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Tensigridade 2

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Tensegridade - Teoria ou realidade?
O movimento exerce fascínio sobre o ser humano, afinal ele é indispensável à sua sobrevivência.
Na pré-história se não fossemos capazes de nos movimentar não teríamos chegado até aqui. Grandes migrações foram necessárias para fugir de adversidades climáticas, procurar terras mais férteis e etc.
A medida que nos "civilizamos" ganhamos por um lado mas perdemos por outro. Começamos a ter menos necessidade de nos movimentar e além disso vieram as guerras, que deixaram muitos com sequelas de movimento. Nessa época surge a Fisioterapia, já que até então não havia tido um número tão grande de pessoas necessitando restabelecer sua capacidade de se mover em um mesmo período.
De lá para cá houve uma grande evolução na Fisioterapia, mas ainda hoje observa-se desconhecimento e/ou uma grande resistência ao pensamento de integralidade, de que só recuperamos movimento se entendermos que ele envolve todo o corpo.
Hoje, mais do que nunca não se pode aceitar o pensamento analítico; de se focar apenas na região lesionada. Isso é contrário aos princípios universais que regem o movimento.
Para o fisioterapeuta desenvolver um Programa de Tratamento eficaz é indispensável compreender que o Sistema de Movimento Humano é altamente complexo com seus componentes miofasciais, neuromusculares e articulares interligados e interdependentes. 
Basta uma estrutura alterar, um pouco que seja, sua posição para repercutir no todo em que está inserida.
O que é tensegridade?
A palavra tensegridade ( tensão + integridade, ou seja, integridade das tensões ) foi criada e utilizada por R. Buckminster Fuller - arquiteto, engenheiro, cientista e sonhador - que a descreveu como "uma propriedade presente em objetos cujos componentes usam a tração e a compressão de forma combinada, o que proporciona estabilidade e resistência, assegurando sua  integridade global".
Isso não parece familiar para a biomecânica? 
O conceito tem aplicações na Biologia e foi desenvolvido por Donald Ingber, médico e pesquisador.
Estruturas biológicas tais como músculos e ossos, estruturas elásticas ou rígidas se tornam fortes devido ao uníssono das partes tensionadas e comprimidas. O sistema músculo-esquelético é uma sinergia de músculos e ossos. Os músculos e os tecidos conectivos fornecem tração contínua e os ossos, compressão descontínua, fortalecendo-se mutuamente.
Daí a importância do exercício, ou seja, trabalho muscular na prevenção e tratamento da osteoporose.
"Devido a propriedade elástica das interconecções , quando um elemento da estrutura "Tensegrity" é deslocado, esta mudança será transmitida por toda estrutura e todos os elmentos serão deslocados, ou se adaptarão para uma nova configuração, cedendo a essas mudanças sem quebrar".
Então a Tensegridade nos ajuda a raciocinar em integralidade (globalidade), com todas as estruturas interconectadas.
Compreende-se porque os tratamentos "localizados" não obtêm os resultados desejados. As análises mecânicas de resultantes de força abordam segmentos com suas alavancas e ângulos, não demonstrando o quão notável é a reação do TODO àquela ação. Isso conduz a um quadro incompleto da experiência do movimento humano.   
A posição alterada das estruturas componentes do quadril, por exemplo, leva a alteração de padrão de cadeias cinéticas inteiras podendo ser a origem de dores que se expressarão no joelho, tornezelo, coluna e até no ombro.
Encontrei nesse conceito uma similaridade com meu modo de pensar e agir na fisioterapia.
Ele está por trás da linha de raciocínio da resolução de problemas complexos como a escoliose, espondilolistese, os problemas relacionados à instabilidade de estruturas e demais alterações posturais.  
Manter um corpo com alterações estruturais em movimento, levando-o para próximo do seu ótimo, ou seja, funcional, é o nosso grande desafio e nosso objetivo e, sem dúvida, compreender a tensegridade nos ajuda a atingir nossa ambiciosa meta.

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