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Resenha NORDESTE AÇUCAREIRO

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NORDESTE AÇUCAREIRO: O AÇÚCAR EM SERGIPE NO SÉCULO XIX
Débora Evelin Santos Rodrigues
Antes de começamos a abordar sobre o tema, vamos conhecer um pouco mais sobre a escritora e a sua obra intitulada “Nordeste Açucareiro”. A Professora sergipana Maria da Glória Santana de Almeida, tratada carinhosamente pelos seus educandos como “Professora Glorinha”, foi docente de História antiga e medieval da Universidade Federal de Sergipe e pesquisadora da História de Sergipe. Publicou diversos trabalhos em simpósios e revistas brasileiras. Em forma de comunicações e artigos, os trabalhos da Professora Maria da Glória (1973, 1976, 1978), sobre a produção açucareira, teve grande valor para a historiografia econômica sergipana. 
No início dos anos noventa, a Professora Santana Almeida reuniu a experiência de mais de duas décadas de pesquisas na área e produziu uma dissertação de mestrado intitulada Nordeste Açucareiro: desafios num processo do vir-a-ser capitalista (1991) e sobre a qual iremos trata-la. O livro divide-se em duas partes, onde a escritora aborda sobre a monocultura do açúcar na região nordeste do país, mais precisamente na província de Sergipe Colonial. A obra contém 7 capítulos, onde ela faz uma análise na economia canavieira sergipana durante as décadas de 1830 até a expansão do capitalismo, tem 321 páginas, e cerca de 2 anos depois, foi publicada pela Universidade Federal de Sergipe, com o apoio do SEPLAN (Secretaria do Estado do Planejamento) e do Banco do Estado de Sergipe (Banese).
A primeira parte do livro denominada Configuração da Realidade Regional explicita os problemas do açúcar nesta região, e aborda algumas questões sobre a situação econômica, enfrentada pelos os senhores de terras e seus engenhos na década de 1830. Nesta parte, o texto subdivide-se em três capítulos, onde abordam temas como: Primeiramente, visão histórica atual sobre a economia açucareira no nordeste; Segundo, sobre os componentes da situação interna do comércio deste produto em geral e por último, mas não menos importante, demonstra as posições dos elitistas locais com os problemas da produção e sua situação global perante o comércio entre as nações exportadoras.
No que percebi nesta parte era que, o nordeste nessa época era muito importante no cenário político-econômico nacional. A partir do capítulo 2, a professora Santana Almeida, trata de modo geral, da historiografia dos canaviais na região nordeste, que estavam em decadência no mercado regional. A economia do açúcar sofreu uma grande estagnação no nordeste, e por isso, os senhores de terras, acabavam sendo levados a falência, ela aponta de forma coesa e didática os motivos que levaram a esta decadência a esses senhores. A escritora foca muito sobre o modo de vida colonial dos engenhos e dos elitistas, e no avanço da lavoura canavieira no Brasil e em todo o nordeste. 
Na parte inicial do livro, a autora faz um histórico da sociedade do século XIX, coloca questões como a fase da crise econômica que o nordeste viveu na década de 30, as competições entre os maiores produtores de cana que eram o Brasil e Cuba, passam também sobre a produção do açúcar de beterraba, entre outros. Santana Almeida trabalha muito com a economia mundial de um modo geral nessa questão. O livro traz muitas tabelas, quadros e anexos que ajudar-nos a compreender melhor a importância histórica que a cana-de-açúcar teve na formação das províncias, na época do Brasil colônia.
Já na segunda e última parte deste, que a própria autora chama de Um estudo de caso: A Província de Sergipe, e a qual ela aborda mais sobre a monocultura sergipana e a formação do Estado de Sergipe, a docente Maria da Glória traz uma visão mais ampla do processo social ocorrido no século XIX, onde comprova algumas situações ocorridas em todo o Nordeste. Esta parte também separe-se em mais três capítulos, onde trata respectivamente sobre a terra, o trabalho e o capital empregado no sistema produtivo local. Podemos perceber nesta parte, que ela expõe a formação e o desenvolvimento da região sergipana, que se deu através das sesmarias que alguns elitistas locais manteve nesta região e em algumas outras localidades como foi no caso do Vale do Cotinguiba e do Sergipe como a autora cita (ver pag. 144, tabela 12), onde vemos a evolução do número de engenhos por município em anos diferentes.
Mais adiante ela fala também sobre quais eram as mãos-de-obra utilizada nessas lavouras, no século XIX. Destaca o cenário inicial da distribuição de terras na província, que foi desde das sesmarias até outros meios como arredamentos e o apossamento destas (sem nenhuma base legal), e o que colaborou para centralizar as terras ainda mais, nas mãos de algumas poucas famílias, com o propósito de cultivar a cana-de-açúcar na região nordestina. 
O que se tornou muito rentável para a região, já que as condições da terra e do clima, eram ideais para o cultivo dos canaviais (pois, para que a cana tenha um bom crescimento é necessário que aja solo fértil, abundante água e uma grande disponibilidade de mão-de-obra), além de um fácil escoamento comercial. O que fazia a região Nordeste, ser um alvo em massa para os grandes proprietários de terras canavieiras e de senhores de engenho.
A partir da segunda metade do século XIX, a situação político-econômica em Sergipe, mudou drasticamente por causa de vários fatores, no qual destacamos como os mais importantes: a redução da oferta e da procura de mão-de-obra (que na época eram os escravos); fragmentação dos lotes de terras (por conta da repartição entre os herdeiros desses senhores); a independência política e financeira da Bahia com Sergipe; a substituição da mão de obra escrava pelo serviço assalariado e o principal o desamparo por parte do estado com as “empresas” cultivadoras do açúcar.
Tudo isto, levou a falência e fragmentação da economia canavieira na província de Sergipe. Além da falta do capital necessário para modernizar e custear a cultura açucareira na região, por meio de uma total inexistência de uma base para escoar a produção, fora da divisão dos custos e da terra. Outra grande mudança se deu em consequência disto, a cultura do algodão competia agora com o açúcar da região nordeste e com o fracionamento da terra, que fez que a produtividade diminuísse consideravelmente, como também a criação de pequenas propriedades, originário do aumento dos trabalhadores assalariados.
Para finalizar, a escritora realiza um resumo dos fatores históricos que contribuíram de maneira muito significativa para a formação do estado sergipano, ela aponta de forma muito minuciosa como se deu a organização da agricultura canavieira no Nordeste Brasileiro, e quais foram os fatores que contribuíram na economia também. Além de que pode ajuda-nos a que os erros que foram cometidos no passado da história sergipana, tornem a não serem reproduzidos na historiografia atual de Sergipe.
REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, Maria da Glória S. de. Nordeste açucareiro: desafios num processo de vir-a-ser capitalista. Aracaju: Universidade Federal de Sergipe; SEPLAN; Banese, 1993.
 Blog Augusto Oliveira. História de Sergipe. Disponível em: http://augufs.blogspot.com.br/2012/03/maria-da-gloria-santana-de-almeida-uma.html acessado em 28/05/2014 às 21:10
Blog Nos Caminhos da História. Disponível em: 
 acessado em 31/05/2014" �http://valerianoscaminhosdahistoria.blogspot.com.br/2013/08/resenha-nordeste-acucareiro-1840-1875.html acessado em 31/05/2014� às 21:00

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