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EPISTOLAS PAULINAS E GERAIS 1

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Lição 1
Cartas de Paulo: Aos Romanos,
Gálatas e Efésios
Autor: O Apóstolo Pau]o Data: Cerca de 57 d.C.
Carta aos Tema: A Revelação da Justiça de Deus
Romanos		Palavras-Chave: Justiça, fé, justificação, lei, graça.
Versículos-chave: Rm 1.16 e I\½	'5; 1
Romanos é a epístola de Pauio mais longa, mais teológica e mais influente. Talvez por essas razões foi colocada em primeiro lugar entre as do apóstolo. De modo contrário à tradição católica romana, a igreja de Roma não foi fundada por Pedro, nem por qualquer outro apóstolo. Ela talvez foi iniciada por convertidos de Paulo provenientes da Macedônia e da Ásia, bem como pelos judeus e prosélitos I convertidos no dia de Pentecostes (At 2.10). Paulo não tinha Roma como campo específico de outro apóstolo (Rm 15.20 ).
Em Romanos, Paulo afirma que muitas vezes
planejou ir até Roma para ali pregar o evangelho, mas que, até então fora impedido (Rm 1.13-15; 15.22). Reafirma seu desejo de ir até eles (Rm 15.23-32).
1 Pagão que abraçou o judaísmo.
Em vista de seus planos pessoais, Paulo escreveu para apresentar-se a uma igreja que nunca tinha visitado. Ao mesmo tempo, ele apresentou uma declaração completa e ordenada dos princípios fundamentais do evangelho que pregava.
Paulo, ao escrever esta epístola, perto do fim da sua terceira viagem missionária (cf. Rm 15.25,26; At 20.2,3; lCo 16.5,6), estava em Corinto como hóspede na casa de Gaio (Rm 16.23; 1Co 1.14). Enquanto escrevia Romanos através do seu auxiliar 'J'ércio (Rm 16.22), planejava voltar a Jerusalém para o dia de Pentecoste (At 20 .16 ; provavelmente na primavera de 57 ou 58 d.C.) e entregar pessoalmente uma oferta de socorro das igrejas gentias aos crentes pobres de Jerusalém (Rm 15.25-27). Logo a seguir, Paulo esperava partir para a Espanha levando-lhe o evangelho, visitar de passagem a igreja de Roma e receber ajuda dos crentes ali para prosseguir em sua caminhada para o oeste (Rm 15.24,28).
Nenhum livro da Bíblia tem tantos títulos como Romanos: Evangelho Segundo Paulo, Evangelho do Cristo Ressurreto, Tratado Teológico Paulino, Mais Puro Evangelho, Principal das Epístolas Paulinas, A Catedral da Doutrina Cristã, etc.
Destinatários
"Todos os que estais em Roma, amados de Deus" são os destinatários desta carta. Pode-se notar que Paulo nesta saudação não usa a palavra igreja (como faz em 1 e 2Coríntios, Gálatas, 1 e 2Tessalonicenses). Isto pode mostrar que nessa época não existia nenhuma igreja organizada, mas várias igrejas de casa (Rm 16.5,14). Em todos os lugares havia cristãos que ali se reuniam para cultuar a Deus.
Não sabemos com certeza como e quando o Cristianismo chegou a Roma. Em Atos 18.2 fala-se acerca de Áquila e Priscila que pertenciam àqueles judeus que Cláudio expulsara de Roma, cerca de 49
d.C. No final do quarto decê nio 1 já havia cristãos em Roma. Agostinho informa que o cristianismo chegou a Roma durante o governo do imperador Calígula (37 - 41 d.C.).
Autor
Conforme a primeira palavra, Paulo, o servo e apóstolo de Jesus Cristo, é o autor da Epístola. O conteúdo do livro indica que seja Paulo, não só pelas muitas referências pessoais (Rm 1.8-15; 9.1-5; 11.1,13 e 16.3-23), mas também pela profundeza dos seus ensinamentos e conhecimentos da verdade de Deus (Rm 3.20-25; 11.33-36, etc.). O livro todo fala do seu autor como de um homem erudito, profundamente espiritual, inteiramente consagrado e conscientemente inspirado. Justino Mártir, Policarpo, Inácio, Clemente de Roma e Hipólito fazem citações desta Epístola. Aceitavam-na como fazendo parte do cânon e até os próprios inimigos do Cristianismo reconheceram a carta como escrita pelo apóstolo Paulo. Não há motivos para se rejeitarem as muitas evidências e favor de que a Epístola seja o que pretende ser. Não é de estranhar que Paulo conhecesse tantas pessoas por seus nomes em uma cidade onde ele nunca tivesse estado, porque essa cidade era Roma, a capital do mundo, e o apóstolo conhecia pessoalmente centenas de pessoas, tanto judeus, como gentios, que poderiam ter-se mudado para Roma por motivos comerciais ou particulares. Antes,
1 Período de 10 anos; década.
17
seria difícil que fosse de outro modo. O capítulo 16 com saudações para tantas pessoas não é um argumento válido para se rejeitar a Epístola como genuína. Convém acrescentar que os 300 manuscritos existentes da carta aos Romanos, todos os que não têm sido danificados, contêm a Epístola completa tal qual se acha hoje no Novo Testamento.
Data e as Circunstâncias
É claro que Paulo não tinha visitado esta cidade antes de enviar-lhes esta carta (Rm 1.8-15; 15.22-24,28,29), que foi escri t-a pe lo apóstolo durante a sua terceira viagem missionária, quando se achava em Corinto. Durante sua permanência na Macedônia, Paulo escreveu duas cartas à Igreja de Corinto (Grécia), nas quais lhe falou a respeito da preparação de uma oferta para os necessitados em Jerusalém (lCo 16.1,2; 2Co 8 e 9). Em Atos 20.2,3 vemos que o apóstolo, depois de recolher as ofertas das igrejas sediadas na Macedônia, desceu à Grécia onde ficou três meses. Em Romanos 15.25-28 vemos que Paulo tinha levantado a oferta em Corinto e está pronto para levá-la a Jerusalém que, tendo desempenhado esta missão, pensava ir a Roma (At 19.21; Rm 1.8-15). Também evidencia a verdade o fato de que a portadora da carta aos Romanos foi Febe, de Cencréia, porto de Corinto. Portanto, cremos que Paulo escreveu esta Epístola estando em Corinto, durante a sua terceira viagem missionária, lá pelo ano 57 d.C.
Muito se tem discutido a questão a respeito de quem teria sido o fundador da Igreja Cristã na cidade de Roma. Talvez não tenha importância, mas é quase impossível crer-se que tivesse sido algum apóstolo, muito menos, Pedro, que permaneceu em
18
Jerusalém pelo menos até o ano 49, o qual concordou em ir para os judeus, e que Paulo fosse para os gentios (Gl 2.7-9 ). É provável, ainda, em face de Romanos 16.5,14,15, que os irmãos crentes que estavam em Roma não. estivessem organizados em uma só igreja ainda, quando Paulo escreveu esta carta, talvez devido ao fato de que nenhum apóstolo os tivesse visitado.
Paulo chegou a Corinto (At 20.2,3) depois de ter passado dois anos em Éfeso discutindo diariamente na escola do mestre Ti rano 1 (At 19.9,10). Não se menciona o número de horas que Paulo falava cada dia, porém é provável que o apóstolo terminasse o seu ministério em Éfeso com a sua teologia organizada em sua mente. Ao mesmo tempo entenderia melhor as necessidades espirituais dos gentios e o modo mais claro e eficaz de apresentar-lhes a verdade. Não é de estranhar, então, que ele pensasse nas condições do grande número de crentes que estavam em Roma, e o Espírito Santo lhe fez ver a importância de que todos fossem corretamente instruídos na doutrina verdadeira do Evangelho. Melhor era lançar um fundamento sólido, o mais depressa possível, antes que as heresias chegassem a levantar suas cabeças entre os irmãos.
Propósito
Paulo escreveu esta carta a fim de preparar o caminho para a obra que ele esperava realizar em Roma e na sua missão prevista para a Espanha.
Seu propósito era duplo:
1. Segundo parece, os romanos tinham ouvido boatos falsos a respeito da mensagem e da teologia de Paulo (Rm 3.8; 6.1,2,15); daí ele achar
1 Supõe-se que ele era gentio e mestre em filosofia.
19
necessário registrar por escrito o evangelho que já pregava há vinte e cinco anos.
2. Queria corrigir certos problemas da igreja, causados por atitudes erradas dos judeus para com os gentios (Rm 2.1-29; 3.1 ,9), e dos gentios para com os judeus (Rm 11.11-32).
Visão Panorâmica
Doutrinariamente, R.Q.!Jia nos é o maior livro já_e sc ri to . É_o c..Qia,Ç}io e a alma da re y l <!f ã o de Deus ao povo desta época. Todo o conjunto da verdade da redenção, chamado na Escritura "o Evangelho", Está aqui detalhado. A mais completa história da
ne ce ss id ade, do remédio e dos resultadosda morte de is to . e nc o nt ra -se em Romanos. O pensamento chave
é a justiça de Deus. A progressão da verdade vai da completa condenação até a integral e justa glorificação. O tema de Romanos está em 1.16,17, a saber:
que no Senhor Jesus a justiça de Deus é revelada como a solução à sua justa ira contra o pecado. A seguir, Paulo expõe as verdades fundamentais do eva ng e lho . Primeiro, destaca o fato de que o problema do pecado e a necessidade humana da justificação são universais (Rm 1.18-3.20). Posto que tanto os judeus quanto os gentios estão sujeitos ao pecado e, portanto, sob a ira de Deus, ninguém pode ser justificado diante d'Ele à parte do dom da justiça (Rm 3.24) mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 3.21- 4.25 ).
· Sendo justificado generosamente pela graça de Deus, e tendo recebido a certeza da salvação (capítulo 5);
· O crente demonstra que recebeu o dom divino da justificação, ao morrer com Cristo para o pecado (capítulo 6);
· É liberto da luta com a justiça da lei (capítulo 7);
20
· É adotado como filho de Deus, recebendo nova vida segundo o Espírito, o que o conduz à glorificação (Rm 8.18-30).
· Deus está levando a efeito o seu plano da redenção, a despeito da incredulidade de Israel (Rm 9-11).
Finalmente, Paulo declara que uma vida transformada em Cristo resulta na prática da retidão e do amor em todos os aspectos da vida social, civil e moral da pessoa (Rm 12-14). Paulo termina Romanos expondo seus planos pessoais (capítulo 15), uma longa lista de saudações pessoais, uma última admoestação e uma doxologia 1 (capítulo 16).
Romanos em Síntese
· A Pessoa do Evangelho: Cristo
· O poder do Evangelho: Poder de Deus
· O propósito do Evangelho: Para a salvação
· As pessoas a quem se destinam: de todo aquele
· O plano de aceitação: Aquele que crê
· O plano de vida: O justo vi verá por fé
Divisões Principais
 (
.
)Romanos é a alma da coe rê ncia 2
Começa
com condenação, e prossegue através da salvação, justificação, santificação (e depois uma secção a respeito da verdade dispensacional, conciliando as promessas de Deus a Israel com as promessas de Deus à Igreja), terminando com glorificação.
1 Fórmula litúrgica de louvor a Deus, geralmente ritmada.
2 Ligação ou harmonia entre situações, acontecimentos ou idéias; relação harmônica; conexão, nexo. lógica.
21
Características Especiais
Sete	destaques	principais	caracterizam
Romanos:
1. 	Romanos é a mais sistemática epístola de Paulo; a epístola teológica por excelência do Novo Testamento.
2. Paulo escreve num estilo de pergunta e resposta, ou de diálogo (Rm 3.1,4-6,9,31).
3. Paulo usa amplamente o Antigo Testamento como a autoridade bíblica na apresentação da verdadeira natureza do evangelho.
4. 	Paulo apresenta "a justiça de Deus" como a revelação fundamental do evangelho (Rm 1.16,17); Deus restaura e ordena a situação do homem em Jesus Cristo e através d'Ele.
5. 	Paulo focaliza a natureza dupla do pecado, bem como a provisão de Deus em Cristo para cada aspecto: O pecado como uma transgressão 1 pessoal (Rm 1.1-5.11) e o pecado como um princípio ou lei (gr. he hamartia), isto é, a tendência natural e ine re nte 2 para pecar, existente no coração de toda pessoa, desde a queda de Adão (Rm 5.12-8.39).
6. O capítulo 8 é o mais longo da Bíblia sobre a obra do Espírito Santo na vida do crente.
7. Romanos contém o estudo mais profundo da Bíblia sobre a rejeição de Cristo pelos judeus (excetuando­ se um remanescente), bem como sobre o plano divino-redentor para todos, alcançando por fim Israel (Rm 9-11).
1 Ato ou efeito de transgredir; infração, vi ol ação .
 (
22
)2 Que está por natureza inseparavelmente ligado a alguma coisa ou pessoa
Cristo Revelado
A epístola inteira é a história do plano de redenção de Deus em Cristo: a necessidade dele (Rm 1.18-3.20), a descrição detalhada da obra de Cristo e suas implicações para os cristãos (Rm 3.21-11.36) e aplicação do evangelho de Cristo à vida cotidiana (Rm 12.1-16.27).
Mais especificamente, Jesus Cristo é o nosso Salvador, que obedeceu perfeitamente a Deus como nosso representante (Rm 5.18-19) e que morreu como nosso sacrifício substituto (Rm 3.25; 5.6,8). É nele que devemos ter fé para a salvação (Rm 1.16-17; 3.22; 10.9-10). Através de Cristo temos muitas bênçãos: reconciliação com Deus (Rm 5.11); justiça e vida eterna (Rm 5.18-21); identificação com ele em sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.3-5); estar vivos para Deus (Rm 6.11); livres de condenação (Rm 8.1); herança eterna (Rm 8.17); sofrimento com ele (Rm 8.17); ser glorificados com ele (Rm 8.17); tornar­ se como eles (Rm 8.29); e o fato de que ele ora por nós mesmo agora (Rm 8.34). Na verdade, toda a vida cristã parece ser vivida através dele: oração (Rm 1.8), regozijo (Rm 5.11), exortação (Rm 15.30), glorificar a Deus (Rm 16.27) e, em geral, viver para Deus e obedecer-lhe (Rm 6.11-14; 13-14).
23
Carta aos Gá]atas
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 49 d.C.
Tema: Salvação Pela Graça Mediante
a Fé
Palavras-Chave: Graça, evangelho, fé, justificado, promessa, liberdade, lei Versículo-chave: Gl 5.1
A epístola a_Q.§ Gálatas foi escrita para salvar o cristianismo do legalismo judaico. Apesar de ser uma das mais breves epístolas do apóstolo Paulo, tem exercido grande influência na vida da Igreja. Seu assunto continua atual, pois em qualquer época há sempre o risco de alguém, ou de um segmento da Igreja se inclinar para o legalismo religioso.
O assunto principal de Gálatas é o mesmo debatido e resolvido em Jerusalém (c. de 49 d.C.; cf. At 15). Tal assunto implica uma dupla pergunta:
· A fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é o requisito único para a salvação?
· É necessário obedecer a certas práticas e leis judaicas do Antigo Testamento para se obter a salvação em Cristo?
Talvez Paulo haja escrito Gálatas antes da controvérsia da lei, na Assembléia de Jerusalém (At 15), e antes de a igreja comunicar a sua posição final. Se assim foi, então Gálatas é a primeira epístola que Paulo escreveu.
Destinatários
Paulo escreveu esta epístola (Gl 1.1; 5.2; 6.11) "às igrejas da Galácia" (Gl 1.2). As autoridades no assunto declaram que os gálatas eram gauleses
24
oriundos do Norte da Galácia e que, mais tarde, parte deles emigrou para o Sul da Europa, de cujo território a França de hoje faz parte. É muito mais provável que Paulo haja escrito esta epístola às igrejas do Sul da província da Galácia (Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe), onde ele e Barnabé evangelizaram e estabeleceram igrejas durante sua primeira viagem missionária (At 13,14).
Autor
Ainda que por duas vezes a mesma carta diga que Paulo é o escritor (Gl 1.1; 5.2), o mesmo estilo da carta, seus ensinamentos a respeito da Lei, e especialmente o que diz de Pedro "resisti-lhe face a face" (Gl 2.11), juntamente com a sua contenção de que os demais apóstolos não lhe deram nada, mas sim que sua comissão veio de Deus (Gl 1.16,17; 2.6); tudo prova que somente Paulo pode ser o autor. O apóstolo aos gentios é o único que falaria dos judeus, da lei, e da graça, com a profundeza de entendimento e a certeza que ele o faz. A evidência interna desta Epístola é concl ude n te 1 a favor de que Paulo seja seu autor humano.
Desde os dias de Policarpo em diante o livro tem sido citado pelos "Pais". Marción é o primeiro que cita por nome esta carta, colocando-a em primeiro lugar nos escritos de Paulo. Quase todos os escritores antigos, desde o segundo século em diante, citavam-na e se encontra nas versões latinas, siríacas e o Cânon Muratori.
Na	antiguidade	nem	suspeita	existiu	da
autenticidade, de que a carta fosse de Paulo, e é difícil
1 Que conclui, ou merece fé; terminante, categórico.
25
imaginar-se que outra pessoa pudesse ter falsificado tão facilmente e sem motivo aparente, em época posterior, tal docume n to .
Como disse Lightfoot: "Cada sentença gramatical reflete tão perfeitamente a vida e o caráterdo apóstolo aos gentios, que ninguém tem duvidado de que seja genuíno".
A maioria das cartas de Paulo foi escrita por seus amanuenses I ou escribas. Como a situação das igrejas da Galácia era crítica, estava em jogo não só a fé desses irmãos e nem apenas a autoridade apostólica de Paulo, mas principalmente o futuro do cristianismo. Ele mesmo escreveu de seu próprio punho (OI 6.11), pois não queria deixar margem para os gálatas duvidarem da autenticidade da carta.
Data
Tem havido muita controvérsia quanto à data e destinatário dessa epístola. Há três possíveis datas,
 (
"
)mas todas elas têm os seus "senões 2 - 49,53 e 56 d.C.
A seqüência de eventos é a seguinte: primeira viagem missionária, em seguida foi escrita a epístola aos Gálatas, depois ocorreu o concílio de Jerusalém e segue-se a segunda viagem. Isso nos dá subsídios para datá-la por volta de 49 d.C., e escrita da região entre Antioquia da Síria e Jerusalém.
A data mais provável da carta situa-se logo após o regresso de Paulo à igreja que o enviou - Antioquia da Síria, e pouco antes do Concílio de Jerusalém (At 15).
1 Escrevente, copista.
 (
26
)2 De outro modo; do contrário; aliás. Mas sim; e sim; mas, porém.
Propósito
Paulo tomou conhecimento de que certos mestres judaicos estavam inquietando seus novos convertidos na Galácia, impondo-lhes a circuncisão e o jugo da lei mosaica como requisitos necessários à salvação e ao ingresso na igreja. Ao saber disso, Paulo escreveu:
· Para demonstrar cabalmente que as exigências da lei, como a circuncisão do velho concerto, nada tem a ver com a operação da graça de Deus em Cristo para a salvação sob o novo concerto;
· Para reafirmar claramente que o crente recebe o Espírito Santo e com Ele a nova vida espiritual por meio da fé no Senhor Jesus Cristo e não por meio da lei do Antigo Testamento.
Características Especiais
Quatro	fatos	singulares	caracterizam	esta
epístola:
1. 	É a defesa mais veemente no Novo Testamento da natureza do evangelho. Seu tom é enérgico, intenso e urgente, uma vez que Paulo lida com oponentes em erro (Gl 1.8,9; 5.12), enquanto repreende os gálatas por se deixarem iludir tão facilmente (GI 1.6; 3.1; 4.19,20);
2. 	Quanto ao número de referências autobiográficas, Gálatas é superada somente por 2Coríntios;
3. 	Esta é a única epístola de Paulo em que ele explicitamente se dirige a várias igrejas (ver, no entanto, a introdução a Efésios);
4. Contém a descrição do fruto do Espírito (Gl 5.22,23) e a lista mais completa do Novo Testamento das obras da carne (Gl 5.19-21).
27
Cristo Revelado
Paulo ensina que Jesus coloca aqueles que têm fé nele (Gl 2.16; 3.26) em uma posição de liberdade (Gl 2.4; 5.1), libertando-os da servidão ao legalismo e à li be rt i n age m 1• A principal ênfase do apóstolo está na crucificação de Cristo como base para a libertação do crente da maldição do pecado (GI 1.4; 6.14), do próprio eu (Gl 2.20; ver 5.24) e da lei (Gl 3.12; 4.5). Paulo também descreve uma dinâmica união de fé com Cristo (Gl 2.20). Visivelmente retratada no batismo (GI 3.27), que relaciona todos os crentes como irmãos e irmãs (GI 3.28). Em relação à pessoa de Cristo, Paulo declara tanto sua divindade (Gl 1.1,3,16) quanto sua humanidade (Gl 3.16; 4.4). Jesus é a substância do evangelho (Gl 1.7), que ele próprio revelou a Paulo (Gl 1.12).
1 Devassidão, desregramento, licenciosidade, crápula.
28
Questionário
· Assinale com "X" as alternativas corretas
1. É a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente
a) l7 1Coríntios
b) ÍI Gálatas c)17 Efésios d)@ Romanos
2. É errado afirmar
a) 	Paulo diz que Gálatas é a Revelação da Justiça de Deus
b) @ Doutrinariamente, Romanos é o maior livro já escrito
c) @ Romanos é o coração e a alma da revelação de Deus ao povo desta época
d)[I] A mais completa história da necessidade, do remédio e dos resultados da morte de Cristo, encontra-se em Romanos
3. 	A epístola aos Gálatas foi escrita para salvar o cristianismo
a) l7 Do legalismo Romanos
b) 0 Do legalismo gentio
c) Do legalismo judaico
d) !=:] Do legalismo grego
,. Marque "C" para Certo e "E" para Errado
4. lfl É claro que Paulo tinha visitado a cidade de Roma
antes de enviar-lhes a carta aos Romanos
5. @ Romanos contém a descrição do fruto do Espírito e a lista mais completa do Novo Testamento das obras da carne
29
Carta aos Efésios
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C. Tema: Cristo e Sua Igreja
Palavras-Chave:	Glória,	corpo, 1 ugares celestes
Versículo-chave: Ef 1.3
Esta epístola destaca-se pela universalidade do seu conteúdo, não só à igreja em Éfeso, mas a todas as igrejas sob a liderança de Paulo, bem como a toda a Igreja de Deus em todo o mundo e em todos os tempos. O caráter universal dessa p ís to l a é ercebido pelo plano _d,a _ s al vacão proposto por D u s desde a fundação do mundo e que alcança a toda criatura humana, independente ciL ra ça, cor _Q u__11a_çãQ_. Esse plano não discrimina judeu nem gentio, mas coloca todos debaixo da graça imensurável de Deus em Cristo Jesus.
Efésios é um dos picos elevados da revelação bíblica, ocupando lugar único entre as Epístolas de Paulo. Ela não foi elaborada no árduo trabalho da bigorna I da controvérsia doutrinária ou dos problemas pastorais (como muitas outras epístolas de Paulo). Ao contrário, Efésios transmite a impressão de um rico transbordar de revelação divina, brotando da vida de oração de Paulo. Ele escreveu a carta quando estava prisioneiro por amor a Cristo (Ef 3.1; 4.1; 6.20), provavelmente em Roma. Efésios tem muita afinidade com Coiossenses, etãj';ez tenha sido escrita logo após esta. As duas cartas podem ter sido levadas simultaneamente ao seu destino por um cooperador de Paulo chamado Tíq ui co (Ef 6.21; cf. CI 4.7).
1 Peça de ferro, com o corpo central q u ad ra n gular e as extremidades em ponta cilíndrica, cônica ou piramidal, sobre a qual se malham e amoldam metais; incude.
	 (
30
)	
É crença geral que Paulo escreveu Efésios também para outras igrejas da região, e não apenas a Éfeso. Possivelmente ele a escreveu como carta circular às igrejas de toda a província da Ásia.
Autor
Duas vezes na Epístola se diz que foi Paulo quem a escreveu (Ef 1.1; 3.1). Também poderemos fazer a pergunta: Quem, além de Paulo, poderia ter escrito uma carta tão profunda na doutrina cristã? Porventura algum outro dos apóstolos teria escrito o capítulo dois, versículos onze a vinte e dois, colocando os gentios em pé de igualdade com os judeus, alegando que não há diferença? E quem, senão Paulo, foi preso por causa dos gentios? O versículo dois do capítulo terceiro afirma que o escritor recebeu de Deus a administração ou ministério do Evangelho entre os gentios, coisa que só Paulo podia alegar (Ef 3.1-13). O estilo da carta é o de Paulo, sendo especialmente semelhante à Epístola aos Colossenses. Primeiramente expõe as verdades doutrinárias, como é costume de Paulo.
A evidência externa é a melhor possível. É citados por Clemente de Roma, Inácio, Policarpo, Hermes, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Irineu, Hipólito e outros. Nenhum deles teve dúvidas a respeito da autenticidade da Epístola e de que Paulo fosse seu autor. Até o próprio Marción a inclui entre as epístolas de Paulo, mas diz que foi escrita à igreja de Laodicéia, em vez de a de Éfeso. Como em alguns dos manuscritos antigos não aparecem no texto do primeiro versículo as palavras "Em Éfeso" alguns insistem em que esta tem de ser a Epístola de Paulo aos de Laodicéia mencionada em Colossenses 4.16. Outros
31
afirmam que é antes uma carta particular. A tradição e a maioria dos manuscritos dizem que foi a enviada a Éfeso, mas o que importa é que foi e é inspirada pelo Espírito de Deus, e é para nós hoje a própria Palavra de De us.
Quando Paulo escreveu a epístola aos Efésios, estava preso em Roma, de onde a enviou àquela igreja através de Tíquico, porquem, também, enviou as cartas a Filemom e à igreja de Colossos, provavelmente entre 60 e 62 d.C.
Data e Circunstâncias
Vê-se em Efésios 3.1; 4.1 e 6.20 que Paulo estava na prisão, em cadeias, quando escreveu a carta. Da história de sua vida no livro dos Atos dos Apóstolos, calculamos que esta Epístola foi escrita cerca do ano 60 ou 62 a.e. A semelhança do seu conteúdo com a de Colossenses e o fato de que Tíquico foi o portador da carta (Ef 6.21,22), como também a dos Colossenses (CI 4.7,8), faze m-nos crer que foram escritas na mesma époc a. É provável que Onésimo, que acompanhou a Tíquico (Cl 4.9) levasse a carta de Paulo a Filemom nessa mesma época.
Em sua segunda viagem missionária, Paulo ficou em Éfeso poucos dias, prometendo voltar (At 18.19-21). Deixou Priscila e Áquila na cidade, ao passo que ele seguiu para Jerusalém e Antioquia. Antes que Paulo regressasse, Apolo chegou a Éfeso e teve um ministério ali (At 18.18,19 ,24 -28 ). Em sua terceira vi age m, Paulo ficou em Éfeso ce rca de três anos, realizando o melhor ministério de toda a sua longa carr ei ra (At 19. 1-20 ). Nos três primeiros meses pregava na sinagoga, mas a oposição obrigou-o a afastar-se e se estabeleceu em uma escola, onde "falou ousadamente"
 (
32
)
durante dois anos. Não é estranho, então, que a igreja de Éfeso pudesse receber e entender uma carta tão espiritualmente profunda como esta. Durante os anos do ministério pessoal do apóstolo, os novos crentes aprofundaram-se em seus conhecimentos bíblicos e do Evangelho; estavam em condições de apreciarem estes ensinamentos, e Paulo bem o sabia.
 (
33
)Não há na carta referências a problemas especiais como os mencionados nas cartas aos Coríntios e aos Gálatas. Por que, então, foi escrita? Não há quase dúvida de que existiu um problema sério em Colossos, e Paulo, preparando a viagem de Tíquico para que levasse a Epístola aos Colossenses, e enviando a Onésimo de volta para Filemom com sua carta de recomendação, quis escrever esta carta aos efésios (ou carta-circular para todas as igrejas da Ásia, se assim o desejarmos). É possível que Paulo tivesse tido novas revelações durante as suas prisões, e o Espírito Santo desejava que Paulo deixasse por escrito estas verdades. Uma mente como a de Paulo, meditando longas horas, mês após mês, no significado da morte, ressurreição e entronização do Senhor Jesus Cristo, sem dúvida seria guiada pelo Espírito a novos passos e conhecimentos de verdades espirituais, como deduções lógicas do que já conhecia. A experiência da maturidade e a aplicação no estudo mais assíduo do Velho Testamento (2Tm 4.13) também contribuíram para que Paulo tivesse verdades novas para transmitir aos efésios, e aprouve a Deus que as deixasse em forma permanente para que nós, as gerações vindouras, nos aproveitássemos também delas. Não obstante, livremo­ nos da idéia de que esta Epístola cria uma nova dispensação, de modo que só ela e as Epístolas escritas depois por Paulo, sejam para nós, atualmente, em vez de todo o Novo Testamento. Graças ao Pai Celestial,
que por Seu Espírito Santo impeliu o grande apóstolo aos gentios a escrever esta Epístola.
Não só devia preveni-los contra o erro que entrou em Co lossos , e o outro que transtornou os gálatas, mas também os fez merecer a admoestação do Senhor Jesus em Apocalipse 2.4,5.
É considerada uma das "cartas da prisão" porque as escreveu enquanto estava preso em Roma. Na primavera de 63 d.C., provavelmente, foi li be rto .
Propósito
O propósito imediato de Paulo ao escrever Efésios está implícito em Efésios 1.15-17. Em oração, ele anseia que seus leitores cresçam na fé, no amor, na sabedoria e na revelação do Pai da glória. Almeja profundamente que vivam uma vida digna do Senhor Jesus Cristo (Ef 4.1-3; 5.1,2). Paulo, portanto, procura fortalecer-lhes a fé e os alicerces espirituais ao revelar a plenitude do propósito eterno de Deus na redenção "em Cristo" (Ef 1.3-14; 3.10-12) à igreja (Ef 1.22,23;
2.11-22; 3.21; 4.11-16; 5.25- 27) e a cada crente (Ef
1.15-21; 2.1-10; 3.16-20; 4.1-3,17-32; 5.1-6.20).
Visão Panorâmica
Há dois temas fundamentais no Novo Testamento:
· Como somos redimidos por Deus;
· Como nó s, os redimidos, devemos viver.
Os capítulos 1-3 de Efésios tratam principalmente do primeiro desses temas, ao passo que os capítulos 4-6 focalizam o segundo.
 (
34
)Os capítulos 1-3 começam por um parágrafo de abertura que é um dos trechos mais profundos da
Bíblia (Ef 1.3-14). Esse grandioso hino sobre redenção tributa I louvores ao Pai pela eleição, predestinação e adoção que Ele nos propiciou (Ef 1.3-6), por nossa redenção mediante o sangue do Filho (Ef 1.7-12) e pelo Espírito, como selo e garantia da nossa herança (Ef 1.13,14).
Nesses capítulos, Paulo ressalta que na redenção pela graça mediante a fé, Deus nos reconcilia consigo mesmo (Ef 2.1-1O) e com outros que estão sendo salvos (Ef 2.11-15), e, em Cristo, nos une em um só corpo, a igreja (Ef 2. 16-22). O alvo da redenção é "tornar a congregar em Cristo todas as coisas... tanto as que estão nos céus como as que estão na terra" (Ef 1.10).
Os capítulos 4-6 consistem mais de instruções práticas para a igreja no tocante aos requisitos que a redenção em Cristo demanda de nossa vida individual e coletiva. Entre as 35 diretrizes dadas em Efésios, sobre como os redimidÕs devem viver, destacam-se três categorias gerais.
1. Os crentes são chamados a uma nova vida de pureza e separação do mundo. São chamados a serem "santos e irreQreensíveis diante dele" (Ef 1.4), a crescer "para templo santo no Senhor" (Ef 2.21), a andar "como é digno da vocação com que fostes chamados" (Ef 4.1), a "varão perfeito" (Ef 4. I 3 ), a viver "em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4.24), a andar " m amor" (Ef 5.2; cf. 3.17-19) e a serem santos "pela Palavra" (Ef 5.26), a fim de que Cristo tenha umã "igreja gloriosa, sem mác ul a2, nem ruga... santa e irrepreensível" (Ef 5.27).
2. O crente é chamado a um novo modo de vi ver nos relacionamentos familiares e vocacionais (Ef 5.22-
1 Prestar ou dedicar a (alguém ou algo), como tributo.
2 Nódoa, mancha.
35
6.9). Esses relacionamentos devem ser regidos por princípios de conduta que distingam o crente da sociedade descrente à sua volta.
3. 	Finalmente, o crente é chamado a manter-se firme contra as astutas I ciladas do diabo e as terríveis "hostes espmtuais da maldade, nos lugares celestiais" (Ef 6.10-20).
Cinco Características Especiais
1. 	A revelação da grande verdade teológica dos capítulos 1-3 é interrompida por duas grandiosas orações apostólicas. Na primeira, o apóstolo pede para os crentes sabedoria e revelação no conhecimento de Deus (Ef 1.15-23); na segunda, roga que possam conhecer o amor, o poder e a glória de Deus (Ef 3.14-21).
2. /"Em Cristo", uma expressão paulina de peso (106
/ vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente em Efésios (cerca de 36 vezes). "Toda bênção espiritual" e todo assunto prático da vida relaciona­
\. se com o estar "em Cristo".
3. Efésios salienta o propósito e alvo eterno de Deus para a igreja.
4. 	Há um realce m ul tifa ce tado 2 do papel do Espírito Santo na vida cristã (Ef 1.13,14,17; 2.18; 3.5,16,20; 4.3,4,30; 5.18; 6.17,18).
5. Efésios é tida, às vezes, como epístola gêmea de J	Colossenses,	pelo fato de apresentarem	definidas semelhanças em seus conteúdos e terem sido escritas
quase ao mesmo tempo.
1 Habilidade em en2:anar; lábia, solércia, manha, artimanha, ardil. Finura, malícia, sagacidade.
 (
36
)2 Que tem muitas facetas; multiface.
		
Cristo Revelado
Efésios foi chamado de "Os Alpes do Novo Testamento", "O Grande Cânon da Escritura" e "O Ápice Real das Epístolas", não somente por seu grande tema, mas devido à majestade do Cristo revelado aqui.
Capítulo 1: Ele é o Redentor (Ef 1.7), aquele em quem e por quem a história será definitivamente consumada (Ef 1.10); e Ele é o Senhor ressuscitado que não apenas ressuscitoudos mortos e do inferno, mas que reina como rei, derramando sua vida através de seu corpo, a Igreja - a expressão atual dele mesmo na terra (Ef 1.15-23).
Capítulo 2: Ele é o pacificador que reconciliou o homem com Deus e que também torna possível a reconciliação entre os homens (Ef 2.11-18); e Ele é a "principal pedra da esquina" do novo templo, que consiste de seu próprio povo sendo habitado pelo próprio Deus (Ef 2.19-22).
Capítulo 3: El_e é o tesouro em que são encontradas as riquezas inescrutáveis da vida (Ef 3.8); e Ele é o que habita nos corações humanos, garantindo-nos o amor de Deus (Ef 3.17-19).
Capítulo 4: Jesus é o doador dos dons do ministério à sua Igreja (Ef 4.7-11); e Ele é o vencedor que acabou com a capacidade do inferno de manter a humanidade cativa (Ef 4. 8-10).
Capítulo 5: Ele é o marido modelo, dando-se sem egoísmo para realçar sua noiva - sua Igreja (Ef 5.25- 27,32).
 (
37
)Capítulo 6: Ele é o Sen h_gr, poderoso na batalha, o recurso de força para seu povo enquanto eles se armam para a batalha espiritual (Ef 6.10).
Questionário
· Assinale com "X" as alternativas corretas
6. 	É percebido pelo plano da salvação proposto por Deus desde a fundação do mundo
a-)1 1 O caráter universai da epístola aos Romanos b)17 O caráter universai da epístola aos Gálatas
c) !ZL O caráter universai da epístola aos Efésios
d) 7l	O caráter universal da epístola aos Hebreus
7. Efésios tem muita afinidade com a)O Romanos
b) O Gálatas
c) O Filipenses
d) Colossenses
8. Quando Paulo escreveu a epístola aos Efésios, estava preso em	de onde a enviou àquela igreja através de
a) l7 Rom:a Timóteo
b) gRoma, Tíquico
c) n	Jerusalém, Timóteo d-)l 1 Jerusalém, Tito
· Marque "C" para Certo e "E" para Errado
9.11:l Em Cristo", uma expressão paulina de peso (106 vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente em Gálatas (cerca de 36 vezes)
10. Efésios sal ie nt a o propósito e alvo eterno de Deus para os judeus
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Lição 2
Cartas de Paulo: 1Coríntios e
2Coríntios
Primeira Carta aos Coríntios
Autor: O Apóstolo Paulo Data: 55/56 d.C.
Tema: Problemas da Igreja e Suas Soluções
Palavras-Chave: A cruz, pecados sexuais, dons espirituais, amor, a ressurreição
Versículos-chave: lCo 13.1; 14.33a
" Corinto, uma cidade antiga da Grécia, era, em muitos aspectos, a metrópole grega de maior destaque nos tempos de Paulo. Assim como muitas das cidades prósperas do mundo de hoje, Corinto era intelectualmente arrogante, materialmente próspera e moralmente corrupta. O pecado, em todas as suas formas, grassava I nessa cidade de má fama, pela sua lice nc iosi dade 2•
Juntamente com Priscila e Áquila (lCo 16.19) e com sua própria equipe apostólica (At 18.5), Paulo fundou a igreja em Corinto, durante seu ministério de dezoito meses ali, na sua segunda viagem
1 Desenvolver-se; alastrar-se, propagar-se progressivamente.
2 Sensual, libidinoso; libertino.
39
missionana (At 18.1-17). A igreja era composta de alguns judeus, sendo sua maioria constituída de gentios convertidos do paganismo. Depois da partida de Paulo de Corinto, surgiram vários problemas na jovem igreja, que requereram sua autoridade e doutrina apostólica, por carta e visitas pessoais.
Autor
A autenticidade de !Coríntios nunca foi seriamente de sa fi ada . Em estilo, linguagem e filosofia, a epístola pertence ao apóstolo Paulo.
A própria índole I da carta é uma prova de que Paulo é o autor humano da mesma. No primeiro capítulo diz ele que é Paulo, que exerceu um longo ministério entre eles, porém, que não batizou muitas pessoas ali. Fala da sua conduta exemplar enquanto esteve em Corinto e manifesta uma compreensão de seus problemas e sua solução que só o apóstolo dos gentios poderia ter. A melhor explicação para se justificar a omissão do ensino doutrinário no começo da carta é que Paulo pregara em Corinto por espaço de quase dois anos, de maneira que não havia necessidade de que lhes escrevesse sobre as verdades fundamentais do Evangelho (lCo 1.1,12-17; 3.4,6,22; 16.21).
Os antigos "Pais" deram evidência de sobra quanto à sua aceitação deste livro como uma carta escrita pelo apóstolo Paulo. Tem feito parte do cânon desde o seu co meç o. Clemente de Roma chama-a "Epístola do bendito apóstolo Paulo" e Clemente de Alexandria fez mais de cem citações dela. Os cristãos e os inimigos do Cristianismo citaram-na como Epístola
1 Propensão natural; tendência característica; temperamento. Feitio, condição, caráter.
 (
40
)
autêntica escrita por Paulo, o apóstolo aos gentios. Apresenta esta carta mais evidência em seu favor do que a maioria dos escritos antigos, sem existir controvérsia quanto a este assunto.
Data e as Circunstâncias
Existem vários motivos para aceitar-se a declaração de Paulo de que ele se achava em Éfeso quando escreveu a Epístola (lCo 16.8,9). Seu ministério exercido em Éfeso durante três anos provê a oportunidade (At 19.8,10,21,22; 20.31). Não era coisa fácil escrever-se naqueles dias, porém de acordo com
!Coríntios 5-9, Paulo já tinha escrito a estes irmãos, mas ignoramos como se perdeu a mencionada carta.
Ao sair Paulo de Corinto, levou consigo a Áquila e Priscila até Éfeso onde os deixou (At 18.18,19). Enquanto Paulo seguiu para Jerusalém, chegou a Éfeso o eloqüente orador Apolo, de' Alexandria, até pregou com muito poder, porém não conhecia senão o batismo de João Batista. Depois de ouvi-lo falar, Priscila e Áquila tomaram-no e ensinaram-lhe as demais verdades a respeito do Senhor Jesus e da vinda do Espírito Santo. Depois Apolo passou por Corinto onde pregou com tanta eloqüência que alguns formaram um partido dando-lhe seu nome, ao passo que outros ficaram fiéis a Paulo, que tinha pregado a pura verdade, porém com simplicidade, com o propósito de evitar que os gentios fixassem sua atenção nele. Em Atenas Paulo falou perante os eruditos e filósofos da sua época e uns poucos se converteram a despeito daqueles que zombavam da doutrina. De Atenas o apóstolo foi a Corinto, e ele mesmo se expressou nestes termos: "E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho
41
de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem, ou de sabedoria, porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e do poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no poder de Deus" (lCo 2.1-5).
Paulo também vivia do trabalho de suas próprias mãos, fabricando tendas de campanha ou barracas, e aos sábados discutia com os que freqüentavam as sinagogas. Só quando chegaram Silas e Timóteo de Macedônia, sem dúvida trazendo-lhe uma oferta (Fp 4.15) é que Paulo abandonou o trabalho manual que estava fazendo para dedicar-se integralmente ao seu ministério. Naturalmente houve um contraste entre a humildade e abnegação de Paulo e a eloqüência de Apolo. Os dois pregadores não desejaram que isso acontecesse, nem pretendiam causar divisões entre os irmãos, nem houve ciúme ou inveja entre eles (lCo 16.12). A formação dos dois partidos entre os coríntios foi simplesmente uma manifestação de sua carnalidade, e assim foi que Paulo considerou o fato (lCo 3.3,4).
Enquanto Paulo estava em Éfeso, de regresso de Jerusalém e no começo de sua terceira viagem missionária, ouvia falar destas divisões entre crentes de Corinto, e também de certas imoralidades ali praticadas. Escreveu-lhes acerca do dever de se separarem dos que estavam em pecado e recebeu uma resposta por escrito na qual lhe faziam certas perguntas. Tal vez Estéfanas, Fortunato e Acaio trouxessem o recado e dessem mais notícias verbalmente (lCo 16.17 ). Além da mencionada carta da
 (
42
)
Igreja de Corinto, veio a Éfeso a família do irmão Cloe e os membros desta família contaram a Paulo detalhadamente a condição espiritual dessa igreja.O apóstolo enviou Timóteo para lá imediatamente, sem esperar para escrever-lhes. Já vimos, então, como foi que ele sentiu a necessidade de escrever esta carta, a fim de aplicar a cada problema da igreja de Corinto a solução ditada pelo Espírito Santo. Como fundador da mencionada igreja e como apóstolo dos gentios por determinação de Deus, a responsabilidade pesava sobre ele (2Co 11.28). A inspiração divina na composição da epístola nota-se no fato de que Paulo explica as verdades fundamentais que formam os princípios ou regras para as decisões ou procedimentos que cabem em cada caso. Assim sendo, a carta é de grande importância e utilidade para a instituição de igrejas na atualidade, e damos graças a Deus que no-la tem conservado.
Pelas razões acima expostas consideramos que esta Epístola foi escrita lá pelo fim dos três anos do ministério de Paulo em Éfeso, entre 55 ou 56 da era cristã.
Propósito
Paulo	tinha	dois	motivos escrever esta epístola:
pn.nc1.pa1.s	ao
· Tratar dos sérios problemas da igreja de Corinto, de que fora informado. Eram pecados que os coríntios não levavam muito a sério, mas que Paulo sabia serem graves.
· Aconselhar e doutrinar sobre variados assuntos que os coríntios lhe encaminharam por escrito. Isso incluía assuntos doutrinários e de conduta e pureza, tanto individual, como da congregação.
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Visão Panorâmica
Esta epístola trata dos problemas que uma igreja experimenta quando seus membros continuam "carnais" (1Co 3.1-3) e não se separam de uma vez, dos incrédulos a seu redor (2Co 6.17). São problemas tipo espírito de divisão (lCo 1.10-13; 11.17-22), tolerância de pecado tipo inc e s to 1 (lCo 1 ) _-1 3), imoralidade sexual em geral (lCo 6.12-20), ação judicial entre os cristãos (lCo 6.1-11), idéias humanistas a respeito da verdade apostólica (1Co 15) e conflitos a respeito da "liberdade cristã" (lCo 8-10). Paulo também instrui os coríntios a respeito do ce li ba to 2 e do casamento (lCo 7), o culto público, inclusive a Ceia do Senhor (lCo 11-14) e a oferta para os santos de Jerusalém (lCo 16.1-4).
Entre os ensinos mais importantes de Paulo em 1Coríntios, está o das manifestações e dons do Espírito Santo nos cultos da igreja (lCo 12-14). O ensino desses capítulos é o mais rico do Novo Testamento sobre a natureza e o conteúdo da adoração na igreja primitiva (lCo 14.26-33).
Paulo mostra que o propósito de Deus para a igreja inclui uma rica variedade de dons do Espírito através de crentes fiéis (lCo 12.4-10) e de pessoas chamadas para exercer certos ministérios (lCo 12.28-
30) - uma diversidade dentro da unidade, comparável às múltiplas funções do corpo humano (lCo 12.12-27). No da operação dos dons espirituais na congregação, Paulo faz uma distinção essencial entre a edificação individual e a coletiva como assembléia (lCo 14.2-
1 União sexual ilícita entre parentes consangüíneos, afins ou adotivos.
2 O estado de uma pessoa que se mantém solteira.
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6,12,16-19,26), e reitera que todas as manifestações públicas dos dons devem brotar do amor (1Co 13) e existirem para a edificação de todos os crentes (1Co 12.7; 14.4-6,26).
Características Especiais
Cinco características especiais vemos em 1Coríntios:
1. De todo o Novo Testamento, é a epístola que mais trata de problemas. Ao tratar dos vários problemas e assuntos de Corinto, Paulo apresenta princípios espirituais claros e permanentes, sendo cada um deles universalmente aplicáveis à igreja (lCo 1.10; 6.17,20; 7.7; 9.24-27; 10.31,32; 14.1-10; 15.22,23).
2. Há um destaque geral sobre a unidade da igreja local como corpo de Cristo, destaque este no ensino sobre divisões, Ceia do Senhor e dons espirituais.
3. Esta epístola contém o mais amplo ensino do Novo Testamento em assuntos de grande importância como o celibato, o casamento e novo casamento (capítulo 7); a Ceia do Senhor (lCo 10.16-21; 11.17-34); línguas, profecias e dons espirituais durante o culto (lCo 12,14); o amor cristão (lCo 13); e a ressurreição do corpo (1Co 15).
4. A epístola é de valor incalculável para o ministério pastoral, no tocante à disciplina eclesiástica (1Co 5).
5. Salien ta 1 a possibilidade i nd ubi tá ve l 2 de decair da fé, aqueles que persistem numa conduta ímpia e que não têm firmeza em Cristo (lCo 6.9,10; 9.24-27; 10.5- 12,20,21; 15.1-2).
1 Tornar-se saliente ou notável; evidenciar-se, distinguir-se, sobressair.
2 Sobre que não pode haver dúvida; incontestável, irrefragável.
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Correções na Conduta Cristã (1Co 1-11)
A maravilhosa igreja de Corinto, a jóia brilhante da coroa do trabalho de Paulo, estava fracassando, porque o mundanismo (carnalidade) se tinha introduzido em seu seio.
Tudo corria bem enquanto a igreja penetrava na cidade de Corinto, mas quando Corinto penetrou na igreja, o desastre começou.
O maior perigo da igreja de Corinto vinha de dentro. É uma verdade sempre confirmada.
Espírito de partidos.
Paulo fala das divisões e grupos na igreja. Nada destrói mais o coração e a vida de uma igreja, do que a política de partidos. Cristianismo é amor. Só Jesus Cristo pode curar o mal das divisões (lCo 1.13). Todo olhar, todo coração e todo espírito deve voltar-se para um objetivo: Jesus Cristo, nosso Salvador pessoal.
A Cruz.
1. A cruz era "escândalo para os judeus".
Algo com que não podiam conformar-se (lCo 1.23). Não era possível compreender como tal demonstração de fraqueza podia ser fonte de poder. Para eles, um homem morrendo na cruz não parecia o Salvador do mundo. A cruz significava fracasso para eles.
2. A cruz era "Loucura para os gregos".
Os gregos olhavam com desdém a religião sem base cien tí fica, ensinada primeiro num recanto atrasado do mundo, como Nazaré, pelo filho de um carpinteiro que nunca estudara em Atenas ou Roma. Os gregos idolatravam "cérebros".
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Mas Deus nunca desprezou as coisas humildes. Ele usou a funda I de Davi para derrubar Golias, o pior inimigo de Israel. Usou a me re nd a2 de um menino para alimentar uma multidão. Ou a cruz é "o poder de Deus" ou é "loucura". Nenhuma pessoa jamais deixa a cruz na mesma condição em que a ela veio. Terá de aceitá-la ou de rejeitá-la. Se a aceita, torna-se filho de Deus (Jo 1.12); se a repudia, é réu, condenado (Jo 3.36). Paulo não pregou um Cristo conquistador ou filósofo, porém, Cristo crucificado e humilde (lCo 2.2). Paulo diz: "Nem eu tão pouco julgo a mim mesmo" (lCo 4.3).
Não sabeis?
Esta é uma expressão usada por Paulo. Sua fé se baseava em fatos. Ele queria saber das coisas. Sublinhe os "não sabeis?" do capítulo 6. Que nos compete saber? "Ou não sabeis porque o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus" (lCo 6.19,20). Se o nosso corpo foi redimido pelo Senhor Jesus Cristo, então não nos pertence mais, e sim Aquele que nos comprou com o seu precioso sangue. "Porque fostes comprados por preço". A Escritura não estabelece regrinhas de conduta nem diz que coisas devem ou não fazer, antes, estabelece princ1p1os pelos quais o cristão deve orientar suas ações. Alguém disse que a liberdade cristã não quer dizer o direito que temos de fazer o que
1 Laçada de couro ou de corda para arrojar ped ra s, ou outros projetis, ao longe.
' Refeição leve, entre o almoço e o jantar. O que se leva em farnel para comer no campo ou em viagem.
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queremos, e sim o que devemos. Paulo diz: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma" (lCo 6.12).
Casamento.
Deus apresenta com clareza os princípios do casamento. Quando duas pessoas se casam, fazem-no por toda a vida. Leiam o que disse Jesus acerca do divórcio (Mt 5.31,32; 19.3-11; Me 10.2-12). São
declarações claras. Anotem !Coríntios 7.9, 13 na Bíblia. Meditem nesses versículos.A Ceia do Senhor
A	Ceia	do Senhor é descrita em quatro trechos bíblicos: Mateus 26.26-29; Marcos 14.22-25;
Lucas 22.15-20; 1Coríntios 11.23-32.
Sua importância relaciona-se com o passado, o presente e o futuro.
Sua importância no passado.
É um memorial (gr. anamnesis; lCo 11.24- 26; Lc 22.19) da morte de Cristo no Calvário, para redimir os crentes do pecado e da condenação. Através da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu significado redentor para nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cairmos em pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal (1 Ts 5.22). É um ato de ação de graças (gr. eucharistia) pelas bênçãos e salvação da parte de Deus, provenientes do sacrifício de Jesus Cristo na cruz por nós (lCo 11.24; Mt 26.27 ,28; Me 14.23; Lc 22.19).
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Sua importância no presente.
A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr. ' koinonia) com Cristo e de participação nos benefícios da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo (lCo 10.16,17). Nessa ceia com o Senhor ressurreto, Ele, como o anfitrião, faz-se presente de modo especial (cf. Mt	18.20;	Lc	24.35).		É	o	reconhecimento	e	a proclamação		da Nova	Aliança		(gr.	kaine	diatheke) mediante a qual os crentes reafirmam o senhorio de Cristo e nosso compromisso de fazer a sua vontade, de permanecer leais, de resistir o pecado e de identificar­ nos com a missão de Cristo (lCo 11.25; Mt 26.28; Me
14.24; Lc 22.20).
Sua importância no futuro.
A Ceia do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messiânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mt 8.11; 22.1-14; Me 14.25; Lc 13.29;
22.17,18,30). Antevê a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo (1Co 11.26) e encena a oração: "Venha o teu Reino" (Mt 6.10; cf. Ap 22.20). Na Ceia do Senhor, toda essa importância acima mencionada, só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência à Palavra de Deus e à sua vontade.
Instruções Quanto à Conduta Cristã (lCo 12-16)
Em 1Coríntios 12 encontramos os dons que o Espírito dá aos crentes. Nos versículos 1-3 ele fala da transformação que se deu na vida dos cristãos coríntios após abandonarem o culto de ídolos mortos para adorar
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Autor: O Apóstolo Paulo
Segunda	Data: 55/56 d.C.
Carta aos Tema: Glória Através do Sofrimento
Coríntios Palavras-Chave: Consolação, sofrimento, ministério, glória, poder, fraqueza
Versículos-chave: 2Co 4.5; 5.20-21
Tendo Paulo fundado a igreja em Corinto, durante sua segunda viagem missionária, manteve contato freqüente com os coríntios a partir de então, por causa dos problemas daquela igreja (ver a introdução a !Coríntios).
A seqüência desses contatos e o contexto em que 2Coríntios foi escrito são os seguintes:
· Depois de alguns contatos e correspondência inicial entre Paulo e a igreja (lCo 1.1; 5.9; 7.1), ele escreveu !Coríntios, de Éfeso (primavera de 55 ou 56 d.C.).
· Em seguida, ele fez uma viagem a Corinto, cruzando o mar Egeu, para tratar de problemas surgidos na igreja. Essa visita, no período entre 1 e 2Coríntios (2Co 13.1,2), foi espinhosa para Paulo e para a congregação (2Co 2.1,2).
· Depois dessa visita afanosa 1, informes chegaram a Paulo em Éfeso de que seus adversários estavam atacando a sua autoridade apostólica em Corinto, tentando persuadir uma parte da igreja a rejeitá-lo.
_ •- >R es po nde nd o, Paulo escreveu 2Coríntios, na Macedônia (outono de 55 ou 56 d.C .).
· Pouco depois, Paulo viajou outra vez a Corinto (2Co
13.1) , permanecendo ali cerca de três meses (cf. At 20.1-3a). Foi ali que escreveu a Epístola aos Romanos.
1 Cheio de afã; trabalhoso, laborioso.
52
Autor
Paulo	escreveu	esta	epístola	à	igreja	de Corinto e aos crentes de toda a Acaia (2Co 1.1), identificando-se duas vezes pelo nome (2Co 1.1; 10.1).
Há duas afirmações de que Paulo escreveu a carta (2Co 1.1 e 10.1). As coisas detalhadas que escreve e as referências particulares especialmente no capítulo dois, onde fala do mesmo homem que indica na primeira Epístola, o capítulo cinco: estas constituem provas de que o autor desta Epístola é o mesmo que o da primeira. Não podia ser outro senão Paulo, o apóstolo dos gentios, e que fundou a igreja de Corinto (2Co 3.1-3). Só Paulo podia ter escrito 2Coríntios 12.19-13.10.
O testemunho externo é mais do que suficiente para provar a mesma coisa. Desde Policarpo em diante encontram-se referências a este livro, e ocupa o terceiro lugar no Apostolicón de Marción (Ano 145).
Tema e Propósito
Tendo em mente que 2Coríntios é a defesa pessoal do ministério de Paulo, resumiremos o seu tema da seguinte maneira: o ministério de Paulo, seus motivos, sacrifícios, responsabilidades e eficiência.
· Paulo escreveu esta epístola a três classes de pessoas em Corinto;
· Primeiro escreveu para encorajar a maioria da igreja que lhe era fiel, como seu pai espiritual;
· Escreveu para contestar e desmascarar os falsos apóstolos que continuavam a difamá-lo, para, assim, enfraquecer a sua autoridade e o seu apostolado, e distorcer a sua mensagem;
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· Escreveu, também, para repreender a minoria na igreja influenciada por seus oponentes e que não acatavam a sua autoridade e correção. Paulo reafirmou sua integridade e sua autoridade apostólica em relação a eles, esclareceu os seus motivos e os advertiu contra novas rebeliões. 2Coríntios visou a preparar a igreja como um todo, para sua v1. s1. ta 1. m.mente 1.
A Data e as Circunstâncias
Depois de enviar a primeira Epístola aos Coríntios Paulo esperou em Éfeso até o ai voroço no teatro (At 19.23-41), que o fez sair da ci dade . Já tinha o propósito de visitar a Macedônia e Acaia e tinha enviado adiante dele Timóteo e Erasto (At 19.21,22). Partiu de Éfeso e chegou a Trôade. Nesta cidade teve muitas oportunidades para pregar o Evangelho, mas não teve sossego em seu espírito, pelo fato de Tito não ter regressado, o qual fora enviado a Corinto por Paulo para adverti-los a respeito da oferta (2Co 12.18-8.6, 16) e para saber de que maneira os irmãos de Corinto tinham recebido a carta anterior (2Co 2.12,13).
Paulo partiu de Trôade para Macedônia, onde Tito o encontrou quando de seu regresso de Corinto (2Co 7.5-7). As notícias que trouxe da submissão da i greja às coisas que foram ordenadas na carta: sua pronta obed iê nc i a e a tristeza da maioria pelo que acontecera, não se acham somente neste capítulo sete, mas também	de vez em quando	por todo o livro. Também 2Coríntios 8. 1 e 9.24 provam que esta carta foi escrita desde a Macedônia, de modo que é cla ro que Paulo a escreveu quando do regresso de Tito com as
1 Que ameaça acontecer breve; que está sobranceiro.
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notícias da recepção da primeira Epístola, tal vez uns seis meses após aquela, cerca do ano 55 depois de Cristo.
" Quando Tito contou a Paulo que a igreja de Corinto tinha disciplinado o culpado de acordo com as suas instruções (1Co 5), e que a dita disciplina tinha tido o efeito desejado pelo fato de o homem estar muito triste e desejarem perdoá-lo (2Co 2.5-8), o apóstolo naturalmente sentiu a sua responsabilidade de escrever­ lhes imediatamente com as instruções sobre o caso. Com mais detalhes de Tito a respeito do caráter da oposição ao apóstolo e a tendência de alguns em prestar-lhes atenção quanto à importância da lei mosaica, Paulo quis deixar claro também esse ponto, tanto para defender seu próprio apostolado, como também para dar autoridade aos seus ensinamentos. Estas considerações, juntamente com os assuntos materiais, com a sua visita e a coleta para os santos em Jerusalém, fizeram-no sentir o impulso de escrever. Deus usava as circunstâncias para fazê-lo cumprir a vontade divina e assim temos este precioso livro no cânon do Novo Testamento.
Visão Panorâmica
2Coríntios tem três divisões principais:
1. Na primeira (2Co 1-7), Paulo começa dandograças a Deus pela sua consolação em meio aos sofrimentos em prol do evangelho, elogia os coríntios por disciplinarem um grande transgressor e defende a sua integridade ao alterar seus planos de viagem. Em 2Coríntios 3.1-6.1O, Paulo apresenta o mais extenso ensino do Novo Testamento sobre o verdadeiro caráter do ministério. Ressalta a importância da separação do mundo (2Co 6.11-7.1) e expressa sua alegria ao saber,
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através de Tito, do arrependimento de muitos na igreja de Corinto, que antes desacatavam a sua autoridade apostólica (2Co 7).
2. Nos capítulos 8 e 9, Paulo exorta os coríntios a demonstrar a mesma generosidade cristã e sincera dos macedônios, ao contribuírem na campanha por ele dirigida, a favor dos crentes pobres de Jerusalém.
3. O estilo da epístola muda nos capítulos 10-13. Agora, Paulo defende o seu apostolado, discorrendo sobre a sua chamada, qualificações e sofrimentos como um verdadeiro após to lo . Com isso, Paulo espera que os coríntios reconheçam os falsos apóstolos entre eles, o que os poupará de futura disciplina quando ele lá chegar. Paulo termina 2Coríntios com a única bênção trinitária no Novo Testamento (2Co 13.13).
Características Especiais
Quatro	fatos	principais	caracterizam	esta
epístola:
l .· É a mais autobiográfica das epístolas de Paulo. Suas muitas referências pessoais são feitas com humildade, desculpas e até mesmo constrangimento, mas foi necessário, tendo em vista a situação em Corinto.
2. Ultrapassa todas as demais epístolas paulinas no que tange à revelação da intensidade e profundidade do amor e cuidado de Paulo por seus filhos espirituais.
3. 	Contém a mais completa teologia do Novo Testamento sobre o sofrimento do crente (2Co 1.3- 11; 4.7-18; 6.3-10; 11.23-30; 12.1-10), e de igual modo, sobre a contribuição cristã (2Co 8-9).
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4. Termos-chave, tais como fraqueza, aflição, lágrimas, perigos, tribulação, sofrimento, consolação, jactância, verdade, ministério e glória, destacam o conteúdo incomparável desta carta.
Comentário
Paulo estava um pouco preocupado sobre como a igreja de Corinto teria recebido sua primeira carta. Perguntava-se a si mesmo como teriam aceitado suas exortações. Por isso mandou Tito e talvez Timóteo a Corinto para verificar o resultado da epístola. Durante sua terceira viagem missionária, em Filipos, Tito contou que a maioria da igreja recebera a carta com bom espírito.
Alguns, porém, duvidaram dos seus motivos, chegando mesmo a negar o seu apostolado. Talvez pusessem isto em dúvida porque Paulo não pertenceu ao grupo dos doze.
Nessas circunstâncias, Paulo escreveu a segunda epístola, não só para expressar sua alegria por causa das notícias alegres sobre a maneira como sua primeira epístola foi recebida, como também para defender o seu apostolado.
O Ministério de Paulo (2Co 1-7)
Paulo começa sua segunda epístola com as saudações habituais e ações de graças (2Co 1.1-11). Todos nós apreciamos uma história verdadeira. Paulo narra, nesse documento, tantas experiências pessoais da sua vida, que não há quem não goste de lê-las. Começa contando as grandes aflições pelas quais tem passado. Através de todas as suas provações, aprendeu a conhecer melhor a Deus.
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Paulo tinha consciência da sua sinceridade e fidelidade quando trabalhou entre os coríntios. Explicou-lhes que tinha mandado sua primeira carta em vez de vir pessoalmente, a fim de poder, quando viesse, louvá-los e não repreendê-los (2Co 1.23-2.4). Ele invoca o testemunho de Deus para a sua declaração.
Os doutores da lei, dos dias de Paulo, sempre levavam consigo cartas de apresentação. Procuravam combater Paulo por todos os meios. Perguntavam: "Quem é esse Paulo? Que carta de recomendação traz de Jerusalém?" Como era tola a pergunta! Acaso Paulo precisaria de carta de recomendação para uma igreja que ele próprio fundara? "Por que"? "Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens" (2Co 3.2).
As vidas dos verdadeiros cristãos em Corinto eram cartas, que serviam para recomendar tanto a Paulo, o servo, como a Cristo, o Senhor.
Paulo teve um ministério triunfante, mas cheio de aflições. A vitória tem um preço! Paulo conta muita coisa a respeito das suas tribulações (capítulos 4,6 e 11). Na sua gloriosa conversão, o Senhor disse: "Pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu Nome" (At 9.16).
As provações parecem ter começado logo depois e o acompanharam durante trinta anos. Paulo, porém, mostrava-se sempre otimista, pois sabia que as aflições presentes tornavam maior a glória vi ndo ur a1 (2Co 4.17,18).
Em todas as suas aflições Paulo encontra conforto na ress urr e i ção . Vivia sob a inspiração de que, um dia, seu corpo seria transformado e glorificado (2Co 5.10).
1 Que há de vir ou acontecer; futuro, ventura.
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 (
59
)O alvo do ministério de Paulo é levar os
, H1 - omens a se reconciliarem com Deus (2Co 5.20). O supremo	interesse de Deus está no homem. Como
embaixador de Cristo o apóstolo apela aos homens do mundo.
Segue-se o seu apelo para uma vida de santidade (2Co 6.11-7.16). Santidade de vida quer dizer "tudo" para Deus. Paulo roga aos seus cooperadores que não recebam em vão a benignidade de Deus, porém, abram seus corações a Ele.
Liberdade no Ar (2Co 8 e 9)
Paulo relata à igreja de Corinto a generosidade das igrejas da Macedônia em favor do Fundo de Socorro para a Palestina, contra a fome. Embora fossem pobres, primeiro se haviam dado ao Senhor. Todas as igrejas da Ásia Menor e da Grécia contribuíram para o fundo. Isto começara um ano antes (2Co 8.10).
Paulo escreveu isto quando estava na Macedônia. Não tinha aceitado de nenhuma 1greJa qualquer salário para o seu trabalho. Cristo era o exemplo desses cristãos primitivos (2Co 8.9). Como Dar:
· Da vossa pobreza (2Co 8.2);
· Generosamente (2Co 8.3);
· Espontaneamente (2Co 9.7);
· Proporcionalmente (2Co 8.12,13,14);
· Com alegria (2Co 9.7):
· Abundantemente (2Co 9.6).
Deus sempre prometeu recompensas ao que dá com generosidade (2Co 9.6). Ele nos enriquece não só de bênçãos espirituais como também materiais. Essas dádivas serviam para fortalecer os laços de
fraternidade entre os cristãos judeus e gentios. "Graças
 (
"
)a Deus pelo seu dom inefável 1
(2Co 9.15).
O Apostolado de Paulo (2Co 10-13)
Alguns membros da igreja acusavam Paulo de covardia. Diziam que era corajoso nas suas cartas, mas fraco em pessoa. O Novo Testamento não nos dá qualquer idéia da aparência de Paulo. Imaginar que esse homem, capaz de revolucionar cidades, era fraco, seria absurdo. Devia ter uma personalidade poderosa e dominante. Era pessoa de extraordinários dons e dotado de intelecto agudo e pesquisador. Além disso, Cristo habitava nele e operava através dele. Ele ocultava-se atrás da cruz.
Seus inimigos diziam que nenhum apóstolo trabalhava com as próprias mãos para sustentar-se. Apontavam os outros apóstolos, mas Paulo explicou que tinha direito de receber um salário, porém o recusava a fim de que os falsos mestres não abusassem do seu exemplo comercializando o ministério. Declarou que, ao menos, havia fundado suas próprias igrejas e não andava perturbando igrejas fundadas por outros, como eles faziam. "Mas eles, medindo-se consigo mesmos, e comparando-se consigo mesmos, revelam
 (
"
)ins ensa te z2
(2Co 10.12-18).
Paulo foi arrebatado ao "Paraíso", a saber, o terceiro céu. Você se lembra que Jesus, ao morrer, foi ao Paraíso (Lc 23.43). Lá Paulo teve visões e revelações maravilhosas, e ouviu coisas que ao homem não era lícito falar (2Co 12.4). Nenhuma linguagem
1 Que não se pode exprimir por palavras; indizível. Encantador, inebriante.
2 Falto de senso ou razão; demente, louco; descocado. Que não
revela bom senso.
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humana, jamais poderia descrever a glória delas. Seria o mesmo que tentar descrever um pôr de sol para um cego de nascença. Paulo não tinha com que compara­ las para poder fazer-noscompreendê-las.
Parece que por causas dessas visões celestiais, Deus permitiu que Paulo sofresse um impedimento físico. O Senhor conhece o perigo do orgulho do coração humano depois de uma experiência assim e, por isso, consentiu num "mensageiro de Satanás para esbofetear" o seu servo. O Próprio apóstolo chamou a essa aflição "espinho na carne" (2Co 12.7).
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Questionário
· Assinale com "X" as alternativas corretas
6. A segunda carta de Paulo aos Coríntios foi escrita
a-) I 1 Em	Roma
b)[ ] Em Jerusalém c)k J Na Macedônia d)[ ] Em Alexandria
7. 	Noticiou Paulo sobre a recepção da primeira Epístola, contou a Paulo que a igreja de Corinto tinha disciplinado um culpado de acordo com as suas instruções
a) I -1 Silvano
b) j â Tito
c) I -1 Erasto
d) j ] Tíquico
8. 	Lá Paulo teve v1soes e revelações maravilhosas, e ouviu coisas que ao homem não era lícito falar
a )Í>l No Paraíso
. b)17 Em	Corinto c)O No Templo
d) 0	Em Roma
· Marque "C" para Certo e "E" para Errado
9. 	O alvo do ministério de Paulo é levar os homens a se reconciliarem entre eles
10. @ 2Coríntios é a mais autobiográfica das epístolas de Paulo
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Lição 3
Cartas de Paulo: Aos Filipenses, Colossenses, 1 e 2Tessalonicenses, 1 e
2Timóteo, Tito e Filemom
Carta aos
Filipenses
Autor: O Agéstolo Ra11l0 Data: Cerca le €>2763 ô.G.
Tema: Alegcia de Mi ver gor @ri sto Palavras-®liíave: Alegria, reg0 zija r1 Versíoulo-aliíave: Eg 4.4
A igreja de Filipos foi fundada por Paulo e sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo e Lucas) na sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade (At 16.9-40).
Um forte elo de amizade desenvolveu-se entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2Co 11.9; Fp 4.15, 16) e contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para os crentes pobres de Jerusalém (cf. 2Co 8-9). Parece que Paulo visitou a igreja duas vezes na sua terceira viagem missionária (At 20.1,3,6).
1 Causar regozijo a; alegrar muito.
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Propósito
Da pnsao (Fp 1.7,13,14), certamente em Roma (At 28.16-31), Paulo escreveu esta carta aos crentes filipenses para agradecer-lhes pela sua oferta generosa, cujo portador foi Epafrodito (Fp 4.14-19) e para informá-los do seu estado pessoal. Além disso, escreveu para transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de Deus na sua prisão (Fp 1.12- 30), para assegurar à igreja que o mensageiro por ela enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a sua tarefa e que não estava voltando antes do devido tempo (Fp 2.25-30), e para levar os membros da igreja a se esforçarem para conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a paz.
Visão Panorâmica
Diferente de muitas das cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conflitos na igreja. Sua tônica básica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação inicial (Fp 1.1) à bênção final (Fp 4.23), a carta focaliza Cristo Jesus como o propósito da vida e a esperança da vida eterna por parte do crente. Nesta epístola, Paulo trata de três problemas menores em Filipos:
· O desânimo dos crentes ali, por causa da prisão prolongada de Paulo (Fp 1.12-26);
· Pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres da igreja (Fp 4.2; cf. Fp 2.2-4);
· A ameaça de deslealdade sempre presente entre as igrejas, por causa dos mestres judaizantes e dos crentes de mentalidade terrena (Fp 3).
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Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C.
Carta aos	Tema: A Supremacia de (füi sto
Colossenses Pala vra s -Cha ve : Plenitude, sabedoría,
conhec i men to , mistério Versículos-chave: Cl 1.18-29; 2.10
A cidade de Colossos estava localizada perto de Laodicéi a (cf. Cl 4.16), no sudeste da Ásia Menor, cerca de 160 quilômetros a leste de Éfeso. A igreja colossense, tudo indica, foi fundada como resultado do grandioso ministério de Paulo em Éfeso, durante três anos (At 20 .31), cujos efeitos foram tão poderosos e de tão grande alcance que "todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus" (At 19.10). Paulo talvez nunca tenha visitado Colossos pessoalmente (Cl 2.1), mas mantivera contatos com a igreja através de Epafras, um dos seus convertidos e cooperadores naquela cidade (Cl 1.7; 4.12).
O motivo desta epístola foi o surgimento de ensinos falsos na igreja colossense, ameaçando o seu futuro espiritual (Cl 2.8). Quando Epafras, dirigente da igreja colossense e seu provável fundador, viajou com o objetivo de visitar Paulo e informar-lhe a respeito da situação em Colossos (Cl 1.8; 4.12), Paulo então escreveu esta epístola. Nessa ocasião Paulo estava preso (Cl 4.3,10,18), possivelmente em Roma (At 28.16-31 ), aguardando comparecer perante César (At
25.11,12). O cooperador de Paulo, Tíquico, entregou pessoalmente a carta em Colossos, em nome do apóstolo (CI 4. 7).
Não está descrita claramente na carta a heresia surgida em Colossos, uma vez que os leitores originais a conheciam bem.
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No entanto, pelas refutações I de Paulo ao falso ensino, deduz-se que era uma mistura estranha de ensinos cristãos, tradições judaicas extrabíblicas e filosofias pagãs (semelhante ao si n cre tis mo 2 re li gio so das seitas falsas de ho je ). Tal ensino subve rtia 3 e substituía a centralidade de Jesus.
Esta carta foi escrita de Roma, Cerca de 62
d.C. Colossenses é uma das "epístolas da prisão".
Propósito
Paulo escreveu esta carta:
· Para combater os falsos ensinos em Colossos, que estavam supl an tando 4 à centralidade e supre mac ia 5 de Jesus Cristo na criação, na revelação, na redenção e na igreja;
· Para ressaltar a verdadeira natureza da nova vida em Cristo e suas exigências para o crente.
Visão Panorâmica
Depois de saudar a 1greJa e expressar gratidão pela fé, amor e esperança dos crentes colossenses, bem como pelo seu progresso contínuo, Paulo focaliza dois assuntos principais: a doutrina correta (CI 1.13-2.23) e exortações práticas (CI 3.1- 4.6) .
Te ologic amen te , Paulo enfatiza o verdadeiro carát er e glória do Senhor Jesus Cristo. Ele é a imagem
1 Réplica, conte s taç ão; resposta.
2 Tendência à u ni fi c aç ão d e idéias ou de doutri na s diversificadas e, por vezes, até mesmo i nc o nc i li áve is .
3 Perverter, corromper.
4 Abater, prostrar, de rr ib a r, derrubar.
5 Superioridade, preeminência, hegemonia. Poder supre mo .
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do Deus invisível (Cl 1.15), a plenitude da deidade em forma corpórea (Cl 2.9), o criador de todas as coisas (CI 1.16,17), o cabeça da igreja (Cl 1.18) e a fonte toda-suficiente da nossa salvação ( 1.14,20-22). Enquanto Cristo é todo-suficiente, a heresia colossense é totalmente insuficiente - vazia, enganosa e humanista (Cl 2.8); de espiritualidade superficial e arrogante (Cl 2.18) e sem poder contra os apetites pecaminosos do corpo (Cl 2.23).
Nas suas exortações práticas, Paulo faz um apelo em favor de uma vida a1icerçada na suficiência completa de Cristo, como o único meio de progresso no viver cristão. A realidade da habitação de Cristo neles (Cl 1.27) deve evidenciar-se na conduta cristã (Cl 3.1- 17), no relacionamento doméstico (Cl 3.18-4.1) e na disciplina espiritual (Cl 4.2-6).
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Autor: O Apóstolo Paulo
Primeira Carta	Data: Cerca de 51 d.C.
aos
Tema: A Volta de Cristo
Tessalonicenses Palavras-Chave: Agradecimento,
vinda,	fé ,	esperança	e
c aridade 1
Versículos-chave: lTs 1.9-10
Tessalônica, situada a pouco menos de 160 km a sudoeste de Filipos, era a capital, cidade principal e porto da província romana da Macedônia. Entre os
200.000 habitantes da cidade, havia ali uma grande comunidade judaica. Quando Paulo fundou a igreja tessalonicense, na sua segunda viagem missionária, seu frutífero ministério ali foi encerrado prematuramente devido à intensa hos ti li dade 2 judaica (At 17.1-9).
Forçado a sair de Tessalônica, Paulo foi a Beréia, onde outro ministério breve, porém bem­ sucedido,foi interrompido pela perseguição movida pelos judeus que o seguiram desde Tessalônica (At 17.10-13).
A seguir, viajou para Atenas (At 17.15-34), onde Timóteo se encontrou com ele; depois, Paulo enviou Timóteo de volta a Tessalônica para verificar a condição da nova igreja (1Ts 3.1-5); ao mesmo tempo, Paulo seguiu para Corinto (At 18.1-17). Timóteo, ao completar sua tarefa, viajou para Corinto levando a Paulo informações sobre a igreja tessalonicense (1Ts
3.6-8 ), o que levou Paulo a escrever esta carta, talvez três a seis meses depois de fundada a igreja.
1 Amor.
2 Contrário, adverso, inimigo. Agressivo; provocante.
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Tema
O assunto principal é a Volta de Cristo. Pelo fato de ter sido um tanto breve o ministério de Paulo em Tessalônica, Havia necessidade de confirmar os novos crentes nas verdades que Paulo já lhes havia ministrado. Ligado a este assunto, há uma exortação para santidade de vida, coragem a despeito da perseguição (1Ts 3.2-4) e consolo para os que haviam perdido entes queridos (1Ts 4.1-13 ).
Propósito
Por ter sido Paulo forçado pela perseguição a sair de Tessalônica, os novos convertidos receberam apenas um mínimo de ensino sobre a vida cristã. Ao saber Paulo, por meio de Timóteo, das reais circunstâncias, escreveu esta epístola:
· Para expressar sua alegria pela fé e perseverança dos tessalonicenses em meio à perseguição;
· Para instruí-los na santidade e na vida piedosa;
· Para el uc idar 1 certas doutrinas, especialmente no tocante à situação dos crentes que morrem antes da volta de Cristo.
Visão Panorâmica
Depois de saudar a igreja (1Ts 1.1), Paulo, com alegria, en alt ece 2 os tessalonicenses pelo seu zelo e fé perseverantes em meio à ad ve rsid ade 3 (1 Ts 1.2-1O:
2.1 3-16 ). Responde às críticas contra ele, relembrando
1 Tornar compreensível; esclarecer; explicar.
2 Exaltar, engrandecer.
3 Contrariedade, abo rr ec i me nto .
69
 (
70
)à igreja a pureza dos seus motivos (1Ts 2.1-6), a sinceridade da sua afeição e solic i t u de 1 pelo rebanho (lTs 2.7,8,17-20; 3.1-10) e a integridade da sua conduta entre eles (1Ts 2.9-12). Paulo destaca a necessidade e importância da santidade e do poder na vida cristã. O crente precisa ser santo (1Ts 3.13; 4.1-8; 5.23,24), e o evangelho, acompanhado pelo poder e manifestação do Espírito Santo (1Ts 1.5). Paulo admoesta os tessalonicenses à não extinguirem o Espírito, a não desprezar as suas manifestações, especialmente a profecia (lTs 5.19,20).
Um tema de destaque é a volta de Cristo para livrar seu povo da ira de Deus sobre a terra (1Ts 1.1O; 4.13-18; 5.1-11). Parece que alguns crentes haviam morrido em Tessalônica, motivando preocupação sobre a sua salvação final. Por isso, Paulo explica o plano de Deus para os santos que já ti verem partido quando Cristo voltar para buscar a sua igreja (lTs 4.13-18), e exorta os vivos sobre a importância de estarem preparados quando Ele vier (lTs 5.1-11). Paulo termina a carta com uma oração pela santificação e preservação espiritual dos tessalonicenses (lTs 5.23,24).
1 Desejo de atender a alguma solicitação da melhor forma possível; boa vontade.
		
Segunda Carta aos Tessalonicenses
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 51 ou 52 d.C. Tema: A Volta de Cristo
Palavras-Chave: Dia do Senhor, homem do pecado, tradição
Versículo-chave: 2Ts 2.15
Ao escrever Paulo esta epístola, a situação na igreja de Tessalônica era quase a mesma da ocasião em que ele escreveu a primeira carta (ver introdução a 1Tessalonicenses).
É provável, pois, que esta carta tenha sido escrita apenas poucos meses depois de 1Tessalonicenses, quando Paulo ainda se encontrava trabalhando em Corinto com Silas e Timóteo (2Ts 1.1; cf. At 18.5).
Tudo indica que Paulo, ao ser informado do acol hime nto 1 da sua primeira carta e do progresso dos crentes tessalonicenses, foi movido a escrever esta segunda carta.
Propósito
O propósito de Paulo nesta epístola é
semelhante ao de 1Tessalonicenses:
· Animar seus novos convertidos perseguidos;
· Exortá-los a dar bom testemunho cristão e a trabalhar cada um pelo seu sustento;
· (
71
)Corrigir certos erros doutrinários sobre eventos dos tempos do fim, ligados ao Dia do Senhor - "Dia de Cristo" (2Ts 2.2).
1 Ato ou efeito de acolher; recepção. Atenção, consideração.
		
 (
72
)Visão Panorâmica
O tom da primeira carta de Paulo aos tessalonicenses é o de uma ama que cria os seus filhos (1Ts 2.7). Na segunda, o tom é primeiramente o de um pai que disciplina os filhos desobedientes para corrigir seus caminhos (2Ts 3.7-12; cf. lTs 2.11). Elogia-os, porém, pela sua fé perseverante e volta a encorajá-los a permanecer fiéis em todas as perseguições (2Ts 1.3-7).
A seção principal da carta trata do Dia do Senhor, no seu aspecto escatológico (2Ts 2.1-12; cf. 2Ts 1.7-10). Afigura-se de 2Tessalonicenses 2.2 que alguns em Tessalônica afirmavam por "espírito" (suposta revelação profética), por "palavra" (mensagem verbal) ou "epístola" (supostamente escrita por Paulo), que o tempo da grande tribulação e o Dia do Senhor já haviam começado. Paulo corrige tal erro, declarando que três eventos notáveis assinalarão e precederão a chegada do Dia do Senhor (2Ts 2.2):
· Ocorrerá uma grande apostasia e rebelião (2Ts 2.3);
· A restrição determinada por Deus para resistir à
injustiça, será removida (2Ts 2.6,7);
· "O homem do pecado" se revelará (2Ts 2.3,4,8-11). Paulo repreende aqueles que, na igreja, estavam se aproveitando da expectativa da iminente volta de Cristo como desculpa para a ociosidade 1• Exorta os crentes a serem diligentes e disciplinados no seu viver (2Ts 3.6-12).
1 Qualidade ou estado de ocioso, de quem gasta o tempo inutilmente; inatividade.
		
Questionário
· Assinale com "X" as alternativas corretas
1. 	Paulo em sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade fundou a igreja de Filipos com sua equipe de cooperadores
a-)l 1 Barnabé, Tito e Timóteo
b) 1 1 Lucas, Tíquico e Silas
c) 1 l Áquila, Priscila e Tito d)IK] Silas, Timóteo e Lucas
2. 	O motivo que levou a Paulo escrever esta epístola foi o surgimento de ensinos falsos na igreja
a) 7l	De	Filipenses
b) 0	De Colossenses
c-)l 1 De	1 Tesalonicenses
d)I I De 2Tesalonicenses
3. 	É	o	tema	principal	das	cartas	de	Paulo	a Tessalonicenses
a) (
)
n
 
)l7 Glória através do sofrimento b	Supremacia de Cristo
c)[lç A volta de Cristo
d)l7 Alegria de vi ver por Cristo
· Marque "C" para Certo e "E" para Errado
4.[] Colossenses é uma das "epístolas da prisão"
5.lê] Em 2Tessalonicenses Paulo exortá-os a dar bom testemunho cristão e a trabalhar cada um pelo seu sustento
 (
73
)
Primeira Carta a Timóteo
Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 65 d.C.
Tema: A Sã Doutrina e a Piedade Palavras-Chave: Cuidado, vigilância,
força, compromisso
Versículos-chave: lTm 3.15; 4.12
Um dos cuidados principais que Paulo transmite ao seu jovem auxiliar é que Timóteo lute com de no do 1 pela fé e refute os falsos ensinos que estavam comprometendo o poder salvífico do evangelho (1 Tm 1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20,21). Paulo também instrui Timóteo a respeito das qualificações espirituais e pessoais dos dirigentes da igreja, e oferece um quadro geral das qualidades de um obreiro candidato a futuro pastor de igreja.
Entre outras coisas, Paulo ensina Timóteo sobre o relacionamento pastoral com os vários grupos dentro da igreja, como as mulheres em geral (1Tm 2.9- 15; 5.2), as viúvas (1Tm 5.3-16), os homens mais idosos e os mais jovens (1Tm 5.1) , os presbíteros (1Tm 5.17-25), os escravos (lTm 6.1,2), os falsos mestres (lTm 6.3-6) e os ricos (lTm 6.7-10,17-19). Paulo confia a Timóteo cinco tarefas distintas para ele cumprir (lTm 1.18-20; 3.14-16; 4.11-16; 5.21-25;
6.20-21).	J.	.;2.	.'	.
Nesta epístola, Paulo exprime sua afeição a Timóteo como seu convertido e filho na fé, e estabelece um elevado padrão de piedade para a vida dele e da igreja.
1 Qualidade de denodado; ousadia, intrepidez, valor, coragem, bravura, destemor.

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