Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ANA PAULA – MED UNIMES XXII INFECTOLOGIA Hepatites virais Síndrome ictéricas febris infecciosas Icterícia é a deposição da bilirrubina nas mu- cosas, aparece mais no olho (esclera). A pele também pode ficar amarelada, depen- dendo da intensidade. Há 4 doenças infecciosas que são predomi- nantemente ictéricas: • Hepatites virais • Leptospirose • Febre amarela • Dengue Essas doenças são altamente prevalentes em nosso meio. Mas também há outras doenças NÃO infecciosas que causam icterícia (fazem parte do diagnóstico diferencial). Diagnósticos diferenciais • Hepatite alcoólica • Hepatite autoimune • Hepatite medicamentosa • Cirrose hepática não alcoólica (NASH) • Câncer primário de fígado Hepatites virais Tipo Agente eti- ológico Contágio Infecção crônica A Picornavírus Feco-oral Não B Hepadnavi- rus Parenteral, sexual, mãe-filho Sim C Hepacivirus Parenteral, sexual ? Mãe-filho ? Sim D Deltavirus Parenteral e sexual Sim E Calcivirus Feco-oral e parenteral ? Sim HEPATITE: inflamação do tecido hepático. Esse termo “hepatite viral” é reservado para um grupo de vírus que, necessariamente, pre- judicam o fígado. Eles devem se replicar no tecido hepático, causando injuria. As hepatites têm em comum 2 coisas: 1) Todas se multiplicam primariamente no fí- gado (tem alguns vírus que causam he- patite, como citomegalovírus, toxoplas- mose, mas é eventualmente, e esses vírus não se multiplicam primariamente no fí- gado) 2) Se exteriorizam, clinicamente, da mesma forma (diante de uma suspeita de hepa- tite, pelos sintomas clínicos, não é possível diferenciar qual é o tipo, é preciso fazer um exame laboratorial). HEPATITE A Mais comum na infância, dificilmente em adultos (já tiveram contato prévio). Portanto, é uma doença da infância. Pode-se livrar da infecção quando o orga- nismo forma anticorpos e se livra da doença. Não existe hepatite A, apenas aguda. Por- tanto, na maioria das vezes é uma doença muito benigna. Apenas 5% das pessoas com infecção irão desenvolver icterícia. A maioria das pessoas tiveram contato com o vírus da hepatite A na infância, mas não ma- nifestaram sintomas ou apenas sintomas leves (febre baixa e sintomas como se fosse uma vi- rose). Picornavírus: vírus pequeno de RNA no nú- cleo. O indivíduo contaminado libera o vírus pelas fezes, e através da contaminação de água, alimentos, ou até mesmo por relação anal, pode ser transmitido para outras pessoas. A forma mais grave desse vírus é a aguda grave (fulminante), na qual o paciente preci- sará ser internado na UTI. Uma das formas de 2 ANA PAULA – MED UNIMES XXII INFECTOLOGIA tratamento é por meio do transplante de fí- gado. No caso da criança, não precisa rece- ber o fígado inteiro, pode receber 1/3 de um fígado (implantar o pedaço e a criança pode regenerar esse órgão). HEPATITE B É o tipo de hepatite que mais se transmite com facilidade. 35% dos pacientes com hepatite B apresenta- rão icterícia, o restante passa despercebido (quando é imunossuprimido, o vírus reativa). A transmissão parenteral (pelo sangue) se dá com muita facilidade → EVITAR transfusão de sangue (apenas em últimos casos, porque o sangue é transmissão de muitas viroses). Hoje, a transmissão por transfusão de sangue é baixa, porque o sistema melhorou muito. Contudo, o paciente que está na janela imu- nológica não é detectado, e pode acabar doando sangue (os derivados do sangue também podem conter o vírus, como fatores de coagulação, crioprecipitado, gamaglo- bulinas, albumina etc). Os usuários de droga que compartilham serin- gas também são candidatos a desenvolve- rem hepatite B. A transmissão sexual da hepatite B, ao con- trário da C, se dá com grande facilidade. Hoje, é a principal via de transmissão. Os por- tadores assintomáticos, na fase de replica- ção, a cada 3 relações sexuais, transmitem 1. A transmissão mãe-filho, na hepatite B, se dá quase na totalidade. 5% é intraútero (pela placenta), são os piores casos, porque a cri- ança nasce com a infecção crônica já. 95% ocorrem através no canal de parto, ama- mentação, secreções. Felizmente, hoje existe vacina para hepatite B. E é obrigatório vacinar a criança com a va- cina da hepatite B. Caso a mãe da criança seja portadora do vírus, essa criança preci- sará receber a vacina nas primeiras 12 horas após o nascimento (obrigatoriamente). O erro é que, no país, a vacina é administrada, na maioria das vezes, no momento da alta mé- dica (quando não tem mais eficácia). A cronicidade no RN é alta, e é a cronicidade que leva aos problemas/complicações. HEPATITE C É uma doença de conhecimento recente. É o tipo que mais se cronifica (85%). Se transmite basicamente pela via parenteral (pode ser transmitida por compartilhamento de seringas, pode ocorrer no dentista, na ma- nicure, no barbeiro, piercing, tatuagem etc → instrumentos compartilhados). A transmissão sexual está praticamente res- trita a indivíduos que fazem sexo anal ou oral- anal. A transmissão mãe-filho é extremamente raro (para que isso ocorra, a mãe precisa ter car- gas virais altíssimas no momento do parto). HEPATITE D Não ocorre no Sul e Sudeste no país, apenas na Amazônia. Delta sozinho não causa doença, precisa es- tar associado à hepatite B, portanto, quem é vacinado contra hepatite B, também é prote- gido contra delta. Pensar apenas em indivíduos que mora- vam/foram para a Amazonia, caso contrário, não existe nas outras regiões do país. HEPATITE E Só tem importância nos pacientes transplan- tados, podendo desenvolver uma forma crô- nica da hepatite. Para indivíduos saudáveis, as cepas do Brasil não têm importância clínica (doença be- nigna). Lembrando que: são doenças diferentes, se diferem na virulência, transmissão etc. O que tem em comum é que se replicam pri- mariamente no fígado e se manifestam da mesma forma clinicamente. História natural das hepatites • HVA: Evoluem quase sempre de forma aguda be- nigna para a cura. Somente 2% apresentam sintomas com icterícia. Cerca de 0,1% das for- mas ictéricas evoluem para formas fulminan- tes (50% de letalidade). • HVB: Evoluem para cronicidade (congênita; 100% RN: 50%; até 10 anos idade: 30%; > de 10 anos: 5%). 3 ANA PAULA – MED UNIMES XXII INFECTOLOGIA Como o vírus circula muito, muitos indivíduos podem ter hepatite B. Cerca de 35% apresentam quadro clínico com icterícia. É a hepatite viral que mais evo- lui para formas fulminantes. • HVC: 85% tornam-se crônicos. Raramente são sinto- máticos na fase aguda, apesar de 30 % apre- sentarem sintomatologia extra-hepática na fase crônica. Doença geralmente silenciosa. Hoje se alcança cura infectológica em 98% dos casos. A descoberta da hepatite C levou ao desen- volvimento de fármacos para sua cura. Ao atender um paciente adulto, devemos sempre pedir 3 sorologias: para hepatite B, C e HIV (disponíveis pelo SUS) → porque é possí- vel curar ou atenuar a doença (preconizado pela sociedade de medicina). A hepatite B é atenuada, enquanto a hepa- tite C é curada. Quadro clínico das formas agudas A hepatite aguda, seja na A, B ou C, apre- senta um ciclo clínico muito característico (se- quencial). O indivíduo tem um pródromo (sinais e sinto- mas inespecíficos), em que sente cansaço, febrícula, certo mal-estar gastrointestinal, pode sentir enjoo, intolerância a alimentos gordurosos, vômitos, pode ter diarreia. Ou seja, são sintomas inespecíficos. O mal-estar pode perdurar por até 15 dias. Depois disso, começa o período de estado, com a icterícia, colúria (urina escurecida), acolia (fezes esbranquiçadas) – isso apenas em pacientes que irão desenvolver icterícia, porque alguns pacientesnão apresentarão sintomas, não apresentarão síndrome icté- rica. Os pacientes com hepatite A raramente de- senvolvem icterícia, hepatite B desenvolve mais, e na C NÃO desenvolve. • BENIGNA: Pródromos: ausentes ou até 15 dias Febrícula, mal-estar, adinamia, cansaço, into- lerância aos alimentos gordurosos e ao fumo, náuseas e vômitos, artralgias. Período de Estado: icterícia, colúria, acolia ou hipocolia fecal, desaparecimento dos sinto- mas prodômicos. Duração: um mês até vários meses (formas prolongadas benignas) • GRAVE: Formas fulminantes com necrose maciça do fígado e insuficiência hepática aguda (coma hepático, sangramentos, sepse, etc). Quadro clínico crônico As formas crônicas não causam sintomas he- páticos, apenas extra-hepáticos. Portanto, a hepatite B e C crônicas podem ter sintomas extra-hepáticos. ✓ Formas inativas assintomática (90%) ✓ Ictérica (rara) → na B pode ocorrer ✓ Fulminante (rara) → B é a mais fulminante ✓ Crônica (B varia com a faixa etária e a C em 85% das vezes) • MANIFESTACOES AUTO-IMUNES GERAL- MENTE EXTRA-HEPÁTICAS: ✓ Artrites ✓ Hashimoto (doença autoimune da tire- oide) ✓ Glomerulonefrites (manifestação autoi- mune do rim) ✓ Liquen plano ✓ Porfiria tardia ✓ Poliarterite nodosa ✓ Crioglobulinemia ✓ Sjogren ✓ DM (resistência insulínica, se houver ten- dencia genética pode evoluir para DM) ✓ Urticaria crônica ✓ Serotites (inflamação na serosa) OBS: muitas vezes o endocrinologista fica tra- tando Hashimoto, sem pesquisar hepatite. Sendo assim, caso investigasse hepatite e tra- tasse não seria preciso (é necessário erradicar a causa). Ou então no caso da artrite, que o reumato- logista passa corticoide. Além de não curar, irá prejudicar o paciente, porque o corticoide causará uma imunossupressão no indivíduo e ajuda o vírus. • CIRROSE: inativa ou descompensada (25%) Cirrose é substituição do tecido funcionante por tecido conjuntivo (sem função). Existem vários tipos e vários graus de cirrose (1 ao 5). Manifestações de pele 4 ANA PAULA – MED UNIMES XXII INFECTOLOGIA Para detectar a cirrose pode-se utilizar a bio- psia ou métodos não invasivos (Fibroscan). • HIPERTENSÃO PORTAL DESCOMPEN- SADA: na fase cirrótica O sistema portal é comprometido pela cirrose e apresenta alguns sintomas característicos. ✓ Pancitopenia (↓ número de células): O sistema porta fica hipertenso, consequen- temente, todo o conteúdo amontante tam- bém fica hipertenso. Assim, o baço fica esti- mulado a aumentar sua função (função de retirar as escorias do sangue), acaba reti- rando plaquetas, leucócitos e eritrócitos do sangue. Às vezes, o paciente precisa retirar o baço, porque é incompatível com a vida, o paci- ente pode desenvolver infecções, hemorra- gias etc. ✓ Ascite: compressão da cirrose ✓ Varizes de esôfago: O sistema porta está hipertenso, todo o con- teúdo amontante também. Esôfago fica hi- pertenso e forma neovasos. É preciso fazer EDA para investigar as varizes de esôfago, porque elas são sangrantes e po- dem levar a um quadro de HDA, podendo ir a óbito. ✓ Trombose de veia porta • INSUFICIENCIA HEPÁTICA CRÔNIA: Falta fator de coagulação, fígado não está metabolizando uma série de fatores impor- tantes para o organismo humano. ✓ Sangramentos ✓ Sepse ✓ Spyders ✓ Ginecomastia ✓ Encefalopatia ✓ Circulação venosa superficial ✓ Edema ✓ Cansaço ✓ Alopecia ✓ Peritonites espontâneas (Norfloxacina em pacientes com ascite, para evitar o de- senvolvimento de PBE). ✓ SHR • HEPATOCARCINOMA (5-15%): paci- ente assintomático (dores/tumoração HD) Principalmente na hepatite C, que é a princi- pal causa de hepatocarcinoma. Afrodescendentes e orientais têm maior risco para o desenvolvimento de câncer de fígado por hepatite. O tratamento do câncer de fígado deve ser feito precoce. O indivíduo que tem hepatite C precisa fazer um USG abdominal superior a cada 6 meses, e pesquisar nódulos (nódulos podem ser muitas coisas, como hemangi- oma, cistos, mas também podem ser câncer). Quando houver dúvida, é feito TC com con- traste, se na fase venosa aparece o nódulo e na arterial não aparece, fecha o diagnóstico de câncer. Se o nódulo aparece no começo e no fim do contraste, não é câncer. Se for câncer, é preciso tratar, retirando esse nódulo. Diagnóstico laboratorial • HEPATITE A: Sorologia: IgM específica positiva + TGP bas- tante elevada • HEPATITE B: AgHBs positivo persistente por mais de 6 me- ses + TGP pouco elevado. • HEPATITE C: Sorologia específica positiva + PCR positivo. PCR também deve ser pedido no caso da hepatite C, porque pode ser um falso posi- tivo ou falso negativo. Período de incubação • A: 2 a 6 semanas • B: 2 a 6 meses • C: 50 dias, em média Importante, porque por meio da anamnese já é possível descartar A, B ou C. Hepatite A: quadro clínico • Período de incubação: 2 a 6 semanas • Icterícia só ocorre em <5% dos casos • Complicações: formas fulminantes < 0,1% das que evoluem com icterícia Vias de transmissão da hepatite B • CONCENTRAÇÃO DO HBV NOS FLUI- DOS ORGÂNICOS: Alta: sangue, sêmen Moderada: secreção vaginal, saliva 5 ANA PAULA – MED UNIMES XXII INFECTOLOGIA Muito baixa: urina, fezes, suor, lágrima Os fluidos orgânicos se disseminam pelo orga- nismo. O homem transmite 20x mais para a mulher, do que o inverso (isso vale para HIV também), porque a secreção vaginal contém mode- rada concentração, enquanto o sêmen pos- sui alta concentração. Leite materno: infectologista afirma que existe o risco (mesmo que pequeno), enquanto os pediatras são a favor de amamentar. Na prá- tica, avaliar caso a caso (discutir com a paci- ente e deixá-la a vontade para decidir). Para mulheres que não tem condições de substituir o leite materno por outro, é melhor continuar amamentando. • FORMAS DE CONTÁGIO: ✓ Sangue/derivados ✓ Sexo (via anal e oral-anal) ✓ Mãe-filho • VÍRUS DA HEPATITE B: AgHBs no sangue, indica que tem o vírus no fígado. AgHBe surge quando há intensa replicação viral, portanto, indica mal prognóstico. • ANTICORPOS ESPECÍFICOS E INTERPRE- TAÇÃO: AgHBs → anti-HBs AgBHc → anti-HBc (IgG e IgM) AgHBe → anti-Hbe O organismo forma anticorpos específicos. • INDIVÍDUOS VACINADOS E IMUNES (PROTEGIDOS): ✓ AgHBs – ✓ Anti-HBs (+) e > 10.000 UI/ml ✓ Anti-HBc – (indica contato com o vírus) Como é o perfil sorológico da hepatite B de um indivíduo vacinado? → pergunta típica de provas de residência. O anti-HBs pode ser titulado, se tiver > 10.000 UI/ml indica proteção. Abaixo disso, indica que está imune, mas não está protegido. • REMISSÃO CLÍNICA: Muitos indivíduos são portadores assintomáti- cos. Nesse caso, ele tem NÃO tem o vírus no fígado, mas está em alguma célula no orga- nismo, por isso que os anticorpos se positivam, a transaminase estará normal. Portanto, o portador assintomático possui apenas o santi- corpos positivos, todo o resto estará positivo. O risco para esse paciente é mínimo, apenas se o paciente entrar em imunossupressão (ex: tratamento com corticoide, desnutrição, câncer, HIV etc), nesse caso, o vírus pode re- ativar. A hepatite B não tem cura virológica. ✓ AgHBs – ✓ Anti-HBs + ✓ Anti-HBc + ✓ ALT normal ✓ Carga viral – Tratamento • HEPATITE A: ✓ Formas agudas benignas: somente sinto- mático + repouso relativo (não precisa fi- car de cama, mas é recomendado que se mantenha repouso depois do almoço, depois do jantar por cerca de 2h, além de não carregar peso e não praticar exercí- cios). Depois do almoço e depois do jantar: é pre- ciso fazer a digestão, assim, o sangue é diri- gido para o estômago, vai faltar sangue para o fígado. ✓ Formas agudas fulminantes: UTI e trans- plante hepáticodisponível. • HEPATITE B: Entecavir (Baraclude ®) ou Tenofovir alafena- mida (Vemlidy ®) 1 comp/dia pelo resto da vida ou raramente após 8 anos se AgHBs negativar Se desaparecer após os 8 anos, pode-se pen- sar em suspender a medicação (exceto se o paciente apresenta cirrose). É discutível se pode ou não suspender o uso nesses pacien- tes, a maioria dos médicos não recomendam. 6 ANA PAULA – MED UNIMES XXII INFECTOLOGIA • INDICAÇÕES DE TRATAMENTO PARA HE- PATITE B: AgHBs positivo por mais de 6 meses e mais 2 dos seguintes parâmetros: 1) AgHBs + > 2.000 cópias/ml 2) TGP elevada 3) Lesão hepática (biopsia, elastografia) Outras situações clínicas: ✓ Recorrência pós-transplante ✓ Hepatite aguda grave ✓ Profilaxia antes de tratamento clínico ou cirúrgico com imunossupressor (an- tes de usar corticoide, por exemplo, para não ter remissão) • HEPATITE C: Na hepatite C, utiliza-se o tratamento de quarta geração. Hoje, são utilizadas as drogas de ação anti-viral aguda (DAA). Associando sempre 2 medicações de acordo com o grau de acometimento do fígado. 98% de cura pode ser alcançada. A hepatite C possui vários genótipos, e há um tempo era tratado de acordo com o genó- tipo, mas hoje essa prática foi abolida, trata- se todos da mesma forma. O SUS fornece essa medicação, é cara. Hepatite C no mundo • Doença hepática silenciosa e com alta cronificação. • 30% portadores crônicos desenvolvem ci- rrose. • HCV é a principal causa de transplante de fígado. • HCV é a principal causa de câncer hepá- tico no Oriente. • Não tem vacina disponível. • HCV: maior mortalidade que HIV atual- mente apesar de 98% de cura infectoló- gica nos días atuais (o problema é identi- ficar o individuo na fase inicial, por isso que deve investigar a sorologia de todos os pacientes e tratar quando necessário). História natural da infecção VHC A hepatite C possui uma forma aguda de di- fícil identificação, cerca de 15% apresentam cura espontânea, e 80% evoluem para croni- ficação. Fatores de risco VHC • Transfusão de sangue ou derivados (<0,01% a <6%) • Transplante de órgãos ou células • Uso de drogas ilícitas • Hemodiálise (0,5 a 1% ao ano) • Acidentes percutâneos com agulhas contaminadas ou material cortante de uso coletivo (acupuntura, piercing, tatua- gem, manicure, dentista, barbeiro etc) → modo de contaminação dos brasileiros • Sexo não-seguro • Nascidos de mães VHC + (<3%) • Ausência de fatores de risco conhecido (50-60% no Brasil x 10% EUA/Europa/Ja- pão) Manifestações extra-hepáticas VHC • Hipertensão portal (varizes de esôfago, ascite, pancitopenia, encefalopatia) • Doença de hashimoto (tireodopatias) • Insuficiência hepática • Elevação da ferritina (hemocromatose) • Resistência insulínica e diabetes • Doenças de pele: porfiria cutânea tarda, líquen plano, psoríase, prurido • Comprometimento SNC depressão men- tal, insônia, déficit cognitivo, cansaço in- tenso. • Outras doenças autoimunes, serosites, síndrome de Sjögren, artroses.
Compartilhar