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03/09/2014 1 PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS Aula 3 – Percepção Sensação e percepção combinam-se em um processo contínuo Nós construímos percepções utilizando tanto as sensações provenientes do processamento bottom-up quanto de nossas experiências e expectativas provenientes do processamento top-down SENSAÇÃO Detecção da energia física do ambiente e codificação em sinais neurais Processamento do tipo inferior ou ascendente (bottom-up) PERCEPÇÃO Seleção organização e interpretação das sensações Processamento do tipo superior ou descendente (top-down) 03/09/2014 2 Atenção seletiva • Em um dado momento nós focalizamos nossa consciência em apenas um aspecto limitado da totalidade de nossa experiência • Só é possível ver uma interpretação de cada vez • Qualquer coisa que chame a sua atenção receberá sua atenção por inteiro Exemplos: atentar para uma voz em meio a muitas; falar ao celular enquanto dirige; cegueira para mudança 03/09/2014 3 Auxiliado por conhecimento e expectativa, nosso cérebro constrói percepções significativas Ilusões perceptivas Por que vemos ilusões mesmo sabendo que são ilusões? Explicar ilusões exige uma compreensão sobre como nosso cérebro transforma dados sensoriais em percepções completas 03/09/2014 4 03/09/2014 5 03/09/2014 6 GESTALT – termo alemão que significa forma ou totalidade O todo é mais do que a soma das suas partes Nós estamos constantemente filtrando informações sensoriais e inferindo percepções de modo que façam sentido pra nós 03/09/2014 7 ORGANIZAÇÃO PERCEPTIVA O cérebro contém regras para a construção de percepções. Nossa mente estrutura as informações que chegam Percepção da forma Figura e fundo Agrupamento • Proximidade • Semelhança • Continuidade • Ligação • Fechamento Percepção de movimento Movimento estroboscópico Fenômeno Phi Percepção de profundidade Indicadores Binoculares • Disparidade retiniana • Convergência Indicadores Monoculares • Tamanho relativo • Interposição • Claridade relativa • Gradiente de textura • Altura relativa • Movimento relativo • Perspectiva linear PERCEPÇÃO DA FORMA Figura e Fundo 03/09/2014 8 03/09/2014 9 03/09/2014 10 Agrupamento Fechamento PERCEPÇÃO DE PROFUNDIDADE A maturação biológica predispõe nossa precaução contra alturas e a experiência a amplifica. Penhasco Visual Bebês de 6 a 14 meses, ao alcançar a mobilidade, possuem a competência perceptiva que precisam. Gibson e Walk (1960) 03/09/2014 11 • Disparidade Retiniana: comparação entre as imagens projetadas em cada retina Exemplos: Filmes em 3D • Convergência: indicador neuromuscular gerado pela curva interior maior dos olhos para quando estes vêem um objeto próximo Mantenha os dedos indicadores cerca de 12,5cm a frente de seus olhos deixando um intervalo de 1cm entre as suas pontas. Olhe para além deles e observe o estranho resultado. Mova seus dedos para mais longe e a disparidade retiniana diminuirá. Indicadores Binoculares de Profundidade Indicadores Monoculares de Profundidade • Tamanho relativo 03/09/2014 12 Indicadores Monoculares de Profundidade • Interposição Indicadores Monoculares de Profundidade • Gradiente de textura 03/09/2014 13 Indicadores Monoculares de Profundidade • Altura relativa Altura relativa Percebemos os objetos mais altos em nossos campos de visão como se estivessem mais afastados. Os objetos mais baixos são normalmente percebidos como figura. 03/09/2014 14 Altura relativa Qual das retas é a maior? Indicadores Monoculares de Profundidade • Movimento Relativo (paralaxe de movimento) O cérebro utiliza os indicadores de velocidade e direção para computar as distâncias relativas dos objetos • Objetos que estão além do ponto de fixação parecem se mover na mesma direção que você e quanto mais distante mais lenta será sua velocidade aparente. • Objetos que estão entre o ponto de fixação e você parecem se mover no sentido contrário e quanto mais próximos, maior será sua velocidade aparente 03/09/2014 15 Indicadores Monoculares de Profundidade • Perspectiva linear Quanto mais as linhas paralelas convergem, maior a distância percebida 03/09/2014 16 Indicadores Monoculares de Profundidade • Claridade relativa Hellen Ross, 1975 Percebemos objetos nebulosos como se estivessem mais distantes porque a luz de objetos mais distantes passa através de mais atmosfera. Indicadores Monoculares de Profundidade • Luz e sombra • Os objetos que estão próximos refletem mais luz para os lhos. Então, o que é mais escuro parece estar mais distante. • A sombra produz sentido de profundidade de acordo com a fonte de luz presumida. 03/09/2014 17 “Bristol, Broad Quay”, 1730, Anônimo Pistas de distância • Gradiente de textura • Interposição • Perspectiva linear • Altura relativa • Tamanho relativo Quais indicadores de distância podem ser identificados na figura abaixo? Círculo de Fogo 03/09/2014 18 PERCEPÇÃO DE MOVIMENTO Nosso cérebro computa o movimento com base em que: • Objetos que diminuem de tamanho estão se afastando; objetos que aumentam de tamanho estão se aproximando • Nosso cérebro interpreta uma série de imagens com poucas variações como um movimento contínuo (movimento estroboscópico ou fenômeno “phi”) • Movimento produzido por uma rápida sucessão de imagens que são na realidade estáticas, como no cinema (24 imagens por segundo). CONSTÂNCIA PERCEPTIVA Nos permite perceber um objeto como imutável mesmo através de estímulos que recebemos de sua mudança, ou seja, nos permite reconhecer o objeto sem sermos enganados por mudanças em seu tamanho, forma, claridade ou cor; por diferentes ângulos, distâncias e iluminações. 03/09/2014 19 INTERAÇÃO ENTRE TAMANHO e DISTÂNCIA Perceber a distância de um objeto nos dá pistas acerca do seu tamanho. Da mesma forma, saber seu tamanho natural (o tamanho familiar de um objeto conhecido) nos dá pistas a respeito de sua distância. ILUSÃO DE PONZO A perspectiva linear faz com que objetos do mesmo tamanho pareçam ser diferentes. As imagens projetadas nas nossas retinas são do mesmo tamanho. Mas, nosso cérebro considera que a imagem criada por um objeto mais distante somente seria igual se esse objeto fosse realmente maior. 03/09/2014 20 As quinas do nosso mundo retangular nos ensinam a interpretar o vetor “para fora” ou “para dentro” das setas que se formam nas extremidades das linhas como uma pista da distância existente entre a linha e nós e, consequentemente, do seu comprimento. Ilusão de Müller-Lyer Qual das quinas sinalizadas é a menor? A percepção não é mera projeção do mundo em nosso cérebro. As sensações são convertidas em partículas de informações que o cérebro reagrupa em seu próprio modelo FUNCIONAL do mundo exterior. Nosso cérebro constrói a percepção. 03/09/2014 21 ESQUEMAS A experiência forma conceitos e esquemas que organizam e interpretam informações desconhecidas Crianças têm esquemas simplificados, adultos têm esquemas mais elaborados. Esquemas para rostos nos faz identificar padrões faciais em configurações ocasionais (veios de madeira, nuvens, etc).CONJUNTO PERCEPTIVO predisposição mental que influencia o que percebemos PISTAS CONTEXTUAIS O contexto fornece pistas de como interpretar determinado estímulo Próxima aula MEMÓRIA Leitura: MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006 Cap. 9 - Memória •A mulher desencarnada • O homem que confundiu sua mulher com um chapéu (Sacks, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1997). • Ver e não ver (Sacks, O. Um antropólogo em Marte – sete histórias paradoxais. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995) Restrição sensorial e visão restaurada 03/09/2014 22 03/09/2014 23
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