Buscar

RESUMO: Vesícula Biliar e Lítiase

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

1 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – 6 SEMESTRE 
Vesícula Biliar
ANATOMIA 
A árvore biliar é composta por ductos que coletam a 
bile do parênquima hepático e a transportam até a 
parte descendente do duodeno. 
A vesícula biliar é um órgão em forma de saco, mede 
entre 7 e 10 cm de comprimento, com formato similar 
ao de uma pera e situa-se na face visceral do fígado, na 
junção do lobo direito e do lobo quadrado. 
• Sua função é armazenar a bile, líquido 
produzido pelo fígado que atua na digestão 
de gorduras no intestino. 
• A bile é formada pela mistura de várias 
substâncias, entre elas o colesterol, 
responsável pela imensa maioria da 
formação de cálculos (pedras), que podem 
impedir o fluxo da bile para o intestino e 
causar uma inflamação chamada 
colecistite. 
 
Fundo: a extremidade larga e arredondada do órgão 
que geralmente se projeta a partir da margem inferior 
do fígado na extremidade da 9a cartilagem costal 
direita na LMC 
Corpo: parte principal, que toca a face visceral do 
fígado, o colo transverso e a parte superior do 
duodeno 
Colo: extremidade estreita e afilada, oposta ao fundo e 
voltada para a porta do fígado; normalmente faz uma 
curva em forma de S e se une ao ducto cístico 
DUCTO CISTICO 
O ducto cístico (3 a 4 cm de comprimento) une o colo 
da vesícula biliar ao ducto hepático comum. 
• A irrigação arterial da vesícula biliar e do 
ducto cístico provém principalmente da 
artéria cística 
• A artéria cística normalmente origina-se da 
artéria hepática direita no triângulo entre o 
ducto hepático comum, o ducto cístico e a 
face visceral do fígado, o trígono cisto-
hepático (triângulo de Calot) 
• Há variações na origem e no trajeto da 
artéria cística 
DUCTOS BILIARES HEPÁTICOS 
• São os ductos hepáticos direito e esquerdo, 
que emergem do fígado e fundem-se 
próximo da extremidade direita da porta 
do fígado, formando o ducto hepático 
comum. 
• O ducto hepático comum está localizado à 
direita da artéria hepática e é anterior à 
veia porta na margem livre do omento 
menor. 
DUCTO COLÉCODO 
O ducto colédoco (antes chamado de ducto biliar 
comum) forma-se na margem livre do omento menor 
pela união dos ductos cístico e hepático comum. O 
comprimento do ducto colédoco varia de 5 a 15 cm, 
dependendo do local onde o ducto cístico se une ao 
ducto hepático comum. 
 
2 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – 6 SEMESTRE 
O ducto colédoco desce posteriormente à parte 
superior do duodeno e situa-se em um sulco na face 
posterior da cabeça do pâncreas. 
PRODUÇÃO DA BILE 
• A formação da bile ocorre no fígado 
pela secreção aquosa contínua desse 
órgão e é composta de elementos como 
colesterol, fosfolipídios, pigmentos 
biliares (bilirrubina), ácidos biliares, 
eletrólitos inorgânicos e proteínas. 
• Ela é essencialmente formada na 
membrana canalicular do hepatócito a 
partir do metabolismo de colesterol e 
ácidos biliares e ocorre liberação para 
os canalículos pelas membranas 
celulares. 
SECREÇÃO DA BILE 
A bile formada nos lóbulos hepáticos é secretada 
para dentro de uma complexa rede de canalículos, 
pequenos dúctulos biliares e duetos biliares 
maiores que se deslocam juntamente com 
linfáticos e ramos da veia porta e da artéria 
hepática nos tratos portais localizados entre os 
lóbulos hepáticos. 
• A bile hepática é um líquido isotônico com 
uma composição eletrolítica semelhante à 
do plasma. 
• A secreção basal total diária de bile hepática 
é de cerca de 500 a 600 mL, e muitas 
substâncias são captadas ou sintetizadas 
pelos hepatócitos e secretadas para dentro 
dos canalículos biliares. 
• Amembrana canalicular forma 
microvilosidades e está associada a 
microfilamentos de actina, microtúbulos e 
outros elementos contráteis. 
• Antes de sua secreção para dentro da bile, 
muitas substâncias são captadas e penetram 
o hepatócito, enquanto outras, como os 
fosfolipídios, parte dos ácidos biliares 
primários e do colesterol, são sintetizadas de 
novo no hepatócito. 
Três mecanismos são importantes na regulação 
do fluxo da bile: 
1. transporte ativo dos ácidos biliares dos 
hepatócitos para dentro dos canalículos 
biliares, transporte ativo de outros ânions 
orgânicos secreção colangiocelular que é um 
um mecanismo mediado pela secretina e 
depende do AMP cíclico, resultando na 
secreção de um líquido rico em sódio e 
bicarbonato que é lançado nos duetos biliares. 
2. A secreção vetorial ativa dos componentes 
biliares do sangue portal para o interior dos 
canalículos é acionada por um conjunto de 
sistemas de transporte polarizados ao nível dos 
domínios da membranas plasmáticas 
basolateral (sinusoidal) e apical canalicular do 
hepatócito. 
3. Dois sistemas de captação dos sais biliares 
sinusoidais foram clonados nos seres humanos, 
oco-transportador de Na+/taurocolato 
(CPNT/NTCP, Na+/taurocholate cotransporter, 
SLClOAl) e as proteínas transportadoras de 
ânions orgânicos (PTAO/OATP, de organic anion 
transporting proteins), que transportam 
também uma grande variedade de ânions 
orgânicos diferentes dos sais biliares. 
CIRCULAÇÃO ENTERO 
HEPATICA 
• Em condições normais, ocorre uma 
conservação eficiente de ácidos biliares. 
Os ácidos biliares não conjugados, e em menor 
grau também os conjugados, são absorvidos por 
difusão passiva ao longo de todo o trato 
gastrintestinal. 
 
3 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – 6 SEMESTRE 
• Porém, para a recirculação dos sais biliares, é 
quantitativamente mais importante o 
mecanismo de transporte ativo para os ácidos 
biliares conjugados no íleo distal. 
• Os ácidos biliares reabsorvidos penetram a 
corrente sanguínea portal e são captados 
rapidamente pelos hepatócitos, 
reconjugados, voltando a ser secretados e 
lançados na bile (circulação êntero-hepática). 
• O tamanho normal do reservatório de 
ácidos biliares é de aproximadamente 
2-4 g. 
• Durante a digestão, após uma refeição, 
o reservatório de ácidos biliares sofre 
pelo menos um ou mais ciclos êntero-
hepáticos, dependendo do tamanho e 
composição da refeição. 
Normalmente, o reservatório de ácidos biliares 
circula cerca de 5-10 vezes diariamente. 
Os ácidos biliares que retornam ao fígado 
suprimem a síntese hepática de novo dos ácidos 
biliares primários a partir do colesterol por 
inibirem a enzima responsável pela limitação do 
ritmo denominada colesterol 7- hidroxilase. nos 
próprios canais, quando há infecção ou estase 
biliar. 
A vesícula é a sede predominante dos cálculos 
biliares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
4 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – 6 SEMESTRE 
Litíase biliar 
A vesícula é a sede predominante dos cálculos, sendo a 
litíase dos canais biliares resultantes, geralmente, da 
migração dos cálculos da vesícula. Em situações de 
infecções ou estase biliar, os cálculos podem se formar 
nos próprios ductos biliares 
EPIDEMIOLOGIA 
A litíase biliar é uma das principais causas de 
hospitalização por doença gastrintestinal no 
mundo ocidental, com prevalência estimada entre 
10 a 15%. 
• A incidência é maior no sexo feminino (duas 
a três vezes) até a quinta década, sugerindo 
que o estrogênio aumenta a secreção de 
colesterol na bile e causa redução na 
motilidade vesicular. 
• A doença predomina a partir da quinta década 
de vida, acometendo 5 a 20% das mulheres 
entre 20 e 55 anos de idade, aumentando 
para 25 a 50% naquelas acima de 50 anos. 
FATORES DE RISCO 
 
CÁLCULOS DE COLESTEROL 
Fatores demográficos/genéticos, disposição 
familiar; aspectos hereditários. 
IDADE: secreção biliar aumentada de colesterol, 
tamanho reduzido do reservatório de ácidos 
biliares, diminuição da secreção de sais biliares é 
um importante fator de risco para a formação de 
cálculos vesiculares. 
PERDA DE PESO: a mobilização do colesterol 
tecidual resulta em aumento da secreção biliar de 
colesterol,enquanto a circulação êntero- hepática 
dos ácidos biliares é reduzida. 
SEXO FEMININO - HORMÔNIOS SEXUAIS 
FEMININOS: 
• Os estrogênios estimulam os receptores de 
lipoproteínas hepáticos, aumentam a 
captação do colesterol dietético, assim 
como a secreção de colesterol biliar 
• Os estrogênios naturais, outros estrogênios, 
e os contraceptivos orais resultam em 
diminuição da secreção de sais biliares e 
conversão reduzida do colesterol em ésteres 
do colesterol. 
GRAVIDEZ: Há maior prevalência em multípara, 
quando comparadas com nulíperas. Além do 
efeito hormonal, que altera a composição biliar, 
durante a gestação há relativa 
hiperlipoproteinemia e alterações motoras da 
vesícula. 
OBESIDADE: É considerada a 3ª doença mais 
frequente na obesidade. Está relacionada com 
excesso de colesterol ou à insuficiência de sais 
biliares acarretando supersaturação da bile. As 
dietas hipercalóricas e as dietas ricas em 
colesterol estão associadas à presença de bile 
litogênica, assim como dietas hipocalóricas em 
 
5 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – 6 SEMESTRE 
obesos, provavelmente pelo aumento de secreção 
de bile hipersaturada no início do tratamento. 
DIABETES MELLITUS: A explicação para a 
maior incidência em diabéticos pode ser o 
distúrbio do metabolismo lipídico ao nível do 
hepatócito. Além disso, pode ser relacionado com 
os hábitos dietéticos e frequente excesso de peso 
dos diabéticos. A neuropatia autonômica, quando 
instalada, poderia ser outro fator nesse grupo. 
CIRROSE HEPÁTICA: Os cálculos são 
geralmente pigmentares e parecem resultar de 
deficiência de conjugação da bilirrubina ao nível 
do hepatócito, além da sobrecarga de bilirrubinas 
resultante da hemólise crônica pelo 
hiperesplenismo em alguns desses pacientes. 
CÁLCULOS DE PIGMENTARES 
Fatores demográficos/genéticos: Asia, ambientes 
rurais 
• Hemólise crônica 
• Cirrose alcoólica 
• Anemia perniciosa 
• Fibrose cística 
• Infecção crônica do trato biliar, infecções 
parasitárias 
• Aumento da idade 
• Doença ileal, ressecção ou bypass ileal. 
FISIOPATOLOGIA 
Os cálculos biliares são formados devido a uma 
composição anormal da bile. 
FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS DE 
COLESTEROL 
São de cor castanho-clara, polidos ou facetados, 
únicos ou múltiplos e, à seção, têm aspecto 
lamelar ou cristalino. 
• Representam 70 a 80% dos cálculos no 
mundo ocidental e, embora possam ser 
puros, em sua maioria são do tipo misto, 
compostos por mais de 70% de colesterol 
monidratado, com quantidades variáveis de 
sais de cálcio, sais biliares, ácidos graxos, 
proteínas e fosfolipídios. 
• Os cálculos de colesterol são três vezes mais 
frequentes na obesidade acentuada. 
• A formação dos cálculos de colesterol 
compreende três estágios principais: 
supersaturação biliar com formação de bile 
litogênica,(formadora de cálculos) 
nucleação e crescimento dos cálculos. 
SUPERSATURAÇÃO BILIAR entende-se 
por tal bile a que contém excesso de 
colesterol em relação aos sais biliares e 
fosfolipídios, condição que leva a mudança 
de estado, antes homogêneo, para um 
sistema bifásico, aparecendo a cristalização 
do colesterol. Na etiopatogenia da litíase do 
colesterol, que responde por 90% dos 
cálculos, admite-se o papel fundamental 
exercido pelo fígado, ao secretá-la. 
NUCLEAÇÃO: é o processo pelo qual os 
cristais de colesterol monoidratado, se 
formam e aglomeram. Esse processo e 
facilitado pela desidratação, estase e 
interação de fatores pró- nucleares e 
antinucleantes. O cálcio promove a fusão e 
aumento dos cristais de colesterol, embora 
ainda não esteja bem definido seu exato 
papel. 
CRESCIMENTO DO CÁLCULO: aposição 
dos cristais para formar cálculo. Depende 
 
6 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – 6 SEMESTRE 
muito da estase biliar na vesícula. A 
hipomotilidade da vesícula é um 
componente importante da formação de 
cálculos, promovendo a permanência dos 
cristais na vesícula por um tempo 
prolongado e exposição a novos cálculos e o 
gel de mucina, que age como cimento 
aderindo os cristais. 
FORMAÇÃO DOS CÁLCULOS 
PIGMENTARES 
Além dos cálculos de colesterol, existem também 
os cálculos pigmentares, sendo estes mais raros, 
representando apenas cerca de 10% dos casos de 
litíase 
CÁLCULOS PIGMENTARES: contêm menos de 
25% de colesterol em sua formação, podendo ser 
divididos em cálculos negros e castanhos. 
• O principal componente é o bilirrubinato de 
cálcio. e os castanhos são associados a infecção. 
• Em geral, os pacientes com cálculos 
pigmentares são homens mais idosos do que 
aqueles com cálculos de colesterol. 
• Os cálculos pigmentares castanhos são maciços 
e sem formas definidas. São os únicos formados 
fora da vesícula biliar – originados nos ductos 
biliares (coledocolitíase primária). Contém sais 
de bilirrubina e outras substâncias. 
A litíase pigmentar castanha é mais comum na 
vigência de infecção, bile cronicamente infectada 
por bactérias, como E. Coli e Klebsiellasp, que 
produzem betaglucuronidase, elevando a 
atividade desta enzima na bile, com consequente 
desconjugação de quase toda bilirrubina direta em 
bilirrubina indireta. 
São classificados como cálculos pigmentares 
pretos e marrons. 
OS CÁLCULOS PIGMENTARES 
PRETOS: 
• Geralmente, os cálculos negros são mais 
comuns em pacientes com cirrose ou 
hemólise crônica. (como ocorre em beta-
talassemia, esferocitose hereditária e anemia 
falciforme), cirrose avançada, NPT, estados 
pós-ressecção ileal e pancreatite. 
• Nas situações de hemólise crônica, ocorre 
desconjugação da bilirrubina conjugada 
secretada, que precipita na forma de 
bilirrubinato de cálcio para formar os cálculos 
OS CÁLCULOS PIGMENTARES 
MARRONS 
São mais comuns em áreas nas quais a prevalência 
de infecções biliares é alta, pois estão associados 
à colonização da bile por organismos entéricos e 
colangite ascendente. 
• Podem se formar tanto na vesícula quanto nos 
ductos biliares. As bactérias entéricas 
produzem beta-glucuronidase, fosfolipase A e 
hidrolase de ácidos biliares conjugada. 
• A atividade da beta-glucuronidase resulta na 
produção de bilirrubina não conjugada; 
fosfolipase A libera ácidos graxos livres; 
hidrolase de ácidos biliares produz ácidos 
biliares não conjugados. 
• Os produtos aniônicos desses processos 
enzimáticos podem se ligar ao cálcio 
formando sais de cálcio insolúveis que 
resultam na formação de cálculos. 
LAMA BILIAR 
A lama biliar é geralmente uma mistura de muco, 
bilirrubinato de cálcio e cristais de colesterol 
monoidratado. 
 
7 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – 6 SEMESTRE 
A lama tem sido observada, com frequência, em 
situações de estase vesicular, como ocorre em até 
40% das mulheres normais no terceiro trimestre 
da gravidez, pacientes em pós-operatório de 
grandes cirurgias e em nutrição parenteral. 
QUADRO CLINICO 
Cerca de 80% dos portadores de litíase biliar é 
assintomática ou oligossintomática, enquanto 
apenas uma minoria apresenta-se plenamente 
sintomática, consequência da obstrução do canal 
cístico. 
Os sintomas da litíase vesicular não são 
específicos. 
• A litíase vesicular silenciosa representa 
grande número de casos. 
• Quando sintomática, o paciente pode relatar 
discreta dor epigástrica ou no quadrante 
superior direito, geralmente intermitente, o 
mais das vezes contínua. 
• O episódio mais característico é a chamada 
cólica biliar. 
• A dor é intensa, contínua, e, raramente, em 
cólica, com períodos de exacerbação, 
localizada em epigástrio ou hipocôndrio 
direito, às vezes irradiando-se para a região 
interescapulovertebral. 
• Pode também ser referida na região lateral 
do pescoço. 
• É de início súbito, aumentando de intensidade 
rapidamente. 
• Se persistir por mais de 3 h, deve-se pensar 
em colecistite aguda. 
• Ocorre mais frequente à noite, quando a 
vesícula biliar assume posição horizontal, 
facilitandoa mobilização dos cálculos para o 
cístico. O intervalo entre as cólicas é variável. 
É frequente a presença de náuseas e vômito. 
Os sintomas dispépticos, a intolerância a 
alimentos gordurosos, a cefaleia e a pirose 
dificilmente poderiam ser atribuídos à litíase biliar. 
Um fato clínico interessante é que pode ocorrer 
desaparecimento de cálculos biliares no interior 
da vesícula, sem que se constitua fístula 
bilioentérica. A primeira possibilidade 
corresponde à migração dos cálculos para o 
intestino, mesmo sem dor ou icterícia. A segunda 
possibilidade refere-se à dissolução espontânea 
de cálculos de colesterol. 
• Entre 10 e 15% dos casos, acontece a 
passagem de cálculos para o colédoco. 
Esses pacientes, na sua imensa maioria, 
podem apresentar crises dolorosas, 
icterícia obstrutiva, colangite e/ou 
pancreatite biliar. 
• Um nível elevado de bilirrubina sérica 
e/ ou de fosfatase alcalina sugere um 
cálculo coledociano. Febre ou calafrios 
(arrepios) com dor biliar implicam 
habitualmente uma complicação,isto é, 
colecistite, pancreatite ou colangite. 
• A cólica biliar começa bruscamente e 
pode persistir com alta intensidade por 
15 minutos a 5 h, desaparecendo 
gradual ou rapidamente. 
• As queixas deplenitude epigástrica, 
dispepsia, eructações ou 
flatulência,especialmente após uma 
refeição gordurosa, não devem ser 
confundidas com dor biliar. Estes 
sintomas são induzidos com frequência 
em pacientes com ou sem doença 
calculosa biliar, porém sem serem 
específicos de cálculos biliares. 
A cólica biliar pode ser desencadeada pela 
ingestão de refeição gordurosa, pelo consumo de 
grande refeição após um período de jejum 
 
8 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – 6 SEMESTRE 
prolongado ou pela ingestão de refeição normal; é 
mais frequentemente noturna, ocorrendo poucas 
horasapós deitar-se. 
DIAGNÓSTICO 
Leva em consideração quadro clínico da cólica 
biliar simples, associada a exames hematológicos 
geralmente normais. 
Por isso é necessário lançar mão de métodos 
complementares de diagnósticos, sendo os mais 
importantes os exames de RAIO X E USG. 
USG: O primeiro exame de imagem pelo qual 
iniciamos a investigação é a ultrassonografia 
devido sua alta sensibilidade especificidade (95%) 
para cálculos maiores eu 2mm. 
Caso não sejam observadas alterações na 
ultrassonografia e a litíase biliar seja a suspeita 
diagnostica do paciente, prossegue-se com a 
colecistografia oral e prova motora, embora o 
método seja pouco usado atualmente, pode ser 
útil. 
Devido a baixa incidência de exames falso- 
negativos e inconclusivos a ultrassonografia 
também é indicada em situações de emergência e 
em pacientes grávidas. As imagens podem ser 
prejudicadas passar despercebidas nos indivíduos 
obesos e naqueles com gás sobre a área vesicular. 
RAIO-X: A radiografia simples de abdome, 
eventualmente pode diagnosticar cálculos 
radiopacos. 
COLANGIOPANCREATOGRAFIA POR VIA 
RETRÓGRADA por via endoscópica (CPRE) 
constitui um meio muito sensível de diagnosticar a 
litíase ductal e que além de servir para fins 
diagnósticos, serve ainda, principalmente, como 
medida terapêutica. técnica que utiliza 
simultaneamente a endoscopia digestiva, 
procedimento que consiste na utilização de tubos 
flexíveis que permitem a visualização de imagens 
do tubo digestivo em monitores de televisão, e a 
imagem fluoroscópica para diagnosticar e tratar 
doenças associadas ao sistema biliar e 
pancreático. 
Um endoscópio é inserido na garganta do 
paciente, passando pelo esôfago e estomago até a 
primeira parte do intestino delgado. Através desse 
tubo é injetado um contraste para demarcar o 
ducto biliar e o ducto pancreático nas imagens de 
raio X. 
 
O exame físico pode revelar icterícia, geralmente 
pouco intensa. 
• As fezes raramente são acólicas (na 
maioria das vezes, são hipocólicas) 
porque a obstrução é parcial. A colúria 
torna-se presente e a palpação do 
quadrante superior direito é 
discretamente dolorosa. 
• Normalmente não se palpa a vesícula. 
• A contagem dos leucócitos está 
aumentada, com predomínio de 
polimorfonucleares. 
• Quando há icterícia, predomina a 
 
9 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – 6 SEMESTRE 
fração conjugada das bilirrubinas 
• O Sinal de Murphy é caracterizado pela 
dor à palpação do hipocôndrio direito 
durante a inspiração, sugerindo a 
presença de doença da vesícula biliar. 
 
COMPLICAÇÕES 
Depois de um primeiro episódio de cólica biliar, 
cerca de 70% dos doentes terão um episódio 
recorrente ou alguma complicação. 
A PRINCIPAL COMPLICAÇÃO É A 
COLECISTITE AGUDA. 
A vesícula hidrópica decorre da implantação de 
cálculos no ducto cístico ou no colo vesicular, 
ficando a vesícula repleta de líquido claro (bile 
branca) ou bile. 
A fístula biliar consiste na comunicação anormal 
da vesícula biliar ou do colédoco com o tubo 
digestivo ou com o exterior através da parede 
abdominal. 
• A síndrome de Bouveret refere-se à 
obstrução gástrica causada por litíase 
biliar impactada no piloro ou bulbo 
duodenal. Apresenta-se com aerobilia, 
podendo se identificar o cálculo via 
endoscópica ou por outro método de 
imagem, associada à obstrução 
duodenal. O tratamento é cirúrgico com 
retirada do cálculo durante 
gastrostomia ou enterostomia. 
• A síndrome de Mirizzi é complicação 
rara em que há compressão extrínseca 
do colédoco por cálculo impactado no 
colo da vesícula biliar ou no ducto 
cístico resultando em obstrução do 
ducto biliar e icterícia. O tratamento 
é, tradicionalmente, realizado através 
de colecistectomia aberta. Colocação 
de stent via endoscópica e 
colecistectomia laparoscópica também 
já foram realizadas com sucesso. 
TRATAMENTO 
• A litíase assintomática não exige tratamento 
cirúrgico e comumente se adota condutas 
conservadoras como: 
• evitar dietas gordurosas e em grande 
quantidade. 
• Entretanto, há algumas situações em que há 
indicações para colescistectomia profilática: 
• vesícula em porcelana, 
• pólipos de alto risco – idade superior a 60 anos, 
maiores que 1 cm e com crescimento 
documentado em USG seriada –; 
• cálculos grandes (maiores que 3 cm); vesícula 
com anomalia congênita; 
• anemias hemolíticas; 
• portadores de um longo ducto após junção do 
colédoco e ducto pancreático. 
• Cálculos de colesterol radiopacos e com 
diâmetro inferior a 1,5 cm podem ser 
dissolvidos com uso de medicamentos a base 
de ácido ursodesoxicólico por via oral, durante 
o período de 2 anos, no mínimo. 
Para tanto, é importante que a vesícula esteja 
funcionante. 
 
10 ANA CAROLINA T BASTOS – MEDICINA – 6 SEMESTRE 
 
Escopolamina 
GRUPO 
ANTIMUSCARÍNICOS→ anticolinérgicos 
MECANISMO DE AÇÃO 
bloqueiam os receptores muscarínicos, causando 
inibição das funções muscarínicas. 
A Hioscina age bloqueando os receptores muscarínicos 
da acetilcolina (antagonista muscarínico) da 
musculatura lisa, impedindo a sua contração, 
diminuindo dor e desconforto gástrico. Pode ser 
associada com analgésicos como paracetamol ou 
dipirona a fim de otimizar a diminuição do estímulo da 
dor. 
• Eliminação renal 
AÇÕES 
A escopolamina é um dos fármacos anticinetóticos 
mais eficazes disponíveis. 
Ela também tem o efeito incomum de bloquear a 
memória de curta duração. Ao contrário da 
atropina, a escopolamina produz sedação, mas, 
em doses mais elevadas, pode produzir excitação. 
Ela pode causar euforia e é sujeita a abuso. 
USO TERAPÊUTICO 
O uso terapêutico da escopolamina é limitado à 
prevenção da cinetose e de náuseas e emeses pós-
cirúrgicas. 
Contra a cinetose, está disponível como adesivo tópico, 
eficaz por até 3 dias.

Outros materiais