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1 ANATOMIA DE CABEÇA E PESCOÇO RESUMO P1, P2 E EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ARTHUR LEMOS BRUNA MIRANDA 2 SUMÁRIO ANATOMIA DO CRÂNIO..................................................................................................4 ANATOMIA DA MANDÍBULA..........................................................................................10 ANATOMIA DA MAXILA..................................................................................................13 HARMONIA ENTRE TIPOS DE CRÂNIO E FORMAS DE ARCO DENTAL.............................15 CAVIDADES E FOSSAS DO CRÂNIO.................................................................................16 ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM).....................................20 ANATOMIA DOS MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO.............................................................24 VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL – RAMOS COLATERAIS.............................................. ......25 VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL – RAMOS TERMINAIS.......................................................30 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO.................................................................................................34 VEIAS DA CEBEÇA E DO PESCOÇO...................................................................................39 NERVO FACIAL................................................................................................................42 NERVO TRIGÊMIO...........................................................................................................46 CAVIDADE ORAL E SEUS ANEXOS...................................................................................52 3 Essa é uma apostila de resumos elaborada por alunos e baseada em aulas de Anatomia de Cabeça e Pescoço de Odontologia do ano de 2019 e livros. Ela não substitui livros texto e atlas e não possui vínculos com nenhuma instituição de ensino. Todas as imagens nela contida foram obtidas através do Google e do livro Netter Atlas De Anatomia Humana. 4 ANATOMIA DO CRÂNIO O crânio é dividido em duas grandes partes: neurocrânio e viscerocrânio. O neurocrânio é a parte do crânio que vai envolver o encéfalo, ele possui uma parte superior, a calota craniana; e a parte inferior, a base do crânio. Os demais ossos do crânio formam o viscerocrânio, e ele compõe os ossos da face. Sendo assim, o neurocrânio envolve e protege o encéfalo, enquanto que o viscerocrânio forma o arcabouço ósseo da face. VISCEROCRÂNIO: No viscerocrânio encontram-se quatro cavidades, as duas cavidades orbitárias, a cavidade nasal e a cavidade bucal. Dando forma a essas cavidades existem seus ossos, que vão formar as paredes dessas cavidades. Portanto, estudamos o crânio por meio de suas vistas. VISTA FRONTAL Na vista frontal, identificamos alguns ósseos e partes ósseas. Na parte superior é possível observarmos o osso frontal. No terço médio da face encontramos os ossos zigomáticos, na região mediana do terço médio encontramos as duas maxilas e os dois ossos nasais. No terço inferior da face encontramos a mandíbula. Esses ossos articulam-se entre si através das suturas, classificadas como um tipo de articulação fibrosa e como tal, permitem pouco ou praticamente nenhuma mobilidade. Tanto os ossos da face, como os ossos do crânio se articulam através de suturas, com exceção da ATM, por ser um tipo de articulação sinovial. 5 ARTICULAÇÕES DA FACE E DO CRÂNIO: • SUTURA CORONÁRIA: entre o frontal e os parietais. • SUTURA SAGITAL: entre os parietais direito e esquerdo. • SUTURA LAMBDOIDE: entre os parietais e o occipital. • SUTURA ESFENOFRONTAL: entre o frontal e o esfenóide. • SUTURA ESFENOESCAMOSA: entre o esfenóide e o temporal. • SUTURA ESCAMOSA: entre o parietal e o temporal. • SUTURA FRONTONASAL: entre o frontal e o nasal. • SUTURA FRONTOMAXILAR: entre o frontal e o maxilar. • SUTURA FRONTOLACRIMAL: entre o frontal e o lacrimal. • SUTURA FRONTOZIGOMÁTICO: entre o frontal e o zigomático. • SUTURA ZIGOMÁTICOMAXILAR: entre o zigomático e a maxila. • SUTURA TEMPOROZIGOMÁTICA: entre o zigomático e o temporal. • SUTURA INTERNASAL: entre os ossos nasais. • SUTURA NASOMAXILAR: entre o nasal e o maxilar. • SUTURA LACRIMOMAXILAR: entre o lacrimal e o maxilar. • SUTURA LACRIMOZIGOMÁTICO: entre o lacrimal e o zigomático. • SUTURA PALATOMAXILAR: entre a lâmina perpendicular do osso palatino e a maxila. • SUTURA PALATINA MEDIANA: entre as duas metades do palato duro. • SUTURA PALATINA TRANSVERSA: entre o processo palatino da maxila e a lâmina horizontal do osso palatino. Os ossos articulam-se entre si, muitas vezes através de prolongamentos ósseos. Tais prolongamentos são chamados de processos ósseos, sendo nomeados com o nome do osso que vai se articular e o osso a qual pertence (exemplo: processo zigomático do osso frontal). OSSO FRONTAL: O osso frontal apresenta alguns acidentes anatômicos, dentre eles possui uma elevação localizada na região mediana do osso frontal chamada de glabela, muito utilizada para fazer estudos antropométricos e de encéfalometria. Articula-se com os ossos zigomático, maxila, nasais e posteriormente com os parietais. Identifica-se também um forame localizado na margem supraorbital, chamado de forame supraorbital (que pode não ser identificado algumas vezes, sendo uma incisura supraorbital). OSSO ZIGOMÁTICO: O osso zigomático apresenta alguns processos, tendo como os três principais o processo frontal do osso zigomático, processo maxilar do osso zigomático e o processo temporal do osso zigomático. OSSOS NASAIS: Os ossos nasais encontram-se na região medial da face. OSSOS MAXILARES: Os ossos maxilares encontram-se abaixo dos ossos nasais. As maxilas (direita e esquerda) articulam-se através da linha mediana denominada sutura intermaxilar. As duas maxilas juntamente aos dois ossos nasais delimitam a abertura piriforme, que dá acesso à cavidade nasal. A maxila apresenta quatro processos anatômicos principais, o processo frontal da maxila, o processo zigomático da maxila, o processo alveolar e o processo palatino. Além 6 disso, na base da abertura piriforme encontra-se uma proeminência pontiaguda chamada espinha nasal anterior. Também se observa entre a maxila e o zigomático a crista zigomático- maxilar, sendo referência na execução de técnicas anestésicas. Na região central da maxila observa-se o forame infraorbitário. MANDÍBULA: A mandíbula é um osso ímpar e o único presente no terço inferior da face. Apresenta diversos processos ósseos, como o processo alveolar da mandíbula (que sustenta os dentes inferiores) e também os forames mentuais (na mesma região vertical dos forames supraobital e infraorbital). VISTA LATERAL OSSO PARIETAL: Os ossos parietais estão presentes na calota craniana e articula-se com os ossos vizinhos por suturas. Anteriormente com o osso frontal através da sutura coronal, com o outro osso parietal através da sutura sagital mediana, posteriormente com o osso occipital através da sutura lambdóide, lateralmente com o osso esfenóide pela sutura esfenoparietal e com o osso temporal através das suturas escamosa e parietomastoidea. OSSO OCCIPITAL: O osso occipital está localizado posteriormente aos ossos parietais e apresenta as suturas lambdóide e occipitomostóidea. OSSO TEMPORAL: O osso temporal faz parte da calota craniana e da base do crânio. Apresenta processos ósseos muito diferentes entre si. Um processo denso e pontiagudo chamado processo mastóide. Anteriormente ao processo mastóide está a parte timpânica doosso 7 temporal (delimita o orifício do meato acústico externo). Anteriormente ao meato acústico externo há o processo zigomático do osso temporal, articulando-se pela sutura zigomático- temporal, formando o arco zigomático (junção de dois processos ósseos). Também possui o processo estilóide do osso temporal e o processo petroso do osso temporal. OSSO ESFONÓIDE: O osso esfenóide apresenta uma asa maior que se articula através de suturas com a parte escamosa do osso temporal, uma pequena parte do osso parietal, com o osso frontal e zigomático. VISTA SUPERIOR Observa-se parte do osso frontal, parietal e occipital. Além das suturas coronal, sagital e lambdóide. BASE DO CRÂNIO: Extremamente irregular, apresenta diversos processos ósseos, diversas elevações e diversas regiões mais profundas, o que dá uma característica irregular à base do crânio. É dividida em parte anterior, média e posterior. É formada pelas duas maxilas, dois ossos palatinos, osso esfenóide, osso temporal e osso occipital. 8 PARTE ANTERIOR DA BASE DO CRÂNIO: Apresenta as duas maxilas e os dois ossos palatinos. Há também a fossa incisiva, ou forame incisivo anteriormente. Posteriormente, nos ossos palatinos encontramos o forame palatino maior e de dois a três forames palatinos menores. PARTE MÉDIA DA BASE DO CRÂNIO: Encontra-se o osso esfenóide, temporal e parte do occipital. Apresenta bilateralmente o processo pterigóide do osso esfenóide, onde se identifica duas lâminas ósseas (medial e lateral). Entre as duas lâminas encontra-se uma escavação chamada fossa pterigóide, e na parte mais inferior da lâmina medial encontra-se um processo na forma de um gancho, chamado hâmulo pterigóideo. A partir do encontro do processo pterigóide com o osso esfenóide tem-se a asa maior do osso esfenóide, que ajuda a compor a base do crânio e também se estende para cima e auxilia na composição da face lateral do crânio, além de apresentar o forame oval e posteriormente e lateralmente o forame espinhoso. Pode-se observar também na base do crânio parte do osso temporal, como o processo mastóideo, timpânico, estilóide e petroso (apresenta o canal carotídeo). Entre o processo petroso, o osso esfenóide e o osso occipital há um forame irregular denominado forame lacerado (no indivíduo vivo é coberto por cartilagem). Entre a parte petrosa do osso temporal e o occipital há o forame jugular (formado pela aproximação de dois ossos diferentes). Já na parte escamosa do osso temporal há a fossa mandibular, local onde o côndilo da mandíbula se encaixa, e anteriormente o tubérculo articular. PARTE POSTERIOR DA BASE DO CRÂNIO: Encontra-se o osso occipital, que apresenta na região central o forame magno, lateralmente ao forame magno os côndilos do osso occipital (se articulam com a primeira vértebra cervical). 9 FACE INTERNA DA BASE DO CRÂNIO: Dividida em fossa anterior, média e posterior. FOSSA ANTERIOR: Observa-se no osso frontal a superfície orbital do osso frontal e apresenta uma fina lâmina óssea chamada Crista Galli. Posteriormente há a asa menor do osso esfenóide. Além disso, há também na asa menor dois forames chamados canal óptico e entre a asa menor e maior a fissura orbital superior, que permite a comunicação do interior do crânio com a cavidade orbitária. FOSSA MÉDIA: É possível observar o corpo do osso esfenóide e também a sela túrcica que apresenta ao fundo a fossa hipofisária (onde se localiza a glândula hipófise). Posteriormente encontramos os processos clinóides posteriores, lateralmente na asa maior do esfenóide há o forame redondo, posteriormente a esse forame há o forame oval e espinhoso. Vê-se também o processo petroso do osso temporal que apresenta uma face voltada para frente e outra para trás, separadas pelo ápice do rochedo do osso temporal. FOSSA POSTERIOR: Encontra-se na parte posterior ao rochedo (onde há o meato acústico interno, que permite que estruturas dentro do crânio possam entrar por dentro do rochedo) e o osso occipital que possui o forame magno e anteriormente a ele, a parte basilar do osso occipital (que se articula com a porção basilar do osso esfenóide). Entre as porções basilares há a sutura esfeno occipital que interfere no crescimento da base do crânio. Essa sutura só está presente após os 18 ou 19 anos, antes disso há apenas uma placa de cartilagem que irá se calcificar com o passar dos anos. Seu crescimento leva ao crescimento dos ossos da face, proporcionando importantes modificações. 10 ANATOMIA DA MANDÍBULA A mandíbula é um osso ímpar, e forma o arcabouço ósseo do terço inferior da face. É um osso que visto de cima tem um formato de “U” ou de uma ferradura e que se articula com os ossos temporais através da articulação temporomandibular. FACE ANTERIOR: A mandíbula apresenta um corpo e na extremidade posterior do corpo podemos observar dois ramos. Entre o ramo e o corpo da mandíbula podemos observar um processo ósseo chamado de ângulo da mandíbula. O corpo da mandíbula apresenta duas faces: uma externa e uma interna (são faces opostas), apresenta uma borda superior, e uma borda inferior. O corpo da mandíbula vai ser dividido em duas metades: uma metade superior e uma metade inferior e o nível dos forames mentonianos é utilizado como parâmetro para essa divisão. A parte superior do corpo da mandíbula vai ser formada por um processo ósseo chamado de processo alveolar. Abaixo dos forames mentonianos podemos observar o processo ósseo chamado de base da mandíbula. A base da mandíbula é uma estrutura óssea extremamente compacta formada basicamente de osso compacto. É na base da mandíbula que podemos encontrar a resistência pra mandíbula pela grande quantidade de osso compacto, já o processo alveolar é um osso classificado como osso de função, pois sua função é sustentar as raízes dentárias. Se por ventura o dente junto com a raiz for perdido, aquela parte junto da raiz alveolar referente ao dente perdido aquele osso é progressivamente reabsorvido e o osso alveolar só existe enquanto existir raízes dentárias ou também implantes dentários. Entretanto a base da mandíbula nunca e reabsorvida, pois é nela que se encontra resistência para o osso. No plano mediano podemos observar uma elevação óssea com o formato triangular, a parte de cima do triângulo/no vértice superior do triângulo encontramos uma proeminência óssea, a protuberância mentoniana. Os outros dois vértices inferiores serão formados pelos chamados tubérculos mentonianos. A partir dos tubérculos mentonianos em direção aos ramos da mandíbula observa-se uma crista óssea chamada de linha oblíqua. 11 FACE INTERNA: Na face interna do corpo da mandíbula na linha mediano encontramos três a quatro espinhas: espinhas genianas. A partir das espinhas genianas e para trás encontramos outra crista óssea, chamada: linha milo-hióidea, onde encontramos a inserção do músculo milo-hióideo. Acima da linha milo-hióidea observamos uma fossa, chamada de fossa sublingual e abaixo da linha milo-hióidea, já na região mais lateral do corpo da mandíbula, observamos a fossa submandibular. Essas fossas são impressões que as glândulas de mesmo nome fazem na mandíbula durante o desenvolvimento embrionário. Na base da mandíbula localizamos dois acidentes anatômicos: um lateralmente a linha média chamada fossa digástrica (local de inserção do ventre anterior do músculo digástrico) e uma depressão posteriormente chamada de incisura antigoniaca (anteriorao gônio). RAMO DA MANDÍBULA: Unindo o corpo da mandíbula ao ramo da mandíbula temos o ramo da mandíbula. Ele se assemelha a um retângulo, então apresenta uma borda superior, uma borda posterior, uma borda inferior e uma borda anterior e duas faces: uma interna (ou medial) e uma externa (ou lateral). A borda anterior é fina, que logo acima vai se continuar com a borda superior, na borda superior (totalmente irregular) encontramos três acidentes anatômicos: na frente o processo coronóide da mandíbula que tem um formato triangular, posteriormente ao processo coronóide encontra-se uma intensa depressão em forma de “U” chamada incisura mandibular e posteriormente um processo ósseo robusto bem desenvolvido chamado processo condilar ou côndilo da mandíbula. Dentro do processo condilar encontramos estruturas específicas/acidentes ósseos específicos: fazendo a união do processo condilar com o restante do ramo da mandíbula existe uma região mais constrita, chamada de 12 colo da mandíbula. Na face anterior do processo condilar encontramos uma pequena depressão chamada de fóvea pterigóidea no topo do processo condilar encontramos a cabeça da mandíbula. O ramo vai apresentar duas faces: uma interna e uma externa. Na face externa localizamos apenas um acidente anatômico que é chamado de tuberosidade massetérica (em toda a face externa do ramo) local de inserção do músculo masseter. Já a face interna ou medial do ramo da mandíbula apresenta uma superfície irregular e encontramos um forame localizado no centro, chamado de forame mandibular que penetra no ramo da mandíbula até a região do corpo e da origem dentro da mandíbula a uma estrutura chamada canal mandibular (que percorre todo o interior da mandíbula). Na borda anterior do forame observamos uma elevação óssea chamada de língula da mandíbula. Logo abaixo do forame mandibular encontramos um sulco bem marcado no osso, chamado de sulco milo-hióideo, abaixo do sulco encontramos uma região cheia de irregulares e elevações chamada tuberosidade pterigóidea. 13 ANATOMIA DA MAXILA A maxila é um osso par, portanto bilateral que compõe o esqueleto do terço médio da face. Ela possui um corpo localizado na região central do osso e no interior do corpo existe uma ampla cavidade aérea chamada de seio maxilar. A partir do corpo alguns processos ósseos são emitidos para a periferia para fazer contato ou articulações com os ossos vizinhos. Cada processo recebe um nome específico (frontal, zigomático, alveolar e palatino). Além disso, encontramos alguns orifícios na maxila que são chamados de forames. A maxila ajuda a delimitar a abertura piriforme juntamente com os ossos nasais. A maxila esquerda se articula com a maxila direita no plano mediano através da sutura intermaxilar. A sutura intermaxilar está presente na linha média da face e se estende para o assoalho da cavidade nasal e também pelo palato ósseo. A articulação das duas maxilas forma uma elevação em forma de espinha, a espinha nasal anterior. FACE ANTERIOR: Na face anterior da maxila encontramos o forame infra-orbital e a crista zigomático-maxilar que é uma elevação óssea da maxila na região da articulação com o osso zigomático localizada na altura do primeiro molar superior. Da crista zigomático-maxilar para trás, vemos a face posterior da maxila. FACE POSTERIOR: A face posterior da maxila recebe o nome de tuberosidade da maxila ou tuberosidade maxilar. Nela encontramos um pequeno grupo de forames, os forames alveolares superiores posteriores. 14 FACE ORBITAL: A face orbital da maxila compoe o assoalho da órbita da cavidade orbitária. Na face orbital da maxila, observamos um sulco na região posterior, o sulco infra-orbital que posteriormente se transforma em canal infra-orbitário. FACE MEDIAL: A maxila também possui uma face medial que auxilia na composiçao da parede lateral da cavidade nasal. Nessa face observamos um amplo forame, chamado de hiato maxilar, ele permite a comunicação do seio maxilar com a cavidade nasal. A maxila também possui um processo palatino localizado medialmente, que auxilia na formação de 2/3 anteriores do palato ósseo. Os processos palatinos da maxila são unidos pela sutura intermaxilar e anteriomente possui a fossa incisiva. O osso palatino se articula posteriormente a maxila. O palato duro é o teto da cavidade bucal e o assoalho da cavidade nasal. Ele possui uma face nasal e uma face bucal. 15 Conforme a maxila se articula com outros ossos (etmóde, concha nasal inferior e osso palatino) o hiato maxilar vai sendo obliterado e assim podemos observar dois orifícios: orifício maior, localizado posteriormente; e orifício menor, localizado anteriormente. Através desses orifícios o seio maxilar se comunica com a cavidade nasal. No processo alveolar da maxila encontramos escavações, denominadas como alveolos dentais. No interior de cada alveolo encontramos as raízes dentárias. SEIOS MAXILARES: Os seios maxilares auxiliam na filtragem e aquecimento incial do ar. O seio maxilar apresenta relações íntimas com três regiões: parte inferior (o assoalho do seio maxilar é composto pelo processo alveolar da maxila juntamente com as raízes dos dentes superiores. Muitas vezes as raízes do dentes posteriores (molares) invadem o seio maxilar e no momento de uma extração pode haver uma comunicação entre o seio maxilar e a cavidade bucal, a comunicação buco- sinusal); parte medial (a parede medial do seio maxilar está intimamente relacionada com a parede lateral da cavidade nasal); parte superior (o teto do seio maxilar corresponde ao assoalho da cavidade orbital). HARMONIA ENTRE TIPOS DE CRÂNIO E FORMAS DO ARCO DENTAL DOLICOCEFALIA: O indivíduo dolicocéfalo apresenta a face estreita no sentido transverso e bem desenvolvida no sentido vertical (face longa). O arco dental acompanha essas dimensões, sendo estreito no sentido transverso e longo no sentido anteroposterior (arco triangular). 16 Esses indivíduos possuem tendência a apresentarem apinhamento dental, ou seja, falta de espaço para todos os dentes no arco. BRAQUICEFALIA: No indivíduo braquicéfalo a largura da face é grande, entretando a altura da face é diminuida. Face curta no sentido vertical e larga no sentido transversal. O arco acompanha essa forma (arco em forma de U) e o indivíduo possui tendência a diastema, ou seja, sobra espaço no arco. MESOCEFALIA: No indivíduo mesocéfalo a altura e largura da face são proporcionais e o arco dental é padrão (em forma de parábola). Nesses indivíduos podemos encontrar apinhamento ou diastema. CAVIDADES E FOSSAS DO CRÂNIO CAVIDADE ORBITÁRIA: No crânio há duas cavidade orbitárias, a direita e a esquerda. É um amplo espaço que abriga o bulbo ocular e estruturas anexas. A comunicação da cavidade orbitária com o meio externo se dá através do forame chamado ádito da órbita. A cavidade orbitária assemelha-se à uma pirâmide que apresenta quatro lado, uma base e um vértice. A base da pirâmide é o ádito, as quatro faces são as quatro paredes da cavidade orbitária e o vértice é o fundo. A face superior da cavidade orbitária é formada pela superfície orbital do osso frontal e no fundo pela asa menor do osso esfenóide. A face lateral é formada por dois ossos, face orbital do zigomático e asa maior do osso esfenóide. O assoalho de órbita é formado pela face orbital da maxila. A face medial é composta pela maxila (do ádito da órbita para trás), osso lacrimal e lâmina orbital do osso etmóide. 17 CAVIDADE NASAL: Em uma vista anterior podemos observar a cavidade nasal segmentadaao meio pelo septo nasal originando assim duas fossas nasais (direita e esquerda). A cavidade nasal apresenta uma abertura anterior e uma abertura posterior. A abertura anterior é chamada abertura piriforme e permite a comunicação da cavidade nasal com o nariz e portanto com o meio externo. A abertura piriforme é delimitada pelas duas maxilas e pelos dois ossos nasais. A abertura posterior, são chamadas de coanas e permitem a comunicação da cavidade nasal com a nasofaringe. A cavidade nasal também apresenta um teto, um assoalho, uma parede lateral e uma parede medial. A parede medial corresponde ao septo nasal, que apresenta um componente ósseo formado pela lâmina perpendicular do osso etmóide e pelo osso vômer, e um componente cartilaginoso que se interpõe entre a lâmina perpendicular do etmóide e o vômer e é denominada de cartilagem septal. O assoalho da cavidade nasal é composto pela maxila através do processo palatino da maxila e pelo palato ósseo através da sua lâmina horizontal. O teto da cavidade nasal é formado pela lâmina crivosa/cribriforme do osso etmóide A parede lateral da cavidade nasal é a mais irregular e é formada pela maxila, concha nasal inferior, osso lacrimal, osso etmóide (concha nasal média, superior e suprema) e osso palatino. O osso etmóide apresenta elevações, chamadas de conchas nasais. Ele possui a concha nasal média, concha nasal superior e concha nasal suprema. Abaixo de cada concha existe um meato. No meato nasal inferior, existe a abertura do ducto nasolacrimal (conecta a cavidade orbitária com a cavidade nasal). No meato nasal médio podemos observar duas aberturas, o orifício anterior do seio maxilar e o orifício posterior do seio maxilar. Ainda no meato médio se abre o seio frontal, seio maxilar e as células aéreas etmóidais (por meio dos orifícios). As células áreas etmóidais recebem esse nome em função de que no osso etmóide não existe uma cavidade única e sim pequenas cavidades agrupadas. Elas possuem funções dos seios e se abrem no meato nasal médio, enquanto que, o seio esfenoidal se abre no recesso esfeno- etmoidal. Portanto, o meato nasal médio se comunica com o seio maxilar, seio frontal e com as células aéreas etmoidais. 18 19 FOSSA TEMPORAL: A fossa temporal é o espaço localizado lateralmente no crânio entre a parede lateral do crânio e o arco zigomático. Ela abriga, principalmente o músculo temporal. A fossa temporal apresenta um assoalho, localizado em toda a superfície lateral do crânio e em toda a extensão do assoalho podemos observar a inserção do músculo temporal. FOSSA INFRATEMPORAL: A fossa infratemporal assemleha-se à um cubo, possui seis faces. Apresenta um teto, um assoalho, uma parede lateral, uma parede medial, uma parede anterior e uma parede posterior. A fossa infratemporal é um espaço localizado profundamente 20 ao ramo da mandíbula. O teto da fossa infratemporal é composto pela asa maior do osso esfenóide incluindo o forame oval e o forame espinhoso. O assoalho não existe. A parede anterior é composta pela tuberosidade da maxila. A parede posterior é inexistente. A parede medial é formada pelo processo pterigóide. A parede lateral é formada pelo ramo da mandíbula. FOSSA PTERIGOPALATINA: A fossa pterigopalatina está localizada entre a tuberosidade da maxila e o processo pterigóide do osso esfenóide. Ela se comunica livremente com a fossa infratemporal. A parede anterior da fossa pterigopalatina corresponde a tuberosidade da maxila. A parede posterior corresponde ao processo pterigóide do osso esfenóide. A parede medial é interna e é formada pela lâmina vertical do osso palatino. FOSSA PTERIGÓIDEA: Localizada entre a lâmina medial e lâmina lateral do processo pterigóideo. ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM) ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: A ATM é um conjunto de estruturas anatômicas que, com a participação de grupos musculares, possibilita que a mandíbula execute vários movimentos durante a mastigação, fonação, deglutição e expressão facial. (Figun, 1994) A ATM é formada por um conjunto de elementos anatômicos. E essa articulação associada aos músculos da mastigação possibilita com que a mandíbula se movimente. Ou seja, a articulação é a parte passiva do movimento e os músculos da mastigação são a parte ativa, são eles que vão efetivamente movimentar a mandíbula. Para que a mandíbula seja movimentada há necessidade de musculaturas agindo sobre a mandíbula tais como os músculos da mastigação e uma articulação sinovial que possibilite isso (ATM). 21 CLASSIFICAÇÃO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: • Sinovial: articulação que permite ampla movimentação. Envolta por uma cápsula articular (fibrosa), com membrana sinovial e liquido sinovial. • Bicondilar: apresenta um côndilo esquerdo e um direito. • Biaxial: os movimentos são realizados basicamente em dois eixos principais (horizontal e vertical). • Complexa: apresenta um disco articular no seu interior e esse disco articular vai transformar a ATM em duas articulações internas. A presença desse disco torna a ATM uma articulação complexa. ELEMENTOS ARTICULARES DA ATM 1. SUPERFÍCIES ARTICULARES Partes ósseas especificas que vão participar da articulação em si (cabeça da mandíbula, fossa mandibular do osso temporal e tubérculo articular do osso temporal). 2. DISCO ARTICULAR Pequena placa fibrocartilaginosa, que em corte sagital se assemelha a letra “S”. Ele separa totalmente a ATM em dois compartimentos, um inferior e um superior. O compartimento inferior é chamado compartimento discomandibular e o superior é chamado de compartimento temporomandibular. Funções: amortecer impactos dentro da ATM, diminuir atritos, melhorar a adaptação entre a cabeça da mandíbula e o tubérculo articular. Possui uma zona bilaminar ou tecido retrodiscal. 3. LIGAMENTOS São divididos em dois grupos: ligamentos principais e ligamentos acessórios. • Ligamentos principais: cápsula articular ligamento lateral ligamento medial ligamento posterior ligamentos colaterais • Tem importante papel na proteção da ATM, pois limitam os movimentos excessivos e a reforçam. São vascularizados e inervados. Cápsula articular: Recobre a ATM em toda a sua extensão, compõe-se de um tecido flexível vascularizado e inervado. Formada por duas camadas – tecido conjuntivo flexível e fibras colágenas: • Camada superficial: Forma de leque Orientação obliqua das fibras Limita o deslocamento inferior do côndilo • Camada profunda: Banda de fibras horizontais Limita o movimento posterior do côndilo 22 Ligamento lateral: Reforço ligamentar da cápsula articular, estabiliza a ATM, limita o movimento lateral da ATM. Ligamentos colaterais: ligam os bordos lateral e medial do disco aos respectivos polos do côndilo, fibras laterais e mediais, permitem o movimento passivo do disco com o côndilo durante a translação. Ligamentos acessórios: auxiliam na estabilização da ATM / tem um papel secundário • Ligamento esfenomandibular: se insere na espinha do esfenóide na base do crânio e na língula da mandíbula • Ligamento estilomandibular: se insere no processo estilóide do osso temporal e se estende até o ramo da mandíbula • Ligamento pterigomandibular 4. MEMBRANA SINOVIAL Reveste internamentea cápsula articular e produz o líquido sinovial. Histologicamente é formada por duas finas camadas: • Camada íntima – secretora Síntese de ácido hialurônico Síntese de proteínas • Camada subíntima – tecido conjuntivo frouxo, sustenta a camada íntima Vascularizado, inervado e celular Fibroblastos, macrófagos, células indiferenciadas 5. LIQUIDO SINOVIAL Emaranhado de ácido hialurônico embebido em água e íons. Composição: - dialisado de plasma - proteínas - hialuronato de sódio MOVIMENTOS QUE OCORREM DENTRO DA ATM • Rotação: Cabeça da mandíbula rotaciona ao redor do disco articular e, portanto ao redor da fossa mandibular. • Translação: A cabeça da mandíbula sofre um deslocamento pra baixo e para frente. 23 24 ANATOMIA DOS MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO São quatro músculos bilaterais, portanto são oito músculos. MASSETER Tem a forma de um retângulo, tem sua origem no arco zigomático e se insere na tuberosidade massetérica na mandíbula. Apresenta dois fascículos: um superficial mais desenvolvido com fibras tendíneas e musculares que estão dispostas de forma obliqua; e outro fascículo profundo, bem menor, com fibras verticais. Fascículo superficial: elevação e protrusão da mandíbula. Fascículo profundo: elevação da mandíbula. TEMPORAL É o músculo mais potente, em forma de leque e apresenta fibras musculares e tendíneas que se organizam de forma plana. As fibras tendíneas recebem o nome de aponeurose do músculo masseter, conforme essas fibras vão descendo, vão se organizando de maneira cilíndrica e recebe o nome de tendão do músculo temporal (é a parte final). Origina-se em toda a fossa temporal e se insere no processo coronóide da mandíbula. As fibras estão dispostas de três maneiras: 25 Parte anterior: vertical (realiza elevação da mandíbula). Parte medial: obliqua (retrusão/para trás e elevação da mandíbula). Parte posterior: horizontal (retrusão). PTERIGÓIDEOS Localizados em um plano profundo, na fossa infratemporal (medialmente ao ramo da mandíbula). PTERIGOIDEO MEDIAL Tem um formato retangular, tem sua origem na base do crânio, na face medial da lâmina lateral do processo pterigóideo e se insere na mandíbula, na tuberosidade pterigóidea. Fibras levemente oblíquas: realizam elevação e protrusão (para frente) da mandíbula. PTERIGOIDEO LATERAL Apresenta dois fascículos, um superior menos desenvolvido, que tem sua origem na base do crânio na asa maior do osso esfenóide e se insere na mandíbula, na extremidade anterior do disco articular. O fascículo inferior é mais desenvolvido, tem sua origem na face lateral da lâmina lateral do processo pterigóideo e na fóvea pterigóidea na mandíbula. Fascículo superior: desloca o disco para baixo e para frente/ atua só no disco. Fascículo inferior: desloca a mandíbula para trás e para baixo. Quando o músculo se contrai de um lado e do outro não, ocorre o movimento de lateralidade. VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL – RAMOS COLATERAIS As principais artérias que irrigam a cabeça e o pescoço são as artérias carótidas. Elas surgem na base do pescoço e através das artérias carótidas comuns esquerda e direita. Essas artérias carótidas comuns ascendem no pescoço e em determinado ponto se subdividem em artéria carótica externa e artéria carótida interna. A artéria carótida externa faz a irrigação da face e de parte do pescoço, enquanto a artéria carótida interna é destinada à irrigação do encéfalo. Durante o trajeto no pescoço, as artérias carótidas se localizam em regiões específicas. Ao acessar o músculo esternocleido-occipito-mastóideo é possível perceber anteriormente ao músculo um espaço com formato triângular chamado de trígono carotídeo ou triângulo carotídeo. Nele pode-se observar a artéria carótida comum se subdividindo em artéria carótica externa e interna. Rebatendo o músculo esternocleidomastoideo expõe-se a região profundado pescoço de forma a visualizar quase que inteiramente o trajeto da artéria carótida comum desde a base do pescoço onde ela se ascende. 26 A parte mais superior da artéria carótida comum apresenta uma dilatação chamada seio carotídeo, de extrema importância, pois, em sua parede encontra-se baroceptores que são receptores sensíveis à variação de pressão sanguínea. Os baroceptores transmitem ao encéfalo o que está ocorrendo em termos de pressão sanguínea na artéria carótida comum. Com bases nessas informações o encéfalo toma medidas para manter essa pressão a mais correta e constante possível. Dessa maneira, o encéfalo tem a capacidade de monitorar e controlar a pressão sanguínea no interior da artéria carótida comum. A importância crucial disso é o encéfalo e a sua irrigação, a artéria carótida interna responsável por isso, se origina exatamente no seio carotídeo, ou seja, é de fundamental importância que a pressão sanguínea no interior depois da artéria carótida interna seja o mais constante e normal possível, para que o encéfalo seja pouco afetado em relação a alteração de pressão arterial. O seio carotídeo, a nível da borda superior da cartilagem tireóide a artéria carótica comum se bifurca em artéria carótida externa e artéria carótica interna. A artéria carótida esquerda é ramo direto da artéria aorta, enquanto a direita é ramo do tronco braquiocefálico. A origem das artérias carótidas comuns ocorrem em níveis diferentes de forma que a artérica carótida comum direita é completamente confindada ao pescoço e desse ponto em diante está restrita ao pescoço. A artéria carótida interna ascende no pescoço e não emite qualquer ramo sobre ele. Ela passa pelo canal carotídeo na base do crânio, atinge a cavidade craniana pra fazer a irrigação do encéfalo e do bulbo ocular. 27 A artéria carótida externa sofre diversas divisões, fornece diversos ramos tanto no pescoço quanto na face: RAMOS COLATERAIS • Artéria tiróidea superior • Artéria lingual • Atéria facial • Artéria laríngea ascendente • Artéria occiptal • Artéria auricular posterior RAMOS TERMINAIS • Artéria temporal superficial • Artéria maxilar ARTÉRIA TIREÓIDEA SUPERIOR: A artéria tireóidea superior é o primeiro ramo da artéria carótida externa. Destinada à irrigação da glândula tireóide principalmente, mas também irriga outros órgãos. A partir do momento em que ela é emitida forma uma curvatura para baixo em busca do seu órgão alvo. Ela segue um trajeto descendente e quando atinge o polo superior da glândula tireóide emite diversos ramos glandulares com a função de irrigar. A artéria tireóidea superior irriga principalmente a metade superior da glândula. Na linha média as ramificações da artéria tireóidea superior se anastomosam (junção de um vaso ao outro para garantir circulação sanguínea colateral). Durante o trajeto a artéria tireóidea superior emite alguns ramos como o ramo infra-hióideo (responsável pela irrigação dos músculos infra-hióides) e a artéria laríngea superior (perfura a membrana tiro-hióidea e atinge a laringe, contribuindo com a irrigação da laringe). 28 ARTÉRIA LINGUAL: A artéria lingual tem a língua como órgão alvo, entretanto irriga também outras estruturas. A partir da face anterior da artéria carótida externa observa-se um ramo em forma de “S” que origina, posteriormente, a artéria lingual, se aprofundando na musculatura do pescoço indo buscar a língua. Durante esse trajeto a artéria lingual emite ramos colaterais, a artéria supra-hióide (pequeno ramo que vai margear o osso hióide, irriga os músculos supra- hióideos) e artéria dorsal da língua (destinada a região de dorso da língua,com seu trajeto para cima, irriga o dorso da língua precisamente o terço posterior da língua, atrás do V lingual). A seguir, a artéria lingual segue um trajeto praticamente horizontal, inserida profundamente ao músculo hioglosso e assim que a mesma abandona a borda anterior do músculo dá origem a dois ramos: artéria sublingual (irriga a glândula sublingual assim como o músculo genioglosso) e artéria lingual profunda (tem um trajeto ascendente buscando a região ventral da língua, ao atingir a região ventral ela será responsável pela irrigação dos 2/3 anteriores da língua, ou seja, complementa a artéria dorsal da língua). ARTÉRIA FACIAL: A artéria facial tem origem na artéria carótida externa, apresenta um trajeto cervical, ou seja, no pescoço e posteriormente cruza a base da mandíbula e passa a ter um trajeto facial. A artéria fácil está restrita a duas regiões: ao pescoço e a face. Dessa forma, irriga estruturas de ambas as regiões. O trajeto cervical apresenta alguns ramos no pescoço: • Artéria palatina ascendente: Trajeto para cima que perfura o músculo constritor superior da faringe e faz irrigação desse músculo, continua a subir e contorna a borda superior, posteriormente atinge a borda superior do músculo e atinge o palato (principalmente o palato mole). • Artéria tonsilar: Trajeto ascendente, perfura o músculo constritor da faringe e atinge a face profunda da tonsila palatina irrigando-a (amígdala). QUALQUER MANIPULAÇÃO NO ASSOALHO DE BOCA DEVE SER FEITO CUIDADOSAMENTE, DEVIDO À SUA GRANDE QUANTIDAD DE VASOS SANGUÍNEOS 29 Depois, a artéria facial provoca um sulco profundo na glândula submandibular, nesse trajeto emite diversos pequenos ramos glandulares que fazem a irrigação da glândula submandibular. • Ramo submentoniano: Irriga o ventre anterior do músculo digástrico e o músculo milo-hióideo. Logo após, a artéria facial contorna a base da mandíbula e entra na face com um trajeto ascendente e para frente, até alcançar o ângulo medial da órbita. Durante o trajeto facial, a artéria facial emite ramos: • Artéria massetérica: A artéria massetérica auxilia na irrigação do músculo masseter. • Artéria labial inferior: emitida próximo ao ângulo da boca, ligeiramente mais abaixo. Tem um trajeto no meio do músculo orbicular dos lábios, entre as fibras. Irriga o lábio inferior (músculo orbicular, glândulas labiais, pele e mucosa do lábio inferior). • Artéria labial superior: tem as mesmas funções e órgãos alvos da artéria labial inferior, porém destinadas ao lábio superior. • Artéria nasal lateral: irriga o nariz. Artéria facial segue seu trajeto ascendente e termina dando seu ramo terminal: • Artéria angular: relacionada ao ângulo medial da órbita. Auxilia na irrigação do dorso do nariz e nas estruturas do interior da órbita. A artéria angular termina se anastomosando com artérias do interior da órbita e da região frontal. A artéria facial apresenta certa sinuosidade na face para se acomodar aos movimentos de abertura de boca, principalmente no ângulo da boca. ARTÉRIA FARÍNGEA ASCENDENTE: A artéria faríngea ascendente é um ramo medial da artéria carótida externa e está relacionada à irrigação da faringe, especificamente o músculo constritor superior da faringe, o músculo constritor médio da faringe e a mucosa da faringe. ARTÉRIA OCCIPITAL: É um ramo posterior da artéria carótida externa, segue um trajeto para cima e para trás, passando profundamente ao músculo esternocleidomastóideo para ganhar a região occipital e fazer a irrigação das estruturas da região occipital. ARTÉRIA AURICULAR POSTERIOR: Ramo posterior da artéria carótida externa, segue um trajeto para cima e para trás, passando entre o músculo esternocleidomastóideo e o meato acústico externo, de forma a passar posteriormente a orelha e se distribui irrigando as estruturas da orelha externa, mais precisamente o pavilhão auricular e uma parte do couro cabeludo. 30 VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL - RAMOS TERMINAIS • ARTÉRIA TEMPORAL SUPERFICIAL • ARTÉRIA MAXILAR Artéria carótida externa emite diversos ramos no pescoço, que são os ramos colaterais, na fossa retro mandibular (espaço localizado atrás do ramo da mandíbula) a artéria carótida externa termina fornecendo seus dois ramos terminais: artéria temporal superficial e artéria maxilar. A terminação da carótida externa acontece no nível do colo da mandíbula na fossa retro mandibular. A artéria temporal superficial vai seguir um trajeto ascendente/retilíneo, enquanto a artéria maxilar vai formar um ângulo de 90 graus com a artéria carótida externa, um trajeto horizontal. A artéria temporal superficial segue um trajeto retilíneo para cima, ascendente e logo em seguida bifurcam-se em seus dois ramos terminais, a artéria frontal e a artéria parietal. A artéria frontal e a parietal vão irrigar o couro cabeludo da região frontal, temporal e parietal. Além disso, a artéria temporal superficial emite o ramo articular que vai fazer a irrigação da ATM, e também origina a artéria transversa da face (trajeto horizontal, logo abaixo do arco zigomático) que vai auxiliar na irrigação das estruturas da face (glândula parótida, músculo masseter, e dos músculos da mímica facial), sendo que ela se anastomosa com a artéria infra orbitaria e com a artéria facial. 31 A artéria maxilar se origina da artéria carótida externa, na região retro mandibular ainda dentro da glândula parótida, sendo emitida formando um ângulo de 90 graus com a artéria carótida externa, seguindo um trajeto horizontal e medial (para dentro) se aprofundando em uma fossa chamada fossa infra temporal e alcança a região mais profunda da face e alcança a fossa pterigopalatina. Assim que a artéria maxilar é emitida tem um trajeto horizontal, para frente e para medial. Durante esse trajeto ela apresenta um músculo satélite, o músculo pterigóideo lateral, pois ele orienta a passagem da artéria maxilar no interior da fossa infra temporal, de forma que a artéria maxilar pode assumir duas relações com o músculo pterigóideo lateral. O músculo pterigóideo lateral apresenta duas cabeças (superior e inferior) entre essas duas cabeças existe um pequeno espaço e a artéria maxilar assume duas configurações, ou ela passa entre esse espaço localizado entre as duas cabeças do músculo pterigóideo lateral (mais comum), ou ela contorna o músculo por trás (passa posterior ao músculo). É possível separar a artéria maxilar em três divisões: 1. RELACIONADA À MANDÍBULA (PORTANTO RELACIONADA AO OSSO): Principal ramo: artéria alveolar inferior tem um trajeto para baixo indo buscar o forame mandibular, mas antes de entrar no forame, ela emite um ramo colateral chamada de artéria milo-hióidea que segue pela face interna do ramo da mandíbula e vai sulcar o ramo da mandíbula, dando origem ao sulco milo-hióideo. Depois ela se curva para frente e se distribui para o músculo milo-hioideo e ventre anterior do digástrico. Portanto a artéria milo-hióidea vai irrigar o ventre anterior do músculo digástrico e o músculo milo-hioideo. A artéria alveolar inferior segue pra baixo, se aproximando do forame mandibular, entra nele e percorre o canal 32 mandibular e durante esse trajeto da origem a diversos ramos, ramos esses que vão fazer a irrigação da mandíbula e do sistema dental inferior. Ao nível do forame mentoniano, a artéria alveolar inferior fornece seus dois ramos terminais: um ramo terminal vai emergir através do forame mentoniano: artéria mentoniana. O outro ramo terminal segue dentro do canal mandibular, chamada artéria incisiva. Quando a artéria alveolarinferior for irrigar o sistema dental inferior, ela irriga através de ramos específicos: ramos pulpares (irrigam a polpa dental), ramos alveolares (irrigam o osso alveolar), ramos periodontais (irrigam o ligamento periodontal) e ramos gengivais (irrigam a gengiva vestibular e a gengiva lingual). Resumindo: Artéria maxilar: a. alveolar inferior - a. milo-hióidea - a. mentoniana - a. incisiva 2. RELACIONADA AO MÚSCULO PTERIGÓIDEO LATERAL (RELACIONADA AO MÚSCULO): A segunda divisão da artéria maxilar está relacionada ao músculo pterigóideo lateral e essa divisa vai emitir diversos ramos, ramos esses que vão ter a função de irrigar a musculatura da mastigação, portanto podemos observar as artérias temporais profundas anterior e posterior sendo emitidas e seguindo seu trajeto para cima buscando a região entre o osso e o músculo temporal, caminhando na face profunda do osso temporal e se distribuindo amplamente pelo músculo temporal. Podemos observar também as artérias para o músculo pterigóideo lateral. Encontramos também a artéria massetérica que vai fazer a irrigação do músculo masseter, ela é emitida dentro da fossa infratemporal e tem um trajeto lateral, de forma a cruzar a incisura da mandíbula e se aprofunda na face interna do músculo masseter. Mais a frente temos a artéria bucal, segue seu trajeto para baixo e para frente e vai ser destinada a irrigação do músculo bucinador (músculo da mímica). Resumindo: Artéria maxilar - a. temporais profundas anterior e posterior - ramos pterigóideos - a. massetérica - a. bucal 3. DENTRO DA FOSSA PTERIGOPALATINA (RELACIONADA AO OSSO): A terceira divisão da artéria maxilar vai emitir vários ramos que vão para tecidos completamente diferentes entre si. O primeiro ramo da terceira divisão é a artéria alveolar superior posterior, tem um trajeto para baixo e se apoia sobre a tuberosidade da maxila, a seguir os ramos da artéria alveolar superior posterior penetram os forames alveolares superiores posteriores localizados na tuberosidade da maxila, esses ramos se internalizam e ficam no interior da maxila. No interior da maxila, a artéria alveolar superior posterior vai originar diversos ramos, ramos esses que contribuirão para a irrigação do sistema dental 33 superior, ou seja, para os dentes superiores e seus tecidos de suporte. Ela é destinada a irrigação dos dentes molares superiores, por isso posteriores em seu nome. Quando a artéria alveolar superior posterior for irrigar os molares superiores, ela origina ramos específicos: ramos pulpares, ramos alveolares, ramos periodontais e ramos gengivais (restrita a gengiva vestibular, a gengiva palatina será irrigada por outra artéria). O próximo ramo da artéria maxilar é a artéria infraorbital, passa pela fissura orbital inferior e com isso ganha o assoalho da orbita, sulcando o assoalho da orbita dando origem ao sulco infraorbitário, depois ela se aprofunda no canal infraorbitário e emerge na face através do forame infraorbitário. Enquanto a artéria infraorbitária passa pelo canal infraorbitário ela emite dois ramos colaterais: artéria alveolar superior média e artéria alveolar superior anterior. A artéria alveolar superior media tem um trajeto para baixo dentro da maxila e é responsável pela irrigação dos pré-molares e dos seus tecidos de suporte e origina os mesmos quatro ramos para irrigação dental e tecidos (ramos pulpares, alveolares, periodontais e gengivais vestibulares). A artéria alveolar superior anterior tem seu trajeto também intraósseo, dentro da maxila e é destinada a irrigação dos dentes anteriores (caninos, incisivos laterais e incisivos centrai) e dos seus tecidos de suporte. Cada artéria alveolar superior terá sua rede de distribuição. Quando a artéria infraorbital emerge na face através do forame infraorbitário, ela da origem a ramos palpebrais (irrigam a pálpebra inferior), ramos nasais (irrigam o nariz externo) e ramos labiais superiores (irrigam o lábio superior). Depois de emitida a artéria infraorbitária, a artéria maxilar segue se aprofundando na fossa infratemporal indo em direção a fossa pterigopalatina. Na fossa pterigopalatina a artéria maxilar origina outros ramos: artéria palatina descendente tem um trajeto descendente, para baixo e no vértice da fossa pterigopalatina ela origina duas artérias: artéria palatina maior (irriga o palato duro e a gengiva palatina desde o terceiro molar até o primeiro pré-molar) e artéria palatina menor (irrigam palato mole). Depois de originar a artéria palatina descendente, a artéria maxilar muda de nome, terminando sobre o nome de artéria esfenopalatina, que passa pelo forame esfeno palatino para ganhar o septo nasal e percorre todo o septo nasal para poder atingir a fossa ou forame incisivo, irrigando a região anterior do palato duro e a gengiva palatina relacionada aos dentes anteriores. 34 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 35 36 37 38 39 VEIAS DA CABEÇA E DO PESCOÇO Existem vasos aferentes, também chamados de afluentes ou tributárias, que contribuem para a formação de uma veia principal (da periferia para o centro). E também vasos eferentes. SISTEMA DAS VEIAS JUGULARES Formado pela veia jugular interna, externa e anterior. A veia jugular interna é a mais calibrosa, e, portanto, a mais importante. Enquanto que as veias jugulares externa e anterior são de menor calibre e desempenham um papel menos importante. Todas são pares. VEIA JUGULAR INTERNA A veia jugular interna é a mais calibrosa, bilateral e responsável por drenar mais de 70% do sangue proveniente da cabeça e do pescoço. Portanto, a veia jugular externa e a veia jugular anterior são acessórias, executam um papel secundário. A veia jugular interna tem origem na base do crânio, especificamente no forame jugular. O seio sigmóide (da dura-máter) ao se aproximar do forame jugular se transforma em veia 40 jugular interna. Portanto, é levado para a veia jugular interna todo o sangue venoso proveniente do encéfalo e do bulbo ocular. No nível do forame jugular, a veia jugular interna descreve um trajeto para baixo percorrendo a região profunda do pescoço. Inicialmente apresenta relação com a artéria carótida interna, de modo que a artéria está localizada medialmente e a veia jugular interna se localiza lateralmente a ela. Abaixo do seio carotídeo, a veia jugular interna apresenta relação com a artéria carótida comum (localizada também medialmente). Juntamente com a artéria carótida comum e a veia jugular interna podemos observar o nervo vago. Ao atingir a raiz do pescoço, a veia jugular interna termina no ângulo jugulo subclávio, se une a veia subclávia e dá origem ao tronco braquiocefálico venoso. As tributárias da veia jugular interna são: tronco tireolinguofacial, veia retromandibular e o tronco auriculooccipital. Tronco tireolinguofacial: formado pela união da veia tireóidea superior, veia lingual e veia facial. Em alguns casos essas veias se deságuam independentemente na veia jugular interna ou se deságuam em pela união de duas dessas veias. • Veia tireóidea superior: drena a metade superior da glândula tireóide. • Veia lingual: drena a língua e as estruturas do assoalho de boca, incluindo a glândula sublingual e a musculatura do assoalho de boca. Apresenta tributárias, como a veiasupra-hióidea (drena os músculos supra-hióideos), veia dorsal da língua (corre junto com a artéria de mesmo nome e drena as estruturas de 1/3 posterior da língua), veia sublingual (drena a glândula sublingual e o músculo genioglosso) e veia lingual profunda (drena os 2/3 anteriores da língua). • Veia facial: tem origem no ângulo medial da órbita sob o nome de veia angular, tem um trajeto descendente e para trás, e assim recebe suas tributárias, veia nasal lateral (desemboca na veia angular, e quando isso ocorre a veia angular se transforma em veia facial), veia labial superior (drena lábio superior e estruturas internas), veia labial inferior (drena lábio inferior e estruturas internas). A veia facial cruza a base da mandíbula, entra no pescoço e recebe as tributárias do pescoço, veia submentoniana (drena o músculo milo-hióideo e ventre anterior do digástrico), veias glandulares da submandibular, veia tonsilar (drena a tonsila palatina) e veia palatina descendente (drena o palato mole e parte da faringe). A veia facial termina desembocando na veia jugular interna. Ao longo do seu trajeto, a veia facial também apresenta anastomoses com outras veias: veia supra-troclear e supraorbital se anastomosa com a veia angular, veia infraorbitária se anastomosa com a veia facial, veia facial se anastomosa com a rede venosa profunda da face (plexo venoso pterigóide), veia mentoniana se anastomosa com a veia submentoniana. Na face, a veia facial se localiza atrás da artéria facial. No pescoço, a artéria facial passar dentro da glândula submandibular (sulca a glândula), e a veia facial passa acima da glândula. 41 TRIÂNGULO PERIGOSO DA FACE Localizado lateralmente ao nariz e no lábio superior. Dois lados representados pelas veias faciais (direita e esquerda) e a base é representada pelo lábio superior. É uma região perigosa, pois no interior da veia facial ocorre a drenagem do sangue venoso da face. O sangue venoso da face segue o fluxo da gravidade e é levado para baixo, devido a essa característica as veias faciais não apresentam valvas. Além disso, o fluxo sanguíneo é lento e por isso favorece a progressão de infecções bacterianas que podem atingir veias da órbita e do crânio. Veia retromandibular: localizada na fossa retromandibular. Tem origem ao nível do colo da mandíbula, através da junção da veia maxilar e da veia temporal superficial. Termina na veia jugular interna. A veia retromandibular drena a veia temporal superficial, e, portanto as estruturas localizadas na região lateral do couro cabeludo e drena também a veia maxilar, que por sua vez recebe tributárias chamadas de plexo venoso pterigóide. O plexo drena as estruturas profundas da face (todos os dentes, gengiva, palato duro e mole, músculo bucinador, todos os músculos da mastigação e cavidade nasal. Plexo pterigóide leva o sangue venoso para a veia maxilar, que por sua vez se junta a veia temporal superficial e dá origem a veia retromandibular que desemboca na veia jugular interna. Todo o sangue venoso proveniente da região profunda da face é drenado para a veia jugular interna. A veia retromandibular dá origem a uma tributária antes de desembocar na veia jugular interna, a veia jugular externa. Tronco auriculooccipital: veia auricular posterior e veia occipital drenam para a veia jugular interna por meio do tronco ou independente. A veia auricular posterior drena o pavilhão auricular e o couro cabeludo imediatamente posterior ao pavilhão. A veia occipital drena o couro cabeludo da região occipital. 42 VEIA JUGULAR EXTERNA Localizada superficialmente ao músculo ECOM (esternocleidooccipitomastoideo) e abaixo do músculo platisma. Tem origem na veia retromandibular ao nível do ângulo da mandíbula. Possui um trajeto descendente e para trás de forma que a veia jugular externa cruza o ECOM buscando a base do pescoço. Quando ela alcança a base do pescoço, se localiza posteriormente ao ECOM. Termina na base do pescoço no ângulo jugulo subclávio. Ela auxilia na drenagem da veia retromandibular. VEIA JUGULAR ANTERIOR Menos calibrosa e menos importante, tem origem na região submentoniana através de veias submentonianas. Possui um trajeto para baixo a frente do músculo esternocleidomastóideo. Ela busca a raiz do pescoço e termina no ângulo jugulo subclávio. A veia jugular anterior drena o sangue da região submentoniana. Na base do pescoço pode haver uma anastomose. 43 NERVO FACIAL O nervo facial é o sétimo par craniano, apresenta um território de inervação amplo e, além disso, apresenta diferentes funções. Ele é um nervo misto, composto por fibras com diversas funções, fibras essas motoras para determinados músculos e assim como fibras sensitivas para determinadas regiões, fibras relacionadas à gustação e fibras relacionadas à inervação de glândulas salivares. Dentro do nervo facial existe uma grande variabilidade de fibras e cada grupo dessas fibras terá uma função muito distinta uma da outra. Devido a essa diferença de fibras, o nervo facial é considerado misto, apresentando tanto uma raiz motora, quanto uma raiz sensitiva. A raiz sensitiva do nervo facial é chamada de nervo intermédio. Dessa maneira o nervo facial é responsável pela inervação das glândulas lacrimais (dando comando para produção de lagrimas), e glândulas salivar submandibulares e sublingual (dando comando para a produção de saliva). As fibras do nervo facial que vão fazer inervação dessas glândulas são fibras que pertencem a uma parte muito especifica do sistema nervoso, o sistema nervoso autônomo, divisão parassimpática. Além da inervação glandular o nervo facial é responsável pela gustação dos dois terços anteriores da língua, apresentando fibras relacionadas à gustação, capacidade de perceber o paladar relacionado aos dois terços anteriores da língua. Além disso, o nervo facial é responsável pela inervação dos músculos derivados do segundo arco faríngeo, sendo eles todos os músculos da mímica facial, ventre posterior do digástrico e o músculo estilo-hióideo. O nervo facial também é responsável pela sensibilidade geral (dor, temperatura, pressão) de parte da orelha externa (pavilhão auricular). Do tronco encefálico emergem diversos pares de nervos cranianos e um deles é o nervo facial, e passa por um forame da base do crânio, o meato acústico interno, juntamente com outro nervo, o nervo vestibulococlear (VIII). O nervo facial entra no meato acústico interno e apresenta um trajeto dentro da parte petrosa do osso temporal, mas antes do nervo facial entrar no meato acústico interno, já é possível distinguir as suas duas raízes (nervo intermédio e raiz motora). Quando o NF atravessa o meato acústico interno e se localiza dentro do osso temporal as duas raízes dele se fusionam 44 em um único tronco nervoso e a partir desse ponto o NF passa a ser chamado puramente de nervo facial. O nervo facial dentro da parte petrosa do osso temporal vai descrever um trajeto irregular, tendo uma angulação bem fechada e depois caminha para baixo para passar pelo forame estilo-mastóide, portanto o nervo facial passa por esse forame e abandona o crânio, ganhando a parte externa para ir em direção a face. Durante o trajeto intrapetroso, o nervo facial da origem a alguns ramos, sendo o principal deles o nervo corda do tímpano. O nervo corda do tímpano, assim que tem origem apresenta um trajeto independente, e passa nas proximidades dos ossículos do ouvido médio (martelo,bigorna e estribo) e depois sai do crânio pela fissura petrotimpânica ganhando a parte externa do crânio. O nervo corda do tímpano passa pela fissura petrotimpânica e toma carona no nervo lingual para poder atingir seu território de inervação, os dois terços anteriores da língua e as glândulas salivares sublingual e submandibular. Portanto é no nervo corda do tímpano que se encontram as fibras parassimpáticas responsável pela inervação das glândulas sublingual e submandibular e também são encontradas as fibras relacionadas à gustação dos dois terços anteriores da língua. Quando o nervo facial emite o nervo corda do tímpano, as fibras da gustação e as fibras parassimpáticas são destinadas totalmente ao nervo corda do tímpano, saindo do crânio, tomando carona no nervo lingual pra poder atingir o território de inervação. INERVAÇÃO DAS GLÂNDULAS PELO NERVO FACIAL Glândula lacrimal: Dentro do tronco encefálico encontramos o corpo do neurônio da fibra pré-ganglionar, esse neurônio vai emitir seu axônio que é uma fibra nervosa e vai entrar na composição do nervo facial, parte delas toma carona em alguns nervos até atingir o gânglio pterigopalatino, do gânglio pterigopalatino essas fibras pré-ganglionares vão fazer sinapse com o neurônio pós- ganglionar, esse por sua vez emite seu axônio e então atinge a glândula lacrimal. Glândula submandibular e sublingual: Um contingente de fibras parassimpáticas que estão dentro do nervo facial, vão tomar carona no nervo corda do tímpano, o nervo corda do tímpano por sua vez, pega carona no nervo lingual para poder atingir as glândulas. A fibra pré-ganglionar no interior do tronco encefálico emite seus axônios, esse axônio por sua vez faz sinapse com o neurônio pós-ganglionar localizado no gânglio submandibular. Esse neurônio pós-ganglionar emite a fibra pós- ganglionar, que vai em direção as glândulas sublingual e submandibular fazendo a inervação parassimpática. Dessa maneira o nervo facial controla a produção de lágrima e de saliva. O sistema nervoso autônomo é baseado em duas fibras: uma fibra pré-ganglionar e uma fibra pós-ganglionar. Portanto, no meio dessas duas fibras precisa existir um gânglio (gânglios do sistema nervoso autônomo). No crânio existem alguns gânglios do sistema nervoso autônomo, se destacam o gânglio pterigopalatino e o gânglio submandibular. É no interior dos gânglios 45 que encontramos o neurônio pós-ganglionar, que emite a fibra pós-ganglionar que vai em direção ao órgão alvo. Além disso, o nervo facial apresenta fibras relacionadas à gustação. Essas fibras estão presentes no nervo corda do tímpano, pois ele toma carona no nervo lingual para ir pra baixo atingir os dois terços anteriores da língua. Dessa maneira as fibras relacionadas a gustação, dentro do nervo corda do tímpano, conseguem chegar até os dois terços anteriores da língua, pois tomaram carona no nervo lingual. O nervo lingual não apresenta fibras gustatórias, pois as fibras gustatórias são do nervo facial. O que o nervo facial e o nervo corda do tímpano fazem é simplesmente se juntar no nervo lingual para atingir seu território alvo, mas as fibras gustatórias são exclusivas do nervo facial. O nervo lingual é totalmente sensitivo, ligado a sensibilidade geral. COMO O NERVO FACIAL SE DISTRIBUI NA FACE: Depois que o nervo facial, passa pelo forame estilomastóide, ele abandona o crânio e vai ganhar a região da face, passando por dentro da glândula parótida, até poder atingir a sua borda anterior e se subdivide em diversos para o seu território de inervação. O nervo facial antes de entrar na glândula parótida, ele emite dois ramos: um ramo inferior, que faz inervação motora do ventre posterior do digástrico e do músculo estilo-hióideo; e outro ramos ascendente, chamado nervo auricular posterior, que faz inervação da pele da orelha externa. Depois de emitir esses dois ramos o nervo facial entra glândula parótida e se subdivide em dois troncos, um para cima e outro para baixo. O tronco que vai para cima é chamado de tronco temporofacial e o tronco que vai para baixo é chamado de tronco cervicofacial. Depois de dar origem a esses dois troncos, eles ainda seguem dentro da glândula parótida e logo em seguida esses troncos se subdividem novamente, sendo que o tronco temporofacial da origem aos ramos temporais e aos ramos zigomáticos. Enquanto o tronco cervicofacial, vai se subdividir ainda dentro da glândula em: nervos bucais, nervo marginal da mandíbula e o nervo cervical. Portanto os nervos temporais, zigomáticos, bucais, marginal da mandíbula e cervical vão abandonar a glândula parótida e se distribuir amplamente pela musculatura da mímica facial, realizando inervação motora dos músculos da mímica, sendo que os ramos temporal, zigomático, bucal e marginal da mandíbula vão fazer a inervação da musculatura da mímica relacionada a face, enquanto o ramo cervical vai realizar a inervação do músculo da mímica localizado no pescoço, o platisma. 46 NERVO TRIGÊMEO O nervo trigêmeo é o quinto par craniano, bilateral, ou seja, presente do lado direito e do lado esquerdo. Apresenta uma raiz sensitiva e uma raiz motora, caracterizando-o como um nervo misto. As fibras sensitivas são destinadas a sensibilidade geral (dor, temperatura, pressão, tato). As fibras motoras são destinadas a motricidade, a inervação de determinados músculos. Território de inervação da raiz sensitiva: É a maior, mais desenvolvida, pois o território de inervação sensitiva do nervo trigêmeo é extremamente extenso. • Dura-máter craniana • Pele da face e parte da pele do crânio • Mucosas ocular e nasal • Mucosa dos seios da face (esfenoidal, maxilar, frontal e células aéreas etmoidais) • Mucosa bucal • Mucosa lingual situada a frente do V lingual • Sistema dental • Parte anterior da orelha externa e membrana timpânica • ATM Território de inervação da raiz motora: É a menor, e inerva todos os músculos derivados do 1º arco faríngeo. • Músculos da mastigação • Músculo milo-hióideo • Ventre anterior do músculo digástrico • Músculo tensor do tímpano • Músculo tensor do véu palatino Na base do encéfalo, o nervo trigêmeo apresenta uma raiz sensitiva mais larga e uma raiz motora menor. Apresenta um curto trajeto intracraniano, pois termina no gânglio trigeminal. O gânglio trigeminal, também chamado de gânglio semilunar ou gânglio de gasser. Após a formação do gânglio trigeminal, pode-se observar na borda anterior do gânglio as três divisões do nervo trigêmeo, a divisão oftálmica, a divisão maxilar e a divisão mandibular. A divisão oftálmica vai em direção a cavidade orbitária, e para alcançar essa cavidade, ela passa pela fissura orbital superior. A divisão maxilar segue um trajeto praticamente horizontal, ela abandona o crânio através do forame redondo. A divisão mandibular ganha a fossa infratemporal, através do forame oval. A fissura orbital superior, o forame redondo e o forame oval correspondem às passagens das divisões do nervo trigêmeo, de dentro do crânio para regiões externas ao crânio. 47 NERVO OFTÁLMICO O nervo oftálmico, também chamado de V1 é o ramo mais fino, mais medial e apresenta apenas fibras sensitivas. Seu território de inervação vai ser o terço superior da face: • Dura-máter craniana (tenda do cerebelo) • Conjuntiva ocular • Parte da mucosa nasal • Vias lacrimais • Pele do nariz • Pele da pálpebra superior até a sutura coronal A assim que o nervo oftálmico é emitido pelo gânglio trigeminal, ele ultrapassa a fissura orbital superior e ganha o interior da cavidade orbitária. No interior da cavidade orbitária, o nervo oftálmico vai dar origema alguns ramos, o primeiro ramo que o nervo oftálmico origina é o nervo lacrimal, apesar do nome ele não faz a inervação funcional da glândula lacrimal, apenas sensitiva, a inervação motora é feita pelo nervo facial. O segundo ramo emitido pelo nervo oftálmico é o nervo frontal, que tem seu trajeto para frente e dentro da orbita se subdivide em outros dois ramos, o nervo supraorbital e o nervo supratroclear. O nervo supraorbital faz a inervação sensitiva da região central da pele da pálpebra superior e o nervo supratroclear faz a inervação da região medial da pele da pálpebra superior. Além de inervarem a pálpebra superior, eles vão se estender para a região da testa, abandonando a região orbitária e fazendo uma curva pra cima, se estendendo em toda a região frontal, fazendo a inervação da pele da testa. O nervo oftálmico da origem a outro ramo, mais profundo, chamado de nervo nasociliar. O nervo nasociliar vai buscar a região medial da órbita, e da origem a outros nervos, sendo o principal deles o nervo etmoidal anterior, que vai abandonar a cavidade orbitária e passar pela lâmina crivosa do osso etmóide e descer para a cavidade nasal, fazendo a inervação da mucosa da cavidade nasal. 48 NERVO MAXILAR O nervo maxilar é a segunda divisão do nervo trigêmeo, também chamado de VII, vai ser um ramo intermediário em termos de calibre (mais calibroso que o oftálmico, mas menos calibroso que o mandibular) e assim como o nervo oftálmico, apresenta só fibras sensitivas, portanto, são fibras sensitivas relacionadas a sensibilidade do tato, dor, pressão e da temperatura. O território de inervação do nervo maxilar: • parte da dura-máter craniana • parte da mucosa nasal • mucosa dos palatos duro e mole • sistema dental superior e gengiva vestibular • pele da face desde a pálpebra inferior até o lábio superior O nervo maxilar se origina a partir do gânglio trigeminal, tem um trajeto para frente praticamente no sentido horizontal, com poucas variações. Durante esse trajeto, o nervo maxilar vai passar por alguns forames e, além disso, vai mudando de região anatômica e dá origem a determinados ramos. O nervo maxilar tem sua origem ainda na cavidade intracraniana, seguindo um curto trajeto para frente e passa pelo forame redondo. Ao passar pelo forame redondo, ele abandona a cavidade craniana e vai entrar na fossa pterigopalatina da face. Depois, ele abandona a fossa pterigopalatina e passa pela fissura orbital inferior, caindo na cavidade orbitária percorrendo o assoalho da cavidade orbitária, passando pelo sulco infraorbitário, canal infraorbitário e depois passa pelo forame infraorbitário e dessa forma emerge na face, se exteriorizando. Durante esse trajeto o nervo maxilar da origem a diversos ramos, o primeiro deles é o nervo recorrente da dura-máter, que volta para inervar a dura-máter. Depois de emitir esse ramo para a dura-máter, ele passa pelo forame redondo e entra na fissura pterigopalatina. Na fissura pterigopalatina, ele vai dar origem a determinados ramos, sendo os principais: nervo palatino descendente e nervo alveolar superior posterior. O nervo palatino descendente tem um trajeto para baixo, e na parte final da fossa pterigopalatina ele se bifurca e da origem ao nervo palatino maior e ao nervo palatino menor. Esses nervos passam pelo forame de mesmo nome e vão ser destinados a inervação da mucosa do palato. O nervo palatino maior vai inervar parte da mucosa do palato duro e o nervo palatino menor inerva a mucosa do palato mole. O nervo alveolar superior posterior vai margear a tuberosidade da maxila até encontrar os forames alveolares superiores posteriores. Ao entrar nesses forames, esse nervo se distribui para determinado grupo de dentes, os molares superiores (1º, 2º e 3º molares superiores). Ele da origem a ramos pulpares, periodontais, alveolares e gengivais. Os ramos pulpares vão fazer a inervação da polpa dentária, promovendo a sensibilidade do dente em si, os ramos periodontais vão fazer a inervação do ligamento periodontal, os ramos alveolares 49 vão inervar o osso alveolar ao redor de cada dente e os ramos gengivais vão inervar a gengiva vestibular dos molares. O nervo alveolar superior posterior também inerva a mucosa do seio maxilar. Após originar esses ramos, o nervo maxilar passa pela fissura orbital inferior muda de nome e passa a se chamar nervo infraorbital, buscando o assoalho da órbita. O nervo infraorbital caminha pelo sulco infraorbital, pelo canal infraorbital e depois se exterioriza na face pelo forame infraorbital. O nervo infraorbitário da origem ao nervo alveolar superior médio, que vai ser responsável pela inervação dos pré-molares (1º e 2º pré-molares superiores), emitindo ramos pulpares, periodontais, alveolares e gengivais. Ele também emite ramos para inervação da mucosa do seio maxilar. A seguir, o nervo infraorbital vai passar pelo canal infraorbitário e ainda dentro desse canal, vai dar origem ao nervo alveolar superior anterior. O nervo alveolar superior anterior tem um trajeto ainda dentro da maxila e vai se distribuir aos dentes anteriores, ou seja, incisivos centrais, incisivos laterais e caninos. Fazendo inervação desses dentes e de seus tecidos de suporte através dos ramos pulpares, periodontais, alveolares e gengivais. A segmentação dos nervos alveolares superiores e seu território de inervação são muito semelhantes ao das artérias alveolares superiores. O nervo infraorbitário segue para frente e atravessa o forame infraorbitário, ao atravessar o forame ele origina seus ramos terminais, sendo eles: nervo palpebral, que tem um trajeto para cima pra fazer inervação da pálpebra inferior; nervo nasal, que contribui com a inervação da pele do nariz; e nervo labial superior que faz inervação da pele e mucosa do lábio superior. O nervo palatino descendente tem um trajeto para baixo e se bifurca em dois grandes nervos: o nervo palatino menor, que passa pelo forame palatino menor, vai para trás para fazer a inervação do palato mole; o nervo palatino maior, que passa forame palatino maior, que segue para frente para poder fazer a inervação da mucosa do palato duro. O nervo palatino maior não inerva toda a mucosa do palato duro, ele inerva a mucosa do palato duro relacionada aos dentes posteriores, ou seja, relacionada aos molares e pré-molares (gengiva palatina). A gengiva palatina relacionada a incisivos e caninos será inervada pelo nervo nasopalatino (ramo do nervo maxilar), que busca a porção mais interna da cavidade nasal até encontrar o septo nasal, ao encontrá-lo passará pelo forame incisivo até atingir a gengiva palatina relacionada aos dentes anteriores. A GENGIVA PALATINA NÃO RECEBE INERVAÇÃO DOS NERVOS ALVEOLARES SUPERIORES. 50 NERVO MANDIBULAR O V3 é o ramo mais lateral e mais espesso no nervo trigêmeo, sendo o único nervo misto, tendo fibras sensitivas e fibras motoras, portanto, ele terá um território de inervação sensitiva e motora. Ele irá contribuir para a inervação sensitiva da dura-máter craniana, além disso, ele irá inervar a pele da orelha externa, a membrana timpânica, a ATM, a pele da face que recobre as regiões: temporal, parotídea, massetérica, bucal, mentoniana e o lábio inferior (responsável pela inervação sensitiva do 1/3 inferior da face). Além disso, ele fará a inervação de todo o sistema dental inferior, incluindo as gengivas vestibular e lingual, mucosa do assoalho da boca, 51 mucosa da língua (localizada a frente do V-lingual). Esse território é de
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