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Capítulo 26: Inteligência e cognição social Inteligência: definições A inteligência é um conceito fundamental da psicologia moderna que todos utilizam; entretanto, quase ninguém consegue defini-la de modo definitivo ou pelo menos amplamente convincente. A inteligência pode ser definida como o conjunto das habilidades cognitivas do sujeito, a resultante, o vetor final dos diferentes processos intectivos. Refere-se à capacidade de identificar e resolver problemas novos, de reconhecer adequadamente as situações vivenciais cambiantes e encontrar soluções, as mais satisfatórias possíveis para si e para o ambiente, respondendo às exigências de adaptação biológica e sociocultural a inteligência pode ser definida como conjunto das habilidades cognitivas do sujeito, a resultante, o veto final dos diferentes processos intectivos. As principais habilidades incluídas no construto inteligência são: Raciocínio. Planejamento. Resolução de problemas. Pensamento abstrato. Compreensão de ideias complexas. Aprendizagem rápida. Aprendizagem a partir da experiência. Desenvolvimento da inteligência na criança e no adolescente Período sensório-motor: ocorre nos dois anos de vida, nesse período, es estruturas mentais restringem-se ao domínio dos objetos concretos; na fase inicial, predominam as atividades reflexas congênitas, surgindo gradativamente os primeiros hábitos motores, os primeiros esquemas perceptivos organizados e os afetos diferenciados; aqui não há ainda a diferenciação eu-mundo, a criança está totalmente centrada em si mesma; a partir do segundo ano de vida, desenvolve-se mais cabalmente a percepção do mundo externo. Período pré-operatório: ocorre entre os 2 aos 7 anos e são processados o domínio dos símbolos e o desenvolvimento da linguagem, dos sentimentos interpessoais e das relações sociais; o brincar passa a ser um dos principais instrumentos do desenvolvimento cognitivo da criança; segundo Piaget, atividades semióticas, representativas, como o desenho, o brincar e a linguagem, desenvolvem-se nesse período, com consequências essenciais para o desenvolvimento sócio-cognitivo. Período operatório-concreto: entre os 7 aos 12 anos, a criança aprende a dominar cabalmente as classes, as relações e os números, assim como raciocinar sobre eles, é o início do pensamento logico; a socialização desenvolve-se plenamente por meio da escola ou fora dela, surgindo o sentido de cooperação social; a operatividade é caracterizada pela possibilidade da criança agir seguindo uma lógica, em função das implicações e consequências de suas ideias; as relações entre as classes somente podem ser compreendidas quando apresentam evidencias completas, ou seja, estão de alguma forma presentes ou relacionadas ao campo perceptivo. Período operatório formal: dos 12 aos 16, o adolescente se envolve com o domínio do pensamento abstrato, com os sistemas simbólicos e as categorias abstratas mais gerais, com o funcionamento mental e cognitivo do ‘’mundo adulto’’; desenvolve-se a capacidade de analisar o pensamento próprio em relação aos dos outros; aqui o adolescente já pode trabalhar com relações complexas e abstratas, podendo, inclusive, prever as situações necessárias para provar ou refutar hipóteses iniciais. Os modelos de inteligências múltiplas Inteligência geral versus inteligências múltiplas Muitos autores distinguem diferentes tipos de inteligência, correspondendo ás várias habilidades ou áreas da cognição, como: inteligência verbal, viso espacial, visuocontrutiva, inteligência aritmética, capacidade lógica, capacidade de planejamento e execução, capacidade de resolução de problemas e etc. Tais modelos de inteligências múltiplas questionam a noção de inteligência geral, ou seja, a noção de que a inteligência de uma pessoa pode ser expressa ou resumida a um traço latente unifatorial. Testes de inteligência: QI e o retardo mental O retardo mental é definido pela OMS como uma condição de desenvolvimento interrompido ou incompleto das capacidades mentais, manifestando-se pelo comprometimento das habilidades cognitivas que são adquiridas ao longo do desenvolvimento na infância e na adolescência. O diagnóstico de retardo mental, portanto, exige, além de um desempenho inferior a 70 nos testes de QI, a identificação de um padrão de dificuldades e incapacidades de adaptação e baixos rendimentos cognitivos na vida diária do sujeito. O QI é uma medida convencional da capacidades intelectual do sujeito, baseada das distintas habilidades intelectuais, é obtido por meio de testes individuais e padronizados. O retardo mental é dividido em graus, sendo eles: Retardo mental leve: os sujeitos que apresentam esse grau de retardo revelam, nos testes de QI, uma faixa de 50 a 69 pontos; a idade mental do adulto corresponde à uma criança de cerca de 9 a 12 anos e podem ser totalmente independentes em relação aos cuidados próprios. Retardo mental moderado: revelam nos testes de QI, uma faixa de 35 a 49 pontos, tendo idade mental do adulto correspondente a mais ou menos uma criança de 6 a 9 anos; são capazes de realizar tarefas simples, se forem adequadamente estruturados e houver supervisão apropriada; raramente alcança uma vida independente. Retardo mental grave: apresentam de 20 1 34 pontos nos teste de QI, e possuem idade mental correspondente a uma criança de 3 a 6 anos, podem aprender algumas tarefas básicas de cuidados pessoais, mas precisam de supervisão constante. Retardo mental profundo: o QI geralmente fica abaixo dos 20 pontos, tem capacidade gravemente limitadas e geralmente ficam restritos ao leito. Como avaliar de forma simplificada e aproximada a inteligência de uma pessoa A avaliação da inteligência deve buscar identificar um padrão geral de rendimentos intelectuais, não se fixando apenas em, ou supervalorizando, áreas especificas da inteligência. A interpretação dos resultados de testes de QI deve ser feito com cautela e flexibilidade, sendo o teste considerado um guia, um indicativo e não algo absoluto. O contesto cultural o sujeito, os valores, as normas e os estilos cognitivos de seu grupo étnico e social devem ser seriamente considerados na interpretação dos resultados. Deve-se tomar cuidado na interpretação dos resultados principalmente quando houver discrepâncias entre as subescalas verbais e de desempenho. Entretanto, apesar de tais ressalvas, os testes de QI têm o seu lugar como instrumentos diagnósticos auxiliar na clínica psiquiátrica.
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