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Xerostomia: Causas e Consequências

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Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio
Xerostomia
Lorem Krsna de Morais Sousa
Introdução
A saliva é um dos maiores protetores dos tecidos orais, apresenta um Ph geralmente neutro, variando normalmente ente 6,9 ou 7, e é composta por 99% de água e o 1% restante sendo constituído por proteínas, como enzimas, imunoglobulinas responsáveis pelos anticorpos salivares, além de outros compostos, como o bicarbonato, potássio, cloreto, flúor e sódio. 
Além da função já mencionada de proteção dos tecidos da região bucal, a saliva funciona como um umidificador e lubrificador da mucosa oral e atua no controle da microbiota bucal e do Ph do meio, atuando deste modo no processo da cárie dental.
Atua ainda na digestão e na deglutição através da formação do bolo alimentar, e favorece a melhor movimentação da língua e demais músculos, tendo papel na correta fonética. 
Situações de estresse como ansiedade e depressão, por exemplo, podem gerar uma sensação de secura bucal. Mas apenas quando este desconforto se prolonga por um grande período, pode-se se partir do pressuposto da presença de uma patologia 
Xerostomia é a sensação subjetiva de secura bucal em longo prazo, causada por uma mudança quantitativa ou qualitativa da saliva, podendo até mesmo haver a interrupção do fluxo salivar.
Fatores etiológicos da xerostomia
Três causas básicas se atribuem ao surgimento da xerostomia, são essas: fatores que afetam o centro salivar, fatores que alteram a estimulação autonômica e alterações da função das próprias glândulas.
Dentre estes fatores etiológicos podem ser citadas as doenças auto-imunes como síndrome de Sjögren, (no qual o próprio organismo reage contra as glândulas salivares ocasionando lesões), artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico
Alterações hormonais também foram relacionadas, daí estudos aplicados sobre a incidência em mulheres na menopausa. E ainda doenças sistêmicas como diabetes mellitus, nefrite e disfunção da tireóide.
Dentre outras causas estão desidratação, respiração bucal crônica, sarcoidose, irradiação da cabeça e pescoço, vírus do HIV, doenças renais e doença de Alzheimer, e alterações psicológicas.
Alguns medicamentos também podem interferir no fluxo salivar tendo assim potencial xerostômico, tais como anti-hipertensivos, antidepressivos, tranqüilizantes, anti-histamínicos e anticolinérgicos.
Alguns autores ainda citam a falta de vitamina A, resultando em retenção as secreção salivar. (Lopes, Silva et al., 2008)
A idade também é vista como um fator que leva a secura bucal devido à perda de células acinosas (responsáveis pela produção de saliva) que são substituídas por gordura e tecido conjuntivo. Além da diminuição, isso torna a saliva mais viscosa.
A redução do fluxo salivar pode ser encontrada também em casos de hipertrofia das glândulas parótidas, como observado nos casos de diabetes, alcoolismo, desnutrição, anorexia, bulimia, entre outras (Navazesh et al., 1997; Baptista Neto, 2001).
Xerostomia em pacientes em tratamento radioterápico.
Irradiações em cabeça e pescoço em pacientes diagnósticas com neoplasias malignas em tratamento apresentam dentre outras complicações xerostomia, já que a radiação em geral afeta geralmente de modo permanente o parênquima glandular.
Essa diminuição ou mesmo interrupção do fluxo salivar trás complicações e incômodos nos pacientes em questão.
O desenvolvimento da sintomatologia indicativa de xerostomia decorrente da
radioterapia geralmente é observado na primeira semana de aplicação, tendendo a se tornar mais intenso no decorrer do tratamento (Mossman et al., 1982). A queixa de boca seca pode perdurar de meses a anos no período pós-radioterapia (Niedermeier et al. 1998).
Diversos estudos estão em andamento para prevenir a instalação do dano no parênquima, já que o arsenal terapêutico voltado ao alívio atual ou mesmo tratamento xerostômico voltado para estes pacientes em radioterapia é escasso.
Alguns experimentos têm sido publicados na literatura sobre o uso de um produto estimulador do fluxo salivar, o cloridrato de pilocarpina. Este fármaco tem sido utilizado na prevenção da xerostomia por radiação devido à sua aparente capacidade de preservação e estimulação do parênquima glandular. (NETO, SUGAYA; 2004)
Xerostomia em idosos
Como já dito, autores mencionam a idade como fator etiológico xerostômico. Além do dano ao parênquima glandular devido ao envelhecimento, idosos fazem ainda mais uso de medicamentos de potencial xerostômico.
A redução do fluxo salivar em idosos vem sendo um dos grandes responsáveis por doenças bucais que atingem esta faixa etária.
Consequências da Xerostomia
A xerostomia tem como consequências além do incômodo evidente, diversas complicações a saúde bucal devido à importância da saliva, por acreditar-se que ela seja indispensável â integridade dos dentes e dos tecidos bucais.
O que leva a pessoas com diminuição ou interrupção do fluxo salivar a terem uma maior propensão a cárie e doenças periodontais tais como periodontite e gengivite.
Ainda candidíase, mau-hálito, dificuldades para falar e engolir, intolerância a próteses, dor na língua (podendo haver rachaduras linguais e sangramentos), perda do paladar e alteração de voz, já que a diminuição da lubrificação dos tecidos orais afeta a mobilidade da língua que atua na fonética.
O ressecamento labial e lingual leva a lesões e dores, com um risco maior a infecções na região.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico ocorre de maneira fundamentalmente clínica, através de avaliações pormenorizadas da situação bucal.
Há casos em que se torna necessária a determinação do fluxo salivar, através de métodos que meçam a secreção em repouso ou por estimulação.
O tratamento depende de caso para caso, da origem do problema que leva a patologia, devendo ser orientado pelo conhecimento em relação à etiologia e repercussões que os efeitos trazem para a vida e bem-estar do paciente. 
Se a causa for, por exemplo, o efeito colateral produzido pelo uso de um medicamento, o médico pode tentar mudá-lo ou ajustar melhor a dose. Se as glândulas salivares não estiverem funcionando bem, o médico pode prescrever medicamentos que as ajudem a secretar saliva ou sugerir o uso de saliva artificial para manter a boca umedecida.
No entanto atualmente se recomenda tratamentos que levem a estimulação salivar.
O uso de medicamentos para estimulação atua através das drogas Drogas Sialogogas, que são medicamentos que atuam na sistema nervoso autônomo, tanto simpático como parassimpático para estimular o aumento do fluxo da secreção salivar.
A ação ocorre em um sítio específico, e estimula o sistema exócrino, atuando nas glândulas salivares e no músculo liso.
Trata-se Cloridrato de Pilocarpina.
É aconselhável, no entanto, evitar-se o uso de medicamentos xerogênicos e tratar se possível a base da doença com medidas como a estimulação salivar. A estimulação mecânica é feita com o recurso da goma de mascar. A estimulação gustativa com o ato de chupar pastilhas com vitamina C, por exemplo, e a estimulação farmacológica (que deve ser evitada se possível) é onde se utiliza o medicamento de que dispomos para e estimulação salivar, no caso atualmente o cloridrato de pilocarpina.
Recomenda-se a hidratação, com preferência a água ou bebidas sem açúcar, evitando-se bebidas alcoólicas, cafés e alguns refrigerantes e chás. 
Deve-se dar a preferência a alimentos moles, alimentos muito duros ou secos, além do uso do tabaco ressecam a mucosa oral.
A utilização da saliva artificial é um método de alívio também.
Tratamento e prevenção em pacientes em radioterapia
No caso de pacientes em radioterapia para tratamento de neoplasias, há estudos que pesquisam a prevenção da instalação do dano ao parênquima da glândula salivar que leva a patologia, uma vez que a radioterapia para tratamento do câncer, quando indicada, não oferece outras opções de tratamento. 
Essa prevenção já se apresenta através de vários métodos como o uso de amifostina, pilocarpina,Biotene®, bochechos com bicarbonato de sódio, uso de antibióticos e anestésicos tópicos, entre outros, todas com suas limitações. (Lopes CO et al, 2006)
O tratamento mais recente foi o uso de lasers de baixa potencia que apresentou nos pacientes em radioterapia que o utilizaram uma menor incidência da xerostomia após e durante o tratamento radioterápico.
A Saliva artificial
Para trazer alívio para pacientes que sofrem do desconforto xerostômico, na tentativa de compensar as funções da saliva, a indústria farmacêutica desenvolveu a saliva artificial, que alivia os sintomas da secura bucal.
A saliva artificial é composta por todos os sais minerais presentes na saliva humana, tendo ação lubrificante dos tecidos orais. No entanto, este produto trás o alívio imediato, mas não trata a raiz do problema, a patologia em si, apenas diminui seus efeitos. Sendo assim, um substituto salivar. 
Alguns produtos contêm a substância carboximetilcelusose sódica (SalivanÒ-Apsen farmacêutica), esta substância é indicada para todos os tipos de xerostomia, mas como foi dito, alcança o alívio sintomatológico através da umidificação e lubrificação dos tecidos, mas não atua como estimulante salivar.
Outros preparados de saliva artificial compreendem soluções a base de xylitol, cloreto de potássio, cloreto de sódio, cloreto de magnésio, cálcio, fosfato de carbonato de cálcio, metil-p-hidroxibenzoato, cloreto de benzalcônio, água purificada e foi adicionada à solução a carboximetilcelulose sódica a 1%, aumentando a capacidade lubrificante da saliva. (Olsson & Axéll, 1991; Hatton et al., 1987).
No Brasil existe uma versão fabricada pelo laboratório Apsen, o Salivan®, feito de carmelose sódica, uma substância que contém as mesmas propriedades da saliva.
A Biotene® também é uma opção de saliva artificial.
Além de serem vendidos como produtos industrializados, os estimuladores de saliva também podem ser confeccionados em farmácias de manipulação, sempre com a fórmula indicada pelos dentistas. A saliva artificial é vendida em forma de spray e pode ser borrifada na boca várias vezes ao dia, proporcionando assim alívio instantâneo dos sintomas da xerostomia.
Conclusão
Muitos cirurgiões- dentistas têm negligenciado a xerostomia e suas causas, já que além dos problemas bucais a que ela está relacionada, como uma maior incidência de cárie e doenças periodontais, a doença pode estar relacionada com outros males sistêmicos, o que não deve ser negligenciado por nenhum profissional da saúde. 
Recomenda-se então que diante de uma reclamação de ressecamento bucal, o paciente deve ser questionado sobre a sintomatologia, seu histórico médico e o uso de Medicamentos que podem levar a patologia. 
Quando diagnosticado devidamente o problema, o profissional da saúde deve orientar o paciente a melhor forma de tratamento e maneiras de se obter o alívio, para que se evite maiores comprometimentos à saúde bucal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOPES, F.F; SILVA, L. F. G.; CARVALHO, F. L.; OLIVEIRA, A. E. F.; Estudo sobre xerostomia, fluxo salivar e enfermidades sistêmicas em mulheres na pós-menopausa. RGO, Porto Alegre, v. 56, n.2, p. 127 -130, abr/jun. 2008
LOPES, C. O; MAS, J. R.; ZÂNGARO, R. A. Prevenção da xerostomia e da mucosite oral induzidas por radioterapia com uso do laser de baixa potência. Radio Bras 2006; 39(2); 131-136
NETO, C. B.; SUGAYA, N. N.; Tratamento Da Xerostomia Em Pacientes Irradiados Na Região De Cabeça E Pescoço. Revista Biociências (Unitau), Ano X, v(10), nº3, p. 147-151, 2004.
Baptista Neto, C. Xerostomia (boca seca). Jornal Primeira Página de São Carlos 2001
Out 9; Coluna Saúde Bucal: C6.
Olsson H, Axell T. Objective and subjective efficacy of saliva substitutes containing
mucin and carboxymethylcellulose. Scand J Dent Res, v. 99, n. 4, p. 316-9, 1991
Navazesh M, Brightman VJ, Pogoda JM. Relationship of medical status,
medications, and salivary flow rates in adults of different ages. Oral Surg Oral Med
Oral Radiol Endod, v. 81, n. 2, p.172-6, 1997.
	
Lorem Krsna de Morais Sousa

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