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Nutricao pediátrica

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Vitória Nobrega Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro 
PEDIATRIA – NUTRIÇÃO PEDIÁTRICA
Aleitamento Materno 
IDEAL: desde a sala do parto até a criança 
desmamar voluntariamente, sendo AME até 
os 6 meses de vida. 
• Aleitamento reduz em até 13% as 
mortes de crianças menores de 5 anos. 
• A introdução precoce de outros 
alimentos antes do 6º mês pode causar 
mais episódios de diarreia, doenças 
respiratórias, diminuição da absorção 
de ferro e zinco e risco de desnutrição. 
COLOSTRO (primeiros 5 dias): leite secretado 
nos primeiros dias, contendo muitas proteínas 
e imunoglobulinas, mas com menos lipídios. 
LEITE DE TRANSIÇÃO: é mais volumoso que 
o colostro, contendo menos proteínas e mais 
gorduras e carboidratos. 
LEITE MADURO: contém grandes 
quantidades de lipídios e carboidratos e 
menores quantidades de proteínas. 
O leite de vaca possui 3x mais proteínas do 
que o leite humano, o que sobrecarrega os 
rins e aumenta a excreção de cálcio pela 
urina. Além disso, o leite de vaca possui uma 
proteína com potencial alérgico, que é a beta-
lactoglobulina. 
• Leite de vaca possui ferro, mas ele não 
é bem absorvido. 
Já as fórmulas lácteas são uma boa 
alternativa quando o AM não é possível, 
porem, elas não possuem as imunoglobulinas 
necessárias para a proteção do bebê, além de 
ser necessário um acompanhamento correto 
para a prescrição adequada desse composto, 
a fim de evitar subnutrição e obesidade. 
Os principais benefícios do leite humano são: 
• Diversas imunoglobulinas, sobretudo 
IgA, que atua contra microrganismos 
que invadem/colonizam as mucosas. 
• Leucócitos, lisozimas, lactoferrina, 
oligossacarídeos. 
• Fator bífico, que favorece o 
crescimento da bactéria que acidifica 
as fezes e dificulta infecções por 
bactérias que causam diarreia, como 
Shigella. 
OBS: GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA 
A gravidez na adolescência é uma situação de 
vulnerabilidade, pois há falta de informação, 
incapacidade psicológica e emocional, na 
maioria dos casos. 
O colostro produzido por mães adolescentes 
possui níveis diferentes de IgA e IgM, devido 
aos altos níveis de prolactina, estrogênio e 
progesterona. 
Além disso, é importante ressaltar que a 
amamentação previne o câncer de ovário, 
mama e endométrio. E, ainda, a mãe perde 
cerca de 500 calorias por dia e estabelece o 
vínculo mãe-bebê. 
Enquanto durar o aleitamento materno, com 
exceção da vitamina D, K e do ferro, haverá a 
oferta de vitaminas suficientes. Porém, essa 
oferta depende da alimentação da mãe, isto é, 
quanto mais diversificada, maior e melhor é o 
aporte de vitaminas no leite. 
LEMBRE-SE: amamentar antes da primeira 
hora de vida traz menos riscos de mortalidade 
para o bebê. 
Doenças infecciosas Maternas que 
impedem a Amamentação 
INFECÇÕES QUE CONTRAINDICAM 
TEMPORARIAMENTE A AMAMENTAÇÃO: 
• Brucella – interromper o aleitamento de 
72 a 96 horas. 
• Streptococcus do grupo B 
• Staphylococcus aureus 
• Haemophilus influenza tipo B 
• Streptococcus pneumoniae 
• Neisseria miningitidis 
TUBERCULOSE: mães abacilíferas ou 
tratadas por duas semanas ou mais antes do 
Vitória Nobrega Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro 
nascimento devem amamentar. Já as mães 
com sinais e sintomas devem retirar o leite e 
oferecer para a criança, utilizando máscara e 
normais higiênicas. Em casos de mães 
contaminadas, a criança precisa tomar 10 
mg/kg/dia até o 3º/40 de vida. 
MASTITE E ABCESSO MAMÁRIO: não 
contraindica a amamentação. 
HANSENÍASE CONTAGIOSA 
(VITCHOWIANA): se a lactante estiver 
realizando o tratamento adequadamente, não 
há contraindicação para a amamentação. 
Mesmo assim, o RN deverá ser precocemente 
tratado. 
DOENÇA DIARREICA: não há 
contraindicação, mas a mãe deve realizar a 
higiene das mãos adequada após ir ao 
banheiro. 
SÍFILIS: se houver lesões primárias e 
secundárias na aréola e/ou mamilo, a 
amamentação é contraindicada 
temporariamente. 
DOENÇA DE CHAGAS: amamentação 
contraindicada durante a fase aguda da 
doença. 
HEPATITES A, B OU C: a amamentação é 
contraindicada nos casos do B e C. 
HIV: amamentação contraindicada. 
Necessidades de Micronutrientes 
RNPT 
As necessidades energéticas do RNPT 
dependem da IG, PN, metabolismo e 
deficiência nutricional, mas, em geral, oferta-
se 110-135 Kcal/kg/dia. 
PROTEÍNAS: fundamentais para o 
desenvolvimento normal. O objetivo é 
alcançar o crescimento desejado e incorporar 
nitrogênio, sem ocasionar acidose, uremia ou 
grandes quantidades de amônia no sangue. 
• A maior taxa de uso de proteínas 
ocorre antes de 32 semanas 
gestacionais. 
CARBOIDRATOS: são a maior fonte de 
energia. O limite mínimo é de 10,5 g/100 Kcal 
de carboidrato, para que haja funcionamento 
adequado dos órgãos dependentes de 
glicose, como o cérebro. 
LIPÍDIOS: fundamentais para o crescimento e 
composição corporal. 
• Recomenda-se ingestão mínima diária 
de 4,8 g de gordura/kg. 
• ÁCIDOS GRAXOS ESSNECIAIS: 
linoleico e a-linolênico, são importantes 
para o transporte e oxidação de 
colesterol, além de fazerem parte dos 
fosfolipídios. Sua deficiência ao longo 
de tempo gera um déficit no 
desenvolvimento neuropsicomotor. 
Necessidades de Micronutrientes 
RNPT 
SÓDIO: RNPT possuem excretam mais, 
possuem altas taxas de mineralização óssea 
e possuem um desbalanço glomérulo-tubular 
e, por isso, necessitam de altas 
quantidades de sódio. 
• Quanto mais prematuro, maior a perda 
renal de sódio. 
CÁLCIO E FÓSFORO: Devido ao baixo 
acúmulo de nutrientes e grande velocidade de 
crescimento e mineralização óssea, 
necessitam de altas quantidades de cálcio 
e fósforo. 
• Lembre-se: absorção de cálcio 
depende da vitamina D. 
• Recomenda-se ingestão de 120 a 200 
mg/kg/dia de cálcio e 60 a 140 
mg/kg/dia de fósforo. 
VITAMINA D: importante papel nos sistemas 
neuromuscular e imunológico e na 
mineralização óssea. 
FERRO: essencial para a formação das 
hemácias, para o desenvolvimento cerebral e 
para as funções musculares e cardíacas. 
• Porém, a oferta excessiva pode 
aumentar o risco de infecções, déficits 
Vitória Nobrega Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro 
no crescimento e distúrbio na absorção 
de outros minerais, além de aumentar 
a presença de radicais livres. 
ZINCO: Atua no sistema imune e é essencial 
para o crescimento e a diferenciação celular. 
• Recomenda-se ingesta de 1400 a 2500 
mcg/kg/dia. 
• DEFICIÊNCIA – causas: diarreia, 
síndromes de má-absorção e nutrição 
parenteral prolongada sem zinco. 
Nutrição Enteral 
INDICAÇÕES: 
• Ingesta insuficiente 
• Disfagia 
• Terapia de doença metabólica, doença 
inflamatória intestinal e intolerância ao 
jejum 
• Alterações no TGI 
• Traumas 
• Gasto energético aumentado, como em 
cardiopatias congênitas, fibrose cística, 
nefropatias, infecção e 
broncodisplasia. 
• Aumento das perdas gastrointestinais. 
CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS: 
• Íleo paralítico ou mecânico 
• Obstrução intestinal 
• Perfuração intestinal 
• Enterocolite necrotizante 
Vitamina A 
- Vitamina Lipossolúvel 
- Dose diária recomendada: 400 a 900 mcg 
retinol/dia (1.200 a 3.000 UI/dia) 
- FUNÇÕES: 
• Metabolismo celular 
• Produção do pigmento retiniano 
(rodopsina) 
• Diferenciação de células epiteliais 
• Crescimento ósseo 
• Processos imunes 
• Metabolismo do ferro 
- Deficiência prevalente no nordeste e alguns 
locais do sudeste e norte. 
- Encontrada na forma de retinol (princípio 
ativo) em alimentos de origem animal (fonte 
de vitamina A pré-formada) e beta carotenos 
(fonte de provitamina A). 
• Vísceras 
• Gemas de ovos 
• Leite integral e seus derivados 
• Frutas e legumes amarelos e 
alaranjados 
• Vegetais verde-escuros 
• Frutos de palmeira e seus óleos 
- CAUSA PRIMÁRIA: baixa ingestão 
- CAUSA SECUNDÁRIA: má absorção, 
parasitoses, hepatopatias, pancreatopatia, 
infecções e desnutrição. 
- SINTOMAS DE HIPOVITAMINOSE: 
• OCULARES: xeroftalmia, cegueira 
noturna (nictalopia), maca de bitot 
(casos muito avançados), xerose 
conjuntival e ceratomalácia.• DEMAIS: descamação da pele, acne, 
deficiência do crescimento 
esquelético, deficiência reprodutiva. 
- SINTOMAS DE HIPERVITAMINOSE: 
náusea, vômitos, cefaleia, letargia, 
irritabilidade, dor óssea, alopecia, 
emagrecimento, hepatomegalia, aumento a 
PIC, fontanela abaulada, entre outros. 
- DIGNÓSTICO: anamnese, exame físico e 
laboratorial (dosagem sérica do retinol) 
• 10 a 20 mcg/dL de retinol: deficiência 
leve a moderada 
• < 10 mcg/dL de retinol: deficiência 
grave. 
- Suplementação em crianças que vivem em 
áreas de risco como profilaxia para o 
desenvolvimento da deficiência de vitamina A. 
• Avaliar bem a história clínica e 
epidemiológica do paciente, para evitar 
hipervitaminose. 
Vitória Nobrega Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro 
- DOSAGEM PROFILÁTICA E 
TERAPÊUTICA: 
• Menores de 6 meses de vida: 50.000 UI 
• 6 a 11 meses de vida: 100.000 UI a 
cada 6 meses. 
• 12 a 59 meses de vida: 200.000 UI a 
cada 6 meses. 
OBS: QUADROS OCULARES 
Nos quadros oculares, deve-se realizar 
10.000 UI/dia ou 25.000 UI/semana, durante 3 
meses. 
E, nos casos de lesão de córnea, realizar 
200.000 UI no primeiro e segundo dia, 
repetindo após 14 dias. 
- INFORMAÇÕES IMPORTANTES: 
• Todo paciente desnutrido grave deve 
receber uma megadose de acordo com 
a faixa etária. 
• Pacientes com sarampo devem 
receber por dois dias 
• Deficiência de zinco pode interferir no 
metabolismo da vitamina A e, por isso, 
deve ser corrigida em conjunto. 
Vitaminas do Complexo B 
- O sistema nervoso é o mais dependente de 
vitaminas do complexo B e da vitamina C. 
- São vitaminas hidrossolúveis 
- São 8: 
• B1: tiamina – deficiência = beribéri 
• B2: riboflavina – deficiência = alteração 
na cicatrização, na síntese de 
hemoglobina, no metabolismo dos 
carboidratos, gorduras e proteínas. 
• B3: niacina ou niacinamida – 
deficiência = pelagra. 
o Controla os níveis de colesterol, 
triglicérides e glicose. 
• B5: ácido pantotênico – deficiência é 
rara. 
• B6: piridoxina ou piridoxal- deficiência 
está associada às doenças crônicas. 
• B7: biotina – deficiência é um erro inato 
do metabolismo. 
• B9: ácido fólico 
• B12: cobalamina 
VITAMINA B9 
- É absorvida no intestino delgado e 
metabolizada no fígado. 
- Fundamental para a síntese de RNA, DNA e 
hemácias. 
- Trabalha junto com as vitaminas B12 e c, 
ajudando na síntese proteica. 
- Está presente no feijão, nas vísceras, nas 
folhas verde-escuras, batata, trigo e levedura. 
- DOSE DIÁRIA RECOMENDADA: 65 a 400 
mcg/dia. 
• Seu excesso causa a diminuição da 
absorção de zinco. 
- SINTOMAS DE HIPOVITAMINOSE B9: 
• Astenia 
• Glossite 
• Anorexia 
• Taquicardia 
• Esplenomegalia 
• Déficit de memória 
• Irritabilidade 
• Distúrbios do sono 
• Ataxia 
• Defeitos do tubo neural em fetos 
- TRATAMENTO: correção de eventuais 
carências dietéticas, substituição ou 
interrupção de drogas anti-folato e uso de 
ácido fólico, de 1 a 5 mg/dia. 
VITAMINA B12 
- Absorvida no íleo terminal, sendo necessária 
a presença do fator intrínseco do estômago. 
- Presente nos tecidos animais, carnes 
bovinas, suínas, de aves e de peixes, 
vísceras, principalmente fígado, rins e 
coração, gema de ovo, frutos do mar, levedo 
de cerveja, leite e derivados. 
• Mães vegetarianas e veganas: deve-se 
realizar suplementação para a mãe (50 
mcg/dia) e para o lactente (5 mcg/dia). 
Vitória Nobrega Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro 
- DOSE DIÁRIA RECOMENDADA: 0,4 a 2,4 
mcg/dia 
- DIAGNÓSTICO: hemograma (índices 
hematimétricos) e dosagem de vitamina B12 
(se menor que 200 ng/L = deficiência) 
- TRATAMENTO: correção alimentar e 
reposição de acordo com a deficiência, peso e 
idade. 
Vitamina C 
- Hidrossolúvel 
- DOSE DIÁRIA RECOMENDADA: 40 a 63 
mg/dia. 
- Encontrada em frutas e em hortaliças de 
folhas verdes. 
- FUNÇÕES 
• Antioxidante 
• Absorção de ferro 
• Síntese de colágeno 
• Biossíntese da carnitina e da epinefrina 
• Metabolismo da tirosina e dos 
hormônios peptídeos (TSH, LH e FSH) 
- DEFICIÊNCIA = ESCORBUTO 
• Má cicatrização 
• Gengivite 
• Hemorragias perifoliculares, 
equimoses e petéquias 
• Letargia 
• Fadiga 
• Dores ósseas 
• Hemorragias subperiosteais 
• Icterícia 
• Neuropatia, convulsões e óbito. 
- Sintomas de hipervitaminose: diarreia, 
dor abdominal, cálculo renal de oxalato, 
rubor facial, cefaleia, aumenta a excreção 
renal de vitamina B6. 
- DIAGNÓSTICO: concentração sérica inferior 
a 0,2 mg/dL. 
- PROFILAXIA: vitamina C 10 mg/dia 
- TRATAMENTO: 300 a 500 mg, 2x/dia, VO ou 
parenteral. 
- Principal diagnóstico diferencial de 
deficiência de vitamina C: violência 
doméstica. 
Vitamina D 
- Lipossolúvel 
- DOSE DIÁRIA RECOMENDADA: 400 a 600 
UI/dia (10 a 15 mcg/dia). 
- A quantidade de vitamina D no leite materno 
é insuficiente, por isso, o ministério da saúde 
recomenda suplementação profilática. 
• 400 UI/dia de vitamina D, a partir da 1ª 
semana até os 12 meses de vida. 
• 600 UI/dia dos 12 aos 24 meses, 
inclusive para lactentes em AME. 
• PREMATUROS: 400 UI/dia quando o 
peso for superior a 1500g e houver 
tolerância plena à nutrição enteral. 
- FORMAÇÃO: raio UVB à pró-D3 à pré-D3 
à vitamina D3 à fígado à 25(OH)D à rim à 
ação estimuladora do PTH à 1,25(OH)2D à 
mobiliza cálcio armazenado nos ossos e 
aumenta a absorção de cálcio e fósforo no 
intestino à mantem os níveis de cálcio sérico 
e fósforo à funções metabólicas, saúde 
óssea e funções neuromusculares. 
• A vitamina D depende de colesterol. 
- Hormônio com efeitos endócrinos, 
parácrinos e autócrinos = secosteroide. 
- FUNÇÕES: metabolismo de cálcio e fósforo, 
metabolismo da glicose, imunidade, controle 
da PA e musculatura vascular, esquelética e 
cardíaca. Além disso, tem funções 
neuromusculares. 
- DEFICIÊNCIA: 
• Raquitismo 
• Comprometimento do desenvolvimento 
do SNC 
• Comprometimento do desenvolvimento 
renal 
• Desenvolvimento e implantação 
placentária 
• Maior risco cardiovascular, câncer, 
diabetes, doença metabólica, doença 
Vitória Nobrega Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro 
inflamatória intestinal e artrite 
reumatoide. 
- FATORES DE RISCO: 
• Pele escura 
• Ausência ou baixa exposição solar 
• Não suplementação durante a 
gestação 
• AME prolongado sem suplementação 
• Alto consumo de alimentos ricos em 
fitatos 
• Obesidade 
• Hepatopatias 
• Má absorção intestinal 
• Nefropatia crônica 
• Uso de drogas (fenobarbital, Fenitoína, 
carbamazepina, corticosteroides, 
rifampicina). 
- SINTOMAS: 
• Convulsões hipocalcêmicas – grande 
excitabilidade do SNC 
• Insuficiência cardíaca hipocalcêmica 
• Hipotonia 
• Atraso no desenvolvimento 
neuropsicomotor 
• Hipoplasia do esmalte dentário 
• Atraso na dentição 
• Falência do crescimento 
• Irritabilidade 
• Dor óssea 
- Sintomas de hipervitaminose: anorexia, 
náusea, vomito, poliúria, polidipsia, 
hipercalciúria, hipercalcemia, calcificação 
metastática principalmente em rins e 
coração, alteração da função renal, 
constipação intestinal e hipotonia 
muscular. 
- DIAGNÓSTICO: anamnese, exame físico e 
dosagem de calcidiol – 25(OH)D 
• Deficiência: < 20 ng/mL 
• Insuficiência: 21 < x < 29 ng/mL 
• Normal: > 30 ng/mL 
• Intoxicação: > 100 ng/mL 
- TRATAMENTO: 
• < 1 mês de vida: 1.000 UI/dia, por 2 a 3 
meses. 
• 1 a 12 meses de vida: 1.000 a 5.000 
UI/dia, por 2 a 3 meses. 
• > 12 meses de vida: 5.000 UI/dia, por 2 
a 3 meses. 
• Manutenção: 400 a 1000 UI/dia 
RAQUITISMO 
- Causado pela desmineralização óssea 
inadequada, ossos frágeis e deformidade 
esquelética. 
- SINTOMAS: 
• Craniotabes 
• Alargamento das epífises 
• Rosário raquítico 
• Deformidade torácica 
• Falência do crescimento 
• Atraso DNPM 
• Palidez 
• Sudorese 
• Irritabilidade 
• Atraso no fechamento das fontanelas 
• Atraso na erupção dentária, genu 
varum, fronte olímpica 
- DIAGNÓSTICO: anamnese, exame físico e 
exame laboratorial 
• Redução do fósforo sérico 
• Aumento do paratormônio à de 
início, o paciente evolui com 
aumento doparatormônio, 
causando um raquitismo 
hipofosfatêmico, que evolui para um 
raquitismo hipocalcêmico se a 
causa não for corrigida. 
• Aumento da fosfatase alcalina 
• Alterações radiológicas 
(alargamento das epífises em taça e 
linhas de milkman-Looser, que são 
zonas densas e claras, transversais, 
ao longo da diáfise). 
Vitória Nobrega Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro 
 
Def. Vit. D Leve Moderada Grave 
Ca 
Plasmático 
Normal ou 
diminuído 
Normal ou 
diminuído 
Diminuído 
(- -) 
P plasmático Normal ou 
diminuído 
Diminuído Diminuído 
(- -) 
Fosfatase 
alcalina 
Aumentada 
(+) 
Aumentada 
(++) 
Aumentada 
(+++) 
PTH Aumentado 
(+) 
Aumentado 
(++) 
Aumentado 
(+++) 
25-OH-D Diminuído 
(-) 
Diminuído 
(- -) 
Diminuído 
(- - -) 
1,25-(OH)2-D Normal Aumentado Normal, 
diminuído 
ou 
aumentado 
Alterações 
radiológicas 
osteopenia Alterações 
raquíticas 
moderadas 
Alterações 
raquíticas 
graves 
- TRATAMENTO: 
• 1 a 6 meses: 3.000 UI/dia, por 8 a 12 
semanas e manutenção de 400 UI/dia. 
• 6 a 12 meses: 6.000 UI/dia, por 8 a 12 
semanas e manutenção de 400 UI/dia 
• 12 a 18 meses: 10.000 UI/dia por 8 a 
12 semanas e manutenção de 600 
UI/dia. 
OBS: após o primeiro mês do tratamento, 
deve-se dosar cálcio, fósforo, magnésio, 
fosfatase alcalina, 25-OH-D, PTH, cálcio 
urinário/creatinina e RX dos membros. 
Vitamina E 
- Lipossolúvel 
- DOSE DIÁRIA RECOMENDADA: 4 a 15 
mg/dia. 
- É encontrada no azeite de oliva, óleos 
vegetais, amêndoas, avelas, cereais, gordura 
animal, gema de ovo, manteiga, folhas verdes 
e legumes. 
- A sua deficiência é rara – causas: doenças 
genéticas, má absorção de gordura, doenças 
do pâncreas exócrino, redução da absorção 
intestinal. 
- Sintomas de hipovitaminose: 
• Fraqueza muscular 
• Problemas visuais 
• Alterações do sistema imunológico 
• Parestesia 
• Transtornos na marcha 
• Tremores 
• Pobre senso de equilíbrio 
• Ataxia 
• Miopatia 
• Ausência de reflexos profundos 
• Sinal de babinski positivo 
- TRATAMENTO: 25 a 50 mg/dia, VO, 
aumentando para 150 a 200 mg/dia. 
Vitamina K 
- Lipossolúvel 
- DOSE DIÁRIA RECOMENDADA: 2 a 75 
mcg/dia. 
- É encontrada: 
• K1 (filoquinona): vegetais verdes 
folhosos, tomate, espinafre, couve-flor, 
repolho e batata. 
• K2 (menaquinona): sintetizada pelas 
bactérias intestinais 
• K3 (menadiona): sintética. 
- FUNÇÕES: ativação dos fatores de 
coagulação II, VII, IX, X e participa do 
metabolismo ósseo. 
- Sintomas de hipervitaminose: toxicidade com 
menadiona e alteração da função hepática. 
- Sintomas de hipovitaminose: fenômenos 
hemorrágicos espontâneos ou provocados de 
intensidade variada e doença hemorrágica do 
RN, que pode se estalar precocemente no 
Vitória Nobrega Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro 
primeiro dia de vida ou de forma clássica, 
entre o 2º e 7º dia de vida. 
- DIAGNÓSTICO: triagem laboratorial 
• INR > ou = 4 
• Tempo de protrombina > ou = 4 do 
valor controle 
• Fibrinogênio normal 
• Plaquetas normais 
- PROFILAXIA EM TODOS OS RN: para 
evitar doença hemorrágica do RN. 
• Mãe não fornece vitamina K o 
suficiente. 
• RN < 1500g: 0,5 mg, IM ou EV 
• RN > 1500 g: 1 mg, IM ou EV, ou 1 a 2 
mg, VO, logo após o nascimento. 
- TRATAMENTO: administração de vitamina 
K, 5 mg, dose única. 
Ferro 
A deficiência de ferro é a carência nutricional 
mais prevalente nas crianças brasileiras, 
sendo que aquelas entre 6-24 meses 
apresentam risco duas vezes maior para 
desenvolver a doença que aquelas entre 25-
60 meses. 
É importante ressaltar que, durante a 
amamentação, a mãe não consegue fornecer 
a quantidade suficiente de ferro. Por isso, é 
necessário suplementar. 
IDADE DOSE TEMPO 
RN termo, peso 
adequado, AME até 6 
meses, sem fatores de 
risco 
1 
mg/kg/dia 
Início aos 90 dias 
de vida até os 2 
anos 
RN termo, peso 
adequado, 
independente da 
alimentação, com 
fatores de risco 
1 
mg/kg/dia 
Início aos 90 dias 
de vida até 2 
anos. 
RN a termo < 2.500 g 2 mg/kg/dia, iniciando com 30 
dias de vida, durante um ano. 
Depois, 1 mg/kg/dia por mais 
um ano 
RN prematuro > 1.500 g 2 mg/kg/dia, iniciando com 30 
dias de vida, durante um ano. 
Após esse prazo, 1 mg/kg/dia 
por mais um ano. 
RN prematuro entre 
1000 e 1500g 
3 mg/kg/dia, iniciando com 30 
dias de vida, durante um ano. 
Após este prazo, 1 mg/kg/dia 
por mais um ano 
RN prematuro < 1000g 4 mg/kg/ia, iniciando com 30 
dias de vida, durante um ano. 
Após este prazo, 1 mg/kg/dia 
por mais um ano. 
RN prematuro que 
recebeu > 100 mL de 
concentrado de 
hemácias durante a 
internação 
Avaliação individual. 
O ferro é um dos principais nutrientes 
essenciais para a mielinização e para a 
formação estrutural e funcional das vias 
neurotransmissoras. 
Ainda, participa do metabolismo do 
hipocampo e do crescimento da rede 
neuronal. 
Desnutrição energético-proteica (DEP) 
COMPROMETEU ESTATURA = 
DESNUTRIÇÃO CRÔNICA 
Definição: desequilíbrio entre o suprimento de 
energia e nutrientes e a demanda do 
organismo para garantir a sua manutenção, 
crescimento e funções metabólicas. 
Quanto à origem, ela pode ser: 
- PRIMÁRIA: quando não há outra doença 
associada, estando relacionada à 
insegurança alimentar. 
- SECUNDÁRIA: quando há uma doença 
associada decorrente de baixa ou inadequada 
ingestão alimentar, alteração na absorção dos 
alimentos, aumento das necessidades 
nutricionais e/ou maior perda de nutrientes. 
Já quanto à gravidade, de acordo com os 
critérios clínicos e laboratoriais: 
- Leve 
- Moderada 
- Grave: marasmo, kwashiorkor. 
MARASMO 
Pacientes apresentam deficiência de 
proteínas e calorias. Ainda, a liberação de 
Vitória Nobrega Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro 
EPO se encontra afetada de maneira 
proporcional à redução do metabolismo, 
PORÉM, a anemia é mascarada pela 
depleção de volume, tornando-se aparente 
apenas após a realimentação. 
Ele acomete crianças menores de 12 meses. 
SINTOMAS: emagrecimento acentuado, 
baixa atividade, irritabilidade, atrofia muscular 
e subcutânea, desaparecimento da bolsa de 
Bichat, facies senil ou simiesca, costelas 
visíveis e nádegas atróficas. 
Raramente cursa com hepatomegalia. 
KWASHIORKOR 
É um tipo de desnutrição grave causada por 
deficiência de proteínas, podendo 
comprometer o crescimento e o 
desenvolvimento da criança. 
Ela acomete crianças acima de 2 anos. 
SINTOMAS: 
- Pele: lesões hipocrômicas ou descamativas 
- Cabelo: textura, coloração, facilidade de 
soltar do couro cabeludo. 
- Hpeatomegalia por esteatose 
- Ascite 
- Edema de MMII e/ou anasarca. Geralmente 
é bilateral e simétrico, começando nos pés 
(edema 1+), progredindo para as pernas e 
para as mãos (Edema 2+) e, em casos graves, 
pode envolver a face (edema 3+). 
Em relação ao diagnóstico, avaliaremos as 
seguintes coisas: 
História Clínica 
Anamnese alimentar 
Sinais clínicos de desnutrição 
Determinação do estado nutricional pela antropometria 
Fatores de risco sociais e familiares 
Desenvolvimento neuropsicomotor 
Doenças infecciosas e nutricionais associadas 
Outras doenças e agravos à saúde 
Exames complementares 
Condições socioeconômicas 
Características familiares 
 
Em relação à avaliação antropométrica, é 
preciso analisar o peso, a altura e o IMC e 
colocar no gráfico. Os valores abaixo de -2 no 
Z score em qualquer um dos três índices são 
indicativos de comprometimento nutricional. 
Já no exame físico, atente-se para: 
• Hipo ou hiperpigmentação, manchas 
ásperas (hiperqueratose) 
• Estomatite angular e glossite com 
perda de papilas à sinais de anemia. 
• Diminuição do musculo na região 
glútea e perda de gordura subcutânea. 
Atualmente, a classificação mais usada para 
definir a gravidade é com base nos critérios 
P/E e E/I. 
• E/I < -2 desvios padrões = nanismo 
nutricional ou baixa estatura. 
• P/E < -2 desvios padrões e IMC/Idade 
< -2 desvios padrões = emagrecimento 
• P/I < -2 desvios padrões = baixo peso 
para a idade. 
Para o tratamento,existem algumas 
possibilidades: 
• Ambulatorial/domiciliar 
• Internação hospitalar à interna quem 
estiver com desidratação grave, 
choque, distúrbios eletrolíticos, 
rebaixamento do nível de consciência, 
sinais de infecção, hipotermia, anemia 
grave e hipoglicemia. 
• Centros de reabilitação nutricional. 
AMBULATORIAL 
1. Diagnosticar a desnutrição e sua gravidade 
2. Tratar e prevenir infecção 
3. Corrigir a deficiência de micronutrientes 
4. Realimentar/reorientar a alimentação de 
forma a facilitar o crescimento rápido 
5. Monitorar frequentemente como está 
ocorrendo o crescimento durante a 
reabilitação. 
Vitória Nobrega Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro 
6. Estimular emocionalmente. 
7. Preparar para o acompanhamento da 
criança após a recuperação, evitando 
recaídas. 
8. Assegurar suporte comunitário para o 
tratamento prescrito. 
9. Assegurar o encaminhamento da criança no 
nível de complexidade adequado para o seu 
tratamento. 
10. Assegurar o seguimento ambulatorial para 
as crianças que receberam tratamento 
hospitalar. 
HOSPITALAR 
1. Tratar e prevenir a hipotermia 
2. Tratar e prevenir a hipoglicemia 
3. Tratar a desidratação e o choque séptico 
4. Corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos. 
5. Tratar infecção 
6. Corrigir as deficiências de micronutrientes 
7. Reiniciar a alimentação cautelosamente 
8. Reconstruir os tecidos perdidos (fase de 
reabilitação ou de crescimento rápido) 
9. Afetividade, estimulação, recreação e 
cuidado. 
10. Preparar para a alta e acompanhamento 
após a alta. 
Referências 
1. Manual de Suporte Nutricional da Sociedade 
Brasileira de Pediatria. / organizador Rubens 
Feferbaum, revisores Luciana Rodrigues Silva, 
Dirceu Solé; apresentação Luciana Rodrigues Silva. 
-- 2ed. - Rio de Janeiro: Departamento Científico de 
Suporte Nutricional da Sociedade Brasileira de 
Pediatria. – 2020. 
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção 
à Saúde. 
Aleitamento materno, distribuição de leites e 
fórmulas infantis em estabelecimentos de saúde e a 
legislação / Ministério da Saúde. Secretaria Atenção 
à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e 
Estratégicas. Departamento de Atenção Básica. – 1. 
ed.; 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 
3. Temas da Atualidade em Nutrologia Pediátrica - 
2021. / Sociedade Brasileira de Pediatria. 
Departamento Científico de Nutrologia. São Paulo: 
SBP, 2021. 
4. Doenças Maternas Infecciosas e Amamentação - 
Atualização. / Luciano Borges Santiago, Rossiclei de 
Souza Pinheiro, Ana Luiza Velloso da Paz Matos, 
Elsa Regina Justo Giugliani, Roberto Mário Silva 
Issler, Yechiel Moises Chencinski, Vilneide Maria 
Santos Braga Diegues Serva, Graciete Oliveira 
Vieira, Maria Beatriz Reinert do Nascimento, José 
Vicente de Vasconcellos. Departamento Científico 
de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de 
Pediatria. - Rio de Janeiro: SBP, 2022.

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