismos urbano, pois, além 
de propiciar aos seres humanos bem-estar e beleza, melhora a qualidade de vida, 
tornando esses elementos imprescindíveis nos centros urbanos e aquém dos custos 
de manejo e implantação. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
A vegetação no meio urbano interfere positivamente na qualidade do ar e na 
redução da temperatura, pois as plantas são capazes, entre outros, de absorverem 
os gases poluidores e o calor por meio do processo de transpiração, reduzindo a 
radiação e promovendo o reflexo dos raios solares. 
A medida que vai acontecendo o planejamento das plantas na paisagem 
urbana surgem outros benefícios, como a diminuição da poluição sonora e a 
proteção contra os ventos. O vento pode ser agradável, desconfortável ou até 
mesmo destruidor, dependendo de sua velocidade. Dessa forma, as plantas 
provocam a alteração dos ventos desviando, conduzindo e filtrando o seu fluxo. 
O paisagismo urbano demonstra utilidade ao disponibilizar as plantas, com o 
intuito de sinalizar, indicando a direção de pedestres e veículos, além de melhorar a 
aparência e visibilidade das estradas e rodovias. 
Todavia, os principais efeitos provocados pela utilização de plantas nos 
espaços urbanos são os estéticos e psicológicos. Por meio, dos efeitos estéticos de 
cada espécie plantada, interferirá na alteração visual do ambiente, satisfazendo as 
pessoas que vivem nesse espaço. Já, no que se referem aos efeitos psicológicos, as 
plantas são capazes de provocar um bem-estar, a melhora da autoestima, do 
desempenho e até mesmo no humor das pessoas, diminuindo o tempo de 
internação e uso de medicamentos, melhorando o relacionamento social, incluindo o 
respeito mútuo, diminuindo o índice de criminalidade e violência nas cidades. 
O trabalho de paisagismo é uma tarefa que está ligada à revitalização e 
harmonia do espaço e do ambiente de convivência dos seres humanos. É destinado 
a criação de projetos de paisagismo para casas, apartamentos, fazendas, chácaras 
e jardins. Inicia com a elaboração, acompanhamento do projeto e vai até os retoques 
finais. Além da elaboração do projeto e acompanhamento para a execução das 
obras, a critério do empreendedor, o serviço de paisagismo poderá ser realizado 
pela própria empresa, ou então, ser terceirizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
 
 
FIGURA 2 
 
Fonte: Banco de imagens do Portal Educação. 
 
 
Ao iniciarmos o curso, temos que ter conhecimento de alguns conceitos 
importantes. Primeiramente, o que vem a ser a definição de paisagismo? Limbergeer 
& Santos (2000), cita três definições para paisagismo(1) é o meio de se obter de 
volta a natureza para o homem por meio da recriação ou proteção da mesma; (2) é 
uma ciência e uma arte que estuda o ordenamento do espaço exterior em função 
das necessidades atuais e futuras, e dos desejos estéticos do homem; (3) é uma 
atividade que se utiliza da arte, ciência e técnica a fim de elaborar uma interação dos 
três elementos: construção, o homem e a flora. 
Conhecendo esses conceitos da palavra paisagismo, já percebemos a 
importância de se criar projetos de paisagismo, principalmente no estado que 
encontramos boa parte de nossas cidades, bairros, ruas e praças em certo nível de 
degradação e com pouquíssimo de ambiente natural como parte integrante do seu 
espaço. 
Outro conceito importante é o de lugar, no qual é considerada a 
representação espacial que possui identidade, características intrínsecas, exclusivas 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
que lhe proporciona a aproximação e a identificação deste conjunto de elementos 
(constituído pelo território, paisagens, edificações, lembranças, emoções, cenas 
urbanas, etc.) com a população que o vivencia ou o vivenciou (SILVA, 2004). 
Este lugar bem caracterizado por um ambiente projetado na sua paisagem é 
de extrema importância em uma comunidade pelas pessoas que habitam seus 
arredores e de certo modo irão passar e vivenciar partes de suas vidas. 
Se tratando de espaço público, vem o conceito de Espaços Livres Públicos, 
segundo Macedo (1995), vem a ser todos os espaços não edificados, ou seja, ruas, 
pátios, largos, praças, parques, entre outros. Macedo (2003) define esses lugares 
como praças sendo, os espaços livres relacionados com as áreas verdes urbanas 
desempenham um importante papel na cidade. A manutenção dos espaços 
existentes e a criação de novos espaços possibilitam a conservação de valores da 
comunidade. 
São nos espaços livres públicos que se dão a maioria das relações sociais, 
onde ocorrem encontros entre amigos, eventos públicos, etc. Estes espaços são 
normalmente dotados de vegetação, o que influi nas condições ambientais, 
amenizando a temperatura, diminuindo os efeitos do vento, etc. Criar espaços de 
lazer significa contribuir para as relações sociais, melhorar as condições climáticas 
locais e valorizar a paisagem local (DORNELES, 2010). 
Para finalizar o entendimento dos conceitos principais na importância dos 
projetos de paisagismo, vem o conceito da própria paisagem sendo um conjunto de 
cenários naturais ou artificiais onde o homem é, além de um observador, um 
transformador desses elementos que compõe o sítio (LIMBERGEER & SANTOS, 
2000), resumindo é a porção de espaço da superfície terrestre apreendida 
visualmente. 
Diferente de jardinagem, o paisagismo elabora projetos de áreas verdes, 
compreendendo todos os aspectos que interferem na paisagem externa às 
edificações, os espaços abertos (não construídos), e as áreas livres, com função de 
recreação, amenização, circulação e preservação ambiental, integrando o homem à 
natureza; a jardinagem define, por meio de projetos ou não, os volumes, as espécies 
vegetais, assim como os objetos decorativos de um jardim, onde os espaços e suas 
funções são predefinidos. Interferindo e alterando a paisagem, o Projeto de 
Paisagismo pode amenizar a ação da natureza e as condições criadas pelo 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
ambiente construído, tais como a insolação excessiva, os ventos fortes, as 
enchentes, a erosão, os ruídos. 
O objeto do Projeto é o espaço, público ou privado, não ocupado pelas 
edificações. O primeiro abrange as áreas pertencentes ao poder público como as 
Praças, o Sistema Viário e as Áreas de Proteção Permanente. O segundo se refere 
aos condomínios. São os espaços destinados à circulação, recreação, esportes e 
lazer dos usuários. 
 
 
1.2 CONTATO COM O CLIENTE: NECESSIDADES PESSOAIS E AMBIENTAIS 
 
 
Segundo Dorneles (2010), o paisagismo surgiu a partir da necessidade do 
homem modificar o ambiente onde vive, adaptando a natureza que o cerca, de forma 
a tornar sua convivência mais atraente, mais agradável e conveniente. O paisagismo 
além de sua função ecológica se reveste de função social inegável, promovendo o 
convívio comunitário em parques e praças públicas e levando a natureza até para 
dentro dos shoppings centers. 
A princípio devem-se conhecer quem são os clientes ou grupos de clientes 
que você como pessoa irá prestar seu serviço ou a sua própria empresa pretende 
atender, quais são as necessidades destes clientes potenciais e como o 
produto/serviço poderá atendê-los. É fundamental procurar conhecer o que 
influencia os futuros clientes na decisão de comprar produtos ou serviços: qualidade, 
preço, facilidade de acesso, garantia, forma de pagamento, acabamento, forma de 
atendimento, estética, aparência, praticidade, tipo de vegetação a ser usada, 
tamanho do projeto, etc. 
É necessário prestar atenção esclarecendo quem é o cliente, pois, ele não é 
apenas quem tem o poder de compra. Cliente é aquele que irá usar o produto 
diretamente, é aquele que vai utilizar o produto efetivamente, que vai decidir se 
compra ou não, etc. 
Nos dias atuais, é notada uma alteração no mercado de serviço de 
paisagismo e até mesmo uma expansão, devido à redução dos preços dos serviços 
e a estabilidade econômica, tornando-o mais acessível, portanto, deixando de ser 
visto como limitado e elitista. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
É formado pelas construtoras, consultórios médicos e odontológicos, 
escritórios, hotéis, pousadas, flats, casas de shows, lojas comerciais, shoppings 
centers, e pessoas físicas de renda mais alta. Enfim, locais que necessitam de uma 
melhora no ambiente interno e externo para propiciar um ambiente mais agradável 
para o pessoal que o frequenta. 
 Inicialmente, na reunião entre o Paisagista e o Cliente, é preciso confiança 
entre ambas as partes, a fim de conhecer as peculiaridades do cliente, tal como os 
seus anseios acerca do projeto, para que se possa levantar os requisitos para que o 
projeto se torne adequado para o ambiente. Nesse período, enumere os requisitos e 
organize a proposta de criação que será entregue a cliente para a devida análise. O 
próximo passo, são os ajustes entre os Requisitos do Cliente e proposta de Criação 
do Paisagista, após as alterações necessárias, a Proposta Comercial será enviada 
em forma de Contrato. 
Quando pensamos em necessidades ambientais e pessoais de um projeto 
de paisagismo, temos em mente que uma necessidade é para suprir a outra, pois o 
ser humano necessita de um ambiente em harmonia com os recursos naturais 
desde a produção de oxigênio pela vegetação, até o benefício da conservação dos 
corpos d’água existentes. 
 
 
FIGURA 3 - PAISAGEM NATURAL 
 
Fonte: Banco de imagens do Portal Educação. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
 
O projeto de paisagismo, associa automaticamente à qualidade de vida, 
melhorias das condições socioambientais e muito verdes, ou seja, o termo 
“Paisagismo” encerra em si a ideia de concepção ambiental ecologicamente correta. 
Contudo, essa concepção só terá validade à medida que for aplicada devidamente, 
ou seja, quando o projeto de paisagismo for desenvolvido e implantado com 
responsabilidade ambiental, levando em conta ideias e medidas de sustentabilidade 
que vão desde o reaproveitamento e obtenção de novas matérias, minimizando o 
desgaste e a exploração dos recursos naturais, quanto à busca de soluções e 
melhoramentos de consumo energético e hídrico. 
Nessa perspectiva, é essencial que a proposta de paisagismo ou criação de 
áreas verdes planejadas, sejam elas de maior ou menor porte, estejam em acordo e 
organizado a partir dos “princípios ecológicos” de conhecimento técnico-científico 
dos elementos que o compõem e na busca de soluções sustentáveis, indo além da 
composição estética e de lazer dos interessados e proprietários. Dessaforma, o 
projeto de paisagismo terá “validade” e categoria ambiental e tendo como 
consequência um bom desenvolvimento, harmonia e economia, ao qual trará 
benefício a todas as pessoas. 
Em síntese, o projeto de paisagismo é determinado a partir de três pontos 
iniciais principais: A situação local do ambiente; as necessidades estéticas e 
funcionais do projeto, e os recursos disponíveis. Ao considerar as medidas 
ecológicas e a sustentabilidade, o primeiro nos dispõe diante do entorno e do 
ecossistema local como ponto de partida para uma leitura preliminar do ambiente 
retratado, e seja qual for o partido plástico, ou proposta conceitual aplicada ao 
mesmo, expressará a lógica com o ecossistema ao qual está incluído. 
No que se refere às necessidades estéticas e funcionais, analisada 
juntamente e em acordo com os recursos disponíveis naturais a partir do solo, 
disponibilidade de água, energia, uso de insumos, variedade vegetal, entre outros, e 
os recursos financeiros disponíveis indispensáveis, serão melhores aplicados 
quando priorizam princípios ecológicos. É notoriamente comprovado à diminuição de 
manutenção, da utilização de recursos e do consumo de água e energia quando se 
tem o cuidado de tomar padrões sustentáveis, como a exemplo do reaproveitamento 
e inserção de materiais novos sustentáveis, que trazem benefícios diversos. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
 
Para finalizar, caso você não tem experiência com negócios, ao se relacionar 
com o cliente, vale ficar atento a essas dicas: 
– Você não é o melhor amigo do seu cliente 
– Seja breve e explique o porquê das perguntas 
– Escute. O controle está com o cliente 
– Mostre um valor imediato. Informações relevantes ou uma oferta especial 
– Mostre que você os escutou. 
 
Segundo Christensen (2000), a metodologia para desenvolver uma boa 
comunicação utilizando ferramentas digitais deve passar por quatro estágios: 
atenção, consentimento, envolvimento e fidelidade. 
Atenção, provavelmente este é o primeiro estágio de qualquer processo de 
comunicação. A atenção deve ser provocada, porém deve ser adequada ao público, 
ao objetivo proposto e ao tipo de relacionamento desejado com a sua categoria. 
Consentimento, o próximo passo depois que já chamou a atenção é 
demandar o seu consentimento. Este é essencial para o primeiro encontro, pois é a 
oportunidade de provocar a atenção da importância de sua empresa ao seu cliente e 
dar segmento ao processo. Logo a autorização fica mais fácil à aceitação de novas 
mensagens por parte dos clientes. 
Envolvimento, se a resposta for positiva, isso quer dizer que houve interesse 
pela sua marca e está engajado com o consumo. Esta é a fase da preparação da 
base de um relacionamento longo. Nesse momento é essencial mostrar um valor 
tangível, na forma de informações, notícias, entretenimento e promoções, que 
condiz com os interesses do seu cliente. 
 
 
1.3 LEVANTAMENTO DE DADOS DA ÁREA: SOLO E SUAS CONDIÇÕES, 
INSOLAÇÃO, ENTORNO, MEDIDAS E ESTILO ARQUITETÔNICO 
 
Primeiramente, é importante reconhecer o tipo de vegetação do local, se 
pertence ao bioma específico (Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia, Pantanal, 
Caatinga, Pampas), se são áreas florestais, se estão degradadas, se estão ao longo 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
de corpos d'água, etc. Identificar o tipo de vegetação (bioma pertencente) que 
compõe a região de implantação do projeto, é fundamental, pois temos que executar 
o projeto implantando espécies nativas daquela região para aproximar o máximo da 
condição original do ambiente natural do local. 
A partir da vegetação local as árvores devem ser caracterizadas, o relevo, o 
tipo de clima, a temperatura, a fertilidade do solo, a umidade, a facilidade de erosão, 
o estado de conservação, as redes de drenagem, a malha viária, a ocupação 
anterior, a atual, entre outros. Já, no caso das áreas de matas ciliares, definirem a 
extensão das áreas, o período de inundação e verificar o estágio de perturbação e 
degradação real. 
 
 
FIGURA 4 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação. 
 
 
É importante que o projetista considere a terra como elemento plástico que 
poderá ser modificado. A modificação da morfologia por meio da construção de 
volumes poderá alterar os usos e utilizar melhor os espaços. No caso de terreno 
com inclinações acentuadas ou terra pouco agregada, para conter as erosões utilize 
o sistema de terraceamento, 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
O relevo e as condições climáticas podem estabelecer a escolha das 
espécies. Para análise e diagnóstico, as amostras de solo deverão ser colhidas nas 
áreas destinadas ao plantio, após a locação do conjunto. Deve-se averiguar o PH do 
solo, e se necessário fazer a calagem para a sua correção. O tempo destinado ao 
processo de adubação deve estar previsto com a antecedência necessária antes do 
início do plantio. 
É enfatizado, contudo, a relevância de respeitar as características da 
topografia existente no local. Deve-se preservar na movimentação de terra o solo de 
cobertura, mais rico em matéria orgânica. A análise do solo deve ser antes do 
plantio. Para atender ao cronograma de plantio, as amostras para a análise devem 
ser colhidas no início da obra de terraplenagem. A textura e a cor da terra podem ser 
indicadores da sua qualidade, relacionando-as à sua fertilidade e às condições 
necessárias ao plantio. No próximo módulo isto será mais minucioso. 
 
Mas em geral, o solo deverá ser de boa qualidade, textura média (nem muito 
arenosa nem muito argilosa), isento de pragas e ervas daninhas e devidamente 
fertilizado. A profundidade do solo também deve ser conhecida, para escolher as 
espécies apropriadas, devido cada planta ter um sistema radicular distinto da outra. 
Sendo que plantas com sistema radicular fasciculado (superficial), suportam solos 
mais rasos e plantas com raiz pivotante (raiz profunda), requer um solo mais 
profundo para seu estabelecimento radicular. Esse conhecimento deve ser adquirido 
antes da implantação das espécies de cada projeto, pois, há casos do cliente 
implantar uma espécie e o local não comportar. 
É necessária, que a área pavimentada seja a mínima possível, deixando o 
máximo de solo permeável. Ao selecionar os pisos considere os diferentes usos no 
projeto. Os critérios para a sua especificação devem considerar a qualidade estética, 
a durabilidade, a facilidade para manutenção, a permeabilidade às águas pluviais. 
Sempre utilize elementos drenantes, como gramado, pedriscos, pisos articulados, 
entre outros. 
Ao redor das praças e condomínios, onde há circulação, pode ser em 
concreto desempenado ou bloco de concreto intertravado. Recomenda-se a largura 
mínima de 1,50 m. Se o fluxo de pessoas for grande, a largura deve ser aumentada. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
Sugere-se que os pisos para os playgrounds não sejam de areia. Eles 
podem ser gramados em terra batida ou utilizar outras combinações como o piso 
PTA (composição de terra e areia). 
É importante ressaltar que se tratando de Projeto de Empreendimento 
Habitacional deverá ser acompanhado do Laudo de Caracterização da Vegetação, 
que irá levantar as características da vegetação encontrada e identificar a existência 
ou não de vegetação significativa no terreno. Tal laudo deverá ser assinado por 
profissional competente: eng.º Agrônomo, eng.º Florestal ou Biólogo. 
É importante que tire partido dos corpos d’água existentes e da captação 
das águas provenientes da drenagem, porque elas podem constituir importante 
componente projetual, e sua presença provoca conforto aos usuários. O Projeto de 
Drenagem específico deve fazer parte do Projeto de Drenagem geral do 
Empreendimento. A irrigação da vegetação deve ser prevista no Projeto de 
Abastecimento de Água dos condomínios e das praças, com a locação dos pontos 
de água. 
A avaliação insolação da área a ser implantado o projeto de paisagismo é degrande importância, pois, a partir desta saberemos quais espécies vegetais podem 
ser implantadas na área. As plantas também são classificadas quanto à sucessão 
ecológica que são os grupos pioneiras, secundárias iniciais e secundárias tardias e 
clímax, a tolerância ao sombreamento é maior as plantas do grupo clímax e as que 
necessitam de maior insolação são as pioneiras, as secundárias são intermediárias 
(aceitam insolação e toleram sombreamento). 
Um jardim onde bate o sol é bem distinto de outro em que ele não dá as 
caras. Se a sombra é total, eventualmente seja melhor utilizar pedriscos ou plantas 
que crescem bem na sombra. As plantas de sombra precisam de cuidados especiais 
ou um gasto maior? 
Não deixe as plantas de sol na sombra e as de sombra no sol. As plantas 
que precisam do sol para o seu crescimento irão em direção desta energia; já ao 
contrário dessas, as que não buscam os raios solares para crescer adaptam-se 
melhor em ambientes de pouca luz. As mudas solares plantadas na sombra 
resultam em um crescimento desorientado e se entortando em busca de claridade. 
Em compensação, as da sombra cultivadas ao sol ficam com aspecto 
amarelado. Uma planta de meia-sombra necessita de muita luminosidade, porém 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 18 
não de raios solares diretos, principalmente, entre 10 horas da manhã e 5 horas da 
tarde. Em ambientes internos, devem estar perto das janelas. 
Algumas plantas necessitam de uma específica quantidade de luz para 
sobreviver. Por exemplo, árvores, rosas e primaveras devem ser plantadas em locais 
com muita luz solar. Os lírio-da-paz e as samambaias têm melhor desenvolvimento 
em áreas com menos incidência dos raios solares, isto é, muita claridade, mas sem 
sol forte. Isto está ligado ao seu habitat e precisa ser respeitado. Caso ao contrário, 
as plantas estarão sendo maltratadas e não alcançarão o resultado esperado. 
A vegetação atua nos microclimas urbanos contribuindo para melhorar a 
ambiência urbana sob diversos aspectos (MASCARÓ, 2002), amenizando a 
radiação solar, modificando a velocidade e direção dos ventos, atuando como 
barreira acústica, reduzindo a poluição do ar. 
O sombreamento diminui o rigor térmico da estação quente, ameniza as 
temperaturas superficiais dos pavimentos e a sensação de calor dos usuários. A fim 
de um melhor desempenho da vegetação é essencial levar em consideração o clima 
da região onde está sendo projetado, mas dependendo da estação que se têm, mais 
principalmente, os agrupamentos de vegetação terão características distintas. 
Uma escolha correta que contribua para um melhor microclima urbano na 
região subtropical úmida deve levar em relevância as mudanças de forma e tamanho 
que se processarão ao longo do tempo, devendo ser realizada baseada nas 
condições de insolação do recinto urbano por meio do ano e das necessidades de 
sombreamento em cada estação. 
Quanto à temperatura e umidade do ar a vegetação, assim como a 
exposição ao sol e ao vento, são características que favorecem o comportamento 
térmico de espaços urbanos em relação ao clima local. As características 
morfológicas e ambientais são as que determinam o desempenho microclimático do 
recinto urbano. A quantidade de radiação solar que penetra nele, a área 
parcialmente sombreada, o fator de céu visível das fachadas dos edifícios que o 
delimitam e a sua orientação em relação ao sol e ao vento definem seu desempenho 
termoluminosa. 
Principalmente a vegetação de grande porte, acrescentam ao recinto urbano 
tanto mais capacidade térmica, quanto mais massa se inclui, aumentando sua 
inércia e provocando queda diurna das variações de temperatura. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
 
FIGURA 5 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação. 
 
 
Em maciços homogêneos, tem-se um potencial da espécie adotada, e suas 
características. O sombreamento é bastante uniforme e sua eficácia está 
relacionada com a transmitância luminosa e com a permeabilidade ao vento da 
espécie escolhida. Copas densas podem apresentar bons resultados de 
sombreamento e de diminuição da temperatura no verão, porém no inverno 
caracterizarão o local como um lugar de passagem, caso a espécie não seja 
caducifólia. Espécies plantadas a distâncias inferiores às somas de seus raios terão 
seus galhos entrelaçados quando chegarem à idade adulta, fazendo com que as 
árvores cresçam de forma vertical em busca da luz. 
Na escolha das espécies a serem adotadas é importante analisar o espaço 
onde ela será implantada, se os edifícios do entorno comportam, largura de 
calçadas, se o espaço é de descanso ou de passagem, entre outras características. 
Dependendo do porte das árvores em relação à edificação, pode criar planos 
que organizam e dominem o espaço urbano por meio da unificação, ou 
simplesmente formar uma cobertura vegetal aconchegante para quem passa por 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 20 
baixo de suas copas horizontais, sem modificar o perfil da edificação (MASCARÓ, 
2002). 
A vegetação incorporada junto a muros em calçadas aprimora 
psicologicamente o espaço, assim como as árvores implantadas no outro lado da 
calçada. Porém, deve-se tomar cuidado ao escolher a espécie a ser incorporada em 
uma calçada, em função das especificidades da planta e da largura da própria 
calçada, a fim de que não haja um confinamento das pessoas. 
As palmeiras podem ser utilizadas em um caminho para marcar e enfatizar o 
lugar a que se deseja chegar, tendo em vista a sua linearidade, o que já não 
acontece quando implantadas árvores onde as copas se entrelaçam. 
As árvores possuem volumes com porte, forma, textura, cor, densidade de 
folhagem, floração, galharia e características ambientais que modificam de espécie 
para espécie. Quando a árvore está plantada separada, essas características 
tornam-se essenciais, principalmente no que se refere ao aspecto formal da copa, já 
que, nesse caso, o potencial escultórico da vegetação é enfatizado. 
É muito comum o entorno das áreas públicas destinadas a projetos de 
paisagismo ser Praças, Jardins, Parques, Ruas e Calçadões, a seguir detalharemos 
cada uma destas áreas públicas para melhor entendimento da função de um projeto 
de paisagismo nestas áreas. 
 
 
1.3.1 Praças 
 
 
De acordo com Dorneles (2010), desde o fim da Idade Média, a praça é um 
dos elementos principais da configuração urbana, tendo as edificações mais 
importantes, da cidade, implantadas ao seu redor. Cunha (2002) coloca que praça é 
um local de encontro, onde possam ser realizadas atividades comunitárias e de 
lazer, e, portanto, se um espaço, seja qual for seu tamanho, atraia usuários para 
realizar tais atividades, pode ser considerado como tal. 
Afonso (1999) identificou algumas destas atividades, como descansar, 
permanecer, encontrar outras pessoas, transitar ou até mesmo tomar café. No 
Brasil, as praças têm origem nos antigos largos coloniais, implantados em frente às 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
igrejas, com funções de comércio, festas religiosas e manifestações públicas 
(CUNHA, 2002). Para Robba e Macedo (2003) praças são espaços livres públicos 
urbanos destinados ao lazer e ao convício da população, acessíveis aos cidadãos e 
livres de veículos. 
São funções urbanísticas das praças (DORNELES, 2010): 
- Ecológica: espaços onde, graças à presença da vegetação, do solo não 
impermeabilizado e de uma fauna mais diversificada, promovem melhorias no clima 
da cidade e na qualidade do ar, da água e do solo; 
- Estética: são espaços que, graças à qualidade estética do projeto, permitem a 
diversidade da paisagem construída e o embelezamento da cidade; 
- Educativa: são praças que se oferecem como ambiente para o desenvolvimento de 
atividades extraclasse e de programa de educação; Psicológico: são espaços nos 
quais as pessoas, em contato com os elementos naturais dessas áreas, relaxam, 
funcionando como ambientes antiestresse. 
 
 
É importantesalientar as funções das praças, pois quanto maior o uso desta 
área pela população menos o risco de depredação. Em lugares onde as estações 
são bem definidas, como POA, as praças parcialmente pavimentadas tem uma 
maior eficiência quanto ao microclima. Pode-se classificar as praças quanto sua 
pavimentação e uso da vegetação em: praças mistas (onde coexistem áreas 
pavimentadas e áreas arborizadas proporcionalmente), praças secas (sem 
arborização), e praça úmida (com grande presença de arborização e ajardinamento), 
apresenta: combinação de árvores, arbustos, espelho d’água (MASCARÓ, 1996). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 22 
 
 
FIGURA 6 - SECURITY PACIFIC BANK PLAZA 
 
FONTE: Macedo (2001). 
 
 
3.1.2 Jardim 
 
 
Cunha (2002), descreve que os jardins podem ser públicos ou privados, e 
desde a antiguidade faziam parte da composição das residências de nobres e dos 
palácios. Esta autora identifica esta área como um terreno fechado, com função 
ornamental, passiva e/ou utilitária, onde há diversas vegetações, com predominância 
de flores e legumes. 
Para Robba e Macedo (2003) os jardins se diferenciam das praças por não 
possuírem programa social, como atividades de lazer e recreação, são espaços 
livres fundamentais para a melhoria da qualidade ambiental, pois permitem melhor 
circulação do ar, insolação e drenagem, além de servirem como referenciais cênicos 
da cidade. Entretanto, os Jardins Botânicos, com função ecológica e ambiental, 
permitem o desenvolvimento de atividades em seu interior, principalmente o lazer 
passivo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 23 
 
 
FIGURA 7 - JARDIN ATLANTIQUE PARIS 
 
 
Fonte: Macedo (2001) 
 
 
3.1.3 Parque 
 
 
Macedo e Sakata (2003) definem parque como “[...] um espaço livre público 
estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana.”, sendo um 
elemento típico da grande cidade moderna. Pode-se dizer que se trata de uma 
tipologia de área livre pública recente, se comparada as praças, e que comporta 
muitas definições: parque temático, parque de diversões, parque ecológico, parque 
nacional, parque recreativo, etc. (BARCELLOS, 1999). Os parques surgiram apenas 
no séc. XIX, com o crescimento da urbanização das cidades decorrente da 
Revolução Industrial e da migração, em resposta a baixa qualidade de vida nas 
cidades. 
Segundo Dorneles (2010), a intenção de sua implantação era tornar os 
trabalhadores mais satisfeitos com o trabalho e com o local onde moravam. Outro 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
conceito é dado por Cunha (2002): Os parques para os americanos e os ingleses 
são espaços públicos grande com extensos gramados e ou grandes áreas 
vegetadas para fins recreativos. Os parques tiveram nascimento na Europa e 
originalmente eram terras privadas externas e arborizadas, onde se conservavam 
animais de caça para o divertimento da nobreza. 
E ainda com a revolução Industrial, os parques passaram a ter acesso 
público e ganharam status de amplos jardins, em sua maioria com paisagens 
bucólicas e campestres para trazer a amenidade da vida do campo para dentro das 
cidades. 
 
 
FIGURA 8 - HUDSON RIVER PARK 
 
Fonte: Macedo (2001). 
 
3.1.4 Rua 
 
 
Entende-se como rua o espaço destinado ao tráfego de veículos, essa 
engloba também a função de circulação de pedestres e ciclistas. Hertzberger (1999) 
extrapola este conceito, definindo a rua como um lugar propício ao contato social 
entre seus moradores, comparando-a a uma sala de estar comunitária. Para Cunha 
(2002), esta área tem função de passagem e de encontros, correspondendo à maior 
parte dos espaços livres em uma cidade. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
As vias públicas ou as ruas é o espaço urbano de uso público que tem como 
função organizar e relacionar os fatos arquitetônicos na trama urbana. Constitui o 
marco da arquitetura, proporcionando ar e luz ao espaço urbano e aos edifícios, 
produzindo microclimas que influenciam sobre a insolação, os ventos, a 
temperatura, a umidade de clima local e no consumo de energia de seus edifícios 
(MASCARÓ, 1996). 
No entanto, a rua, compreende a via veicular e o passeio. Esse, por sua vez, 
é destinado à circulação dos pedestres, e conforme sua implantação protege estes 
do tráfego de veículos. É também, considerado o espaço de transição entre a 
residência e a via veicular, possibilitando a maior parte das interações sociais 
ocorridas na rua. 
 
 
3.1.5 Calçadão 
 
 
Para Dorneles (2010) trata-se de uma rua onde não há tráfego veicular, 
possuindo características da praça, pois estimula a interação social. Normalmente 
localiza-se na área central das cidades, e tem função comercial. Cunha (2002) 
apresenta duas funções dos calçadões criadas recentemente: como 
“camelódromos”, abrigando vendedores ambulantes, que outrora se localizavam nas 
ruas próximas a estabelecimentos comerciais tradicionais; e como pista de 
caminhada, localizados à beira-mar ou próximo a monumentos naturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
FIGURA 9 - CALÇADÃO DA ENSEADA DE SUÁ (VITÓRIA ES) 
 
 
Fonte: Macedo (2001). 
 
 
Diferenças entre estas cinco áreas podem ser em nível de dimensão, como 
no caso das praças que normalmente são menores que os parques, ou em nível de 
funções, como no caso dos calçadões onde predominam atividades esportivas e 
circulação de pedestres, e dos jardins cujas funções normalmente são de 
contemplação e descanso. Cabe salientar, no entanto, que as definições dos termos 
utilizados para diferenciar as áreas livres estão mais relacionadas com a época de 
seu surgimento do que com funções e dimensões, pois podem variar conforme o 
local onde estiverem implantados. Por exemplo, um calçadão implantado no centro 
de uma cidade englobando o comércio local, ou um implantado na orla marítima de 
alguma cidade, com proporções bem maiores e possibilitando práticas esportivas 
(DORNELES, 2010). 
Todavia, para Dorneles (2010), tratando-se da árvore plantada isoladamente 
que tem suas características ressaltadas, podendo ser o ponto visual mais 
importante de um espaço urbano, ou apenas um espaço de descanso. As árvores de 
grande porte dominam o mais caótico cenário de uma rua, criando uma paisagem 
coerente onde os edifícios fracassam. Além disso, proporciona, também, o fundo 
sobre o qual podem se situar espécies menores (talvez flores) e fornecem a sombra 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
necessária no verão, tanto para o pedestre como para os veículos do recinto urbano 
(MASCARÓ, 2002). 
Assim que há a definição do programa de espaços e equipamentos a serem 
implantados no projeto, é importante averiguar as dimensões dos mesmos para 
conferir se cabem ou não. Além do espaço próprio para o equipamento é importante 
ressaltar que existe um espaço de circulação livre que deve ser previsto, assim 
como áreas de acesso. 
Exemplificando, uma quadra de esportes tem suas dimensões oficiais de 
acordo com o tipo de jogo a ser desenvolvido, assim além das dimensões para o 
jogo é importante ter um espaço para a circulação da plateia e também para a 
própria plateia. No caso de espaços de espaços ao ar livre, lembre-se sempre de 
posicionar quadras no sentido maior para norte e sul, evitando que goleiros e 
jogadores joguem de frente para o sol. 
Dessa forma, é necessário fazer um pequeno esquema do uso dos 
equipamentos em forma de ficha de dimensionamento. Esta ficha serve como um 
planejamento prévio do espaço, além das dimensões é importante designar quem 
será o público-alvo, a quantidade possível de usuários a usar, o tipo de lazer a qual 
o equipamento ou espaço se destina (ativo ou passivo), que atividades podem ser 
desenvolvidas no espaço, pode indicar cores e sensações, os equipamentos e 
mobiliários que irão compor o espaço, e ainda alguma informação técnica importante 
para a criação do espaço. Veja o Exemplo abaixo:AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
FIGURA 10 - EXEMPLO DE FICHA DE DIMENSIONAMENTO 
 
FONTE: Macedo (2001). 
 
 
1.4 ELABORAÇÃO DO PROJETO CONFORME O LEVANTAMENTO DE DADOS 
 
 
O projeto de paisagismo consiste na determinação da percepção do espaço 
exterior às edificações, podendo este ser direcionado para áreas públicas ou 
privadas. Conforme o caráter da dimensão o projeto será mais complexo ou não. 
Entretanto, as etapas de planejamento e concepção do projeto não são diferentes 
para nenhuma escala de projeto. A fim de desenvolver qualquer projeto, incluindo os 
arquitetônicos, devem-se seguir alguns passos: inicialmente conhecer o problema, 
com levantamento dos condicionantes e necessidades do “cliente”, em um segundo 
momento deve-se desenvolver intenções de projetos e lançar programa e as 
primeiras ideias do projeto; e, para finalizar, deve-se desenvolver o projeto que será 
executado. 
Vale enfatizar, que o processo de projeto está longe de ser linear e direto o 
que provoca avanços e retornos em alguns momentos, principalmente no início – 
zoneamento e estudos preliminares. Em seguida, apresentam-se as etapas de 
projetos mais utilizados para a elaboração de projetos de paisagismo. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
O primeiro passo, em qualquer projeto, é realizar o levantamento de todos 
os dados importantes para dar início ao projeto e isso baseia em analisar os 
condicionantes de projeto, entre os elementos que devem ser buscados destacam-
se: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O início do processo de projeto acontece quando existe a definição das 
primeiras intenções de projeto. As diretrizes de projeto são todas as intenções de 
projeto com objetivo nas pessoas que irão usar o espaço, isto é, destinadas à como 
os usuários irão notar, usar e se sentir no espaço projetado. Muitas diretrizes podem 
estar ligadas às sensações, outras com a questão de acesso e orientação etc. 
Cabe enfatizar que soluções de projetos podem estar aliadas a estas 
diretrizes, porém baseiam-se no “como fazer” para alcançar a intenção de projeto. 
Por exemplo, se a diretriz for desenvolver um espaço agradável e fácil de encontrar, 
então as características do projeto podem usar cores quentes e aconchegantes, 
usar comunicação visual simples, utilizar poucos mobiliários e espaços, criar 
espaços amplos e bem localizados, etc. 
As diretrizes podem ser também, eixos visuais e de circulações que deverão 
ser determinada de acordo com os condicionantes de projeto levantados na etapa 
anterior e, que por questão de respeito às características existentes no local, devem 
ser permanecidos ou não. 
- Identificar as formas do relevo 
- Estudo do solo – se é fértil 
- Análise da vegetação existente 
- Usos da água 
- Verificação de ventos e ruídos 
- Verificação dos elementos da cidade (infraestrutura) 
- Conhecer o cliente, suas necessidades e costumes. 
- Conhecer a legislação e restrições legais 
- Orientação solar – insolação 
- Identificar os entornos e vistas 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
Outra alternativa para planejar um espaço é usar um Conceito de Projeto. 
Isso pode ajudar na escolha das etapas anteriores. O conceito pode ter muitas 
maneiras de se apresentar, o importante é entender que para se utilizar qualquer 
conceito é essencial uma pesquisa sobre o tema a ser utilizado. Para escolher o 
conceito a ser utilizado podem-se procurar os elementos de inspiração na natureza 
ou em outros exemplos de arquitetura, pode-se procurar um tema exequível ao 
projeto, que pode ser uma comparação a elementos existentes, como mulher, circo, 
zoológico, feng shui, vida, sentidos humanos, entre outros. 
O programa será baseado na listagem de espaços e equipamentos que 
serão implantados na praça, parque ou até mesmo no pátio de uma casa. Portanto, 
além da lista de espaços pode ser desenvolvido juntamente a uma lista de 
atividades que serão realizadas e, também de sensações. Essas duas listas serão 
ligadas a lista de espaços, e caso não tenha espaços suficientes para as atividades 
e sensações desejadas, então é importante criar mais espaços e equipamentos. 
Resumindo, o projeto paisagístico não deixa de ser um projeto paisagístico, 
constituído pelas seguintes etapas: 
1. Levantamento de dados: O cliente apresenta seus objetivos e necessidades. As 
características do terreno são analisadas (dimensões, solo, escritura, ventos etc.). 
2. Estudo preliminar: Por meio das informações obtidas no "Levantamento de 
dados", o arquiteto já tem condições para criar um esboço inicial do projeto. Deve 
ser acompanhado de perto pelo cliente, já que se trata do início da elaboração da 
planta; antes de prosseguir com o projeto, o arquiteto nesta fase deve receber a 
aprovação do cliente. 
3. Anteprojeto: Nesta etapa, as dimensões e características da obra serão 
estabelecidas. Será desenvolvido o projeto com a elaboração da planta-baixa de 
cada pavimento, contendo informações de cada ambiente, pilares, cálculo das áreas 
e outros. A volumetria, estrutura, planta de cobertura e instalações gerais serão 
definidas. O cliente deve aprovar o anteprojeto, a fim que o arquiteto passe para a 
próxima etapa. 
4. Projeto legal: Nesta etapa, a configuração do projeto deve estar em 
conformidade com as normas indicadas pelos órgãos competentes, com o intuito de 
ser aprovada pela prefeitura municipal. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
5. Projeto executivo: Muito mais técnico, compreende no desenvolvimento 
minucioso do anteprojeto. Constitui o projeto aos projetos complementares (elétrico, 
hidráulico, estrutural, telefônico, etc.), dando plenas condições à execução da obra, 
de acordo o detalhamento do projeto. 
 
 
1.4.1 Desenvolvimento das etapas do projeto: programa, plano de ação, estudo 
preliminar, pré-projeto, e projeto construtivo adequado à área 
 
 
Agora iremos detalhar todas as etapas de um projeto de paisagismo 
segundo Pires (2008). 
 
 
1.4.1.1 Estudo Preliminar 
 
 
Antes do desenvolvimento do projeto propriamente dito, são necessários 
vários levantamentos que fazem parte do Estudo Preliminar: 
 
 
1.4.1.2 Pesquisa Popular 
 
 
Antes da elaboração de um projeto, deve-se observar, inicialmente, para as 
condições sociais do público (família, clube, escola, condomínio, comunidade, etc.) a 
quem será ofertada a obra. A Pesquisa Popular trata-se de um levantamento 
imprescindível para avaliar a aspiração popular por meio de questionamentos dos 
costumes, gostos e necessidades dos usuários, e para encontrar a vocação natural 
da área a ser ajardinada. Este tipo de levantamento é realizado a partir de uma boa 
conversa com os usuários do jardim, usando ou não questionários pré-elaborados, 
abordando alguns aspectos, tais como: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
- Prioridades: formalidade x limpeza, plantas x construção e reforma, fonte de 
terapia x fonte de aborrecimento, plantas frágeis x cachorros novos x esportes; 
- Nível de dedicação: se gosta de admirar o jardim x gosta de zelar do jardim; 
- Elementos desejados: elementos ou plantas que se manifesta um alto interesse 
(status, heranças, etc.); 
- Elementos abominados: pessoas suscetíveis a certas plantas ou produtos de 
plantas, etc. 
 - Função do jardim: relaxamento, festas, conforto ambiental, "sala ao ar livre", 
atividades esportivas, abrigar coleções, entre outros; 
- Período de uso principal: no decorrer do dia, a noite ou ambos; 
- Tipo de privacidade: cercado, murado, aberto; 
- Presença de animais: cachorros, gatos, tartarugas, atração de pássaros, peixes, 
etc.; 
- Tipo de família: presença de idosos, de crianças, mista, com deficientes (visuais, 
usuários de cadeiras de rodas, etc.); 
- Estilo do jardim: adequado aos gostos e anseios de quem utiliza, podendo ser 
formal ou informal, combinado, inglês, tropical, mediterrâneo, árido, oriental, etc.; 
- Nível de manutenção: baixa, média ou alta; 
- Elementos de construção:piscina, ripados, brinquedos, churrasqueira, poço, 
fossa, pedras, área calçada, pérgola, caramanchões, lago, chafariz, estátuas, 
bancos, mesas, etc.; 
 
 
1.4.1.3 Levantamento Planialtimétrico e Cadastral 
 
 
O levantamento planialtimétrico e cadastral refere-se à avaliação detalhada 
da área a ser jardinada, que implica um desenho realizado em escala, reproduzindo, 
como se fosse um retrato, tudo o que já existe no terreno a ser ajardinado. O 
levantamento altimétrico registra o grau de declividade do terreno, ilustrando o 
desenho com curvas de nível. O levantamento planimétrico registra o perímetro do 
terreno e todos os elementos naturais nele já existentes, como construções, 
canteiros e caminhos, etc. O levantamento cadastral deve intensificar o 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
mapeamento, de maneira a alocar no desenho todos os objetos e elementos que 
nele possam existir, como por exemplo: luminárias, torneiras, caixas de inspeção, 
galerias, fiações e encanamentos subterrâneos ou aéreos, bancos, fontes, etc. 
Nesta etapa, faz-se, ainda, a análise do local, observando: 
 
- analisar do dia e da noite; 
- orientação N-S para a aquisição do mapa de sombras; 
- existência e tipos de plantas daninhas; 
- vistas a serem escondidas e realçadas; 
- construções e plantas da área vizinha; 
- privacidade; 
- barulho (necessidade de barreiras de som); 
- estilo, tipo e idade da casa; 
- tipo de muro, pavimentação, cerca; 
- demais características sociais e urbanísticas. 
 
 
1.4.1.4 Análise do Solo 
 
 
A Análise do Solo é necessária para averiguar a real importância de calcário 
e fertilizantes, relacionado às espécies que serão cultivadas na área, 
proporcionando informações a respeito do pH, de nutrientes e da granulometria 
desse solo. 
Essa análise proporcionará a recomendação mais relevante de corretivo e 
de fertilizante, considerando-se a idade da planta, o espaçamento, o ciclo vegetativo 
e as exigências nutricionais de cada espécie ou variedade. 
 
1.4.1.5 Levantamento Climático 
 
A distribuição da vegetação no globo terrestre acontece de acordo com a 
zona climática: temperada, tropical e subtropical, podendo, até então, ser 
influenciada pela altitude do local. O clima possui grande relevância na escolha das 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
espécies a serem utilizadas na formação do jardim, sendo resultante da ação 
conjunta dos elementos: temperatura, luz e insolação, pluviosidade, umidade e 
ventos. 
 
 
1.4.1.5.1 Temperatura 
 
 
É o componente climático de maior influência sobre as plantas, 
principalmente sobre o crescimento vegetativo, a floração e a frutificação. Cada 
espécie ou variedade expõe desenvolvimento ótimo dentro de específicas faixas de 
temperatura, sendo, assim, classificada como: 
- Tropical: espécie oriunda de clima quente, sendo intolerante ao frio. 
Precisa de temperaturas médias anuais entre 22ºC e 30°C; 
- Subtropical: planta oriunda de clima ameno. Desenvolve-se melhor sob 
temperaturas médias anuais entre 15ºC e 22°C e em locais onde não ocasionam 
geadas; 
- Temperada: planta oriunda de regiões frias. Desenvolve-se melhor sob 
temperaturas médias anuais entre 5ºC e 15°C, permanecendo vivas em locais de 
ocorrência de geadas durante o inverno. 
 
 
1.4.1.5.2 Umidade 
 
 
A umidade do ar influencia na transpiração da planta, à medida que a 
umidade do solo estabelece a absorção de água e de nutrientes pelos vegetais. Há 
uma grande variedade de espécies em termos de exigência de umidade do solo, 
desde aquelas oriundas de regiões desérticas (cactos) até as que se desenvolvem 
bem em terrenos mais úmidos (copo-de-leite- Zantedeschia aethiopica, papiro-
Cyperus giganteus, etc.); 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
1.4.1.5.3 Ventos 
 
Para escolha e distribuição das espécies no jardim, devem ser consideradas 
a presença dos ventos, sua frequência, direção e intensidade, pois podem acarretar 
fendilhamento e quebra de ramos, queda e rasgadura de folhas e flores (alta 
velocidade), aumento da taxa de evapotranspiração, secamento do solo e 
dessecamento nas plantas (vento quente e seco), prejudicar a formação de 
brotações e provocar a desidratação e a queima de folhas (ventos frios). Isto pode 
ser diminuído com o plantio de quebra-ventos e tutoramento das plantas. 
 
 
1.4.1.5.4 Anteprojeto 
 
 
Com todos esses levantamentos preliminares em mãos, o paisagista terá 
fundamento suficiente para a elaboração do anteprojeto, que baseia na 
apresentação das distribuições dos elementos vegetais e arquitetônicos na área a 
ser ajardinada, em escala adequada, sob a forma de desenhos e cortes 
esquemáticos. Os passos essenciais a serem seguidos no desenvolvimento do 
anteprojeto são os seguintes: 
1. Caracterização e estabelecimento das ligações do jardim; 
2. Caracterização das entradas; 
3. Estabelecimento do sistema de circulação no jardim e elementos que o 
constitui; 
4. Marcação das áreas reservada às massas de vegetação no jardim; 
5. Previsão dos locais das obras de arte e construções. 
Dessa forma, no anteprojeto estarão definidos os seguintes itens: 
 
 
1.4.1.5.5 Distribuição Espacial 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
Para Dorneles (2010) a distribuição espacial baseia-se em dividir a área total 
em espaços menores de acordo com cada tipo de uso, formando vários ambientes 
estrategicamente localizados, conforme os seguintes tipos de lazer: 
1. LAZER CONTEMPLATIVO: são área que possibilitam admiração à visão, 
isolando alguns ambientes para se obter o máximo de silêncio. Além desse sentido, 
devem-se possibilitar também os sentidos do olfato e do tato. Este é o tipo de lazer 
que irá impor aos usuários o respeito pelo uso, minimizando as depredações, além 
de propiciar uma agradável sensação de repouso mental, de bem-estar e de paz 
interior, amenizando as tensões, as ansiedades, as angústias e a violência; 
2. LAZER RECREATIVO: é uma forma de lazer que faz uso da terapia ocupacional 
de crianças, de adultos e de idosos. As áreas reservadas a esse tipo de lazer devem 
estar estrategicamente localizadas, de modo a não interferir nas demais áreas de 
lazer. Para as crianças, são incluídos playgrounds, parquinhos de diversão, etc., a 
medida que para os idosos podem existir mesas e bancos fixos para jogos de 
xadrez, dominó, baralho, etc. Esses ambientes também propiciam a integração 
social dos usuários; 
3. LAZER ESPORTIVO: proporciona vários benefícios aos frequentadores no que 
se refere à saúde física e mental. Como há uma infinidade de esportes e cada qual 
precisa de um espaço específico, não é difícil introduzir áreas destinadas ao lazer 
esportivo em um projeto, como por exemplo, campos de futebol, quadras 
poliesportivas, pistas de cooper, áreas para ginástica, piscinas, etc.; 
4. LAZER CULTURAL: refere-se às áreas planejadas para a realização das várias 
manifestações culturais, englobando tanto profissionais como amadores, tais como 
artistas, poetas, cantores, compositores, músicos, etc. Estas áreas podem ser 
anfiteatros, teatros de arena, coretos, etc.; 
5. LAZER AQUISITIVO: é uma forma recente de lazer, ligado ao prazer, à 
recompensa psicológica positiva que se tem quando da aquisição de certos 
elementos, isto é, quanto ao poder de compra, o orgulho e o conforto que se tem 
quando se pode adquirir algo com o dinheiro fruto do próprio trabalho e esforço. Este 
lazer aquisitivo encontra-se divido em dois, que são: 
- LAZER AQUISITIVO GASTRONÔMICO: representado pelas áreas planejadas no 
projeto para restaurantes, locais para carrinhos de sorvetes, de pipoca, lanchonetes, 
trailers de sanduíches, de lanches e de comidas típicas; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
- LAZER AQUISITIVO PESSOAL: representado pelas áreas, equipamentos ou 
edificações, nos quais os usuários podem adquirir objetos de uso pessoal ou 
doméstico, tais como áreas de feiras de artesanato, mini shoppings, entre outros.1.4.1.5.6 Elementos Naturais 
 
 
FIGURA 11 
 
FONTE: Banco de imagens do Portal Educação. 
 
Devem-se conservar os elementos naturais já existentes na área a ser 
ajardinada, aproveitando-os e incorporando-os ao projeto. Esses elementos são: 
- Formações rochosas: nunca devem ser dinamitadas sem uma avaliação 
realizada anteriormente de geólogos, paleontólogos ou arqueólogos; 
- Flora nativa: não deve ser retirada, principalmente quando se trata de árvores 
centenárias ou mesmo aquelas com significado sentimental aos usuários do jardim; 
- Edificações já incorporadas ao patrimônio histórico: ainda que não tenham 
sido oficialmente tombadas, devem ser mantidas. 
- Recursos hídricos: rios, nascentes, córregos, lagos, riachos, represas e 
cachoeiras, devendo-se, inclusive, planejar o jardim de maneira a preservar e 
proteger estas áreas; 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
1.4.1.5.7 Parte Hidráulica e Elétrica 
 
 
Estamos falando tanto da água essencial à irrigação das plantas, como a 
água potável, de destinação do esgoto, das fontes e espelhos d’água, que devem 
ser esboçadas. Já a parte elétrica, que também deve estar esboçada no anteprojeto, 
remete-se à iluminação baixa e alta, aos pontos de tomada, de interruptores e 
demais itens apresentados. 
 
 
1.4.1.5.8 Análise do Anteprojeto 
 
 
Concluindo o anteprojeto, esse deve ser analisado minuciosamente, em 
conjunto com os outros profissionais envolvidos na construção (eletricista, hidráulico, 
botânico, engenheiros), para somente depois ser apresentado ao proprietário do 
jardim, a fim de que seja finalmente aprovado. 
 
 
1.4.2 Projeto Definitivo ou Executivo 
 
 
É a etapa da apresentação dos desenhos, dos cortes, do detalhamento e 
dos memoriais desenvolvidos baseados no anteprojeto aprovado. É constituído por 
várias pranchas, desenvolvidas de acordo com as necessidades da área trabalhada. 
Deve ser claro e objetivo para reproduzir no campo, com toda a fidedignidade, o que 
foi projetado no papel, por qualquer profissional da área. Esse projeto constitui o 
mínimo, da planta executiva de arquitetura e de engenharia civil, do projeto botânico, 
do memorial descritivo e da proposta de serviço, os quais serão descritos a seguir. 
 
 
1.4.2.1 Planta Executiva de Arquitetura e de Engenharia Civil 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
 
É apresentação de uma ou várias pranchas com ilustrações claras dos 
elementos arquitetônicos e construtivos, incluindo cotas e medidas que 
encaminharão a locação dos canteiros, dos equipamentos, das edificações e do 
sistema de circulação. As edificações estarão representadas e detalhadas em 
pranchas a parte. 
O desenho técnico consta da apresentação de uma ou várias pranchas 
contendo os cálculos matemáticos para a execução planejada pela arquitetura. São 
precisos todos os itens que se referem às fundações, às estruturas e às coberturas 
das edificações e demais construções. Por meio dessas pranchas, o engenheiro da 
obra encaminhará a execução e o dimensionamento das ferragens e da 
concretagem. 
 
 
1.4.2.2 Projeto Botânico 
 
 
Para (PIRES, 2008) o Projeto Paisagístico é que o toque final à obra, 
complementando-a com a vegetação e os demais elementos arquitetônicos 
paisagísticos. Remete-se à prancha demonstrando e locando cada um desses 
elementos, de forma a produzir um ambiente harmônico e belo. 
O Projeto botânico (pranchas) consta de desenhos, representados em folhas 
de papel adequado, com a locação das espécies vegetais necessariamente 
identificadas, representadas em escala devida e simbolizadas em seu tamanho 
adulto. Deve expor também uma legenda constando os nomes científicos e comuns 
das plantas e o carimbo (Tabela 1), em que estarão o nome do cliente; o endereço 
do local de execução; o tipo do projeto; o nome e CREA do projetista; a escala 
utilizada; a área (m2) a ser ajardinada e a data de realização do projeto (PIRES, 
2008). 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
TABELA 1 – MODELO DE CARIMBO PARA O PROJETO BOTÂNICO DE UM 
PROJETO PAISAGÍSTICO 
 
Fonte: O autor. 
 
 
O Memorial botânico remete-se à relação da quantidade e da qualidade das 
espécies vegetais a serem utilizadas no projeto, orientando no processo de 
aquisição e de distribuição das mudas no ato do plantio. Poderá ser realizado sob a 
forma de tabela (Anexo 4) ou sob a forma descritiva. Quando produzido sob a forma 
de tabela, essa poderá estar apresentada no Projeto Botânico, ou no Memorial 
(PIRES, 2008)l. 
Descritivo, de acordo com a maneira de trabalhar do paisagista. Dessa 
forma, quando elaborado sob a forma descritiva, essa apenas poderá ser 
apresentada no Memorial Descritivo. Segundo Pires (2008), o Memorial Botânico 
deve conter: 
- Área total ocupada pelo conjunto de cada espécie (no caso de canteiros, 
grupos); 
- Espaçamento de plantio da espécie; 
- Quantidade, porte (m), coloração das mudas e embalagem de 
comercialização; 
- Outras informações a respeito das mudas utilizadas no projeto, com o 
intuito de facilitar a compra e a identificação das plantas. 
- Nomes comuns e científicos das plantas planejadas; 
- Área (m2) ocupada por cada espécie. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
1.4.2.3 Memorial Descritivo 
 
 
O Memorial Descritivo é um documento muito importante e que deve ser 
apresentado ao cliente, sendo eficiente no decorrer da execução e a manutenção do 
jardim. Constitui um texto explicativo com o intuito de ofertar uma ideia geral sobre a 
concepção do jardim. O que não for possível colocar sob a forma de desenhos, o 
paisagista deverá expor sob a forma descritiva nesse memorial (PIRES, 2008). 
O Refere-se então a um relatório incluindo a descrição das informações de 
ordem natural e social, bem como os detalhes técnicos dos materiais e dos vegetais 
usados. 
Deve ser claro e minucioso, de acordo com Pires (2008), deve conter: 
- Capa; 
- Cabeçalho: com os dados do carimbo das pranchas: Nome do cliente; Endereço do 
local de execução; Tipo do projeto; Nome e CREA do projetista; Escala utilizada e 
Data de realização do projeto. 
- Apresentação: relato do tipo de projeto e suas características, os problemas a 
serem resolvidos, os objetivos e justificativas do projetista. Os critérios usados para 
a elaboração do projeto também são mencionados, correlacionando o estilo, o 
ambiente (paisagem e clima), as necessidades e os anseios dos proprietários; 
- Caracterização da área: 
- Localização: endereço, cidade, estado, coordenadas geográficas; 
- Dimensões: área do terreno que será ajardinado; 
- Clima: definição das características climáticas do local de implantação do projeto; 
- Tipo de solo: definido a partir de análises químicas e físicas; 
- Características do terreno: referem-se, principalmente, à topografia, definida de 
acordo com o levantamento topográfico da área; 
- Outras características que o paisagista achar relevante. 
- Características vegetais: especificação da paisagem da região e das espécies 
vegetais existentes na área (quando for o caso), por análise do local ou com base 
em documentos, textos ou ainda informações verbais. Outros elementos existentes 
também deverão ser levantados e registrados; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
- Informações sobre a construção de estruturas físicas: elaboradas por um 
profissional especializado, discriminando detalhes da construção da estrutura 
planejada, descrevendo com justificativas quando for relevante. A discriminação de 
materiais, bem como as instruções para a implantação, também devem ser 
apresentados neste memorial; 
- Memorial botânico ou Lista de espécies: esse item faz parte do Memorial Botânico, 
discriminando a lista e da caracterização das espécies usadas. Entretanto, esse 
memorial poderá ser apresentado na forma de tabela no Projeto Botânico, e não 
aqui no Memorial Descritivo; 
- Orçamentos e Cronograma de atividades: da mesma forma que o memorial 
botânico, astabelas dos orçamentos e o cronograma de atividades também poderão 
estar inseridas em anexo nesse documento; 
- Referências bibliográficas: material técnico utilizado para a elaboração do projeto 
poderá estar listado nesse Relatório. 
O Cronograma de Atividades informa a época e a sequência adequada de 
realização de cada etapa do projeto, assim como da fase de manutenção do jardim. 
É importante para o acompanhamento dos serviços e de desembolso dos recursos 
financeiros em tempo hábil, para que não atropele o bom andamento da obra 
(Tabela 2). 
 
 
TABELA 2 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES NO PROJETO 
PAISAGÍSTICO 
 
FONTE: O autor 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
 
 
O Orçamento deve-se sempre analisar a viabilidade econômica do projeto, 
adaptando-o às condições econômicas de cada cliente. Poderá ser feito de forma 
resumida ou minuciosa. Cada quadro de orçamento será composto pelas operações 
e itens de despesa, tais como: 
A) Orçamento da vegetação: os cálculos podem ser acrescentados de uma 
porcentagem de 5% a 10%, prevendo os replantios por redução no transporte ou 
nos tratos de implantação (Tabela 3). 
 
 
TABELA 3 - ORÇAMENTO DAS ESPÉCIES VEGETAIS DO PROJETO 
PAISAGÍSTICO 
 
FONTE: O autor. 
 
B) Orçamento dos elementos arquitetônicos: poderá inserir uma coluna de 
considerações para eventuais anotações importantes para a aquisição do material 
correto (Tabela 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
 
TABELA 4 - ORÇAMENTO DOS ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS DO PROJETO 
PAISAGÍSTICO 
 
FONTE: O autor 
 
 
C) Orçamento dos insumos: no que se remete aos custos com os materiais e 
os produtos imprescindíveis à composição do jardim, tais como adubos orgânicos e 
minerais, corretivos do solo, terra preparada, defensivos, etc. (Tabela 5). 
 
 
TABELA 5 - ORÇAMENTO DE INSUMOS PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO 
PAISAGÍSTICO 
 
FONTE: O autor. 
D) Orçamento da mão de obra: ligados aos custos com as atividades 
realizadas por jardineiros, ajudantes, eletricistas, pedreiros e outros profissionais, 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
simultaneamente com os custos do trabalho do paisagista, caso ele será 
responsável pela implantação do projeto (Tabela 6). 
 
 
TABELA 6 - ORÇAMENTO DA MÃO DE OBRA PARA IMPLANTAÇÃO DO 
PROJETO PAISAGÍSTICO 
 
 
FONTE: O autor. 
 
 
E) Honorários do paisagista: o valor pago ao paisagista pela elaboração do 
projeto será firmado considerando-se o grau de complexidade do trabalho; a partir 
disso, assegura-se a maneira de cobrança. O trabalho do paisagista exige um grau 
de conhecimento para que atinja, ao final, a qualidade desejada. Dessa forma, pode-
se chegar a esse valor de algumas maneiras: 
E.1. Percentagem do valor orçado: estabelece-se uma percentagem que 
modifica, em média, entre 10% e 20% sobre o valor de custo do projeto; 
E.2. Pela área do projeto: estabelece-se um preço por área a ser trabalhada 
(R$/m2). É mais fácil de aplicar nas situações em que o projetista é também o 
próprio executor da obra; 
E.3. Em função do tempo dedicado ou hora técnica: estipula-se preços que 
tenham como parâmetro o número de horas gastas para a elaboração do projeto, 
calculando-se quantos dias serão gastos na sua elaboração e multiplicando-se pelo 
valor de um dia de um profissional da área. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
F) Orçamento total do projeto: constando o Resumo dos Custos, com a 
totalização por operações e dos demais itens (Tabela 7). 
 
 
TABELA 7 - ORÇAMENTO TOTAL DO PROJETO 
 
FONTE: O autor. 
 
 
1.5 DESENVOLVIMENTO DE ORÇAMENTO: CUSTOS X CLIENTE 
 
 
Os custos são todos os gastos executados na produção de um bem ou 
serviço e que serão incorporados em seguida ao preço dos produtos ou serviços 
prestados, como: aluguel, água, luz, salários, honorários profissionais, despesas de 
vendas, matéria-prima e insumos consumidos no processo de prestação de 
serviços. 
Com critério na administração e redução de todos os custos envolvidos na 
compra, produção e venda de produtos ou serviços que constitui o negócio, indica 
que o empreendedor poderá ter sucesso ou insucesso, na medida em que encarar 
como ponto essencial a redução de desperdícios, a compra pelo melhor preço e o 
controle de todas as despesas internas. Quanto menores os custos, maior a chance 
de ganhar no resultado final do negócio. 
Os custos para abrir uma empresa de serviço de paisagismo devem ser 
estimados considerando-se os itens abaixo: 
1. Salários, comissões e encargos; 
2. Tributos, impostos, contribuições e taxas; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
3. Aluguel, segurança; 
4. Água, luz, telefone e acesso a internet; 
5. Serviços de limpeza, higiene, manutenção e segurança; 
6. Assessoria contábil; 
7. Propaganda e publicidade da empresa; 
8. Aquisição de material de escritório. 
A estrutura de uma empresa de serviço de paisagismo deve dispor de uma 
área de atendimento e um agradável espaço para criação e desenvolvimento dos 
projetos, área de administração e banheiros. 
Se o empreendedor decidir oferecer serviços de realização dos projetos 
deverá considerar a importância de espaço para acomodação de equipamentos e 
ferramentas utilizadas nas obras. Nesse caso a área de administração geral adquire 
uma dimensão maior, em face da importância de gestão desses serviços. 
O empreendedor, em razão da característica de cada projeto, poderá 
contratar serviços de outros profissionais como engenheiros e arquitetos, podendo 
para isso realizar contratações basicamente para os serviços demandados. 
Para contratar colaboradores o empresário deverá enfatizar questões 
necessárias no atendimento aos clientes, tais como: cordialidade, equilíbrio 
emocional, capacidade de retratar as necessidades dos clientes, agilidade e 
presteza no atendimento. 
Conservar sempre a sua equipe atualizada participando cursos, ou por meio 
de treinamentos ofertados pelo próprio proprietário é uma boa estratégia de fixação 
da marca. 
Deve-se estar atento para a Convenção Coletiva do Sindicato dos 
Trabalhadores no Comércio, usando-a como balizadora dos salários e orientadora 
das relações trabalhistas, impedindo, assim, consequências inesperadas. 
São importantes os seguintes móveis e equipamentos: 
Mobiliário para a área administrativa? Escritório de Projetos: 
- Armário (1): R$ 700,00; 
- Cadeiras (8): R$ 960,00; 
- Conjunto de sofá (2): R$1.000,00; 
- Estante (1): R$ 1.200,00; 
- Frigobar (1): 700,00; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
- Impressora (1): R$ 700,00; 
- Mesas (3): R$ 900,00; 
- Microcomputador completo (2): R$ 3.200,00; 
- Prancheta de desenho (1):R$ 800,00; 
- Softwares para projeto de paisagismo (1): R$ 10.000,00; 
- Telefone (2): R$ 100,00; 
- Total mobiliário: R$ 20.260,00. 
Equipamentos: 
- Veículo utilitário (1): R$ 30.000,00; 
- Total dos equipamentos: R$ 30.000,00. 
 
Caso o empreendedor resolva atuar na área de serviços de implantação de 
projetos, ele deverá disponibilizar orçamento dos materiais, ferramentas e 
equipamentos importantes para essa atividade. 
A gestão de estoques no varejo é a busca do constante equilíbrio entre a 
oferta e a demanda. Este equilíbrio deve ser metodicamente aferido por meio de, 
entre outros, os seguintes três necessários indicadores de desempenho: 
O giro dos estoques é um indicador do número de vezes em que o capital 
investido em estoques é recuperado por meio das vendas. Normalmente é medido 
em base anual e tem a característica de representar o que aconteceu no passado. 
Quanto maior for à frequência de entregas dos fornecedores, claramente em 
menores lotes, maior será o índice de giro dos estoques, da mesma forma chamado 
de índice de rotação de estoques. Cobertura dos estoques: o índice de cobertura 
dos estoques é a indicação do período de tempo que o estoque, em um específico 
momento, consegue cobrir as vendas futuras, sem que exista suprimento. Nível de 
serviço ao cliente: o indicadorde nível de serviço ao cliente para o ambiente do 
varejo de pronta entrega, ou seja, aquele segmento de negócio em que o cliente 
quer receber a mercadoria, ou serviço, imediatamente após a escolha; apresenta o 
número de oportunidades de venda que podem ter sido perdidas, pelo fato de não 
haver a mercadoria em estoque ou não se poder realizar o serviço com êxito. 
Assim sendo, o estoque dos produtos deve ser mínimo, objetivando gerar o 
menor impacto na alocação de capital de giro. O estoque mínimo deve ser calculado 
levando-se em conta o número de dias entre o pedido de compra e a entrega dos 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
produtos na sede da empresa. A empresa de serviço de paisagismo tem como 
intuito criar ambiente personalizado complementar ao projeto arquitetônico, tornando 
o ambiente mais agradável e bonito. Os projetos são desenvolvidos de acordo com a 
projeção do terreno, e deve se ajustar ao conceito do imóvel e as expectativas dos 
usuários. Para isso, será importante levar em conta o terreno e as plantas já 
existentes no local. 
Para a definição do mix de produtos a ser ofertado, o empresário deverá 
visitar concorrentes, ouvir constantemente seus clientes e ir realizando adaptações 
ao longo do tempo. 
Os processos produtivos de uma empresa de serviços de paisagismo são 
fragmentados em: 
Atendimento ao cliente: Responsável pelo primeiro contato com o cliente, 
basicamente se dá na visita à empresa ou por telefone e e-mail, ou no 
preenchimento de questionário na home page; 
Diagnóstico do serviço: O paisagista visita o local escolhido pelo cliente para 
fazer o estudo preliminar onde são realizados os levantamentos de todos os dados 
técnicos do ambiente, como luz, volumes, espaços, e identificar as expectativas e 
necessidades do cliente. Em seguida os primeiros contatos o paisagista vai realizar 
uma análise minuciosa do terreno em questão, estudando a topografia, orientação 
em relação ao sol, tipo de solo, vegetação existente, observação dos ruídos, ventos 
e análise das construções existentes no terreno. 
Com a coleta de todos esses itens, o paisagista estabelece o anteprojeto, 
em que são identificadas as espécies de plantas, troca de ideias e mudanças, se for 
importante. O anteprojeto é apresentado ao cliente por meio de plantas baixas e 
perspectivas para que o cliente visualize melhor a proposta, esclareça todas as 
dúvidas e solicite alterações, se for o caso. Em seguida a aprovação do anteprojeto 
pelo cliente, o paisagista ou outro profissional apresenta o orçamento com o custo 
minucioso do projeto e da execução. Depois de aprovado o orçamento e a maneira 
de pagamento, o paisagista parte para a definição de um programa mais detalhado, 
estabelecendo plano de massas de vegetação (arbustos, árvores de grande porte, 
forrações etc.) pontos de água para irrigação, jardineiras e respectivos pontos de 
luz, ralos e grelhas para o escoamento da água, bem como o acerto dos últimos 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
detalhes. Todos estes itens têm muita necessidade e diferenciam um jardim bem 
planejado de outro feito de maneira improvisada. 
Execução do serviço: É a realização do serviço contratado, quando o 
paisagista orienta e realiza a marcação dos elementos construtivos, como caminhos, 
pisos, pergolados, que são em geral realizados pelo cliente. Em seguida, vem o 
plantio. Finalizado o plantio, o paisagista entrega o memorial com o nome de todas 
as espécies que fazem parte o jardim e respectivas considerações, orientando o 
cliente, e se for o caso, o jardineiro, quanto à irrigação, tratamento, adubação e 
poda. De maneira geral o paisagista dá manutenção nos primeiros 30 e 60 dias, 
tempo suficiente para se analisar se as espécies estão se adaptando ao novo 
ambiente. É uma forma de garantia, mas o profissional pode ainda fazer o replantio 
de algumas mudas. 
Há no mercado uma boa oferta de sistemas para gerenciamento de 
empresas de serviço de paisagismo. Para uma produtividade apropriada, devem ser 
adquiridos sistemas que integrem as compras, as vendas e o financeiro. Os 
softwares propiciam o controle dos estoques, cadastro de clientes e fornecedores, 
serviço de mala-direta para clientes e potenciais clientes, cadastro de móveis e 
equipamentos, controle de contas a pagar e a receber, fornecedores, folha de 
pagamento, fluxo de caixa, fechamento de caixa, etc. 
O canal de distribuição é a empresa mesmo de serviços de paisagismo. O 
desenvolvimento de um site na internet com divulgação dos serviços da empresa é 
uma alternativa de contato com o cliente muito necessário nos dias atuais e que 
pode ser um canal vigoroso de vendas, desde que possua uma boa estrutura, 
design adequado e boa divulgação. 
Investimento enfatiza todo o capital empregado para começar e viabilizar o 
negócio até o momento de sua autossustentação. Pode ser caracterizado como: 
- Equipamentos (carro): R$ 30.000,00; 
- Despesas de registro da empresa, taxas, honorários profissionais, etc. - R$ 
3.000,00; 
- Investimento fixo: compreende o capital empregado na compra de imóveis, 
equipamentos, móveis, utensílios, instalações, reformas etc.; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
- Investimentos pré-operacionais: são todos os gastos ou despesas 
adquiridos com projetos, pesquisa de mercado, registro da empresa, projeta de 
decoração, honorários profissionais e outros; 
- Capital de giro: é o capital essencial para suportar todos os gastos e 
despesas iniciais, geradas pela atividade produtiva da empresa. Destinam-se a 
providenciar as compras iniciais, pagamento de salários nos primeiros meses de 
funcionamento, impostos, taxas, honorários de contador, despesas de manutenção e 
outros. Para uma atividade de empresa de serviço de paisagismo o empreendedor 
deverá precisar de aproximadamente R$ 95.260,00 para fazer frente aos seguintes 
itens de investimento: 
- Capital de giro para sustentar o negócio nos primeiros meses de atividade: 
R$ 22.000,00. 
- Mobília para a área administrativa: R$ 20.260,00; 
- Construção e reforma de instalações: R$ 20.000,00; 
Para adicionar valor em serviço de paisagismo é importante desenvolver um 
processo de empatia e interpretação das expectativas do cliente, o que demanda 
percepção dos detalhes que fogem ao lugar comum, percepção do espaço, cores, 
luzes, e o desenvolvimento de soluções criativas. 
Muitos itens devem ser agregados ao negócio, tais como: 
- Garantia de execução dos serviços no prazo contratado; 
- Qualidade do serviço realizado; 
- Garantia da manutenção do serviço realizado; 
- Agendamento do horário de visita por meio de telefone, e-mail, ou 
questionário no site; 
Paisagismo é um serviço personalizado, porém, o que dá significado ao 
negócio é a noção do cliente em relação ao serviço realizado. Para isso é importante 
um atendimento de ótima qualidade e a customização de serviços adequados às 
expectativas e necessidades de cada cliente. Os projetos devem ser desenvolvidos 
única e geralmente para um determinado cliente. 
De grande importância seria a pesquisa junto aos concorrentes para 
conhecer os serviços que estão sendo adicionados e desenvolver opções 
específicas com o intuito de proporcionar ao cliente um produto diferenciado. Além 
do mais, conversar com os clientes atuais para identificar suas expectativas é muito 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
necessário para o desenvolvimento de novos serviços ou produtos personalizados, o 
que amplia as alternativas de fidelizar os atuais clientes, além de conquistar novos. 
O empreendedor deve permanecer sempre atualizado com as novas 
tendências, novas técnicas, novos utensílios e produtos, por meio da leitura de 
colunas de jornais e revistas especializados, programas de televisão ou pela 
Internet. 
Os meios para divulgação de empresa de serviço de paisagismo variam de 
acordo com o porte e o público-alvo escolhido. Para um empreendimento de 
pequeno porte, pode ser

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