Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RECONSTRUÇÃO PALEOAMBIENTAL (VEGETAÇÃO E CLIMA) NO NORDESTE DO BRASIL ATRAVÉS DOS ISÓTOPOS DO CARBONO DA MATÉRIA ORGÂNICA DOS SOLOS E FRAGMENTOS DE CARVÃO Susy E. M. Gouveia1, Luiz C. R. Pessenda1, José A. Bendassoli2, Ramon Aravena3, Adauto S. Ribeiro4, Soraya E.M.G. Saia1, Mariana Vedoveto1 1Laboratório 14C, CENA/USP (susyeli@cena.usp.br); 2Laboratório de Isótopos Estáveis, CENA/USP; 3Department of Earth Sciences, University of Waterloo, Canada; 4Departamento de Biologia, UFS Abstract. The carbon isotope approach for identification and changing distribution of C3 e C4 plant communities and inferences related to humid and drier paleoclimatic conditions, respectively, have been applied to expand the palaeoenvironmental studies for Northeastern region of Brazil in the last 15,000 years. The use of 14C dating in the SOM (humin fraction) and/or in the buried charcoal fragments in the soil establishes the chronology of the events. Samplings have been made in three states of the region (Piauí, Paraíba and Ceará). Soil profiles were sampled for δ13C analysis, as well as buried charcoal fragments were used for 14C dating. Based on the isotopic data obtained, it is possible to postulate that approximately since the late Pleistocene (~15,000 yr BP) to the early Holocene (~10,000-9000 yr BP), arboreal vegetation (woody savanna) was present in the study areas. This phase was probably related to a more humid phase. Afterward, since ~9000 yr BP till 4000-3000 yr BP, the Cerrado expanded, probably related to the presence of a drier climate. The high concentration of charcoal found at the study sites confirms the occurrence of a drier phase during this period. From approximately 4000-3000 yr BP to the present, a trend toward more depleted values was interpreted as an arboreal vegetation expansion due to the return to a more humid phase and probably similar to the present climate. Palavras-chave: paleovegetação, matéria orgânica do solo, fragmentos de carvão 1. Introdução A aplicação dos isótopos estáveis do carbono (δ13C) é baseada na diferença isotópica das plantas C3 e C4 e sua preservação na matéria orgânica dos solos (MOS). As espécies de plantas do tipo C3 (árvores) possuem valores de δ13C que variam entre -20‰ e -32‰, com média de -27‰, enquanto que os valores de δ13C das espécies C4 (gramíneas) variam entre -9‰ e -17‰, com média de -13‰. Assim, plantas C3 e C4 possuem valores de δ13C que diferem de aproximadamente 14‰ entre si (Boutton 1996). A datação por 14C da MOS (fração humina) e/ou de fragmentos de carvão encontrados nos solos estabelece a cronologia dos eventos (Pessenda et al. 1996, 2001, 2004, 2005; Gouveia et al. 2002). Os isótopos do carbono (δ13C e 14C) têm sido aplicados em estudos de reconstrução paleoambiental em diversas regiões do Brasil, no entanto, poucos estudos se referem às paleovegetações e paleoclimas presentes no nordeste brasileiro durante o Pleistoceno tardio e Holoceno. 2. Áreas de Estudo Os locais de estudo (Fig. 1, Tabela 1) encontram-se em áreas de preservação do IBAMA, onde encontram-se naturalmente distintas fitofisionomias: floresta, cerrado, carrasco e campo. Fig. 1. Localização das áreas de estudo. Tabela 1. Características ambientais das áreas de estudo. FLONA (CE) PARNA (PI) REBIO (PB) Temperatura média anual 24 a 26ºC 24º Precipitação média anual 1200 1750 a 2000 Clima (Classificação Köppen) Aw’ As’ Solos Latossolo Areia Quartzosa Latossolo e Areia Quartzosa Nº de pontos amostrados 6 7 9 3. Materiais e Métodos 3.1. Solos Para a datação por 14C da MOS, foram feitas trincheiras de até 400 cm de profundidade, de onde foram coletados aproximadamente 5 kg de solo por camada, a cada 10 cm. Tradagens foram realizadas para a coleta de amostras para a determinação isotópica (δ13C). As amostras foram secas a 60ºC até peso constante e peneiradas. As análises granulométricas foram feitas no Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Piracicaba, Brasil). As amostras secas foram peneiradas (210 µm) e as análises do carbono (C orgânico total e δ13C) realizadas no Laboratório de Isótopos Estáveis do CENA (Piracicaba, Brasil). Os resultados estão expressos, respectivamente, em porcentagem de peso seco e pela unidade relativa “δ”, determinada em relação ao padrão internacional PDB, com precisão analítica de ± 0,2‰. Amostras de solos foram submetidas à pré-tratamentos físico e químico (Pessenda et al. 1996) para a obtenção da fração humina e as análises do 14C realizadas no Isotrace Laboratory em Toronto, Canadá, via AMS (Accelerator Mass Spectrometry). As idades 14C são reportadas como anos AP (antes do presente). 3.2. Fragmentos de Carvão Os fragmentos de carvão foram coletados durante o peneiramento das amostras de solos e submetidos a tratamento físico. Fragmentos com massa maior que 2g foram submetidos a tratamento ácido. Após secagem a análise do 14C foi realizada no Laboratório de 14C do CENA através da síntese de benzeno e cintilação líquida. Fragmentos menores (<2g) foram submetidos à combustão e amostras de CO2 foram enviadas ao Isotrace Laboratory para a análise do 14C via AMS. As datações 14C são representativas da média da idade dos fragmentos para cada camada de 10 cm. 4. Resultados e Discussão 4.1. FLONA Araripe Na FLONA os solos apresentaram textura argilosa e teores de carbono que variaram entre 5,2% na superfície e 0,2% a 400 cm de profundidade. Os dados isotópicos da MOS (Fig. 1) das camadas superficiais caracterizaram os tipos de vegetação de cobertura (formação florestal mais densa no km 0’, com δ13C de -32,4‰, e mais aberta nos km 4, 6’ e 10, com δ13C em torno de -24‰). No km 4 observa-se valores mais enriquecidos em 13C (até -19,0‰) a 160-170 cm e 300-310 cm de profundidade, indicativo de provável presença ainda mais significativa de plantas C4 no passado. Tal período foi datado entre c. 5800 e 9000 anos AP. No km 0’, a 190- 200 cm de profundidade, observa-se um enriquecimento de até 8,4 unidades (-24‰), indicando a presença de uma vegetação arbórea mais aberta. Na camada 270-280 cm o valor de -22,8‰ pode ser indicativo de uma mistura de plantas C3 e C4. Valores mais enriquecidos foram observados também nos solos do km 6’ e 10’ (-19,4‰ e -20,1‰, respectivamente) a 240-250 cm de profundidade. Há registros da ocorrência de condições úmidas no Pleistoceno tardio em distintos locais na Bahia (Czaplewski and Cartale 1998; De Oliveira 1999; Auler and Smart 2001), na costa Atlântica do Ceará (Behling et al. 2000) e no norte do Maranhão (Pessenda et al. 2004, 2005). Condições climáticas mais secas durante o Holoceno foram registradas na Bahia (De Oliveira et al. 1999) e no Maranhão (Behling and Costa 1994, Ledru et al. 2001, Sifeddine et al. 2003, Pessenda et al. 2004, 2005). Desta forma, a provável abertura na vegetação e influência de plantas C4 sugerida na FLONA pode estar relacionada com provável período climático mais seco. A presença de fragmentos de carvão foi observada principalmente nos primeiros 200 cm da trincheira (km 0) e nos primeiros 130 cm das tradagens (Fig. 2). Os fragmentos coletados nas camadas 60-70 cm e 270-280 cm apresentaram as idades de 2900 e 11.280 400 350 300 250 200 150 100 50 0 -34 -32 -30 -28 -26 -24 -22 -20 -18 8950 ± 90 5780 anos AP ± 80 δ13C (‰) Pr of un di da de (c m ) FLONA km0 - Floresta km4 - Cerrado km10 - Carrasco km0' - Floresta km6' - Carrasco km10' - Carrasco Fig. 1. Valores isotópicos e respectivas datações da matéria orgânica dos solosda FLONA. anos AP, respectivamente. Estas datações são concordantes com idades de fragmentos de carvão coletados em profundidades similares em solos do Brasil Central (Pessenda et al. 1996) e estado de São Paulo (Gouveia et al. 1999, 2002; Pessenda et al. 2001, Scheel-Ybert et al. 2003). A presença de fragmentos de carvão nos solos estudados indica a ocorrência de paleoincêndios durante todo o Holoceno, com provável período de maior incidência de fogo durante o Holoceno superior. Tais paleoincêndios podem estar relacionados tanto com a presença humana na área quanto a causas naturais. Quantidade de fragmentos significativamente maior foi coletada nas amostras de solo do km 0’ (até 10,3 g de carvão/kg de solo). Uma provável explicação para a diferença na quantidade de fragmentos entre este perfil de solo e os demais seria a presença mais significativa de plantas C3 (árvores) neste local, como observado atualmente, ou seja, maior quantidade de combustível disponível para a queima, durante pelo menos parte do Holoceno. No período de maior incidência de fragmentos de carvão (entre a superfície e 130 cm), os valores de δ13C das amostras do km 0’ apresentaram-se até 6,4‰ mais empobrecidos (-28,4‰) do que nos demais 1,5 1,5 400 350 300 250 200 150 100 50 0 0,0 1,5 12 1,51,5 Massa de carvão (g)/kg de solo 11.280 ± 90 2900 anos AP ± 60 km 0 km 4 km 10 km 0' km 6' km 10' Pr of un di da de (c m ) Fig. 2. Distribuição dos fragmentos de carvão encontrados nos solos da FLONA e respectivas datações. perfis (-22,0‰) (Fig. 1), indicando a presença de uma vegetação arbórea mais densa no km 0’ durante todo o período estudado. 4.2. PARNA Sete Cidades Os solos apresentaram textura arenosa (entre 4 e 14% de argila) e baixos teores de carbono, com valores entre 0,75 e 0,01% até 400 cm de profundidade. Os valores de δ13C da MOS (Fig. 3) das camadas superficiais, entre -24,5‰ e -26,6‰, caracterizaram o cerrado presente atualmente nestes locais. O valor de -18‰ no ponto II caracterizou a presença da gramínea C4 observada na área de coleta, que apresentou um valor isotópico de -13,4‰. Valores isotópicos mais enriquecidos (até -19,5‰ no solo VII) foram observados a partir das camadas em torno de 100-110 cm, indicando provavelmente abertura da vegetação e/ou maior contribuição de plantas C4. Nas camadas mais profundas os valores apresentaram uma tendência de empobrecimento (-24,2‰), indicativo de maior influência de plantas C3. A provável abertura da vegetação e influência de plantas C4 no PARNA, assim como no caso da FLONA, pode estar 400 350 300 250 200 150 100 50 0 -28 -26 -24 -22 -20 -18 -16 -14 Pr of un di da de (c m ) 3440 ± 60 10.350 anos AP ± 90 δ13C(‰) PARNA I - Cerrado II - Cerrado III - Cerrado IV - Cerrado V - Cerrado VI - Campo VII - Mata Fig. 3. Valores isotópicos da MOS e respectivas datações de fragmentos de carvão do PARNA. relacionada com a expansão do cerrado verificada nas regiões de Barreirinhas (MA), entre 9000 e 4000 anos AP (Pessenda et al. 2004, 2005), e no Vale do Rio Icatu, entre aproximadamente 9000 e 6800 anos AP (De Oliveira et al. 1999). A presença de fragmentos de carvão foi observada em todos os pontos coletados (Fig. 4), desde a superfície até 400-410 cm de profundidade (III e IV), evidenciando a ocorrência de incêndios durante provavelmente todo o Holoceno. Segundo Martin (1996) a cronologia das pinturas encontradas no Parque se inicia em 5000 anos AP. Portanto, estes paleoincêndios podem ter tido tanto origem natural quanto antrópica. A datação dos fragmentos de carvão da camada 90-100 cm, cerca de 3400 anos AP, apresentou-se similar ao obtido na FLONA (camada 60-70 cm, 2900 anos AP) e em solos de outras regiões brasileiras. A idade de cerca de 10.300 anos AP a 140-150 cm apresentou-se mais antiga quando comparada a datações de outros locais (Gouveia et al. 1999, 2002; Pessenda et al. 2001). Por se tratar de fragmentos muito pequenos, estes podem ter sido transportados de camadas mais profundas pela atividade da fauna do solo (Boulet et al. 1995; Gouveia and Pessenda 2000; Carcaillet 2001). 0,5 400 350 300 250 200 150 100 50 0 0,0 0,5 0,50,5 0,5 0,51,5 Pr of un di da de (c m ) I II III IV V VI VII Massa de carvão (g) / kg de solo 10.350 ± 90 3440 anos AP ± 60 Fig. 4. Distribuição dos fragmentos de carvão encontrados nos solos do PARNA e respectivas datações. 4.3. REBIO Guaribas Os solos sob floresta apresentaram textura arenosa nas camadas superficiais e argilosa em maiores profundidades, enquanto os solos sob o tabuleiro apresentaram-se arenosos e médio arenosos. Os teores de carbono variaram de 3,1% na superfície até 0,2% a 400 cm de profundidade. Os valores de δ13C são apresentados na Fig. 5. O solo sob floresta (Mata 4) apresentou valor isotópico de -26,4‰ na superfície, caracterizando a vegetação de cobertura. Valores característicos de mistura de plantas C3 e C4, mas com o predomínio de plantas C4 (-18,5‰) foram observados nos primeiros 70 cm. A partir dessa profundidade, observou-se uma tendência de empobrecimento atingindo o valor de -24,0‰ na camada mais profunda, indicativo do predomínio de plantas C3. Nos demais perfis sob floresta observou-se a tendência de enriquecimento com a profundidade (<3‰), provavelmente relacionada ao fracionamento isotópico ocorrido durante a decomposição da MOS (Nadelhoffer and Fry 1988). Os valores observados são típicos de MOS originada de vegetação com predomínio de plantas C3 (Boutton 1996; Desjardins et al. 1996; Pessenda et al. 1996, 1998, 2001, 2004, 2005). O Tabuleiro 1, onde a vegetação é aberta com presença significativa de gramíneas, apresentou os valores mais enriquecidos, entre -18,4 e -21,3‰. Enfatiza-se que na profundidade entre 40-50 cm, onde se observou significativa quantidade de fragmentos de carvão (Fig. 6), também se observou um significativo enriquecimento isotópico (4,4 unidades de δ), passando de -22,8‰ na camada descrita para -18,4‰ na superfície. Esta abrupta variação pode estar relacionada com a atividade antrópica no local, onde ocorreu uma provável ação de queimada da vegetação nativa (árvores) visando o cultivo de plantas de ciclo fotossintético C4, eventualmente com a finalidade agrícola. Para o Tabuleiro 3, observou-se um enriquecimento para o valor de -22,5‰ na camada 400-410 cm. Além do aspecto relacionado ao fracionamento isotópico da MOS, este enriquecimento (5‰) também pode estar associado a uma vegetação arbórea mais aberta e/ou a influência de plantas C4 na região. O Tabuleiro 5, localizado a poucos metros de distância do ponto sob mata (4), apresentou valores característicos do predomínio de plantas C4 no primeiro metro de profundidade. Entre as camadas 100 e 380 cm os valores foram similares aos observados no solo sob floresta, sugerindo a presença do mesmo tipo de vegetação nos dois locais amostrados, ou seja, aumento da influência de plantas C3. Em relação à distribuição dos fragmentos de carvão (Fig. 6), observa-se que as maiores quantidades foram encontradas nas fitofisionomias de tabuleiro (Tabuleiro 1 e 2). Nossolos sob a vegetação de floresta os fragmentos foram encontrados principalmente nos primeiros 50 cm, mas em 400 350 300 250 200 150 100 50 0 -30 -28 -26 -24 -22 -20 -18 -16 27.220 ± 260 4660 anos AP ± 60 Pr of un di da de (c m ) δ13C (‰) REBIO Tabuleiro 1 Tabuleiro 2 Tabuleiro 3 Tabuleiro 4 Tabuleiro 5 Mata 1 Mata 2 Mata 3 Mata 4 Fig. 5. Valores isotópicos da MOS e respectivas datações de fragmentos de carvão da REBIO. quantidades significativamente menores que as anteriores. Os pontos que concentram o trecho de floresta mais bem conservado da reserva (Mata 3 e 4) apresentaram uma quantidade significativa apenas a 100-110 cm de profundidade, período datado em cerca de 4700 anos AP. Portanto, as regiões sob vegetação aberta (tabuleiro) apresentam evidências de queimadas durante provavelmente todo o Holoceno. 0,5 400 350 300 250 200 150 100 50 0 0,0 2,5 5,0 1 2 0,5 0,5 0,5 0,50,5 0,5 Mata 2 Pr of un di da de (c m ) Tabuleiro1 Tabuleiro2 Tabuleiro3 Massa de carvão (g)/kg de solo Tabuleiro4 Mata 1 Mata 3 Tabuleiro 5 27.220 ± 260 4660 anos AP ± 60 Mata 4 Fig. 6. Distribuição dos fragmentos de carvão encontrados nos solos da REBIO e respectivas datações. Considerando-se datações de fragmentos de carvão de vários outros locais (Pessenda et al. 1996; Gouveia et al. 1999, 2002; Pessenda et al. 2001), a idade obtida para fragmentos a 210-220 cm (27.000 anos AP) apresentou-se muito antiga para tal profundidade. Tais fragmentos podem ter sido transportados pela fauna do solo a partir de camadas mais profundas (Boulet et al. 1995; Gouveia and Pessenda 2000; Carcaillet 2001). 5. Conclusões Os isótopos do carbono da MOS indicaram mudanças nas vegetações nas três áreas de estudo. Foram observadas três fases: (i) um período de predomínio arbóreo entre ~15,000 e 9000 anos AP, (ii) a abertura das vegetações com contribuição de plantas C4, entre ~9000 e 4000-3000 anos AP, provavelmente relacionado a presença de um clima mais seco, e (iii) retorno do predomínio de vegetação arbórea depois de ~3000 anos AP. Esta dinâmica está em concordância com dados isotópicos da MOS e polínicos em outros locais do nordeste brasileiro. Agradecimentos À FAPESP (01/10828-9, 01/13262-6 e 04/11790-3) pelo suporte financeiro. Ao IBAMA pela autorização do desenvolvimento do trabalho nas áreas de preservação. À FLONA Araripe, PARNA Sete Cidades e REBIO Guaribas pelo auxílio no trabalho de campo. À M.V.L. Cruz e L.C. Bensabati do Laboratório de 14C do CENA/USP, pelo preparo e datação das amostras. Referências AULER AS and SMART PL. 2001. Late Quaternary paleoclimate in semiarid northeastern Brazil from U-Series dating of travertine and water-table speleothems. Quat. Res. 55(2):159-167. BEHLING H and COSTA ML. 1994. Studies on Holocene tropical vegetation mangrove and coast environments in the state of Maranhão, NE Brazil. Quater. South Am. Antartic Peninsula 10:93-118. BEHLING H, ARZ HW, PÄTZOLD J, WEFER G. 2000. Late Quaternary vegetacional and climate dynamics northeastern Brazil, inferences from marine core GeoB 3104-1. Quat. Sci. Rev. 19(10): 981-994. BOULET R, PESSENDA LCR, TELLES ECC, MELFI AJ. 1995. Une évaluation de la vitesse de l'accumulation superficielle de matière par la faune du sol à partir de la datation des charbons et de l'humine du sol. Example des latosols des versants du lac Campestre. Salitre. Minas Gerais. Brésil. C. R. Acad. Sci. Paris Serie 2 320: 287- 294. BOUTTON TW. 1996. Stable carbon isotope ratios of soil organic matter and their use as indicators of vegetation and climate change. In: T.W. BOUTTON TW and YAMASAKI SI (Ed.), Mass spectrometry of soils. New York: Marcel Dekker, p.47-82. CARCAILLET C. 2001. Soil particles reworking evidences by AMS 14C dating of charcoal. C. R. Acad. Sci. Paris 332: 21-28. CZAPLEWSKI NJ and CARTALE C. 1998. Pleistocene bats from cave deposits in Bahia, Brazil. J. Mammal. 79:189-208. DE OLIVEIRA PE, BARRETO AMF, SUGUIO K. 1999. Late Pleistocene/Holocene climatic and vegetational history of the Brazilian caatinga: the fossil dunes of the middle São Francisco River. Palaeogeogr. Palaeoclimatol. Palaeoecol. 152:319-337. DESJARDINS T, FILHO AC, MARIOTTI A, CHAUVEL A GIRARDIN C. 1996. Changes of the forest- savanna boundary in Brazilian Amazonia during the Holocene as revealed by soil organic carbon isotope ratios. Oecologia 108: 749-756. GOUVEIA SEM, PESSENDA LCR, BOULET R, ARAVENA R, SCHEEL-YBERT R. 1999. Isótopos do carbono dos carvões e da matéria orgânica do solo em estudos de mudança de vegetação e clima no Quaternário e da taxa de formação de solos do estado de São Paulo. An. Acad. Bras. Ci. 71(4): 969-980. GOUVEIA SEM, PESSENDA LCR, ARAVENA R, BOULET R, SCHEEL-YBERT R, BENDASSOLI JA, RIBEIRO AS, FREITAS HA. 2002. Carbon isotopes in charcoal and soils in studies of paleovegetation and climate changes during the late Pleistocene and the Holocene in the southeast and centerwest regions of Brazil. Global Planet. Change 33(1-2): 95-106. GOUVEIA SEM and PESSENDA LCR. 2000. Datation par le 14C de charbons inclus dans le sol pour l’étude du rôle de la remontée biologique de matière et du colluvionnement dans la formation de latosols de l’état de São Paulo. Brésil. C. R. Acad. Sci. Paris Serie 2A 330: 133-138. LEDRU MP, CORDEIRO RC, DOMINGUEZ JML, MARTIN L, MOURGUIART P, SIFEDDINE A, TURCQ B. 2001. Late-Glacial cooling in Amazonia inferred from pollen at Lagoa do Caçó, Northern Brazil. Quat. Res. 55(1): 47-56. MARTIN G. 1996. Pré-história do Nordeste do Brasil. Recife: Ed. UFPE, 1996. 396p. PESSENDA LCR, ARAVENA R, MELFI AJ, BOULET R. 1996. The use of carbon isotopes (C-13, C-14) in soil to evaluate vegetation changes during the Holocene in central Brazil. Radiocarbon 38(2): 191-201. PESSENDA LCR, GOUVEIA SEM, ARAVENA R. 2001. Radiocarbon dating of total soil organic matter and humin fraction and its comparison with 14C ages of fossil charcoal. Radiocarbon 43(2B): 595-601. PESSENDA LCR, RIBEIRO AS, GOUVEIA SEM, ARAVENA R, BOULET R, BENDASSOLI JA. 2004. Vegetation dynamics during the Late Pleistocene in the Barreirinhas region, Maranhão state, northeastern Brazil, based on carbon isotopes in soil organic matter. Quat. Res. 62: 183-193. PESSENDA LCR, LEDRU MP, GOUVEIA SEM, ARAVENA R, RIBEIRO AS, BENDASSOLI JA, BOULET R. 2005. Holocene palaeoenvironmental reconstruction in northeastern Brazil inferred from pollen, charcoal and carbon isotopes records. Holocene 15(6):814-822. NADELHOFFER KJ and FRY B. 1988. Controls on natural nitrogen-15 and carbon-13 abundances in forest soil organic matter. Soil Sci. Soc. Am. J 52: 1633-1640. SCHEEL-YBERT R, GOUVEIA SEM, PESSENDA LCR, ARAVENA R, COUTINHO LM, BOULET R. 2003. Holocene palaeoenvironmental evolution in the São Paulo State (Brazil), based on anthracology and soil δ13C analysis. Holocene 13(1): p.73-81. SIFEDDINE A, ALBUQUERQUE ALS, LEDRU MP, TURCQ B, KNOPPERS B, MARTIN L, DE MELLOWZ, PASSENAU H, DOMINGUEZ JML, CORDEIRO RC, ABRAO JJ, BITTENCOURT ACDP. 2003. A 21000 cal years paleoclimatic record from Caçó Lake, northern Brazil: evidence from sedimentary and pollen analyses. Palaeogeogr. Palaeoclimatol. Palaeoecol. 189(1-2): 25-34.
Compartilhar