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Psicopatologia – Classificações Neurose Na psicologia clínica, designa transtornos que distorcem o pensamento racional e o funcionamento social, familiar e profissional adequados das pessoas. Sintomas ansiosos, fóbicos, obsessivos, histriônicos e hipocondríacos. No DSM-IV, o conceito ode neurose foi totalmente suprimido e, em seu lugar, permaneceram transtornos de ansiedade, fóbicos, obsessivo-compulsivos, dissociativos, conversivos e de somatização. Segundo Van Den Berg (1970, p. 237), a neurose é uma perturbação do contato inter-humano, uma perturbação nas relações com outrem, sem que para explica-la, se possa apelar exclusivamente a defeitos corporais, doenças corporais, psicoses, falhas constitucionais ou anomalias de caráter. No centro de todas as neuroses, está a angústia. São dificuldades e conflitos intrapsíquicos e interpessoais que antem o sofrimento, a frustação, a angústia, o empobrecimento e a inadequação tanto do Eu como das relações interpessoais. O sujeito possui um nível adequado de introspecção e conexão com a realidade, porém, desenvolve comportamentos repetitivos. Em nenhum deles ocorrem alucinações, delírios, perda da vivência de realidade, sintomas e vivências típicas dos transtornos psicóticos. Alguns analistas sugerem que as neuroses surgem a partir de sentimentos de inferioridade que surgiram na infância. Psicose O sujeito psicótico é aquele fora-dos- discursos, do laço social. O psicótico não faz laço, vive em outra realidade para além daquela socialmente estabelecida. Em virtude de sua estrutura, ele cria uma nova realidade para dar conta do que lhe ocorre intrapsiquicamente. Principal característica: A perda do controle voluntário dos pensamentos, emoções e impulsos. Fantasia e realidade se confundem, apresentando delírios e alucinações. A marca da psicose é, justamente, o distanciamento do eu – a serviço do Id – e a realidade, cuja dinâmica do sujeito seria caracterizada pelo predomínio do Id e não do principio da realidade sobre o eu. Retardo Mental De acordo com o DSM-IV, define-se como deficiência mental o “funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, com inicio antes dos 18 anos de idade e déficits ou prejuízos concomitantes no funcionamento adaptativo.” Demência Nas Demências e Retardos Mentais, o sinal prevalente é o déficit cognitivo, expresso através de baixo é QI, o qual, nas demências, é adquirido depois de desenvolvimento intelectual normal, ao passo que, nos retardos mentais tal déficit cognitivo é mais frequentemente inato e determinado por fatores pré-natais (como nas infecções maternas pelo zika-vírus), perinatais (como na laçadura de cordão ou dequitação precoce de placenta) ou, mais raramente, pós-natais (como meningite nos primeiros dias após o nascimento). Ambos os quadros, demências e retardos mentais, não possuem tratamento curativo, mas apenas paliativo, objetivando melhora de alguns sintomas, como agressividade ou hiperatividade eventuais. Psicopatia Todo indivíduo psicopata é antissocial, mas nem todo antissocial é psicopata. Nunes (2009) e Morana, Stone e Abdalla- Filho (2006) entendem que o indivíduo psicopata tende a atender ao imediatismo do seu desejo sem considerar suas consequências. A psicopatia pode considera-se uma constelação de características aos níveis emocional, interpessoal e comportamental, com um modo de funcionamento patológico, que pode ser resumir em uma desordem emocional com potencia de risco de comportamentos extremamente antissociais (Blair, Mitchell e Blair, 2005). Características: Incapacidade de conformação às normas sociais; falsidade; impulsividade ou incapacidade de planeamento antecipado; irritabilidade e agressividade; desrespeito pela própria segurança e dos demais; persistente irresponsabilidade; ausência de remorso (APA, 2002); total ausência de afetos; incapacidade de expressar sentimentos; estilo de vida assente no caos; o visível desconhecimento do que possa ser relevante na vida do outro (Prins, 1980); Racionalização e controle externo (externalização da culpa); uso recorrente de mentiras; interesses egocêntricos. Psicofarmacologia Os psicofármacos dividem-se em quatro grandes grupos clínico-farmacológicos: os ansiolíticos, os neurolépticos, os antidepressivos e os estabilizadores do humor. Vale destacar-se: Apenas os três primeiros grupos de transtornos mentais (T. de Ansiedade; Esquizofrenia e transtornos esquizofrênicos; e Transtornos afetivos são passíveis de abordagem farmacológica primária, vez que nas demais condições clínicas (psicoses orgânicas, demências, retardos mentais), apenas são utilizados para o controle de manifestações secundárias ao quadro clínico (por exemplo, uso de neurolépticos para o controle da agressividade de pacientes demenciados ou portadores de retardo metal), lembrando, ainda, que, nas reações psicóticas determinadas por fatores orgânicos (como os transtornos de conduta decorrentes de tumor cerebral, por exemplo), apenas a remoção definitiva da causa leva ao desaparecimento dos sintomas comportamentais, como a hemodiálise ou transplante renal, nos casos de psicose nefrotóxica). Ansiolíticos Os ansiolíticos (hipnoindutores, ataráxicos ou “calmantes”) são utilizados sobretudo na abordagem psiquiátrica dos Transtornos de Ansiedade. Tais fármacos, inibindo a expressão/vivência da ansiedade, produzem efeitos colaterais e interações medicamentosas que devem ser levados em consideração, quando de sua prescrição: Como efeitos colaterais, prejuízos ao desempenho sexual (sobretudo em homens), danos à memória (quando de longo uso de tais fármacos), sonolência e inibição dos reflexos (como a frenagem, quando da condução de um veículo automotor); por conta de interação medicamentosa, considerar a obrigatória abstinência de álcool, quando do uso de tais medicamentos, dada a possibilidade de potenciação cruzada. Os dois ansiolíticos mais frequentemente prescritos são o Diazepam (Dienpax) e o Clonazepam (Rivotril). Antipsicóticos Também conhecidos como neurolépticos, drogas antiesquizofrenia e tranquilizantes maiores. Reduzem a atividade dopaminérgica na região mesolímbica. Possuem efeito sobre alguns sintomas, mas não sobre a patologia. Alguns nomes desses remédios são: Risperidona, Olanzapina, Quetiapina, Clozapina. Dentre tais efeitos colaterais (mais acentuados nos Neurolépticos Típicos), destacam-se a Síndrome de Impregnação Maligna (hipertermia, hiperidrose, contratura muscular estriada progressiva até insuficiência respiratória decorrente de tetania diafragmática), Síndrome de Discinesia Tardia (na qual o usuário desenvolve, como resposta ao uso crônico de neurolépticos, sialorreia, tremores incoercíveis de extremidades, tipo parkinsonóides, acatisia (“marcha sem deambulação”), galactorreia (produção e emissão de leite, inclusive em pacientes masculinos) e transtornos da ereção/ejaculação, além de grave quadro de síndrome metabólica (hipercolesterolemia, obesidade, hipertensão e risco de acidentes vasculares cerebrais). Antidepressivos Os antidepressivos, por seu turno, são psicofármacos utilizados no tratamento farmacológico das depressões. Distribuem- se, genericamente, em duas famílias, os Antidepressivos Tricíclicos (Imipramina, Desipramina – Tofranil, Anafranil, como denominações comerciais) e os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina – ISRS –, utilizados mais frequentemente na atualidade, dada a menor produção de efeitos colaterais e sua utilização nos quadros em que ocorrem sintomas obsessivo-compulsivos (Transtorno Obsessivo-Compulsivo ou TOC, Anorexia Nervosa, Jogo Compulsivo, Transtorno de Estresse Pós-Traumático etc.). Estabilizadores de Humor Os Estabilizadores do Humor, nos quais se destacam os Derivados do Litium (Carbolitium) e a Carbamazepina. Taisfármacos funcionam como moduladores da afetividade, impedindo manifestações extremas dos afetos, como a mania, por exemplo, nos quais tais fármacos são a primeira escolha. O lítio se demonstra efetivo nos episódios maníacos e na manutenção das remissões. Ademais, encontra-se bem estabelecido quanto à prevenção do suicídio em pacientes com transtorno de humor. A Carbamazepina foi o primeiro anticonvulsionante que demonstrou eficácia na fase maníaca.
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