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DEFINIÇÃO
Descrição de técnicas pedagógicas aplicadas no ensino da pessoa com perda auditiva, promovendo reflexão
e análise cultural, histórica e educacional.
PROPÓSITO
Compreender a pessoa surda por meio do estudo de questões identitárias, culturais, históricas e
educacionais, contribuindo para o trabalho docente em suas práticas pedagógicas em sala de aula e
favorecendo o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer técnicas pedagógicas aplicadas no ensino da pessoa com perda auditiva, tendo como base
estudos históricos, culturais e identitários
MÓDULO 2
Compreender o atendimento educacional especializado e as especificações desse atendimento ao estudante
surdo na Educação Básica
MÓDULO 3
Reconhecer a importância da visualidade como técnica assistiva no ensino para pessoas surdas
INTRODUÇÃO
Neste conteúdo, vamos estudar técnicas pedagógicas aplicadas no ensino da pessoa com perda auditiva. A
fim de organizar nossa trilha de aprendizado, dividimos o estudo em três módulos.
No primeiro módulo, realizamos a descrição de breve percurso histórico, cultural e pedagógico presente no
desenvolvimento de práticas educacionais para essas pessoas. Discutimos as análises biológica e cultural
que pairam em nossa sociedade sobre algumas terminologias empregadas para se referir ao surdo/deficiente
auditivo. Também propomos reflexão sobre as diferentes identidades surdas, o que nos permite compreender
a diversidade na comunidade surda brasileira.
No segundo módulo, descrevemos o atendimento educacional especializado para o estudante surdo na
Educação Básica, de acordo com os diplomas legais brasileiros. Apresentamos estratégias de ensino nesse
atendimento, tendo por foco a identificação do público-alvo e dos objetivos desse atendimento e as
respectivas competências para a atuação docente.
No último módulo, relatamos a importância da visualidade como técnica assistiva no ensino para pessoas
surdas. Descrevemos propostas pedagógicas, com recursos manuais e tecnológicos, que podem contribuir
para o processo de ensino-aprendizado da pessoa surda, a fim de apresentar suporte aos docentes de
alunos surdos.
VOCÊ É OUVINTE?
Acompanhe o prof. Rodrigo Rainha nos apresentando uma incrível reflexão acerca do assunto.
MÓDULO 1
 Reconhecer técnicas pedagógicas aplicadas no ensino da pessoa com perda auditiva, tendo como
base estudos históricos, culturais e identitários
INTRODUÇÃO
Para compreendermos as técnicas pedagógicas aplicadas no ensino da pessoa com perda auditiva, faz-se
necessário o entendimento de conhecimentos prévios que fundamentam os percursos histórico, cultural e
pedagógico presentes no desenvolvimento de práticas educacionais para essas pessoas.
Diante disso, neste módulo descrevemos os seguintes conceitos:
 
Imagem: Shutterstock.com
Diferenças das terminologias empregadas para se referir à pessoa com perda auditiva.
 
Imagem: Shutterstock.com
Cultura e identidade surdas.
 
Imagem: Shutterstock.com
Técnicas pedagógicas no ensino desse público.
Tal fundamentação conceitual se justifica porque o docente, ao se deparar com um estudante com perda
auditiva, precisa reconhecer as características particulares das identidades surdas e as escolhas linguísticas,
a fim de avaliar qual técnica pedagógica é a mais apropriada para o ensino.
TERMINOLOGIAS EMPREGADAS PARA SE
REFERIR À PESSOA COM PERDA AUDITIVA
É importante distinguir as diferentes terminologias empregadas para se referir à pessoa com perda auditiva.
Historicamente, algumas terminologias foram utilizadas para se reportar à pessoa com surdez/deficiência
auditiva, como:
SURDO-MUDO
SURDO
SURDEZ
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
DEFICIENTE AUDITIVO
PORTADOR DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA
É possível realizar diferentes análises com base nesses termos; entretanto, salientamos as análises biológica
e cultural.
Quando se pensa no ser humano por uma perspectiva biológica, a perda da audição é considerada uma
deficiência, sendo tal perspectiva salientada pelo uso de termos como “deficiente auditivo”, “portador de
deficiência auditiva” ou “surdez”.
 
Imagem: Shutterstock.com
A descrição da perda auditiva é regulamentada e definida em nosso país conforme texto do parágrafo único
do art. 2º do Decreto nº 5.626/2005: “Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de
quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e
3.000Hz.”
 
Foto: Shutterstock.com
O binômio “surdo-mudo” aplica-se apenas às pessoas com impedimentos no aparelho fonador humano para
falar e perda auditiva.
 
Imagem: Shutterstock.com
O emprego da palavra “surdo” para se referir a quem apresenta uma deficiência auditiva tem salientado o
aspecto cultural, isto é, o surdo não é compreendido apenas pelo biológico, mas também cultural.
 COMENTÁRIO
Olha-se para o surdo como quem tem uma língua própria (língua de sinais), bem como história, cultura,
identidade e outras marcas próprias, pertinentes a um ser cultural. Não se tem como foco a “perda”, mas a
“diversidade cultural”. Por isso, aqui utilizaremos o termo “surdo” para nos referirmos às pessoas com perda
auditiva, porque compreendemos o ser humano não apenas como um ser biológico, mas também cultural.
CULTURA E IDENTIDADE SURDAS
E SE A CULTURA ACHASSE NATURAL VOCÊ SE
ADAPTAR?
O que você faria? Acompanhe as ponderações do professor Rodrigo Rainha no vídeo a seguir.
Segundo Skliar (2015), o entendimento de que o surdo estava obrigado a olhar-se e a narrar-se como um ser
deficiente, não ouvinte, foi frequente por muitos anos. O autor chamou esse entendimento de ouvintismo, que
tem sua forma institucionalizada por meio da prática do oralismo (comunicação e ensino por meio da fala).
No Brasil, com o avanço das pesquisas e também com a publicação de normativos legais, como a Lei nº
10.436/2002, que regulamenta a Língua Brasileira de Sinais (Libras ) , a cultura surda tem ganhado força.
Para Strobel (2013), a cultura é uma ferramenta de transformação e de percepção, constituída de jeitos de
ser, de fazer, de compreender e de explicar o mundo a seu redor. Para a autora, a cultura surda é o modo de
a pessoa surda entender o mundo e torná-lo acessível, de acordo com suas percepções visuais.
Ao estudar os costumes de ouvintes ou surdos, constata-se que não há “uma fronteira cultural nítida ou firme
entre grupos, e sim, pelo contrário, um continuum cultural” (BURKE, 2003, p. 14), porque na sociedade existe
o relacionamento de diversas culturas (multiculturalismo).
Strobel (2013) diferencia o uso das expressões “povo surdo” e “comunidade surda”:
 
Foto: Shutterstock.com
POVO SURDO
Para a pesquisadora, o “povo surdo” é o grupo de sujeitos surdos com costumes, histórias, tradições em
comum e produtores de suas concepções do mundo por meio da visão. Perlin (2015) salienta que ao surdo
pertence à experiência visual do mundo, mas não a auditiva.

 
Foto: Shutterstock.com
COMUNIDADE SURDA
“Comunidade surda”, segundo Strobel (2013), é formada por um grupo de pessoas, surdas ou ouvintes, que
compartilham propósitos em comum e trabalham para alcançá-los. Na “comunidade surda”, são incluídas
pessoas surdas ou ouvintes que contribuem ativamente para tais propósitos. Assim, fazem parte dessa
comunidade os seguintes membros: familiares, amigos, intérpretes e militantes, cujas intenções são em prol
dos direitos dos surdos.
Encontramos diferentes identidades surdas, de acordo com uma maior ou menor receptividade à cultura
surda por parte dos sujeitos surdos. Segundo Perlin (2015), as identidades surdas estão atreladas à
experiência visual e são formadas nas representações possíveis da cultura surda. Entendemos que os seres
humanos não têm apenas uma identidade.
 EXEMPLO
Uma pessoa nascida no Brasil terá em si algumas influências da cultura brasileira, mas, ao conhecer uma
cultura estrangeira, poderá adquirir novos hábitos culturais que julgar benéficosa si mesma, tanto no modo
de pensar quanto no de vestir ou de se alimentar.
Compreendemos que há diversidade de identidades, mas, com o intuito de compreender algumas, Perlin
(2015) desenvolveu uma proposta de classificação, destacando-se as seguintes: híbridas, de transição,
incompletas e flutuantes.
HÍBRIDAS
Identidades surdas híbridas se referem às pessoas surdas que nasceram ouvintes e que, com o tempo, em
razão de alguma circunstância na vida, tornaram-se surdas. Essas pessoas têm percepção visual, passam-
na para sua língua materna oral e depois realizam sua tradução para a língua de sinais.
DE TRANSIÇÃO
Identidades surdas de transição estão atreladas aos surdos que foram educados, formados sob a
hegemônica experiência dos ouvintes e, em algum momento, passaram a participar da comunidade surda.
INCOMPLETAS
Identidades surdas incompletas pertencem aos “surdos que vivem de acordo com a ideologia ouvinista e
trabalham para socializar os surdos de forma compatível com a cultura ouvinte/dominante” (PERLIN, 2015, p.
64). Eles tentam reproduzir a identidade ouvinte e não são adeptos da cultura surda.
FLUTUANTES
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javascript:void(0)
javascript:void(0)
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Identidades surdas flutuantes são observadas nos surdos que “vivem de acordo com a ideologia ouvinte.
Eles focam em viver como ouvintes, desprezam a cultura surda e não têm compromisso com a comunidade
surda” (PERLIN, 2015, p. 65-67).
Tais classificações são possíveis formas de compreender as diversas identidades, que são complexas e nem
sempre tão bem definidas. Fato é que os surdos, em sua diferença cultural, apresentam artefatos culturais
próprios, que são encontrados na experiência visual, nas relações familiares e sociais, nas adaptações no
esporte, nas conquistas políticas, na produção de materiais, no desenvolvimento linguístico, nas artes visuais
e na literatura surda (NUNES, 2016).
Em relação à educação da pessoa surda e às técnicas pedagógicas aplicadas, se pensarmos em uma breve
recapitulação histórica, perceberemos que o surdo foi durante séculos visto como um ser deficiente, vítima
de preconceitos.
 
Foto: Shutterstock.com
Segundo Allport (1962, p. 20), o “preconceito é uma atitude hostil em relação a uma pessoa pelo simples fato
de ela pertencer a determinado grupo”. A separação das pessoas em grupos é um marco histórico e cultural
que faz com que elas busquem seus pares, formando grupos, consequentemente.
 
Foto: Shutterstock.com
Nunes (2016) descreve que os surdos, desde as civilizações mais antigas, já eram separados do grupo dos
não ouvintes.
 
Imagem: Shutterstock.com
No Egito, pessoas com deficiência eram vistas como “maus espíritos”.
 
Stirpivm insignium nobilitatis, tum etiam sodalium. Ilustração antiga datada de 1900. Koninklijke Bibliotheek /
wikimedia commons / domínio público
Nas civilizações grega e romana, em que se pregava a perfeição do corpo, muitas pessoas deficientes eram
mortas após o nascimento e, quando conseguiam sobreviver, eram marginalizadas, podendo atuar também
como “bobos de entretenimento”.
 
Foto: Shutterstock.com
Com o surgimento do cristianismo, o ser humano passa a compreender que é uma criação de Deus;
consequentemente, as pessoas com deficiência também são criações divinas.
 
Império Bizantino. Autor desconhecido / Livraria nacional de Madri / wikimedia commons / domínio público
No Império Bizantino, por exemplo, essas pessoas eram levadas para mosteiros. Nessa época, mantém-se a
vida dos deficientes e inicia-se o processo de educação formal. Entretanto, promove-se a exclusão social,
porque não há ainda um envolvimento dessas pessoas com a sociedade.
Rocha registra momentos históricos marcantes da educação de surdos, destacando entre eles a colaboração
dos seguintes pesquisadores:
PONCE DE LEON (1520-1584), EDUCADOR COM
METODOLOGIA BASEADA NA EDUCAÇÃO INDIVIDUAL
VISANDO À ESCRITA E AO USO DO ALFABETO BIMANUAL;
JUAN PABLO DE BONET (1579-1633), AUTOR DA OBRA
REDUCTION DE LAS LETRAS Y ARTE PARA ENSENAR ABLAR
LOS MUDOS; JOHN BULWER (1606-1656), DEFENSOR DA
LÍNGUA DE SINAIS COMO A LÍNGUA PRINCIPAL NA
EDUCAÇÃO DE SURDOS; JEAN MARIE GASPARD ITARD (1775-
1789), PESQUISADOR SOBRE SURDEZ; CHARLES MICHEL
L’EPÉE (1712-1789), FUNDADOR NA FRANÇA DA PRIMEIRA
ESCOLA DE SURDOS (1755) COM O USO DE SINAIS
METÓDICOS; SAMUEL HEINICKE (1729-1790), FUNDADOR NA
ALEMANHA DA PRIMEIRA INSTITUIÇÃO PARA SURDOS EM
LEIPZIG (1778) COM O USO DO MÉTODO ORAL OBJETIVANDO
A FALA; THOMAS HOPKINS GALLAUDET (1787-1851),
PESQUISADOR, NO INSTITUTO DE SURDOS DE PARIS COM
ABADE SICARD, QUE JUNTAMENTE COM LAURENT CLÉRC,
PROFESSOR SURDO E ALUNO DE SICARD, RETORNAM PARA
OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA PARA FUNDAR ESCOLA
DE SURDOS NA AMÉRICA (ATUAL UNIVERSIDADE DE
GALLAUDET); E E. HEUT, EDUCADOR DE SURDOS NO BRASIL
E FUNDADOR DO INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE
SURDOS (INES) NO BRASIL, EM 1857.
(ROCHA, 2008 apud NUNES, 2016, p. 65).
Dos vários momentos históricos da educação de surdos, Skliar (2015) destaca o Congresso de Milão, em
1880, como a legitimação oficial do ouvintismo e do oralismo. Participavam do referido congresso
pesquisadores da Europa e dos EUA. Contudo, no momento de votação, a maioria dos pesquisadores
presentes não foi a favor do uso da língua de sinais na educação de surdos, e sim do oralismo, como
veremos a seguir.
 
Imagem: Shutterstock.com
 VOCÊ SABIA
Nas atas desse Congresso, publicadas em série histórica do Instituto Nacional de Educação para Surdos
(2011, apud NUNES, 2016), na votação da Definição 1, foi definida a preferência pelo método oral. Houve
sua aprovação quase que por unanimidade, constando aproximadamente 160 votos a favor do oralismo e
quatro a favor da língua de sinais.
Apesar desse fato histórico, após muitos anos, no Brasil, em 1999, durante o V Congresso Latino-Americano
de Educação Bilíngue, que teve lugar em Porto Alegre (RS), foi anunciada uma gama de valores que
deveriam fazer parte do ensino de surdos, entre eles a proposta de uma educação bilíngue (Libras como
língua da comunidade surda e português escrito como segunda língua). Esses valores foram registrados em
um documento intitulado “A educação que nós, surdos, queremos” (NUNES, 2016, p. 66).
TÉCNICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DA
PESSOA SURDA
Listaremos a seguir as principais técnicas pedagógicas aplicadas na educação de surdos.
 
Foto: Shutterstock.com
Há pessoas surdas que optam pelo oralismo e fazem leitura labial da língua portuguesa.

 
Foto: Shutterstock.com
Essa prática muitas vezes se desenvolve com o acompanhamento de fonoaudiólogos.

 
Foto: Shutterstock.com
Alguns desses surdos usam aparelhos auditivos ou implante coclear.
Cabe ao professor identificar a realidade linguística de seu alunado, para aplicar a técnica pedagógica que
atenda melhor às especificidades do discente.
Perlin e Strobel (2009) relatam três técnicas pedagógicas aplicadas ao ensino da pessoa surda:
TRADICIONAL / MODERNA
O surdo é visto como um ser anormal, deficiente, diferente do ouvinte. Nessa proposta pedagógica, o método
oral tem como meta a obsessão por fazer o surdo falar. Encontra-se nessa proposta um currículo escolar
focado na oralidade e na proibição/ausência da língua de sinais, que é banalizada e inferiorizada. Alguns
teóricos defendem o oralismo como uma filosofia que visa à integração da criança surda na comunidade de
ouvintes, tendo por foco o desenvolvimento da língua oral.
 
Imagem: Adobe.stock.com
CRÍTICA
Na teoria crítica, o surdo é considerado como diversidade cultural. Para Skliar (2015), a “diversidade”
proporciona a criação de um falso consenso, em que existe a ideia de que a normalidade hospeda os
diversos, ao passo que a “diferença” é marcada por uma construção histórica e social, gerada a partir de
conflitos sociais e alicerçada nas práticas e nas representações compartilhadas por surdos.
 
Imagem: Adobe.stock.com
Na teoria crítica, respeita-se o multiculturalismo, logo, o surdo é compreendidocomo diversidade cultural.
Porém, nessa teoria, a cultura ouvinte é tida como superior e dominante.
Os principais métodos de ensino abordados são:
 
Imagem: Shutterstock.com
BILINGUISMO
Surdo bilíngue, tendo a língua de sinais como sua língua materna – L1 e a língua oral oficial do país, na
modalidade oral ou escrita, como sua segunda língua – L2.
 
Imagem: Shutterstock.com
COMUNICAÇÃO TOTAL
Mistura de recursos linguísticos e extralinguísticos para a comunicação.
Na comunicação total, encontramos diversos recursos, dentre os quais destacamos:
 
Foto: Shutterstock.com
Atividades com ritmo, dança e música;
 
Foto: Shutterstock.com
Prática da escrita da língua portuguesa;
 
Foto: Shutterstock.com
Oralismo (comunicação por meio da fala e da leitura labial a fim de que o surdo possa se comunicar como
um ouvinte);
 
Foto: Shutterstock.com
Bimodalismo (mistura de duas línguas — a língua portuguesa e a língua de sinais — resultando em uma
terceira modalidade conhecida como “português sinalizado”, que encoraja o uso inadequado da língua de
sinais, porque a mesma tem gramática diferente da língua portuguesa).
Perlin e Strobel, em relação à comunicação total, descrevem que essa técnica, desenvolvida nos anos 1960,
(…) SUBSTITUIU O ORALISMO QUE EM PRESENÇA DA
TEORIA CRÍTICA PERDE SUA ATITUDE TRADICIONAL E
ADMITE O AFROUXAMENTO DOS CONTROLES RÍGIDOS DO
MODERNISMO. E ASSIM, COMEÇARAM A PONDERAR EM
MISTURAR O ORALISMO COM A LÍNGUA DE SINAIS, BEM
COMO INSTRUMENTOS QUE PERMITISSEM COLHER
SIMULTANEAMENTE PEDAGOGIAS COMO ALTERNATIVAS DE
COMUNICAÇÃO.
(PERLIN; STROBEL, 2009, p. 20).
Já os mentores do bilinguismo, desenvolvido em 1970, salientam a necessidade de instrução do surdo de
forma distinta dos mentores oralistas e da comunicação total.
CULTURAL
Na teoria cultural, desenvolvida à luz dos estudos culturais, o surdo é visto como um ser cultural. Essa teoria
apoia-se nos estudos surdos, que reconhecem os artefatos culturais do povo surdo (língua de sinais, história
das conquistas e das lutas dos surdos, pedagogia surda, literatura surda, identidades surdas, artes surdas
etc.).
 
Imagem: Adobe.stock.com
Assim, cabe ao professor investigar as possíveis identidades surdas e verificar quais propostas teóricas se
aplicam à sua prática pedagógica.
Vale salientar que os surdos estão próximos a uma compreensão visual do mundo e distantes de uma
compreensão auditiva.
Por isso, técnicas de ensino para esse grupo devem privilegiar recursos visuais em suas produções didáticas
e avaliativas, destacando-se também que os ambientes de ensino precisam ser espaços com claridade, para
realizar a comunicação, seja para a leitura labial, seja para a comunicação em língua de sinais.
COMPREENSÃO DA SURDEZ E DA DEFICIÊNCIA
AUDITIVA NA DIVERSIDADADE
Como as diferentes bases de compreensão interferem na prática do aprendizado? Veremos no vídeo a
seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SEGUNDO SKILIAR (2015, P. 21), O ENTENDIMENTO DE QUE O SURDO ESTAVA
OBRIGADO A OLHAR-SE E A NARRAR-SE COMO UM SER DEFICIENTE, NÃO
OUVINTE, FOI FREQUENTE POR MUITOS ANOS. COMO O AUTOR NOMEOU ESSE
ENTENDIMENTO?
A) Oralismo
B) Bilinguismo
C) Ouvintismo
D) Comunicação total
E) Pedagogia surda
2. HÁ SURDOS QUE OPTAM PELA LEITURA LABIAL DO PORTUGUÊS, EM VEZ DE
USAR A LIBRAS. ENTRETANTO, HÁ OUTROS QUE OPTAM PELA COMUNICAÇÃO
EM LIBRAS E LUTAM EM PROL DE UMA EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS.
ESSA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO BILÍNGUE PARA SURDOS, NO BRASIL,
COMPREENDE.
A) Libras como primeira língua da comunidade surda e português como segunda língua.
B) Libras como segunda língua da comunidade surda e português falado como primeira língua.
C) Libras e português como primeira língua.
D) Libras como única língua de instrução e comunicação para pessoas surdas.
E) Português como única língua de instrução e comunicação para pessoas surdas.
GABARITO
1. Segundo Skiliar (2015, p. 21), o entendimento de que o surdo estava obrigado a olhar-se e a narrar-
se como um ser deficiente, não ouvinte, foi frequente por muitos anos. Como o autor nomeou esse
entendimento?
A alternativa "C " está correta.
 
O termo “ouvintismo” foi empregado pelo pesquisador para enfatizar a soberania dos ouvintes em relação ao
grupo minoritário de surdos. Os demais termos se referem a práticas de ensino para surdos.
2. Há surdos que optam pela leitura labial do português, em vez de usar a Libras. Entretanto, há
outros que optam pela comunicação em Libras e lutam em prol de uma educação bilíngue para
surdos. Essa proposta de educação bilíngue para surdos, no Brasil, compreende.
A alternativa "A " está correta.
 
Na comunidade surda, a partir do bilinguismo, é compreendido que a língua de sinais atua como a primeira
língua (L1), e a língua oral oficial do país, na modalidade oral ou escrita, atua como a segunda língua (L2).
MÓDULO 2
 Compreender o atendimento educacional especializado e as especificações desse atendimento ao
estudante surdo na Educação Básica
INTRODUÇÃO
Descrevemos, neste módulo, o atendimento educacional especializado, de acordo com os diplomas legais
brasileiros, e apresentamos estratégias de ensino nesse atendimento na Educação Básica para a pessoa
surda.
O acesso à educação das pessoas com deficiência é amparado pela Constituição Federal (CF) de 1988,
notadamente no caput do art. 205, o qual garante a educação como direito de todos e dever do Estado e da
família. O texto da CF, no inciso I do art. 206, regulamenta que o dever do Estado será efetivado mediante a
garantia da igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola.
 SAIBA MAIS
Cabe destacar que a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da
Organização das Nações Unidas (ONU), editada em 2006 — devidamente incorporada ao ordenamento
jurídico brasileiro com status de emenda constitucional (Decreto Legislativo nº 186/2008 e Decreto Executivo
nº 6.949/2009) —, prevê o princípio da “plena e efetiva participação e inclusão na sociedade” dessas
pessoas.
O Plano Nacional de Educação (PNE) proposto para o período de 2014 a 2024, em sua Meta 4, tem por foco
a universalização do acesso à Educação Básica e ao atendimento educacional especializado para a
população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades
ou superdotação.
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO:
DEFINIÇÃO E OBJETIVOS
O atendimento educacional especializado é regulamentado no ordenamento jurídico brasileiro como “um
conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente”
(DECRETO Nº 7.611/2011). De acordo com o art. 3º desse decreto, os objetivos desse atendimento são:
I – PROVER CONDIÇÕES DE ACESSO, PARTICIPAÇÃO E
APRENDIZAGEM NO ENSINO REGULAR E GARANTIR
SERVIÇOS DE APOIO ESPECIALIZADOS DE ACORDO COM AS
NECESSIDADES INDIVIDUAIS DOS ESTUDANTES; 
 
II – GARANTIR A TRANSVERSALIDADE DAS AÇÕES DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO REGULAR; 
 
III – FOMENTAR O DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS
DIDÁTICOS E PEDAGÓGICOS QUE ELIMINEM AS BARREIRAS
NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM; E 
 
IV – ASSEGURAR CONDIÇÕES PARA A CONTINUIDADE DE
ESTUDOS NOS DEMAIS NÍVEIS, ETAPAS E MODALIDADES DE
ENSINO.
(DECRETO Nº 7.611/2011)
Tal atendimento busca a eliminação de barreiras atitudinais, físicas e de acesso ao currículo escolar por meio
de ações pedagógicas para estudantes da Educação Especial, atendendo às peculiaridades e às
necessidades de cada um.

 
Imagem: Shutterstock.com
O ensino, nesse atendimento, é diferente do ensino escolar, porque não se trata de local para reforço escolar
ou de espaço para complementar as atividades escolares. Dessa forma, o atendimento não é “um período
extra de reforço dos conteúdos acadêmicos ensinados na sala de aula comum. A perspectiva é de uma
construção particular de conhecimento importante para a vida acadêmica e geral do estudante” (SANTOS,
2012, p. 944).
O atendimento educacional especializadoperpassa todos os níveis, etapas e modalidades da educação
(BRASIL, 2008). Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei nº 9.394/1996), em
seu art. 58, § 2º, tal atendimento é feito “em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em
função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de
ensino regular”.
 
Imagem: Shutterstock.com


 
Imagem: Shutterstock.com
O Estatuto da Pessoa com Deficiência — Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº
13.146/2015) — ratifica a regulamentação da LDB. O estatuto afirma que se deve proporcionar um sistema
educacional inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida, a fim de
promover nesses discentes o alcance do máximo desenvolvimento possível dos talentos e das habilidades
físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, seus interesses e suas necessidades
de aprendizagem.
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO:
PÚBLICO-ALVO E ATUAÇÃO DOCENTE
Segundo Sassaki (1997), os estudos sobre a Educação Especial vêm contribuindo para o suporte à escola
no recebimento desse público com base na perspectiva da inclusão. A oferta do atendimento educacional
especializado é direcionada ao público da Educação Especial. Segundo o art. 5º, parágrafo único, do Decreto
nº 10.502/2020, que institui a Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com
Aprendizado ao Longo da Vida, são considerados como público-alvo da Educação Especial:
I – EDUCANDOS COM DEFICIÊNCIA, CONFORME DEFINIDO
PELA LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 — ESTATUTO DA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA; 
 
II – EDUCANDOS COM TRANSTORNOS GLOBAIS DO
DESENVOLVIMENTO, INCLUÍDOS OS EDUCADOS COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA, CONFORME
DEFINIDO PELA LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012;
E 
 
III – EDUCANDOS COM ALTAS HABILIDADES OU
SUPERDOTAÇÃO QUE APRESENTEM DESENVOLVIMENTO OU
POTENCIAL ELEVADO EM QUALQUER ÁREA DE DOMÍNIO,
ISOLADA OU COMBINADA, CRIATIVIDADE E ENVOLVIMENTO
COM AS ATIVIDADES ESCOLARES. (DECRETO Nº 10.502/2020).
(DECRETO Nº 10.502/2020)
Professores com formação específica para atuação com discentes da Educação Especial desenvolvem
ações educacionais com o apoio de materiais, recursos técnicos, humanos e tecnológicos, a fim de promover
a acessibilidade à aprendizagem e ao currículo escolar.
De acordo com o art. 18, § 1º, da Resolução nº 2/2001 do Conselho Nacional de Educação/Câmara de
Educação Básica (CNE/CEB), serão considerados professores capacitados para atuação aqueles que
apresentarem comprovação em sua formação profissional, seja de nível médio, seja de nível superior, com
conteúdo sobre Educação Especial. Ainda de acordo com essa resolução, no art. 18, § 3º, tais professores
atuam desenvolvendo
(…) COMPETÊNCIAS PARA IDENTIFICAR AS NECESSIDADES
EDUCACIONAIS ESPECIAIS PARA DEFINIR, IMPLEMENTAR,
LIDERAR E APOIAR A IMPLEMENTAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE
FLEXIBILIZAÇÃO, ADAPTAÇÃO CURRICULAR,
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS PEDAGÓGICOS E PRÁTICAS
ALTERNATIVAS, ADEQUADOS AOS ATENDIMENTOS DESSAS,
BEM COMO TRABALHAR EM EQUIPE, ASSISTINDO O
PROFESSOR DE CLASSE COMUM NAS PRÁTICAS QUE SÃO
NECESSÁRIAS PARA PROMOVER A INCLUSÃO DOS ALUNOS
COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS.
(RESOLUÇÃO Nº 2/2001)
Entre as diversas ações desenvolvidas nesse atendimento, podemos destacar as seguintes, de acordo com
as demandas dos discentes:
 
Foto: Stock.adobe.com
Ensino da Libras.
 
Foto: Stock.adobe.com
Ensino do Sistema Braille.
 
Foto: Stock.adobe.com
Ensino de técnicas de orientação e mobilidade.
 
Foto: Stock.adobe.com
Ensino de cálculo com soroban.
 
Foto: Stock.adobe.com
Uso de tecnologias assistivas e de comunicação alternativa.
 
Imagem: Stock.adobe.com
Apresentação de diferentes estratégias para o desenvolvimento de processos cognitivos.
Para que o atendimento educacional especializado ocorra de forma satisfatória, precisa estar previsto no
projeto político-pedagógico (PPP) da escola.
No PPP, podem-se prever estudos sobre ações pedagógicas para os discentes contemplados pelo
atendimento, a fim de proporcionar a avaliação como um processo contínuo.

Assim, estratégias pedagógicas empregadas podem ser reorientadas ou aprimoradas, tendo em vista as
áreas de interesse do estudante e suas possibilidades de aprendizagem.
O atendimento educacional especializado pode ocorrer no turno de escolarização e/ou no contraturno, em
salas específicas, como as salas de recursos multifuncionais (SRM), buscando o desenvolvimento de
habilidades cognitivas, socioafetivas, psicomotoras, comunicacionais, linguísticas, identitárias e culturais,
considerando as singularidades de cada discente.
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
PARA SURDOS
Em relação ao atendimento educacional especializado para estudantes surdos, primeiramente, deve-se levar
em consideração qual é a identidade surda do estudante. Dentro da diversidade de identidades, podemos
salientar que há surdos que optam pela comunicação por meio da fala e da leitura labial e há surdos que
optam pelo uso da Libras.
Para os surdos que sinalizam, Amorim (2011) destaca a relevância do aspecto bilíngue no processo de
desenvolvimento educacional desses alunos, considerando:
A Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua (L1)
A Língua Portuguesa como segunda língua (L2)
De acordo com Alvez, Ferreira e Damázio (2010), a SRM deve ser organizada nos seguintes momentos
didático-pedagógicos distintos no atendimento educacional especializado:
 
Imagem: Shutterstock
Em Libras.
 
Imagem: Shutterstock
No ensino da língua portuguesa.
 
Imagem: Shutterstock
No ensino de Libras.
O primeiro momento, atendimento educacional especializado em Libras, tem como objetivo desenvolver em
Libras conteúdos curriculares trabalhados na sala de aula comum, proporcionando o aprimoramento da
associação de conceitos, visto que, em muitos estabelecimentos de ensino, o surdo participa das atividades
escolares por meio da mediação realizada pelo profissional tradutor-intérprete de Libras-português, que
transmite as informações sem modificá-las.
Nessa primeira etapa, é disponibilizado ao alunado o acesso a informações curriculares em Libras,
possibilitando interação e espaço para tirar dúvidas em Libras, com a intenção de contribuir para a
compreensão do conteúdo abordado e a participação ativa na sala de aula.
Com a Libras como língua de instrução, o professor bilíngue (Libras-português) desenvolve materiais
didáticos com recursos visuais. Explora-se uma metodologia de ensino que reconheça as especificidades
linguísticas da relação do surdo com a língua de sinais e respeitando a Libras como meio de comunicação
legal da comunidade surda brasileira (Lei nº 10.436/2002).
O segundo momento, atendimento educacional especializado em língua portuguesa, é amparado
legalmente pelo Decreto nº 5.626/2005, que regulamenta o direito do surdo a uma educação que permita sua
formação, na Libras e no português, preferencialmente, em sua modalidade escrita, garantindo o acesso às
duas línguas no ambiente escolar, visto que o português é a língua oficial no Brasil.
Como o fracasso escolar de alunos surdos ocorre muitas vezes pela dificuldade de compreensão de
materiais didáticos em português, nessa etapa, propõe-se a aplicação de metodologias no ensino de
português como segunda língua para esse público.
 ATENÇÃO
Quadros e Schmiedt (2006) ressaltam a importância do ensino da leitura contextualizada e da escrita
significativa para facilitar a compreensão do texto.
O último momento, atendimento educacional especializado no ensino de Libras, visa ao desenvolvimento
da identidade surda, uma vez que nessa etapa é estudada a língua oriunda da comunidade surda brasileira.
Como muitos alunos surdos são filhos de pais ouvintes falantes da língua portuguesa, nesse momento
proporcionam-se a difusão da cultura surda e o desenvolvimento do conhecimento metalinguísticoda língua
de sinais.
ESTRATÉGIAS NO ATENDIMENTO DA PESSOA SURDA
Nesse vídeo encontraremos exemplos de estratégias no atendimento da pessoa surda e a realidade vivida
pelos professores.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. MARQUE A OPÇÃO CORRETA QUE TRATA DO PAPEL DO PROFISSIONAL
TRADUTOR-INTÉRPRETE DE LIBRAS-PORTUGUÊS DURANTE SEU ATENDIMENTO
EM SALA DE AULA PARA O ALUNO SURDO:
A) O profissional tradutor-intérprete e sua vida pessoal fazem parte do processo de interpretação.
B) O tradutor-intérprete pode e deve interferir com opiniões próprias, sempre que for necessário.
C) O tradutor-intérprete deve dar sua opinião durante a interpretação.
D) A interpretação deve ser fiel, e o intérprete não pode alterar a informação ao querer ajudar ou ter opiniões
sobre algum assunto.
E) A vida pessoal do discente surdo faz parte do processo de interpretação.
2. SOBRE O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO, LEIA AS QUESTÕES
E, EM SEGUIDA, RESPONDA AO QUE SE PEDE. 
 
I – O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PERPASSA TODOS OS
NÍVEIS, ETAPAS E MODALIDADES DA EDUCAÇÃO. 
II – O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO É REALIZADO EM CLASSES,
ESCOLAS OU SERVIÇOS ESPECIALIZADOS, SEMPRE EM FUNÇÃO DAS
CONDIÇÕES ESPECÍFICAS DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. 
III – A OFERTA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO É PARA TODOS
OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA. 
 
ESTÁ CORRETO O QUE SE AFIRMA APENAS EM:
A) I e III
B) I e II
C) II e III
D) II
E) III
GABARITO
1. Marque a opção CORRETA que trata do papel do profissional tradutor-intérprete de Libras-
português durante seu atendimento em sala de aula para o aluno surdo:
A alternativa "D " está correta.
 
Em muitos estabelecimentos de ensino, o surdo participa das atividades escolares por meio da mediação
realizada pelo profissional tradutor-intérprete de Libras-português, que transmite as informações sem
modificá-las.
2. Sobre o atendimento educacional especializado, leia as questões e, em seguida, responda ao que
se pede. 
 
I – O atendimento educacional especializado perpassa todos os níveis, etapas e modalidades da
educação. 
II – O atendimento educacional especializado é realizado em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre em função das condições específicas dos alunos da Educação Especial. 
III – A oferta do atendimento educacional especializado é para todos os alunos da Educação Básica. 
 
Está CORRETO o que se afirma apenas em:
A alternativa "B " está correta.
 
A frase em III está incorreta, porque a oferta do atendimento educacional especializado é apenas para alunos
da Educação Especial.
MÓDULO 3
 Reconhecer a importância da visualidade como técnica assistiva no ensino para pessoas surdas
TÉCNICAS ASSISTIVAS E O SUPORTE AO
DOCENTE
Em relação às técnicas assistivas e ao suporte ao docente, descrevemos a seguir propostas pedagógicas
que podem contribuir para o processo de ensino-aprendizado da pessoa surda, a fim de apresentar aos
alunos alternativas didáticas.
 RELEMBRANDO
Os surdos estão distantes da compreensão auditiva e perto da compreensão visual.
Professores de alunos surdos, em suas atividades em sala de aula, são orientados a produzir conteúdos
didáticos e avaliações que forneçam recursos visuais, como imagens, diferenciação por cores e uso da
Libras (sinais ou alfabeto manual), caso haja alunos que optem pela língua de sinais. Tais recursos
amparam-se em propostas de ensino para surdos, como a pedagogia visual e a pedagogia surda.
 
Foto: Stock.adobe.com
Segundo Campello (2008), as expressões “pedagogia visual” e “pedagogia surda” são antigas e podem
ser equiparáveis, porque têm como pilar a visualidade.
 COMENTÁRIO
Ambas têm o signo visual como seu maior aliado no processo de ensinar e aprender.
De acordo com Vilhalva,
(…) A PEDAGOGIA SURDA TEM UM SISTEMA EDUCATIVO
PRÓPRIO, ABRANGENDO SEM LIMITE DE LUGAR, PODENDO
SER CONTEMPLADAS ATRAVÉS DAS HISTÓRIAS EM LIBRAS
E PASSADAS PELOS SURDOS SINALIZADORES MAIS
VELHOS. É INFORMALMENTE QUE OBSERVAMOS A
EVOLUÇÃO GRADUAL DA COMUNICAÇÃO SINALIZADA QUE
HOJE É RESPEITADA E VALORIZADA PELA COMUNIDADE
SURDA BRASILEIRA.
(VILHALVA, 2002, p. 1)
Já a pedagogia visual tem por foco uma prática que privilegia o uso de tecnologias e recursos visuais a
serviço do processo de aprendizagem. A presença das tecnologias de informação e comunicação (TICs)
contribui para esse processo em razão dos avanços de tecnologias que possibilitam vantagens logísticas e
pedagógicas, entre elas: “transmissão rápida de informações a qualquer momento e para toda parte;
genuínas possibilidades para a aprendizagem autônoma; maior interatividade entre os usuários” (MIGUEL;
NUNES, 2019, p. 77). Esses avanços tecnológicos favoreceram a criação de instrumentos para registros em
vídeos das línguas de sinais e o desenvolvimento de práticas por meio de uma comunicação visual.
Assim, uma proposta pedagógica visual relaciona-se com uma metodologia de ensino de surdos pautada por
recursos visuais, espaciais e pela língua de sinais. O uso de imagens na prática metodológica proporciona
uma perspectiva semiótica, facilitando a assimilação de conhecimento por parte do estudante surdo. A escola
pode colaborar para a exploração de diferentes aspectos de imagens, signos e significados visuais em seus
métodos educacionais, contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento por meio da abstração do
pensamento imagético.
A seguir, descreveremos propostas pedagógicas com recursos visuais em dois momentos:
 
Imagem: Shutterstock.com
PRIMEIRO MOMENTO
Aqui teremos atividades desenvolvidas apoiadas em ferramentas tecnológicas.
 
Imagem: Shutterstock.com
SEGUNDO MOMENTO
Já aqui teremos atividades desenvolvidas com recursos manuais.
Essas propostas podem ser aplicadas para alunos surdos da Educação Básica, de acordo com a etapa de
ensino.
PROPOSTA PEDAGÓGICA COM RECURSOS
VISUAIS: FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS
Para exemplificar essa proposta pedagógica visual, elencamos a seguir algumas atividades didáticas:
A primeira atividade descrita foi aplicada por Nunes (2016) durante o ensino de alunos surdos do Ensino
Médio que utilizam a Libras em SRM.
Em uma atividade didática, durante a leitura de um texto em português, constatou-se que, quando o aluno se
deparava com uma palavra desconhecida, buscava o significado no dicionário de português, impresso ou
digital. Essa busca muitas vezes gerava dúvidas de novos vocábulos, em vez do encontro do significado
inicialmente procurado, tendo em vista que, para os alunos surdos dessa sala, o português era empregado
como segunda língua, e a Libras, como primeira.
Diante disso, considerando essa proposta pedagógica visual e a possibilidade de consulta a imagens na
internet, solicitou-se aos alunos que fosse realizada a busca de imagens na internet, em vez do uso de
dicionários em português. Sabemos que esse tipo de busca possibilita apenas uma investigação “inicial”
sobre o significado de algumas palavras, porque compreendemos que palavras com conceitos abstratos não
são facilmente representadas por imagens. Entretanto, a busca de imagens mostrou-se eficaz para a maioria
das palavras pesquisadas, porque a procura de significados de palavras em dicionários de português gerava
mais dúvidas nos discentes quando eles se deparavam com outras palavras desconhecidas.
 
Foto: Stock.adobe.com
Por exemplo, havia a seguinte frase em um texto sobre pássaros: “Na árvore, havia um azulão”. Inicialmente,
sinalizou-se em Libras a frase, mas, ao se depararem com a palavra “azulão”, os estudantes tiveram dúvidas.
Alguns comentavam sobre a cor azul, enquanto outros associavam a palavra ao nome de um pássaro. Foi
esclarecido que o conceito da palavra “azulão” para se referir a um pássaro poderia estar relacionado com a
cor “azul”.
Apesar desse esclarecimento, a compreensão de que “azulão” era um tipo de pássaro tornou-se possível
após a consulta a imagens na internet.
 
Foto: Michael Kranewitter / Wikimedia Commons / CC BY 2.5
Nessa situação,o uso de imagens foi uma boa ferramenta, porque materializou, tornou visível o conceito de
“azulão”, proporcionando que o discente concretizasse o conceito visual da palavra.
 Imagem do pássaro azulão
Em outra atividade, Nunes (2016) destaca o uso de mapas on-line, que proporcionam a visão de ruas como
ferramenta no ensino de conhecimentos de localização geográfica. Em algumas aulas na sala de recursos,
foram pesquisadas as localizações de cidades e estados no Brasil e no mundo, destacando-se lugares onde
são realizados trabalhos na área da surdez, como na Gallaudet University, nos Estados Unidos, onde os
primeiros estudos sobre a língua de sinais surgiram, e no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES),
no Rio de Janeiro.
Para exemplificar, uma das atividades propostas foi buscar no Google Maps a localização da escola e traçar
rotas para locais próximos ao colégio. Tarefas como essa possibilitaram aos discentes a compreensão de
seu local no mundo, em seu país, em sua cidade, em seu bairro. Esse recurso apresenta uma descrição
visual detalhada dos lugares, dando a sensação, por meio do street view, de estar presente no local
pesquisado.
Outro recurso on-line empregado, também disponível gratuitamente, foi o acesso aos vídeos da TV INES,
que proporcionam aos surdos o contato com a cultura surda, visto que muitos deles nascem em lares de
famílias ouvintes e não têm contato com ela (NUNES, 2016). A TV INES foi desenvolvida por surdos, sendo
seus programas — que possibilitam a divulgação e a valorização da cultura surda — acessíveis em
português e Libras. A programação contém conteúdo diversificado, incluindo filmes, notícias, desenhos
animados, programas sobre esporte, saúde, política, tecnologia e cultura. Dessa forma, a TV INES permite
que os surdos possam estar informados sobre os acontecimentos da atualidade.
 
Foto: Stock.adobe.com
Nunes (2016) ainda destaca os seguintes programas on-line explorados como propostas pedagógicas
colaboradoras do desenvolvimento da identidade surda: Manuário, Café com Pimenta e A Vida em Libras.
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Imagem: Shutterstock.com
O programa Manuário é um dicionário acadêmico bilíngue em Libras e em português. Em cada vídeo, é
apresentada uma personalidade relevante para os estudos surdos, sendo descritas suas contribuições, como
curiosidades, obras, história, questões relacionadas com a cultura e a biografia. É apresentado o sinal de
identificação na comunidade surda de cada personalidade.
Já o programa Café com Pimenta — apresentado pelo professor e ator surdo Nelson Pimenta — traz
entrevistas com pessoas famosas da comunidade surda, de diferentes áreas de atuação profissional,
permitindo aos discentes surdos o encontro em seus pares surdos de possibilidades de atuação no mercado
de trabalho.
 
Imagem: Shutterstock.com
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Imagem: Shutterstock.com
No programa A Vida em Libras, o apresentador Heveraldo Ferreira mostra sinais em Libras sobre cultura,
esportes, educação e gastronomia em situações do dia a dia, com o auxílio de animações, locuções e
legendas em português. Os vídeos, sempre com dinâmica visual, contribuem para o aprendizado de novos
sinais. De forma didática, no final de cada vídeo, há um momento de revisão dos sinais apresentados.
 DICA
Além dos programas da TV INES e da busca de imagens e mapas on-line, destacamos também a consulta a
vídeos de instituições de ensino disponíveis gratuitamente no YouTube, e o uso de aplicativos gratuitos sobre
Libras, tais como Hand Talk e ProDeaf.
PROPOSTA PEDAGÓGICA COM RECURSOS
VISUAIS: TÉCNICAS MANUAIS
Para os alunos surdos, que utilizam a Libras ou não, explorar o uso de recursos manuais com objetos
concretos, gerando uma perspectiva visual, é uma proposta pedagógica que facilita sua compreensão, pois,
como já foi dito, eles estão próximos a uma percepção visual do mundo.
Para exemplificar, Moreira (2018) apresenta um jogo de memória com recursos visuais e manuais. A autora
descreve que, nesse jogo, uma carta traz um desenho de uma fração, enquanto a outra apresenta a fração
escrita. Cabe ao aluno, então, encontrar os pares de cada fração.
 
Imagem: Ensino de matemática para surdos, uma abordagem bilíngue, MOREIRA, 2018, pág. 67
 Jogo da memória com frações.
 
Imagem: Algumas estrátegias sobre alfabetização cartográfica para alunos surdos, NICACIO, 2018, pág. 33
 Jogo bilíngue dos estados brasileiros.
Em outra atividade didática, que apresenta uma proposta bilíngue (Libras e português), com o objetivo de
ensinar o nome dos estados brasileiros e das regiões político-administrativas, Nicacio (2018) desenvolveu
um jogo didático com duas etapas.
Primeiro, os alunos organizam um quebra-cabeça com peças coloridas, que dividem os territórios estaduais
de acordo com suas regiões político-administrativas.
Segundo, cartões com o sinal em Libras do estado, acompanhados do nome do estado e de sua respectiva
bandeira, são entregues aos alunos.
Assim, o jogador busca no mapa montado a localização do estado, de acordo com o cartão. Dessa forma,
com uma proposta pedagógica visual e contribuindo para a memorização, ocorre o aprendizado da
localização geográfica dos estados e das regiões político-administrativas, do sinal dos estados em Libras, do
nome escrito em português dos estados e do conhecimento das bandeiras estaduais.
O uso da Libras no processo de aprendizagem de alunos surdos também é descrito por Lobato e Noronha
(2013). No primeiro exemplo, podemos observar, na primeira linha, o número e, na segunda linha, o sinal em
Libras. No segundo exemplo, temos na primeira linha o número escrito por extenso e, na segunda linha, o
sinal em Libras. Essa prática pode ser utilizada com estudantes surdos para proporcionar o aprendizado da
Libras e do português escrito e o ensino de operações matemáticas.
 
Imagem: O aluno surdo e o ensino de matemática: desafios e Perspectivas na escola regular de ensino em
natal, RN, LOBATO E NORONHA, 2013, pág. 8
 Operação matemática com fonte bilíngue.
Para o ensino de vocabulário na língua portuguesa, Cruz e Alves (2016) sugerem o uso de caixa de
vocabulário com cartões que têm o sinal em Libras, a palavra em português e um desenho representativo.
Esses cartões podem ser impressos em papel cartão e em seguida plastificados, a fim de proporcionar uma
maior durabilidade do material didático.
 
Imagem: Articulação entre a literatura surda e a Libras no ensino de língua portuguesa a aprendizes surdos
(CRUZ e ALVES, 2016, p. 15)
 Cartão de vocabulário bilíngue
Essa atividade promove o ensino do português escrito aliado ao ensino de Libras em uma proposta
pedagógica visual. Todas as atividades elencadas têm como objetivo fornecer um suporte ao docente, com
propostas de exercícios que podem ser aplicados ou adaptados para o ensino da pessoa surda em sala de
aula.
TÉCNICAS ASSISTIVAS PARA APRENDIZAGEM
Assista a entrevista sobre técnicas assistivas em diferentes realidades, matérias e momentos da vida escolar.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SEGUNDO CAMPELLO (2008, P. 10), AS EXPRESSÕES “PEDAGOGIA VISUAL” E
“PEDAGOGIA SURDA” PODEM SER EQUIPARÁVEIS. O QUE HÁ EM COMUM
NELAS?
A) A visualidade no processo de ensinar e aprender.
B) A audição no processo de ensinar e aprender.
C) A presença do Braille no processo de ensinar e aprender.
D) A escrita de língua estrangeira no processo de ensinar e aprender.
E) A compreensão auditiva no processo de ensinar e aprender.
2. PROFESSORES DE ALUNOS SURDOS, EM SUAS ATIVIDADES EM SALA DE
AULA, SÃO ORIENTADOS A PRODUZIR CONTEÚDOS DIDÁTICOS E AVALIAÇÕES
QUE FORNEÇAM RECURSOS VISUAIS. DENTRE ESSES RECURSOS VISUAIS, QUAL
DAS ALTERNATIVAS NÃO ATENDE A ESSE CRITÉRIO?
A) Atividade com diferenciação por cores.
B) Uso do alfabeto manual.
C) Exercício com Libras.
D) Desenhos de mapas.
E) Texto apenas escrito.
GABARITO
1. Segundo Campello (2008, p. 10), as expressões “pedagogia visual” e “pedagogia surda” podem ser
equiparáveis. O que há em comum nelas?A alternativa "A " está correta.
 
Segundo Campello (2008, p. 10), as expressões “pedagogia visual” e “pedagogia surda” são antigas e
podem ser equiparáveis, porque têm como pilar a visualidade. Em outras palavras, ambas têm o signo visual
como seu maior aliado no processo de ensinar e aprender.
2. Professores de alunos surdos, em suas atividades em sala de aula, são orientados a produzir
conteúdos didáticos e avaliações que forneçam recursos visuais. Dentre esses recursos visuais, qual
das alternativas NÃO atende a esse critério?
A alternativa "E " está correta.
 
Entendendo que os surdos estão distantes da compreensão auditiva e perto da compreensão visual, logo o
uso de texto escrito sem recursos visuais é uma atividade que não explora a percepção visual dessas
pessoas.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o percurso de aprendizado, foram analisadas as principais técnicas pedagógicas aplicadas ao
ensino de estudantes com perda auditiva, visando ao aperfeiçoamento dos processos de ensino-
aprendizagem desses alunos e à atuação do professor em sala de aula.
Entendemos que as práticas educacionais, para esses estudantes, estão relacionadas com uma construção
histórica, cultural e pedagógica que foi desenvolvida ao longo dos anos no Brasil. Dessa forma, o ensino,
para tais alunos, precisa estar atrelado à compreensão das diferentes identidades surdas presentes na
sociedade brasileira. Algumas pessoas com perda auditiva optam por espaços de ensino bilíngues, em que
Libras é a primeira língua e português é a segunda; já outras apoiam a proposta de ensino inclusivo, com o
atendimento educacional especializado, que é frequente em nosso país.
Aqui, aprimoramos os conceitos subjacentes a esse atendimento, de acordo com os diplomas legais
brasileiros. Nessa perspectiva de inclusão, estudamos estratégias de ensino tendo por foco a identificação do
público-alvo e os objetivos desse atendimento. Foi possível também compreender a importância da
visualidade como técnica assistiva no ensino para pessoas surdas. Por isso, foram apresentadas propostas
pedagógicas, com recursos manuais e TICs, que proporcionam vantagens logísticas e pedagógicas.
Assim, este estudo apresentou alguns caminhos pedagógicos para a produção de técnicas pedagógicas
aplicadas ao ensino de pessoas com perda auditiva, contribuindo também para o desenvolvimento
profissional dos docentes.
 PODCAST
A especialista Valeria Fernandes Nunes encerra este estudo com uma entrevista acerca do que abordamos
ao longo desses três módulos.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALLPORT, G. W. Desenvolvimento da personalidade. São Paulo: Helder, 1962.
ALVEZ, C. B.; FERREIRA, J. de P.; DAMÁZIO, M. M. A Educação Especial na perspectiva da inclusão
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Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010.
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Salas de Recursos Multifuncionais para Alunos com Surdez. 8. ed., n. 2. s/d. p 1- 4. Consultado na
internet em: 10 abr. 2021.
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BURKE, P. Hibridismo cultural. São Leopoldo: Unisinos, 2003.
CAMPELLO, A. R. S. Pedagogia visual na educação de surdos-mudos. 2008. Tese (Doutorado em
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Cidadania, v. 18, jan./dez. 2016. Consultado na internet em: 13 abr. 2021.
LOBATO, M. J. S.; NORONHA, C. A. O aluno surdo e o ensino de matemática: desafios e perspectivas na
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MIGUEL, F. O.; NUNES, V. F. As tecnologias da informação e comunicação e o processo de ensino-
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MOREIRA, S. Ensino de matemática para surdos: uma abordagem bilíngue. 2018. Dissertação (Mestrado
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NICACIO, G. G. A. Algumas estratégias sobre alfabetização cartográfica para alunos surdos. 2018.
Monografia (Bacharelado em Geografia), Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018. Consultado na
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NUNES, V. F. Estratégias tecnológicas para educação de surdos: TV Ines, Google Imagens e Google
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PERLIN, G.; STROBEL, K. Teorias da educação e estudos surdos. Florianópolis: CCE/UFSC, 2009.
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STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. 3. ed. rev. Florianópolis: UFSC, 2013.
VILHALVA, S. (Org.). A pedagogia surda. Rio de Janeiro: Arara Azul, 2002
EXPLORE+
Para conhecer e acompanhar estudos na área da educação de surdos, assista aos vídeos de
palestras, oficinas e cursos dos congressos do INES. Os vídeos estão disponíveis em Libras e em
português gratuitamente no canal do instituto, no YouTube.
Para conhecer mais sobre a cultura surda acessar o site da TV INES para assistir a programas de
notícias, ensino de Libras, literatura surda, esportes, política e muito mais.
Para aprofundar ou reforçar os estudos sobre estratégias didáticas no ensino para surdos, veja nas
referências os artigos sobre ensino de diferentes áreas do saber, como matemática, geografia e
português.
Leia o livro Ensino de língua portuguesa para surdos: caminhos para a prática pedagógica, de Salles e
companhia.
Vale conhecer a legislação voltada para a Educação Especial, destacando-se as que tratam da
Libras, do atendimento educacional especializado e da Política Nacional de Educação Especial:
BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril
de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de
dezembro de 2000.
BRASIL. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a Educação Especial, o
atendimento educacional especializado e dá outras providências.
BRASIL. Decreto nº 10.502, de 30 de setembro de 2020. Institui a Política Nacional de Educação
Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida.
CONTEUDISTA
Valeria Fernandes Nunes
 CURRÍCULO LATTES
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