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Parmênides

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PARMÊNIDES – O ser é e o não-ser não é. Só existe o ser. Não podemos nem pensar o não ser. 
O mal é o não-ser (Agostinho)
Com Parmênides podemos afirmar que a metafisica pré-socrática chegou ao seu ápice, conquistou o ser. Nada é maior que o ser e nada pode existir fora do ser o conceito de ser abarca toda a realidade e diz tudo a respeito da realidade. Parmênides chegou, alcançou, esse ápice da referência ontológica não através do sentidos, não através da experiência sensível, mas através da razão. A razão compreende que somente o ser é e que nada pode existir fora do ser. Então pode dizer que o “ser” é e o “não-ser” não é. Outro princípio que deriva disso é o tertium non datur – (a lei do terceiro excluído) (dois pilares da lógica clássica). Além disso Parmênides foi o primeiro a pensar a uma relação que será uma relação clássica. Pensar e ser. No sentido que podemos pensar somente o que é, não podemos pensar o que não é. O pensar nessa maneira se torna a realidade verdadeira na qual é presente a totalidade do ser. O ser pensa, pensa o quê? Pensa o ser, pensar em si mesmo, pois ele é realidade do ser. (motor imóvel) Mas nessa correspondência equivalente entre ser e pensamento reside também os limites da metafisica de Parmênides. A sua expressão mais contesta e justamente essa o mesmo é pensar e ser. τὁ γαρ ᾀῦτò υoέίυ εϭτἱγ καί ειγαι. (O mesmo é ser e pensar) O primeiro mérito é que pôs o princípio primeiro em uma realidade que o ser que transcende a realidade tanto de ordem física quanto de ordem matemática. O segundo mérito, ele concedeu o universo não como uma somatória de entes, mas como o ser que o princípio fundamental de todos os entes. Para Parmênides o devir era sinônimo de erro, de nada, de não-ser, porque o devir está fora do ser. Para Jaeger, “Sem dúvida a ideia principal de Parmênides é o ser, que é eterno e imutável.” Mas isso não quer que necessariamente eliminar o devir. Para Jaeger, “Parmênides condena o absoluto do devir.” Não existe em Parmênides a diferença ontológica entre “ente” e “ser” que encontraremos em Aristóteles, Boécio, Heidegger e nem existe na metafisica de Parmênides a subsistência do ser como pessoa, que será a grande “descoberta” de Tomás de Aquino. Transcendência e Imanência. Para os gregos, o divino não era uma dimensão externa ao mundo, mas era a parte melhor do mundo. Para elaborar uma metafisica de cunho verdadeiramente transcendental faltava a Parmênides e a todos os outros pré-socráticos um conceito fundamental. O conceito de Espirito. A filosofia nasceu na Grécia no século VII a.C. com objetivos metafísicos, com o intuito de descobrir os princípios das coisas, a Arché, sem recorrer os mitos e usando o logos a razão. Trata-se de uma verdadeira revolução cultural na história da humanidade, que terá consequências para toda cultura ocidental e também para o mundo inteiro. Podemos dizer que a filosofia pré sofistas conseguem dois grandíssimos resultados. A afirmação da primazia da razão sobre a fé religiosa e a crença mitológica. A substituição dos deuses do Olimpo com o princípio cosmológicos. Todavia essa separação entre a filosofia e a mitologia ainda não é total, completa. Platão reconhece que também os filósofos da natureza narram, recorrem a mitos. Além dos limites dessa metodologia a especulação metafisica desses filósofos resulta limitada também no que diz respeito as conclusões alcançadas. São as conclusões inadequadas, como o mesmo Aristóteles demonstrará. Todavia são de enorme importância para a história da metafísica.

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