Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Princ´ıpio de Hamilton Joa˜o Fernandes da Silva Sejam v1, v2, . . . , vn as coordenadas para um sistema de mu´ltiplos graus de liberdade. Seja r o vetor posic¸a˜o de uma part´ıcula de massa m medido a partir da origem do sistema de coordenadas, tal que r = x(t)̂i+ y(t)ĵ + z(t)k̂, (1) r = r(v1, v2, · · · , vn). De acordo com a Segunda Lei de Newton, F + Σf = mu¨, (2) onde a soma de F e Σf e´ a resultante das forc¸as conservativas e na˜o conservativas atuando no sistema. Integrando os dois lados da equac¸a˜o (2) de r1 a r2, temos∫ r2 r1 Fdr + ∫ r2 r1 Σfdr = ∫ r2 r1 mr¨dr. (3) Sabemos que W1→2 = ∫ r2 r1 Fdr. (4) O termo do lado direito da equac¸a˜o (3) pode ser reescrito como segue ∫ r2 r1 mr¨dr = ∫ t2 t1 mr¨ dr dt dt = ∫ r2 r1 mr¨r˙dt. (5) Integrando a equac¸a˜o (5) por partes, obtemos ∫ r2 r1 mr¨r˙dt = [ 1 2 r˙2 ]t2 t1 . (6) Como a energia cine´tica de um corpo e´ dada por T = 1 2 m (r˙) 2 , (7) a equac¸a˜o (2) e´ reescrita como ∫ r2 r1 Fdr + ∫ r2 r1 Σfdr = T2 − T1. (8) Levando em conta que cada coordenada generalizada e´ func¸a˜o do tempo, enta˜o cada uma das variac¸o˜es nas coordenadas podem ser definidas em func¸a˜o do tempo. Desse modo, as variac¸o˜es δv1, δv2, . . . , δvn satisfazem δvk(t1) = vk(t2) = 0, k = 1 : n. (9) 1 Logo, a variac¸a˜o do vetor posic¸a˜o e´ δr = r(v1 + δv1, v2 + δv2, . . . , vn + δvn) + r(v1, v2, . . . , vn) = ∂r ∂v1 δv1 + ∂r ∂v2 δv2 + · · · + ∂r ∂vn δvn. (10) Aplicando a variac¸a˜o do vetor posic¸a˜o a equac¸a˜o (2), temos Fδr + Σfδ(∆r) = mr¨δr, (11) sendo δW = Fδr (12) o trabalho virtual. O termo da direita da expressa˜o (11) pode ser arranjado como segue abaixo d dt (r˙δr) = r¨δr + r˙ d dt (δr) (13) r¨δr = d dt (r˙δr) − r˙δr˙ (14) δ(r˙ · r˙) = (δr˙)r˙ + r˙δr˙ = 2r˙δr˙ (15) r¨δr = d dt (r˙δr) − r˙δr˙ r¨δr = d dt (r˙δr) − δ ( 1 2 r˙2 ) . (16) Em seguida, substitu´ımos a expressa˜o (16) na (11): δW + Σfδ(∆r) = m d dt (r˙δr) − δ ( 1 2 r˙2 ) (17) δW + Σfδ(∆r) = m d dt (r˙δr) − δT. (18) Ainda e´ poss´ıvel generalizar a equac¸a˜o (18) para cada part´ıcula do sistema. Desse modo, δW + (Σf)δ∆r + δT = Σmi d dt (r˙iδri). (19) 0 2 −→r2 −→r0 −→r1 1 Figura 1: Deslocamento tomado por um corpo de massa m. 2 O trabalho virtual total e´ dado por δW = δWc + δWnc, (20) sendo Wc o trabalho realizado pelas forc¸as na˜o conservativas e Wnc, pelas na˜o-conservativas. O trabalho conservativo de uma forc¸a ~F pode ser obtido ao analisar a energia potencial de uma massa m, quando desejamos desloca´-la de uma posic¸a˜o ~r ate´ uma posic¸a˜o ~r0 de refereˆncia, tal que V (~r) = ∫ ~r0 ~r ~Fd~r. (21) O trabalho feito por uma forc¸a conservativa ~F para mover um corpo de massa m da posic¸a˜o ~r1 ate´ ~r2 na figura 1 e´: W = ∫ ~r2 ~r1 ~Fd~r = ∫ ~r0 ~r1 ~Fd~r + ∫ ~r2 ~r0 ~Fd~r = ∫ ~r2 ~r1 ~Fd~r − ∫ ~r0 ~r2 ~Fd~r = V (~r1) − V (~r2) = −[V (~r2) − V (~r1)]. (22) Logo, W = −δV. (23) Substituindo a expressa˜o (23) na (20) e, em seguida, na (19), conseguimos δT − δV + δWnc = m d dt (r˙iδri). (24) Integrando a equac¸a˜o (24) em t, variando de t1 a t2, obtemos∫ t2 t1 (δT − δV + δWnc)dt = ∫ t2 t1 [ m d dt (r˙iδri) ] dt = [mrδr]t2t1 . (25) O termo a direita e´ igual a zero, pois as variac¸o˜es nas coordenadas generalizadas sa˜o definidas de modo que sejam iguais a zero nos tempos t1 e t2. Portanto,∫ t2 t1 (δT − δV + δWnc)dt = 0. (26) A expressa˜o acima e´ conhecida como Princ´ıpio de Hamilton. Utilizando o funcional Lagrangiano (L = T − V ), podemos ainda reescrever a equac¸a˜o (26) de modo a obter o Princ´ıpio Estendido de Hamilton: ∫ t2 t1 (δL+ δWnc)dt = 0. (27) 3
Compartilhar