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Territorio Plural a Pesquisa em Educação Introdução Cap 1e 2

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Território Plural – A Pesquisa em História da Educação
Introdução
. Educação Ensinar, aprender. Aulas, alunos, provas. Professores. Material escolar. Livros e leituras. Transmissão da cultura de geração a geração.
Hoje esses termos de palavras fazem parte do nosso dia-a-dia, faz parte do nosso ser o que um dia foi “o outro”. E mesmo assim pouco desse universo é conhecidos pelos pesquisadores.
O estudo da história traz o encontro entre o que é diferente e o similar mostra o quanto somos universais e particulares ao mesmo. Existem outras experiências que nos proporcionam essa descoberta, o cinema, o teatro, aliteratura e a conversa com pessoas de diferentes idades, classes sociais, etnias, generos…
A história nos permite ver que, em outros lugares, e em outras culturas e em outras epócas, ou aqui perto de nós, a educação e a escola tem se transformado, mas matêm elementos que surpreendentemente são os mesmos de um século atraz. 
Uma Pequena Historia da Educação
A origem da palavra “escola” – grego – skholê – quer dizer “ócio, vagar, lazer”. No latim schola – “ócios consagrados ao estudo”. Antigamente para estudar, a pessoa tinha que abandonar outras ocupações. A ocupação era um negócio. A escola era um lugar para se entregar aos seus estudos, isso exígia um desejo de saber. A origem da palavra “estudo” (do latim studium) esstá ligada a gosto e desejo.
Uma invenção da sociedade grega no século VI a.C, a escola veio com o surgimento da democracia . As crianças consideradas livres frequentavam vários tipos escolas: de gramatica, de educação física, e de música; elas eram levadas a escola por um pedagogo (do grego paidagogos) um escravo encarregado de conduzir a criança a escola e cuidar de sua educação moral, cuidar de coloca-la no bom caminho - o da escola.
Durante a idade média (século IV-XIV) escolas nasceram sob o abrigo de mosteiros, igrejas e abadias, foram impulsionadas pelas atividades comerciais e artesanais que começaram a se desenvolver nos burgos, e isso deu origem as universidades.
Na Renascença (século XV) a arte e a literatura antiga foram resgatadas, trazendo assim uma nova visão de mundo. A conquista da América, anuncia uma nova era, com novas raças e culturas, o que obriga a pensar em um novo tipo de escola.
A idade moderna, a partir do século XVI trouxe as proposições da reforma e contrarreforma com profundas consequências para a educação. Estenderam a leitura e escrita a um numero maior de pessoas, tais proposições traziam um novo lugar para os homens e mulheres no universo, e uma nova concepção de ciência e razão. E assim veio a democratização da educação e a educação gradativamente torna-se publica leiga, universal, gratuita e obrigatória: é dever do estado e não do cidadão.
No Brasil, em 1808 com o estabelecimento da família real, novos ares culturais e educacionais passam a ser respirados, foram criados cursos superiores, além de centros culturais- educacionais, e em 1822 legislações nacionais e provinciais começam ser estabelecidos e a inserção de meninas e negros torna-se possibilidade. No final do século a mulher passa a ocupar a maior parte dos lugares no magistério primário.
O século XX é o momento em que a instrução se dissemina no Brasil. Principalmente a partir de 1930, diversas leis foram criadas para melhoras a educação primária, secundária e superior. Na transição do século XX para o século XXI a escola ganha novos instrumentos, computadores ligados a internet. O computador e as linhas de transmissão possibilitam que em tese, qualquer pessoa acesse informações do mundo inteiro, mais do que nunca, saber é poder.
Capitulo 1- História da educação: uma disciplina e um campo de pesquisa
Uma história do campo: os enfoques tradicionais
A disciplina história da educação nasceu no final do século XIX e se desenvolveu nas escolas “normais”. No Brasil já eram escritos por membros do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro na segunda metade do século XIX. Foi introduzida no currículo da Escola Nacional do Rio de Janeiro em 1928.
A historia da disciplina está marcada pelo caráter utilitário que poderia cumprir na formação de professores.
Características institucionais e tendências temáticas.
Talvez pela necessidade de que área de educação tem de solucionar os problemas da prática, filosofia e historia foram consideradas pouco importantes para a compreensão do fenômeno educativo. E é exatamente a filosofia que vai acompanhar a história da educação em sua trajetória. Essa associação trouxe consequências importantes para os contornos que a historia da educação tem assumidos.
Outro aspecto importante é o de que a área da educação, com vêm mostrando alguns trabalhos, está profundamente impregnada a um etos religioso – esta posição salvacionista é tão forte que, mesmo quando não comungamos, parecemos imbuídos de certa militância. Na historia da educação brasileira, é surpreendente a quantidade de ações do estados baseadas no trabalçho voluntario dos educadores. Outro aspecto a ser considerado é o de que existem dificuldade para construir a historia da educação como área de pesquisa propriamente dita. È a partir dos anos 50 e 60 que começa a se configurar um campo de pesquisas em história da educação.
Muitas das pesquisas realizadas buscavam formas para solucionar os problemas, expunham o que deveria ter acontecido, analisavam-se leis, reformas e regulamentos. Eles buscam na história da educação respostas por suas inquietações.
No Brasil, o final da década de 70 e os anos 80 foram profundamente marcados pela influencia marxista na área da educação. A maioria dos trabalhos adotava abordagens macroscópicas para entender a educação como um fenômeno superestrutural no interior das condições econômicas especifica. No entanto muitos desses trabalhos encorpam o marxismo de maneira apressada e pouco profunda.
Outras Tendências historiográficas e história da educação
Nas ultimas três décadas, diversas mudanças vêm acontecendo na área da história da educação, seja em seus contornos teórico-metodológicos, seja na ampliação de seus objetos e fontes. Hoje essa pesquisa é muito mais imaginativa e inovadora do que era há alguns anos.
Nessas três ultimas décadas, três tendências influenciaram decisivamente o campo da história da educação, contribuindo para renova-la: a história cultural, a história social e a micro historia. Dentre essas três, talvez a que tenha causado maior impacto entre pesquisadores tenha sido a historia cultural.
A história cultural tem chamado atenção principalmente pelos trabalhos realizados por Roger Chartier. Outra tendência que vêm influenciados os historiadores é a historia social, vincula-se de maneira mais restritiva a tradição historiográfica anglo-saxônica. Nos anos 60 o impacto dos Annales nessa produção tornou-se ainda maior.
A micro história também tem exercido significativa influencia sobre os historiadores. Surgiu em meio pesquisas nos anos 70. Trata-se de uma prática com referencias teóricas variadas. Está fundamentada na hipótese de que a observação microscopia pode revelas ao pesquisador fatores previamente não observado.
Na história da educação, essas tendências também provocaram mudanças na seleção de objetos de pesquisa e na forma de aborda-las. Além de inovar na escolha de objetos, a historia da educação tem incorporado categorias teorizadas em outras áreas das ciências humanas.
Um problema comum é que hoje tem mudado é o das pesquisas que considerava estados ou cidades importantes na atualidade como igualmente importantes no passado. Se por um lado, as novas tendências historiográficas tem fertilizado o campo da historia da educação, por outro elas trazem desafios para os que nele atuam, na medida em que se trata de um campo bastante recente e frágil.
De certa forma, as pesquisas mais recentes abandonam a ideia de um contexto único, que possa basear as explicações sobre qualquer objeto. Outro grande desafio para compreender a historia da educação brasileira diz respeito aos períodos investigados. Nos últimosanos tem crescido o interesse dos pesquisadores pelas décadas iniciais do século XX. O maior vácuo da pesquisa é o do período colonial. De qualquer modo, a periodização deve ter seus marcos na lógica do próprio objeto.
Uma alternativa tem sido produzir coletâneas com resultados de investigações e usa-los no curso de investigações e formação de professores. Publicações mais recentes tendem a privilegiar obras coletivas: as obras de apenas um autor são cada vez menos comuns. Mesmo assim, elas são boas alternativas para o trabalho em sala de aula.
 
Capitulo 2 – Historia da educação: novos objetos
Um dos domínios mais tradicionais da historia da educação é a historia do ensino. Esse campo de estudos também tem incorporado de maneira significativa as reflexões realizadas. De modo geral, considera-se limitado o ponto de vista que traça uma relação direta entre a escola e os aspectos econômicos e políticos da época.
A historia do ensino não mais se restringe a historia das instituições escolares, do pensamento pedagógico e dos movimentos educacionais. Por isso não é suficiente estudar leis, reformas, regulamentos e propostas. É preciso captar o dia-a-dia da escola e dos outros tempos – métodos de ensino, materiais didáticos utilizados...
O estudo das disciplinas e dos saberes escolar tem sido fundamental para compreender o papel dos contextos culturais na definição daquilo que deve ser ensinado na escola, diferente do que ocorria há alguns anos, quando tinha como algum foco a propagação de ideologias.
Historia de Intelectuais e do pensamento pedagógico
A Historia dos intelectuais e dos pensamentos pedagógicos é também realizada com base em novas abordagens e novas fontes. Investigam percursos de formação e de influencias das ideias dos autores na configuração do pensamento pedagógico brasileiro. 
Com base em novas abordagens historiográficas, a historia dos intelectuais e do pensamento pedagógico usa fontes pouco exploradas até recentemente, e se limitam a analisar os conteúdos expressos e tentam compreender seu processo de produção e circulação.
Historia da alfabetização, do livro e da Leitura.
Hoje, a historia da educação está restritamente relacionada a um rico campo de pesquisas no interior da historia cultural: a historia da alfabetização, do livro e da leitura. Aos poucos, estudos desse tipo foram cedendo espaço para pesquisas qualitativas, preocupadas em reconstruir os processos de aquisição eas praticas de leitura escrita. Esses estudos têm contribuído para mostrar como são complexas as relações - nem sempre diretas e mecânicas.
Já os estudos que se detem sobre formas de circulação dos objetos de leitura discutem como os matérias escritos eram disponibilizados para os potencias leitores em diferente sociedades nda época. Os principais agentes que atuam nesse momento do circuito são os autores, os editores e os

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