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1 MÓDULO I: SAÚDE DO ADULTO, DOR ABDOMINAL, DIARRÉIA, VÔMITOS E ICTERÍCIA ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 OBJETIVOS 1. Rever o metabolismo da bilirrubina correlacionando a anatomia macroscópica das vias biliares intra e extra hepáticas. 2. Caracterizar as síndromes ictéricas, considerando definição, etiologias, sintomas e sinais clínicos, propedêutica e terapêutica. 3. Definir e classificar as colestases, intra e extra hepáticas. 4. Descrever a conduta dos casos a partir do diagnóstico síndrome de icterícia e colestase. REFERÊNCIAS ZATERKA, Schlioma; EISIG, Jaime N. Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós- graduação. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, FBG, 2016. MARTINS, Mílton de Arruda; et.al. Clínica médica, volume 4: doenças do aparelho digestivo, nutrição e doenças nutricionais. Barueri, SP: Manole, 2009. ANATOMIA DAS VIAS BILIARES As vias biliares são um conjunto de ductos que conectam o fígado + vesícula biliar ao intestino. Assim, a principal função é de carrear a bile produzida no fígado, para o armazenamento na vesícula biliar, para em seguida, ser liberada no duodeno, a fim de promover a digestão. Saindo da vesícula biliar, encontra-se o ducto cístico que se une ao ducto hepático comum (origina a partir da confluência do ducto hepático direito com o ducto hepático esquerdo, oriundos do fígado). A junção desses 2 ductos forma o ducto colédoco. Na porção mais distal do ducto colédoco, desemboca o ducto pancreático, formando um canal comum até o duodeno. Esse canal comum possui uma dilatação chamada de “Ampola de Vater” e é envolto por fibras musculares lisas que funcionam como um esfíncter (esfíncter de Oddi). Obs: o ponto onde a bile e o suco pancreático saem das vias biliares e caem no duodeno é na chamada papila duodenal. Fisiologicamente, a bile (sais biliares + colesterol) é produzida pelos hepatócitos no fígado e segue pelas vias biliares para ser excretada. Porém, nos momentos de jejum, o esfíncter de Oddi encontra- se fechado e então essa bile reflui e fica armazenada no interior da vesícula biliar. Durante a refeição ocorre a abertura do esfíncter e Oddi e a contração da vesícula biliar, excretando a bile no duodeno. METABOLISMO DA BILIRRUBINA A icterícia resulta de distúrbios em uma ou mais etapas do metabolismo da bilirrubina, com elevação das concentrações de bilirrubina direta e/ou indireta. A produção diária de bilirrubina no Síndromes Ictéricas e Colestase Problema 03 2 MÓDULO I: SAÚDE DO ADULTO, DOR ABDOMINAL, DIARRÉIA, VÔMITOS E ICTERÍCIA ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 adulto é de aproximadamente 4 mg/kg de massa corpórea, 70 a 90% provenientes da reciclagem de hemácias senescentes degradadas em baço e fígado. O restante provém de outras fontes, como mioglobina, citocromo P-450, catalase e peroxidase. Existem três etapas principais do metabolismo das bilirrubinas: pré-hepática, intra-hepática e pós- hepática. FASE PRÉ-HEPÁTICA A bilirrubina é um produto da degradação da porção heme da hemoglobina nas hemácias. As hemácias possuem uma vida média circulante de 120 dias e após esse período ela é destruída pelo sistema reticuloendotelial, principalmente no baço. Quando a hemácia é fagocitada, a hemoglobina presente no seu interior é separada em seus componentes: globina e heme. A globina é uma proteína que vai ser quebrada em aminoácidos, sendo utilizados para a síntese de outras proteínas. O grupo heme libera o ferro presente em sua estrutura que será reaproveitado pelo organismo para a formação de novas hemácias na medula óssea. A outra porção liberada do grupo heme é a protoporfirina (tóxica para o organismo) que logo é convertida em Biliverdina no interior do macrófago pela enzima heme-oxigenase e posteriormente transforma-se em bilirrubina sob atuação da biliverdina-redutase. Nessa etapa, a bilirrubina está na forma não conjugada, também denominada BILIRRUBINA INDIRETA. Cerca de 96% da bilirrubina plasmática está na forma indireta, que, não sendo hidrossolúvel, liga- se à albumina para chegar ao fígado. FASE INTRA-HEPÁTICA No fígado, a bilirrubina indireta é captada por um processo de transporte facilitado e também por difusão. No interior dos hepatócitos essa bilirrubina indireta sofre, então, o processo de conjugação com ácido glicurônico pela ação da enzima UGT1A1, que é uma UDP-glicuronosil-transferase, e converte-se em mono e diglicuronato de bilirrubina, também denominadas BILIRRUBINA DIRETA. A conjugação torna-a hidrossolúvel e, portanto, incapaz de se difundir através de membranas celulares. FASE PÓS-HEPÁTICA A bilirrubina conjugada sai dos hepatócitos e é captada ativamente pelos canalículos biliares, participando da composição da bile. Posteriormente, ela é conduzida pelos ductos biliar e cístico atingindo a vesícula, onde pode permanecer armazenada. Pode, também, prosseguir através do ducto colédoco, passando pela ampola de Vater e atingir a luz do duodeno; No intestino, parte dela é metabolizada pela flora intestinal em urobilinogênios e é reabsorvido pelos enterócitos pela circulação enterohepática. A maior parte dos urobilinogênios do sangue é filtrada pelos rins e excretada na urina na forma de urobilina, a qual confere a coloração amarelada à urina e a parte que sobrou no intestino que não foi reabsorvida é transformada em Estercobilina (pigmento que dá a cor acastanhada às fezes), sendo excretada no bolo fecal. VALORES DE REFERÊNCIA Bilirrubina total: 0,2 a 1,0 mg/dL. Bilirrubina não conjugada: 0,2 a 0,8 mg/dL. Bilirrubina conjugada: 0,1 a 0,3 mg/dL. ICTERÍCIA Icterícia é um sinal propedêutico caracterizado pela coloração amarelada da pela e das mucosas decorrente do aumento da bilirrubina total no sangue circulante (hiperbilirrubinemia). 3 MÓDULO I: SAÚDE DO ADULTO, DOR ABDOMINAL, DIARRÉIA, VÔMITOS E ICTERÍCIA ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 Geralmente, essa hiperbilirrubinemia torna-se perceptível quando a bilirrubina plasmática aproxima-se de níveis de 3 mg/dL (50 mcmol/L). O aumento da bilirrubina indireta está associado com o aumento da síntese de bilirrubina [devido ao aumento do catabolismo do grupo heme] e/ou diminuição da velocidade de conjugação. O aumento da bilirrubina direta está associado a alterações no processo de excreção de origem mecânica, que pode ser obstrução extra- hepática [ex.: cálculo no canal colédoco] ou intra-hepática [ex.: obstrução dos canalículos biliares], além de lesões hepatocelulares. A presença de bile na urina (colúria) sugere aumento dos níveis de bilirrubina direta, por isso é preciso buscar causas de icterícia após a conjugação da bile (injúria hepatocelular e doenças colestáticas). Obs: BD é a única que causa colúria, pois a BI não é filtrada pelos rins devido à ligação com albumina e a baixa hidrossolubilidade. A ausência de pigmento biliar nas fezes (acolia fecal) é consequente da obstrução do fluxo biliar ao intestino, achado frequente nas icterícias colestáticas (obstrução extra-hepática). SÍNDROMES ICTÉRICAS DEFINIÇÃO As síndromes ictéricas são caracterizadas por aumento da bilirrubina no organismo devido à diminuição ou interrupção da excreção de bile por obstrução do fluxo através da árvore biliar intra ou extra-hepática ou por alteração funcional do hepatócito. As desordens hereditárias associadas ao aumento isolado da bilirrubina não conjugada são: Síndrome de Gilbert e Síndrome de Crigler-Najjar. Enquanto à hiperbilirrubinemia direta relaciona com a Síndrome de Rotor e Síndrome de Dubin- Johnson. ETIOLOGIAS As diversas etiologias da icterícia podem ser classificadas de acordo com a bilirrubina predominante, ou seja, as que causam hiperbilirrubinemia direta e as que causam hiperbilirrubinemiaindireta. HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA 1. AUMENTO DA PRODUÇÃO: hemólise (já que aumenta o substrato para produção de bilirrubina). 2. DIMINUIÇÃO DA CAPTAÇÃO: medicamentos, infecções, desnutrição, etc. 3. DIMINUIÇÃO DA CONJUGAÇÃO: síndrome de Gilbert e Crigler-Najar; neonatal (fisiológica). SÍNDROME DE GILBERT É uma doença com prevalência relativamente alta, predominando no sexo masculino pela maior produção diária de bilirrubinas totais. A apresentação típica da síndrome de Gilbert ocorre na adolescência, sendo muito rara a manifestação antes da puberdade. Em geral, esses pacientes são assintomáticos e apresentam aumento de bilirrubina indireta, mas sem a presença de hemólise. Decorre de uma deficiência parcial da enzima glucuronil-transferase (UGT) (preservam de 10 a 33% de atividade da enzima) provocando um defeito na eliminação da bilirrubina não conjugada do sangue para o fígado. Sendo assim, esses pacientes não possuem um aumento muito pronunciado de bilirrubinas totais, não ultrapassam 3 a 4 mg/dL, mas se elevam em situações de estresse como jejum prolongado, infecções intercorrentes e uso de drogas de metabolização hepática. Não há alteração das demais provas hepáticas, e não se recomenda nenhum tratamento específico. Fenobarbital pode ser administrado em pequenas doses para corrigir a hiperbilirrubinemia. 4 MÓDULO I: SAÚDE DO ADULTO, DOR ABDOMINAL, DIARRÉIA, VÔMITOS E ICTERÍCIA ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 SÍNDROME DE CRIGLER-NAJJAR DO TIPO 1 Icterícia não-hemolítica, congênita (surge no período neonatal) na qual se observa defeito na conjugação da bilirrubina em que a atividade da enzima bilirrubina UGT-1 está ausente. É caracterizada por icterícia, diminuição da excreção fecal de urobilinogênio, bem como com menor conjugação da bilirrubina total. O quadro pode evoluir para um episódio denominado Kernicterus, caracterizado pelo dano neurológico permanente, decorrente de um aumento demasiado e prolongado dos níveis séricos de bilirrubina indireta. A hiperbilirrubinemia indireta situa-se em níveis entre 18 e 45 mg/dL. Devem-se adotar medidas profiláticas, como: manter concentração adequada de albumina plasmática, prevenir hemólise, jejum prolongado, infecções e exercícios físicos intensos. Evitar drogas que competem com a bilirrubina na ligação com albumina, como sulfonamidas, salicilatos e penicilina. A redução da hiperbilirrubinemia não responde satisfatoriamente ao uso de fenobarbital. O tratamento definitivo é o transplante hepático, que garante maior sobrevida. Logo após o nascimento, pode-se usar exsanguineotransfusão ou plasmaférese, principalmente quando há risco de dano neurológico. SÍNDROME DE CRIGLER NAJJAR DO TIPO 2 A atividade enzimática encontra-se apenas reduzida, apresenta evolução benigna e a icterícia é mais branda, com bilirrubinemias entre 6 e 25 mg/dL, que se reduzem em até 75% com a administração de fenobarbital. Entretanto, em situações de jejum prolongado ou doença intercorrente, o clínico deve estar atento ao risco de kernicterus (dano neurológico), independentemente da idade do paciente. HIPERBILIRRUBINEMIA DIRETA A bilirrubina direta já passou pelas fases de captação e conjugação, então nos casos de hiperbilirrubinemia à custas de direta o problema está na excreção que pode ser devido a: 1. LESÃO DOS HEPATÓCITOS DIFICULTANDO A EXCREÇÃO ADEQUADA DA BILE: hepatites virais, alcóol, drogas, Doença de Wilson, febre amarela, etc. 2. OBSTRUÇÃO DOS CANALÍCULOS BILIARES IMPEDINDO O FLUXO DA BILE: coledocolitíase, pancreatite crônica, colangiocarcinoma, câncer de cabeça de pâncreas, câncer de vesícula biliar, etc. SÍNDROME DE DUBIN-JOHNSON Doença que cursa com hiperbilirrubinemia mista, com predomínio do aumento da bilirrubina conjugada. Consiste em uma doença muito rara, decorrente de herança autossômica recessiva, com igual incidência em homens e em mulheres. Em níveis celulares, a síndrome de Dubin- Johnson é originada de um defeito na proteína transportadora de ânions orgânicos denominada MRP2, caracterizando a dificuldade de excreção ou de armazenamento, cursando com o aumento de bilirrubina conjugada. O quadro clínico consiste na manifestação ictérica em adolescentes e em adultos jovens, que geralmente se apresentam assintomáticos ou com sintomas inespecíficos, que pioram com o uso de anticoncepcionais orais, com gestações ou infecções. Os níveis de hiperbilirrubinemia mantêm-se de 2 a 5 mg/dL, mas podem atingir até 25 mg/Dl. Há alterações quanto à excreção normal de coproporfirinas, sendo que a análise total revela níveis normais de coproporfirina, com aumento da fração composta de coproporfirina I (cerca de 80%), enquanto em indivíduos normais, 75% da coproporfirina é composta do tipo III. Não há tratamento específico. É uma doença benigna. SÍNDROME DE ROTOR Desordem congênita, autossômica recessiva que cursa com hiperbilirrubinemia conjugada. É rara, habitualmente diagnosticada durante a infância. Apresenta curso benigno. 5 MÓDULO I: SAÚDE DO ADULTO, DOR ABDOMINAL, DIARRÉIA, VÔMITOS E ICTERÍCIA ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 Geralmente, as bilirrubinas totais séricas estão em torno de 3 a 7 mg/dL, mas níveis de até 20 mg/dL são compatíveis. Ocorre um prejuízo no armazenamento hepatocelular da bilirrubina conjugada, havendo um extravasamento para o plasma, culminando no aumento dos níveis séricos de bilirrubina direta. Desse modo, temos que a doença se manifesta com o aumento de bilirrubinas, com predomínio da forma direta, sendo a análise urinária de grande valia, principalmente quanto em relação aos níveis de coproporfirinas urinárias, sendo que nesses indivíduos encontraremos um aumento de 2 A 5X o normal de excreção de coproporfirinas totais, com 65% da fração comporta pelo tipo I, enquanto que, indivíduos normais possuem cerca de 75% do tipo III. Nenhum tratamento é necessário. INVESTIGAÇÃO CLÍNICA Inicialmente, é preciso solicitar: 1) Dosagem de bilirrubina total e suas frações. 2) Hemograma, reticulócitos, haptoglobina e LDH. 3) Fosfatase alcalina e gamaglutamiltransferase. 4) Aminotransferases. 5) Tempo de protrombina. 6) Albumina. Paciente com hiperbilirrubinemia: deve-se determinar qual das frações da bilirrubina está elevada. ↑ BI: hemograma, contagem de reticulócitos, níveis de haptoglobina e LDH. Quando as enzimas hepáticas estão dentro do limite da normalidade supõe-se que a icterícia não seja causada por injúria hepática ou doença do trato biliar. Nesses pacientes, devemos pensar em hemólise ou erro inato do metabolismo da bilirrubina. As doenças congênitas associadas ao aumento isolado de bilirrubina indireta são a síndrome de Gilbert e de Crigler-Najjar. ↑ BD: aminotransferases e fosfatase alcalina. Quando essas enzimas se encontram dentro dos limites da normalidade, deve-se pensar em doenças congênitas associadas ao aumento da bilirrubina direta, como a síndrome de Rotor e de Dubin-Johnson. Porém, quando as enzimas estão alteradas, é muito importante determinar qual delas predomina. ↑ predominante da fosfatase alcalina em relação às aminotransferases (AST e ALT): obstrução biliar ou colestase intra-hepática. Nesses casos, quando o tempo de protrombina alargado é corrigido com administração de vitamina K, sugere alteração na absorção intestinal de vitaminas lipossolúveis, sendo compatível com icterícia obstrutiva. Relato de acolia fecal fortalece o diagnóstico. ↑ predominante das transaminases = dano hepatocelular. Ex: hepatites virais (não raramente > 1000 UI/L) e alcoólicas (AST > 2x em relação à ALT, geralmente ambas < 500 UI/L.)RESUMINDO... LESÃO HEPÁTICA: As aminotransferases são marcadores sensíveis de injúria hepatocelular. Nesse caso, é dosado AST/TGO [H: até 37 U/L e M: 6 MÓDULO I: SAÚDE DO ADULTO, DOR ABDOMINAL, DIARRÉIA, VÔMITOS E ICTERÍCIA ANA LUIZA ALVES PAIVA -6° PERÍODO 2022/2 até 31 U/L] e ALT/TGP [H: até 41 U/L e M: até 31 U/L]. Obs: Na obstrução aguda da via biliar, as transaminases atingem valores próximos ou maiores que 1.000 UI/L, sem perda de função hepática, com queda abrupta em 24 a 48 horas, levantando a suspeita de migração de cálculo. FUNÇÃO HEPÁTICA: a albumina sérica é uma proteína sintetizada exclusivamente no fígado, [3,5 mg/dL – 4,5 mg/dL] e o tempo de protrombina, [11,1 a 13,2 seg.]. MARCADORES CANALICULARES: indicam lesão do epitélio biliar, é representado pela fosfatase alcalina (FA) [H: 40 a 129 U/L e M: 35 a 104 U/L] e Gamaglutamil transferase (GGT) [H: 12 a 73 U/L e M: 8 a 41 U/L]. Obs: Obstruções das vias biliares extra ou intra- hepáticas, de ductos principais ou de pequenos ductos biliares, elevam rapidamente os níveis de FA. A GGT é extremamente sensível para o diagnóstico de doença hepatobiliar, porém, pouco específica. COLESTASE É a diminuição ou interrupção do fluxo biliar para o duodeno, por obstrução da árvore biliar intra ou extra-hepática, ou por alteração funcional do hepatócito, acarretando em aumento da bilirrubina direta. A colestase em extra-hepática (CEH) resulta da obstrução da árvore biliar extra-hepática, nos ductos biliares principais, localizados fora do fígado ou ao nível do hilo hepático A colestase intra-hepática (CIH) pode resultar de defeitos funcionais ou de obstrução do fluxo de bile, desde ramos de maior calibre da árvore biliar intra-hepática (ABIH) até o sistema biliar de pequenos ductos. Clinicamente, a colestase caracteriza-se classicamente pela tríade: icterícia, colúria e hipocolia ou acolia fecal. Porém, a presença da icterícia não é uma condição obrigatória para o seu diagnóstico, sendo, muitas vezes, diagnosticada somente pela elevação de enzimas hepáticas canaliculares: fosfatase alcalina (FA) e gama-glutamil transferase (GGT) e elevação sérica de sais biliares.
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