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Trauma Torácico

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Trauma torácico
A - Os problemas críticos devem ser corrigidos à medida que são identificados. Grandes traumas de tórax podem ser acompanhados por lesões da laringe.
B - O tórax e o pescoço do doente devem ser expostos completamente para que se possa avaliar a ventilação e as veias do pescoço. Essa avaliação requer a abertura temporária do colar cervical nos doentes com trauma fechado. Neste caso, a imobilização da coluna cervical deve ser mantida segurando-se a cabeça do doente enquanto o colar é retirado.
O aumento da frequência respiratória e a mudança no padrão dos movimentos da caixa torácica (mais superficiais) constituem-se em evidências importantes, de lesões torácicas ou de hipóxia. A cianose é um sinal tardio de hipóxia. 
Pneumotórax hipertensivo
ocorre quando há vazamento de ar, tanto do pulmão como através da parede torácica, para o espaço pleural por um sistema de "válvula unidirecional". O ar entra para a cavidade pleural sem possibilidade de sair, colapsando completamente o pulmão. O mediastino é deslocado para o lado oposto, diminuindo o retorno venoso e comprimindo o pulmão contralateral. O choque decorrente dessa situação é consequente à acentuada diminuição do retorno venoso, determinando uma queda do débito cardíaco, e é denominado choque obstrutivo.
O diagnóstico de pneumotórax hipertensivo é clínico e reflete ar sob pressão no espaço pleural. O tratamento não deve ser adiado à espera de confirmação radiológica.
sinais e sintomas: • Dor torácica • Dispneia importante • Desconforto respiratório • Taquicardia • Hipotensão • Desvio da traqueia para o lado contrário à lesão • Ausência unilateral de murmúrio vesicular • Elevação do hemitórax sem movimento respiratório • Distensão das veias do pescoço • Cianose como manifestação tardia.
O pneumotórax hipertensivo pode ser confundido com tamponamento cardíaco. A diferenciação pode ser feita por timpanismo notado à percussão, desvio da traqueia e ausência de murmúrio vesicular no hemitórax afetado, que são os sinais de pneumotórax hipertensivo.
Inserção de agulha de grosso calibre no 2º espaço intercostal do hemitórax afetado.
Pneumotórax Aberto (Ferida Torácica Aspirativa)
Oo equilíbrio entre as pressões intratorácica e atmosférica é imediato. O ar tende a passar pelo local de menor resistência; por isso nos esforços ventilatórios o ar passa preferencialmente pela lesão da parede. Por isso, a ventilação efetiva é prejudicada, resultando em hipóxia e hipercapnia.
Curativo de 3 pontos válvula unidirecional.
Tórax Instável (Retalho Costal Móvel) e Contusão Pulmonar
O tórax instável (retalho costal móvel) ocorre quando um segmento da parede torácica não tem mais continuidade óssea com a caixa torácica. Apalpação de movimentos respiratórios anormais e de crepitação decorrente de fraturas de arcos costais ou de cartilagens ajuda no diagnóstico.
O momento apropriado para a intubação e a ventilação é definido pela avaliação da frequência respiratória, da pressão parcial de oxigênio arterial e pela estimativa do trabalho respiratório
ventilação e Hemotórax maciço
Aumento de esforço respiratório; O acúmulo maciço de sangue pode resultar em hipotensão e choque.
C - O pulso do doente deve ser avaliado quanto à qualidade, à frequência e à regularidade. A pressão sanguínea e a pressão de pulso são aferidas e a circulação periférica é avaliada pela observação da coloração e da temperatura da pele. As veias do pescoço devem ser avaliadas quanto a distensão, lembrando-se de que elas não estarão distendidas quando o doente estiver hipovolêmico, em casos de tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo ou lesão traumática do diafragma.
Instalar um monitor cardíaco e um oxímetro de pulso no doente.
A atividade elétrica sem pulso (AESP) evidencia ritmo apesar de o doente não apresentar pulso identificável. A AESP pode estar presente no tamponamento cardíaco, no pneumotórax hipertensivo, na hipovolemia profunda e na ruptura cardíaca.
As lesões mais críticas que comprometem a circulação e que devem ser diagnosticadas e tratadas durante a avaliação primária incluem pneumotórax hipertensivo, hemotórax maciço e tamponamento cardíaco.
Nos doentes com hemotórax maciço, as veias do pescoço podem estar colabadas devido à grave hipovolemia ou distendidas quando existir um pneumotórax hipertensivo concomitante.
Um hemotórax maciço é diagnosticado pela associação de choque com ausência de murmúrio vesicular e/ou macicez à percussão de um dos hemitóraces. A perda sanguínea é complicada pela hipóxia.
O tratamento é por reposição do volume sanguineo e descompressão torácica.
Tamponamento cardíaco
O tamponamento cardíaco é identificado pela presença da clássica tríade diagnóstica de Beck: elevação da pressão venosa, diminuição da pressão arterial e abafamento das bulhas cardíacas. Além do mais, o pneumotórax hipertensivo, particularmente à esquerda, pode mimetizar o tamponamento cardíaco.
A inserção de um cateter venoso central pode auxiliar o diagnóstico, mas a pressão venosa central pode estar elevada por numerosas razoes. Os métodos diagnósticos adicionais incluem o ecocardiograma, a avaliação ultrassonográfica direcionada para o trauma (F AST) e a janela pericárdica.
Quando a intervenção cirúrgica não for poss vel, a pericardiocentese pode ser tanto diagnóstica como terapêutica, mas não se constitui em tratamento definitivo para o tamponamento cardíaco.
Lesões torácicas potencialmente fatais
Pneumotórax simples 
Hemotórax 
Contusão pulmonar 
Lesão da árvore traqueobrônquica 
Contusão cardíaca 
Ruptura traumática de aorta 
Lesão traumática de diafragma 
Ruptura esofágica por trauma fechado
RESUMINDO:
O trauma torácico é comum nos doentes com traumatismos multissistêmicos e pode ser responsável por lesões que implicam alto risco à vida se não identificadas e tratadas rapidamente durante a avaliação inicial. Esses doentes podem ser tratados ou ter suas condições controladas temporariamente por medidas relativamente simples, como a intubação, a ventilação, a drenagem torácica ou a reanimação com líquidos. A capacidade de reconhecer tais lesões e de realizar os procedimentos necessários para corrigi-las pode salvar a vida do doente. O tratamento na avaliação primária inclui: ...., Obstrução da via aérea ...., Pneumotórax hipertensivo ...., Pneumotórax aberto ...., Tórax instável (retalho móvel costal) e contusão pulmonar ...., Hemotórax maciço ...., Tamponamento cardíaco fJ A avaliação secundária inclui a identificação e o tratamento inicial das seguintes lesões com risco potencial à vida, podendo utilizar exames subsidiários como radiografias, exames laboratoriais e eletrocardiograma: ...., Pneumotórax simples ...., Hemotórax ...., Contusão pulmonar ...., Lesão da árvore traqueobrônquica ...., Contusão cardíaca ...., Ruptura traumática de aorta ...., Ruptura traumática de diafragma ...., Ruptura esofágica por trauma fechado IJ Muitas manifestações do traumatismo torácico são indicadores de alto risco de lesões associadas: ...., Enfisema subcutâneo ...., Esmagamento torácico ...., Fraturas de arcos costais superiores ( 1-3), esterno e escápula

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